Agradecemos a marca de 1000 visitas

Agradecemos a marca de 40.000 visitas

No nosso blog: Brasileiros, Norte Americanos, Portugueses, Canadenses, Russos, Ingleses, Italianos, Eslovenos, enfim, todos que gostam da cultura Brasileira e que tem nos acompanhado.

sábado, 29 de setembro de 2012

A face política da língua

28 DE SETEMBRO DE 2012 - 18H00 
Sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro
Sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro

Em palestra na ABL, o gramático Evanildo Bechara defende o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O evento foi tratado pela Academia como uma “prestação de contas à sociedade”. 


Por Thiago Camelo


Centenas de pessoas – entre jovens e idosos – estiveram, em 18 de setembro, no auditório da Academia Brasileira de Letras (ABL) para assistir ao gramático e filólogo Evanildo Bechara falar da importância da consolidação do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O evento fechou a série de quatro palestras realizadas na ABL que envolveram questões de normatização do português e tangenciaram assuntos do ramo da linguística.

Importante dizer: apesar de respeitado entre seus pares, Evanildo Bechara – formador de milhões de estudantes do ensino fundamental, médio e universitário com suas diversas gramáticas – não passa incólume pelo crivo de um sem-número de linguistas, que, entre outras críticas, não toleram a sua fidelidade a certos princípios normativos do português.

Naquele evento, no entanto, nenhum porém. Pelo contrário, o script contou com aplausos de pé, estudantes abraçados às suas edições da Moderna Gramática Portuguesa e interjeições como “ele é fofo”, “ele é demais”, “perfeito!”.

Bechara realmente carrega doçura e humor na fala, além de transmitir fé contagiante quando defende aquilo em que acredita. E o gramático acredita com entusiasmo no novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em 1990, cujo objetivo é unificar a ortografia dos países que têm o português como língua oficial.

“O português é a língua dos países do futuro, é preciso consolidar a sua escrita”, disse Bechara, logo após ser anunciado com júbilo pelo também membro da ABL Domício Proença Filho, que o apresentou como “mestre Bechara ou, para muitos, o ‘senhor Volp’”.

Explica-se: a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o Volp, lançado em 2009, incorpora as mudanças determinadas pelo acordo de 1990. Bechara, um dos bastiões da lexicografia e lexicologia da ABL, participou da elaboração da obra e tomou para si o legado de Antônio Houaiss (1915-1999) – aquele que, segundo Bechara, deu início à negociação do acordo. “Uma decisão mais política que linguística”, explicou.

Sobre a acentuação

O gramático discorda das críticas de diversos núcleos – de jornalistas a estudiosos – de Portugal ao acordo. Alguns deles, inclusive, acusam o Brasil de tomar atitude neocolonialista. Em outras palavras: dizem que o país se aproveita da crise econômica portuguesa e do promissor momento brasileiro para impor a nossa forma de escrever. “Não estou de acordo com essa visão”, afirmou Bechara. “O Brasil cedeu no acordo, se curvou a hábitos já estabelecidos em Portugal”.

Como exemplo da anuência a hábitos lusos, citou a retirada dos acentos nos ditongos abertos tônicos em paroxítonas. Foram-se as “idéias”, as “tramoias”, as “assembleias”. Para Bechara, essa exclusão faz muito mais sentido no universo dos portugueses, “que não pronunciam essas sílabas de modo fechado”.

O gramático também foi firme ao defender o fim do acento diferencial do verbo ‘pára’: “Acento diferencial em português é sempre circunflexo; tivemos de corrigir isso”.

De acordo com o gramático, o emprego de um acento agudo fazendo as vezes de marcador diferencial não era ideal. Abriria precedentes estranhos, como acentuar o substantivo “sede” – de “a sede da ABL é no Centro” – para distingui-lo do outro substantivo homônimo que denota necessidade de beber um líquido.

Trema e simplicidade

O trema também integrou a pauta do gramático. “Ninguém vai deixar de pronunciar o ‘u’ de ‘linguiça’ só porque não há mais trema”, disse. ”Além disso, os portugueses já não usam trema há muitos anos”, completou Bechara, que usou a extinção do sinal para confirmar que o Brasil de fato cedeu a várias normas já estabelecidas em Portugal. “Nos curvamos às vontades deles, mas nos curvamos com felicidade – temos agora uma ortografia mais científica.” 

“Nos curvamos às vontades deles, mas nos curvamos com felicidade – temos agora uma ortografia mais científica”

Bechara acredita que essa cientificidade tem a ver com simplicidade. As novas regras para o hífen, por exemplo, confirmam, a seu ver, a busca pela escrita mais natural.

O gramático ainda tocou em outro assunto polêmico do acordo: a não hifenização do prefixo “co”. Segundo Bechara, essa normatização denota o caráter reconciliatório – e não reformativo – do acordo. “Essa era uma questão mais antiga, discordância de acordos passados que acertamos agora nesse novo documento.”

Cumprir o novo acordo 
Para Bechara, é um dever social dos escritores e “das pessoas de cultura” escrever segundo o novo acordo. “É importante ensinar aqueles que não sabem”, disse. Segundo o gramático, embora todos tenham o direito de falar, nem todos têm “a propriedade de acertar”.

“Vamos usar o acordo, vamos praticá-lo; o tempo vai mostrar o que está certo ou errado e a necessidade ou não de um novo documento”, defendeu o gramático.

Em tempo: o novo acordo, por decreto oficial, passa a valer no Brasil a partir de 2013, quando não mais serão aceitos textos com o emprego da normatização antiga – desde 2009, estamos em fase de adaptação. Em Portugal, onde a polêmica ferve, o tempo de adaptação é maior – vai até 2015.

Fonte: Ciência Hoje On-line

Filho de Jorge Amado afirma que o pai nunca rompeu com o partido


Em uma sessão especial na Assembléia Legislativa da Bahia (AL-BA) em homenagem aos 100 anos de Jorge Amado, nessa quinta-feira (27), o filho do escritor, João Jorge, usou do discurso para desfazer um boato acerca da saída do pai do Partido Comunista, em 1956. Segundo ele, Jorge não rompeu com o partido e a motivação para a saída foi outra.


“Não houve rompimento, como dizem. Meu pai nunca se desligou do Partido Comunista. Ele apenas se afastou das atividades de militante para se dedicar mais à sua literatura”, explicou João Jorge, que foi aplaudido após a declaração. O pronunciamento do filho aconteceu após o deputado Álvaro Gomes (PCdoB) levantar a questão.

“Apesar da sua saída do partido, Jorge Amado sempre manteve sua essência e sempre lutou por uma sociedade mais justa e humana”, declarou o parlamentar comunista. Além de Álvaro, o PCdoB também esteve representado pela deputada federal Alice Portugal e pelo candidato a vereador por Salvador, Everaldo Augusto, que também falaram sobre o Jorge Amado político.

João Jorge criticou também a divisão que fazem do trabalho do pai em “antes da política” e “depois da política”. De acordo com ele, o espírito comunista de Jorge está presente em todas as obras. “Os personagens dele sempre representaram as minorias, como as mulheres e as prostitutas, e os amantes da liberdade, então, não dá para separar”, defendeu. 

A sessão foi promovida por Álvaro Gomes e contou com a participação de familiares, autoridades, intelectuais, estudantes e artistas. Além do evento comemorativo, o deputado propôs também a concessão do título de Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira pós morte ao escritor.

De Salvador,
Erikson Walla

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Gonzaga - de Pai para Filho emociona público de Festival do Rio


Uma concorrida noite de gala para convidados, que lotou o Cine Odeon Petrobras, na Cinelândia, no centro do Rio, astros e personalidades do cinema, profissionais de todos os segmentos do setor audiovisual, além de autoridades, marcou nesta quinta (27) a abertura oficial da edição 2012 do Festival do Rio. 


gonzagão
Imagem do filme
O filme escolhido para a sessão inaugural do evento,Gonzaga – de Pai para Filho, do cineasta Breno Silveira, arrancou aplausos entusiásticos da plateia, emocionada com a narrativa, pontuada por muita música e pelas histórias de vida do sanfoneiro, cantor e compositor Luiz Gonzaga e de seu filho, o também compositor e cantor Gonzaguinha.

A tensa relação entre pai e filho é o fio condutor do filme, uma superprodução de R$ 12 milhões, rodada em locações no Nordeste e no Rio de Janeiro. O roteiro de Patricia Andrade teve como fonte o livro Gonzaguinha e Gonzagão – Uma História Brasileira, da jornalista Regina Echeverría.

Gonzaga – de Pai para Filho, que chega ao circuito comercial no dia 26 de outubro, não integra a parte competitiva do festival, formada por 12 longa-metragens de ficção e 9 documentários, além de curta-metragens. As produções nacionais em competição, todas inéditas, começam a ser exibidas hoje (28), com as sessões de gala no Odeon Petrobras. Os filmes também serão exibidos em mais de 30 locais espalhados pela cidade.

Desde as 20h, dezenas de pessoas se aglomeravam na porta no cinema para ver a chegada dos artistas, que percorrem o já tradicional tapete vermelho para entrar no Odeon. Convidada especial da noite, a atriz Regina Duarte, que está completando 50 anos de carreira, abriu a cerimônia, que contou com as presenças, entre outras autoridades, da ministra da Cultura, Marta Suplicy, do secretário municipal de Cultura, Emilio Kalil, representando o prefeito Eduardo Paes, e do presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão. Patrocinadora do evento, juntamente com a Petrobras e outras empresas, a RioFilme está completando 20 anos, “sempre na meta de fazer do Rio de Janeiro o principal polo audiovisual do país”, segundo Leitão.

Em breve discurso, a ministra Marta Suplicy destacou a importância do evento, “um dos cinco maiores festivais de cinema do mundo” e da aprovação, pelo Congresso Nacional, do Sistema Nacional de Cultura. “O audiovisual é um segmento estratégico de inclusão social em nosso país”, afirmou.

Já o secretário Emilio Kalil ressaltou o caráter democrático da mostra de filmes, presente este ano em todas as regiões da cidade. “Estamos levando o festival à Pavuna, à Penha e ao Méier, em salas novas e bem equipadas”, disse.

O Festival do Rio tem ao todo 20 mostras, entre as já tradicionais do evento (Panorama do Cinema Mundial, Premiéres Brasil e Latina, Expectativa, Midnight Movies, Mundo Gay, Fronteiras, Dox, Filme Doc, Geração, Meio Ambiente e outras) e as exclusivas desta edição. Uma delas é Imagens de Portugal, que homenageia, no Ano do Brasil em Portugal, os grandes cineastas daquele país, como Manoel de Oliveira e João Pedro Rodrigues. A outra é Foco UK, dedicada à recente produção cinematográfica do Reino Unido.

A edição 2012 do festival prestará homenagem especial a mais dois grandes diretores: Alberto Cavalcanti, considerado o mais internacional dos diretores brasileiros e pouco exibido em seu próprio país, e o cultuado John Carpenter, considerado o “deus vivo dos filmes de terror”.

Na mostra Panorama do Cinema Mundial, a mais concorrida do evento, serão exibidos os mais destacados títulos da recente produção cinematográfica de todo o mundo, entre eles, Twixt, de Francis Ford Coppola; Lay the Favorite, de Stephen Frears; Magic Mike, de Steven Soderbergh; César Deve Morrer, de Paolo e Vittorio Taviani; Another Year, de Mike Leigh; Michael Jackson Bad 25, de Spike Lee; In the Land of Blood and Honey, de Angelina Jolie e Selvagens, de Oliver Stone.

Sede do festival pelo segundo ano consecutivo, o Armazém 6 do Cais do Porto abrigará as sessões populares da Premiére Brasil, o Cine Encontro e a área de negócios do evento, o Rio Market. A programação completa do evento já está disponível no site do festival.

No Cine Encontro, o público tem a oportunidade de entrar em contato com quem faz cinema, por meio de debates e conversas com os realizadores, atores e atrizes dos filmes da Première Brasil, convidados internacionais de outras mostras e com representantes do meio cinematográfico. Todas as atividades do Cine Encontro têm entrada gratuita.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Primavera dos Livros reúne editoras independentes da AL


A Primavera dos Livros, considerada o maior evento de editoras independentes da América Latina, chega à sua 12ª edição, com a expectativa de superar a marca de 27 mil visitantes obtida no ano passado.


Desta quinta (27) até domingo (30), os jardins do Museu da República, no bairro do Catete, zona sul do Rio, vão abrigar a feira literária que apresenta a produção de mais de 100 editoras de pequeno e médio porte – e sem vínculos com os grandes grupos editoriais – de todo o país. No conjunto, elas são responsáveis por um acervo de 20 mil títulos em catálogo e 2,4 milhões de exemplares impressos por ano.

Organizada pela Liga Brasileira de Editores (Libre), a Primavera dos Livros tem como tema nesta edição Rio: Patrimônio e Plataforma Cultural do País. Para patrono do evento, foi escolhido o economista Carlos Lessa, um reconhecido bibliófilo e detentor de uma das maiores bibliotecas privadas do país.

“Foi uma escolha natural, que surgiu no bojo da discussão sobre a cidade como tema”, diz Cristina Warth, presidente da Libre e responsável pelo evento. “Lessa é profundamente envolvido com a conservação e a restauração de prédios históricos do centro do Rio”, destaca Cristina, que também lembra o apoio do economista, quando presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), às pequenas e médias editoras.

No sábado (29), às 19h, o homenageado participará da mesa-redonda Carlos Lessa: História de Amor aos Livros e ao Rio, juntamente com o historiador Nireu Cavalcanti e o arquiteto Paulo Casé. Várias mesas-redondas estão programadas, como as que vão reunir o historiador francês Roger Chartier e o poeta Afonso Romano de Sant'Anna em torno do tema Leitura: Patrimônio Pessoal, na sexta-feira (28) às 19h, e o escritor Ruy Castro e a antropóloga Mirian Goldenberg, debatendo no sábado (29), às 11h30, Duas Cariocas Notáveis: Carmen Miranda e Leila Diniz.

Os debates, as mesas-redondas e os encontros literários serão realizados no estande da Secretaria Municipal de Cultura, no auditório do Museu da República e na Tenda dos Professores, onde o antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares e os professores Adair Rocha e Eblin Farage discutirão no sábado, às 17h, o tema “O Rio das UPPs e o Rio da Arte como passaporte para a cidadania plena”. 

No dia seguinte, no mesmo local, às 16h, o Rio de Janeiro como plataforma da contemporaneidade brasileira será tema de um encontro que reunirá a professora e escritora Heloisa Buarque de Hollanda, a produtora cultural Maria Juçá, o radialista Luis Antonio Mello e os músicos Roberto Frejat, Guto Goffi e Márcia Bulcão.

Por ser sediada em local de fácil acesso (há uma estação do metrô próxima), a Primavera dos Livros atrai um grande número de universitários e professores de todos os bairros do Rio. Segundo Cristina Warth, o público do evento não está apenas interessado nos descontos de até 50% oferecidos pelas editoras. “São pessoas interessadas em determinado livro ou tema, nas novidades de uma das editoras. Muitos são de fato leitores de carteirinha”, observa.

A presença de turistas estrangeiros, em sua maior parte jovens, também foi constatada pela presidente da Libre na edição do ano passado. “O Catete é um bairro que possui muitos albergues da juventude e pequenos hotéis e o evento é um atrativo para quem está hospedado na região”, diz.

Outra novidade este ano é o Mundo Ovo, espaço dedicado aos pais de crianças de até 3 anos que abrigará atividades especiais e local para troca de fraldas e amamentação dos bebês. Recitais de poesia e shows também fazem parte do cardápio do evento.

Com entrada gratuita, a Primavera dos Livros pode ser visitada durante os quatro dias das 10h às 22h. O Museu da República fica na Rua do Catete, 153. 

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 25 de setembro de 2012

P A S S A D O -- P R E S E N T E -- F U T U R O CULTURA EM BARRA MANSA / RJ-BRASIL [Homenagem aos 180 anos do Município


]


            28 / 09 / 2012 – CONVITE / PROGRAMAÇÃO ESPECIAL


  • 19:00 h – “Lembranças de um passado recente”
Abertura da exposição de cartazes, fotos, jornais, livros e pinturas.
(acervo do PAC – visitação até 25/10/12)

  • 19:30 h – “PAC iluminado”
Início da campanha para iluminar / reformar a área – pátio externo do Ponto de Ação Cultural = PAC.

  • 20:00 h – “E a Cultura em Barra Mansa ?!”
Microfone aberto aos políticos.
(candidatos a Vereador e Prefeito convidados)

  • 21:00 h – “Gastronomia, Música & Poesia”
Microfone aberto aos cantores, compositores, poetas e músicos.
(Jantar & Samba de Raiz – Reunião Papo de Samba com Tico Balanço e Convidados)

                                                                                                                                                                                
            REALIZAÇÃO                    APOIO CULTURAL

                                - Supermercado Vitória     
                                                       - Açougue Camargo



PAC = Rua Pedro Vaz, nº 1 – Centro – Barra Mansa / RJ (em frente ao Barão de Aiuruoca)
            Funcionamento: 2ª a 6ª feira das 14 as 22 h;  sábado das 8 as 12 h.
             E.mail: pacrj@pacrj.com;  site: www.pacrj.com  _________________________________________________________________________

Obras inéditas de Modigliani e Picasso são descobertas na França


Uma mulher francesa revelou três pinturas inéditas do pintor italiano Amadeo Modigliani e uma do espanhol Pablo Picasso que tinham sido guardadas pelos descendentes de um marchand que viveu no início do século passado, informou neste sábado (22) a imprensa da França.


 As obras de Modigliani representam sua companheira, Jeanne Hebuterne que, apesar de estar no nono mês de gestação do segundo filho do casal, se matou poucas horas depois da morte do artista; uma paisagem de Cagnes-sur-Mer, no litoral mediterrâneo francês e Anna Zborowska, esposa do marchand que ajudou o pintor a fazer sucesso, Leo Zborowska.

Foi justamente a família de Anna Zborowska que conservou as pinturas agora descobertas. Além das obras de Modigliani, a mulher revelou um esboço de natureza morta de Picasso pintada em um chapéu que pertenceu a seu amigo o poeta Max Jacob, além de alguns manuscritos de Modigliani.

Para Patrick de Bayser, especialista no pintor italiano, as obras são originais e não se sabia de sua existência, embora esta família já tenha vendido outros trabalhos assinados por Modigliani. "Até agora, não se conhecia nenhuma dessas obras. Cada uma é uma pequena joia", declarou Bayser ao jornal Le Figaro. 

Fonte: Opera Mundi

Exposição: obras de arte sacra do Vaticano pela 1ª vez no país


Transporta-se para o universo da arte cristã, percorrendo quase dois mil anos de história. Esta é a proposta da exposição Esplendores do Vaticano: Uma Jornada Através da Fé e da Arte que estreia neste fim de semana na capital paulista.


A Oca do Parque do Ibirapuera recebe, até o dia 23 de dezembro, mais de 200 peças de arte sacra e objetos históricos, muitos dos quais nunca deixaram o Vaticano. Para a curadoria, mais do que contar a história da fé católica, a mostra evidencia as influências da obra cristã na arte ocidental.

O monsenhor Roberto Zagnoli, curador da exposição, ressalta que a exposição permite um diálogo entre povos e culturas. “A arte é o melhor instrumento para essa troca. Não é só uma exposição de arte cristã, mas, sim, uma exposição que tenta trazer de novo a mensagem cristã, que é de comunhão”, declarou. Ele destaca que muitos dos objetos trazidos pelo projeto nunca sequer foram expostos na Europa. “Mesmo quem visita o Museu do Vaticano, não acessa todas as peças que trouxemos para cá”.

O padre Juarez de Castro, representante da Arquidiocese de São Paulo, visitou a mostra e destacou a oportunidade que os brasileiros terão de conhecer obras inéditas do Vaticano. “O que existe de arte ocidental passa pela igreja, mas essa arte ultrapassa uma confissão religiosa. Ao entrar em contato com essa exposição, entramos em contato não só com a história da igreja, mas com história da humanidade”, disse.

A exposição é composta por 11 galerias. A primeira delas destaca a origem das expressões da arte cristã, que estavam ligadas aos atos de devoção a São Pedro, como por exemplo as velas votivas. Nessa área, o visitante pode ver também uma representação de como o túmulo do santo foi encontrado em 160 depois de Cristo (d.C.), inclusive com um fragmento arquitetônico da parede da sepultura, encontrado em 1941.

Na sala seguinte, explora-se o tema da Idade Média e o período bizantino, quando Roma cresceu como cidade cristã. Um dos destaques da galeria, é um relicário em ouro e prata com ossos que, durante séculos, acreditou-se serem de São Pedro, São Paulo, São José, Sant'Ana, dentre outros santos. A terceira galeria é dedicada ao início Renascimento. Nessa área, destaca-se a obra Deposição no Sepulcro, de Giorgio Vasari.

O pintor Michelangelo, um dos autores das pinturas na Capela Sistina, ganhou uma galeria própria na exposição, na qual está exposta uma reprodução da obra Pietá. Uma das áreas que abordam a trajetória do pintor trazem a reprodução de andaimes utilizados para a pintura da capela, inclusive com reprodução de trechos da obra.

As demais salas da exposição mostram ainda objetos ritualísticos do catolicismo e o papel dos missionários da igreja. Objetos que retratam a trajetória do papado também têm destaque na mostra. O papa João Paulo II ganhou uma sala própria, ela traz um molde em bronze da mão do papa, que poderá ser tocada pelos visitantes.

Fonte: Agência Brasil 

“A Privataria tucana” e o Prêmio Jabuti


O livro-reportagem mais polêmico e vendido do ano, A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, está entre os finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria Reportagem. Esse é o prêmio mais prestigiado da literatura brasileira. 


 Para Geração Editorial, com 20 anos de polêmicas e honrando o seu slogan, uma editora de verdade, este livro-reportagem ou livro-denúncia tem uma satisfação especial: a obra trouxe – com provas robustas e documentos inéditos – à tona para a sociedade brasileira mais um caso emblemático de corrupção e lavagem de dinheiro público que lesou milhares brasileiros, na chamada Era das Privatizações. Os desvios aconteceram durante o governo Fernando Henrique Cardoso, por intermédio de seu ministro do Planejamento, ex-governador de São Paulo, José Serra.

A Geração Editorial acreditou no excepcional trabalho jornalístico do premiado jornalista Amaury Ribeiro Junior, vencedor das maiores honrarias da imprensa brasileira, como por exemplo, três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog.

O furacão A Privataria Tucana vendeu no dia do seu lançamento; nada menos que 15 mil exemplares, sucesso inquestionável de aceitação. Em dois meses foram mais de 100 mil cópias e permaneceu por mais de quatro meses em diversas listas de livros mais vendidos do país.

“Estar entre os finalistas do Prêmio Jabuti é ver que meu trabalho de mais de 10 anos investigando dezenas de pessoas valeu a pena. O Brasil está em um momento que é necessário investigar, escrever e publicar obras sérias que sirvam para tirar as máscaras de pessoas que usurparam e ainda usurpam o nosso país. A corrupção é um mal, mas com coragem e trabalho sério é possível mostrar quem são os corruptos e corruptores”, conta Amaury.

A Privataria Tucana foi lançado em mais de 10 capitais, entre elas estão São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Belém, Porto Alegre, Curitiba, entre outras. Os eventos ficaram conhecidos como a “Caravana da Privataria Tucana”, e em todos os lugares compareceram centenas ou milhares de pessoas.

“Os lançamentos mostraram que fiz uma obra séria e relevante para a população em geral. Em diversas situações fiquei emocionado com os depoimentos das vítimas da Era das Privatizações. São pessoas que perderam o emprego em estatais de um dia para outro, viram as suas vidas se arruinarem e muitas cometeram suicídio ou ficaram depressiva e até hoje não conseguiram se reerguer. A sequela deixada é muita maior do que imaginam. Por isso, espero que a CPI da Privataria siga em frente e mostre a real face desses usurpadores de dinheiro público”, complementa Amaury.

O Prêmio Jabuti é promovido pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) e está na 54ª edição. Os três vencedores de cada categoria serão revelados no dia 18 de outubro. Na premiação, em 28 de novembro, serão conhecidos os dois melhores livros publicados em 2011 em Ficção e Não Ficção, cada um ganhará R$ 35 mil.

Concorrem com A Privataria Tucana os seguintes títulos:

- Os Últimos Soldados da Guerra Fria – Fernando Morais
- Saga Brasileira: a Longa Luta de Um Povo Por Sua Moeda – Miriam Leitão
- Cofre do Dr. Rui – Tom Cardoso
- Perda Total – Ivan Sant’anna
- O Espetáculo Mais Triste da Terra – Mauro Ventura
- O Rio: Uma Viagem Pelo Amazonas – Leonencio Nossa
- Guerras e Tormentas – Diário de Um Correspondente Internacional – Rodrigo Lopes
- Um Escritor No Fim do Mundo: Viagem Com Bichel Houellebecq à Patagônia – Jurenir Machado da Silva
- Entretanto, Foi Assim Que Aconteceu: Quando a Notícia É Só o Começo de Uma Boa História – Christian Carvalho Cruz

Entenda o livro A Privataria Tucana:

Com 200 páginas e 16 capítulos que jamais deixam cair seu contundente interesse, A Privataria Tucana é o resultado final de anos de investigações do repórter Amaury Ribeiro Jr. na senda da chamada Era das Privatizações, promovida pelo governo Fernando Henrique Cardoso, por intermédio de seu ministro do Planejamento, ex-governador de São Paulo, José Serra. A expressão “privataria”, cunhada pelo jornalista Elio Gaspari e utilizada por Ribeiro Jr., faz um resumo feliz e engenhoso do que foi a verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas “offshores”, empresas de fachada do Caribe, região tradicional e historicamente dominada pela pirataria.

Fonte: Blog da Geração Editorial

Eduardo Guimarães: O alvo é Dilma em 2014


O PT vai despertando de um transe que fez com que acreditasse que seria sustentável para a democracia brasileira conviver com monstrengos como esses impérios de comunicação que cada vez mais vão se tornando uma espécie de jabuticaba, porque, em breve, só existirão no Brasil. E há quem acredite que esse despertar já chegou até à presidente da República.


Por Eduardo Guimarães*


Ao Sul da América do Sul, porém, a semana começa com uma notícia que exige muita reflexão: até dezembro, os oligopólios de mídia argentinos, a começar pelo Grupo Clarín (a Globo argentina), terão que se desfazer de considerável parte de seus impérios no âmbito da entrada em vigor de uma lei da mídia idêntica à que existe em qualquer parte do mundo desenvolvido.

É um avanço imenso, impensável no Brasil. Afinal, em nenhum país civilizado existem grupos de comunicação que operam em todas as plataformas de mídia (televisão aberta e a cabo, rádio, jornais, revistas e portais de internet) como ainda ocorre em vários países latino-americanos, ainda que boa parte deles já esteja impondo regras a essa orgia comunicacional.

O resultado desse remanescente gigantismo e dessa voracidade por verbas públicas dos grandes grupos empresariais de comunicação todos estão vendo no Brasil. Cada vez mais, essas aberrações vão atuando como um poder paralelo ao do Estado – e, muitas vezes, prevalente.

Há pouco, ocorreu um fenômeno que só é possível em uma nação em que a comunicação não tenha regras e na qual um minúsculo grupo de grandes empresas de mídia consiga sufocar a pluralidade exigível em setor tão vital. Um veículo de imprensa escrita fez uma acusação grave a um ex-presidente da República, não apresentou uma só prova e essa acusação passou a ser vendida pelos outros três grandes impérios midiáticos e seus tentáculos como se fosse fato inquestionável.

Reflitamos sobre quantos veículos há hoje no Brasil com poder de:


1 – Pautar a Suprema Corte de Justiça e o Ministério Público, fazendo com que acusem e condenem sem provas seus adversários políticos.

2 – Fazer acusações gravíssimas aos adversários políticos sem apresentar uma só prova e sem responder por calúnia e difamação, porque qualquer reação é chamada de “censura”.

3 – Mandar repórter invadir até o quarto de dormir de adversários políticos.

4 – Manter fora do alcance de investigações funcionários envolvidos com o crime organizado.

A CPI do Cachoeira, por exemplo, irá investigar jornalistas envolvidos no esquema. Contudo, serão só os de pequenos veículos de Goiás. Ou seja: a licença para delinqüir em nome da “liberdade de imprensa” não é para a imprensa, mas só para algumas empresas de comunicação.

Essas empresas escolhidas (pelo tamanho e pelo poder econômico) põem seus funcionários para agredir as mais altas autoridades da República tecendo histórias que não provam e intimidando os agredidos com acusações de “censura”. E ninguém faz nada.

Os juízes do Supremo José Antônio Dias Tóffoli e Ricardo Lewandoski vêm sendo acusados, insultados, ridicularizados e até caluniados por funcionários de Veja, Globo, Folha e Estadão em suas “colunas” impressas e em “blogs” corporativos.

O ex-presidente Lula, que como todo ex-presidente deveria ser tratado com um mínimo de respeito, ainda que não esteja acima de críticas, foi insultado pesadamente por um colunista. Não houve uma acusação, houve xingamento puro e simples. É tratado como um criminoso condenado assim, abertamente.

Minha mulher pergunta “Como é que pode?”. Podendo, respondo. Ela quer saber se ninguém pode fazer nada. Digo que só quem poderia fazer é Lula e ele não processa ninguém. Não faz como Serra, que processou o autor de Privataria Tucana. E se processasse não adiantaria nada porque Veja tem muito dinheiro e, se condenada, paga a indenização e pronto.

Agora, se Lula entrasse na Justiça contra o tal colunista que só faltou xingar sua mãe, o processo demoraria anos e anos e, ao fim, a empresa que o emprega, paga. Garantir proteção aos seus pistoleiros é vital para que ataquem sem medo.

A classe política, o Judiciário, o Legislativo, o Executivo, todos se borram de medo de uma máquina que conta com uma horda de arapongas pronta a devassar a vida de qualquer um usando escutas ilegais, invasão de domicílio, chantagem e o que mais se puder imaginar.

E se a mídia não acha nada, inventa. E se não conseguir inventar, apela à ridicularização e à injúria, gerando desgaste emocional e destruindo o ambiente social de seus alvos. Imagine o sujeito que sai na capa da Veja ou da Folha, como lida com vizinhos, amigos, parentes, colegas de trabalho etc. É uma condenação. O sujeito paga a pena sem jamais ter sido condenado.

O julgamento do mensalão, pois, pretende plantar, já neste ano, a base de uma pretensa morte política do PT e do ex-presidente Lula. Mas o objetivo não são as eleições municipais de 2012 e o julgamento em tela não terminará após expedir suas sentenças. Está sendo plantada a base para que tenha um desenrolar.

O ministro do Supremo Joaquim Barbosa citou a presidente da República ao ler seu voto sobre uma das celeradas “fatias” que inventou para facilitar o curso desse que já é reconhecido por inúmeros juristas como um “tribunal de exceção”, ou seja, onde os critérios de julgamento fogem aos ditames do Direito e da jurisprudência.

Aqui e ali, nesse conclave entre o oligopólio midiático e os partidos de oposição ao governo federal, já se diz que o mensalão que está sendo julgado é parte de coisa ainda maior. Ou seja: estão ensaiando o discurso com o qual pretendem chegar a 2014.

Se a dobradinha entre Supremo e Procuradoria Geral da República de um lado e grande mídia de outro funcionar bem, lá pelo início de 2013 Lula será arrolado em alguma investigação sobre a acusação sem áudio, sem vídeo e sem confirmação alguma que a Veja lhe fez.

As certezas que os tais “colunistas” manifestam em que a Justiça será favorável ao plano, obviamente que derivam de conhecimento de bastidores por parte do patronato midiático em relação aos órgãos que dão curso à campanha de criminalização do PT e dos seus políticos mais eminentes.

Como não se fazem necessárias provas de nada para que o chefe do Ministério Público teça considerações sobre a hipótese de processar Lula, o mesmo valerá para qualquer outro cidadão brasileiro. Bastará uma reportagem que diga que ouviu dizer uma acusação pelo amigo, pelo parente ou pelo associado de alguém para que o Estado aceite a premissa.

Acabou a democracia no Brasil. Não é preciso mais provar nada para acusar alguém. E o que é pior: tal prerrogativa só vale para alguns, ou seja, para determinado grupo político.

O enfraquecimento do PT que está sendo plantado hoje com tanto afinco, com tanta sofreguidão, a um custo de milhões e milhões de dólares de campanhas publicitárias desencadeadas para difamar e caluniar, obviamente que não visa a eleição de prefeitos e vereadores.

Anote aí, leitor: está sendo plantada a semente do envolvimento da presidente Dilma Rousseff no mensalão 2, sobre o qual os mercenários empregados na grande mídia já falam abertamente.

Antes, porém, será preciso anular o padrinho político dela, de forma que não concorra em seu lugar se conseguirem envolvê-la em alguma coisa que a impeça de disputar a própria sucessão, contando, para isso, com o beneplácito da Procuradoria Geral da República e com a obediência do Supremo Tribunal Federal.

Os cínicos, os ingênuos e os mal-informados farão a mesma pergunta: ora, mas por que a mídia quereria tanto destruir um partido se o capitalismo vem ganhando tantos presentes dos últimos dois presidentes da República (Lula e Dilma)?

Sim, o governo Lula e o governo Dilma cederam muito ao capitalismo selvagem que vige no Brasil. Contudo, como se viu no caso dos bancos, os governos do PT cederam e cederão só enquanto não tiverem condições para deixar de ceder. Além disso, o gasto social de governos petistas e as políticas para redistribuir renda e oportunidades estão tornando o rico menos rico e o pobre menos pobre.

Quase posso ouvir a ultra-esquerda e a direita rindo juntas da afirmação que encerra o parágrafo anterior. Todavia, só se não tiver alguém para esfregar na cara delas o índice de Gini, que, aliás, melhora tanto no Brasil que pistoleiros do Partido da Imprensa Golpista já até tentaram desqualificar a mais reconhecida fórmula de mensuração da desigualdade.

Nos próximos anos, os índices oficiais mostrarão a continuidade de uma distribuição de renda que a partir do governo Lula ganhou um impulso visível a olho nu, sem nem necessidade de recorrer a estatísticas. E esse é o xis da questão.

Distribuição de renda no país virtualmente mais desigual do mundo obviamente que mobiliza contra si os poderes que produziram essa situação. Alguém já se perguntou por que o Brasil é tão mais desigual que qualquer outro país em estágio similar de desenvolvimento?

A concentração de renda brasileira é digna de qualquer republiqueta bananeira. Aliás, os países que se ombreiam conosco em injustiça social são só os países mais miseráveis e sem importância política da África e da América Latina. Ou seja: nenhum país com tanta riqueza e tecnologia quanto o nosso tem desigualdade sequer parecida.

A equação que construiu esse fenômeno desde a Proclamação da República se sustenta no uso de meios de comunicação de massa para produzir realidades virtuais e para calar quem disser o que não interessa aos beneficiários da injustiça social, aqueles que a mídia diz que não existem, que são invenção dos que querem “luta de classes”.

Eis porque o PT se tornou “inviável” para a elite que concentra renda e que é dona das maiores fortunas e dos mais importantes grupos de mídia.

Distribuição de renda? Ora, para dar a alguém há que tirar de alguém, por isso se diz distribuição, ou redistribuição. Desenhando: a quantidade de dinheiro que existe no país é uma só. Não dá para criar riqueza e dar só para quem tem pouco, tem que tirar de quem tem muito ou de quem tem mais ou menos e dar a quem não tem. É assim que funciona.

O mais engraçado de tudo isso é que os que têm muito sempre acabam empurrando uma conta desse tipo para quem tem mais ou menos, ou seja, para a classe média, que, no entanto, adota o discurso daquele que lhe empurra a conta. E achando-se muito inteligente por isso…

Enfim, digressões à parte, é assim que a banda toca. Se não houver uma reação já, o script é esse.

O tom arrogante dos mercenários da grande mídia se deve à certeza de que está tudo dominado: seus patrões, além de dinheiro, têm como chantagear qualquer poder da República com campanhas de difamação como as que se abateram sobre Tóffoli, Lewandowski, Lula etc.

É nesse contexto que se olha para a única pessoa que tem hoje poder para enfrentar tudo isso: Dilma Vana Rousseff. Porque mídia e oposição demo-tucana detêm o poder máximo do Judiciário graças a Lula e ela terem nomeado procuradores-gerais e ministros do Supremo de olhos fechados, acolhendo indicações da Justiça e do Ministério Público.

Lula chegou ao poder crente em que teria que agir de forma “republicana” na indicação daqueles que são os únicos que podem inclusive processar presidentes, condená-los e até destituí-los do cargo. Deu nisso aí.

O homem que agora está nas mãos de um procurador-geral da República que já se mostrou seu adversário político nomeou sempre aquele novo procurador-geral que o Ministério Público Federal indicava enquanto que os presidentes e governadores tucanos nomeavam e nomeiam procuradores-gerais afinados consigo politicamente.

Inocência? Sim, com absolta certeza. Lula foi inocente. Mas Dilma está sendo ainda mais. Começou seu governo achando que poderia se entender com a mídia sem entender que ela não passa de braço político de um setor da sociedade, o setor mais rico. Ponto.

Dilma também despertou? Alguns dirão que suas respostas aos insultos de Fernando Henrique Cardoso e de Joaquim Barbosa e a nomeação rápida do novo ministro do STF constituem sinais de que já entendeu o que está acontecendo. A preocupação, porém, é a seguinte: quem caiu naquele conto talvez ainda não tenha percebido que é o alvo final disso tudo.

*Eduardo Guimarães é blogueiro e moderador do Blog da Cidadania.

Fonte: Blog da Cidadania

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Casa Sesc abre as portas para a exposição ‘Raízes de Paraty’



Gabriel Borges
História e arte: Paraty está sediando mais uma edição do Paraty EcoFashion
História e arte: Paraty está sediando mais uma edição do Paraty EcoFashion

Um dos pontos altos da segunda edição do Paraty EcoFashion, evento que começou ontem, dia 14, e termina amanhã, dia 16, e une moda e sustentabilidade, é a mostra "Raízes de Paraty", que pode ser vista na Casa Sesc, localizada em um endereço privilegiado na cidade histórica - de frente para o mar e para a Igreja de Santa Rita, um dos cartões de visita de Paraty.

Integrada à paisagem e aos princípios básicos do evento nos quesitos tradição, cultura e sustentabilidade, a exposição "Raízes de Paraty" promete emocionar e sensibilizar os visitantes. Com curadoria e montagem a cargo de dois moradores ilustres da cidade, os artistas plásticos Lúcio Cruz e Patrícia Gibrail, a exposição mostra, entre outras preciosidades da cultura local, os resultados do trabalho artístico e artesanal desenvolvido ao longo do ano pelas equipes de capacitação do Paraty EcoFashion.

Nas palavras de Bernadete Passos, idealizadora do evento e diretora do Instituto Colibri, "a exposição apresenta os frutos das capacitações que envolveram as comunidades tradicionais de Paraty por meio de oficinas e vivências. "Raízes de Paraty" concretiza os objetivos de inclusão, com foco na valorização dos saberes e fazeres da cultura popular.

Nesse sentido, a mostra traduz os objetivos do próprio evento Paraty EcoFashion. E inaugura a importante parceria com a Casa Sesc", celebra Bernadete.
Para Marcos Henrique Rego, gerente da Casa Sesc em Paraty, sediar a mostra é mesmo motivo de celebração.

- Primeira e feliz parceria desde sua recente instalação na cidade, a Casa Sesc se orgulha de estar em sintonia com o projeto do Instituto Colibri ao abrir suas portas para essa exposição, especialmente pela coincidência de intenções. A relação com as comunidades tradicionais e o conceito do projeto ganharam o interesse do Sesc na realização dessa parceria. E a proposta antecipou nosso desejo com relação ao trabalho com as comunidades locais - diz.
O trabalho
Nascida com a missão de valorizar identidades e tradições, porém de forma aberta ao olhar contemporâneo e à troca de saberes com profissionais especialistas, "Raízes de Paraty" mostra os ricos bordados das mulheres da Praia do Sono, os trabalhos em sisal dos moradores da Trindade, os bichos em madeira talhados pelos índios Guarani, as colchas e toalhas em fuxico, as bonecas de pano e muitas outras maravilhas de uma produção representativa das origens de Paraty, trabalhadas por moradores locais, entre caiçaras, quilombolas e indígenas, sem perder de vista os valores relativos à autenticidade, beleza e qualidade de acabamento, capazes de oferecer a seus autores possibilidades reais de inserção no mercado e geração de renda.

Após o encerramento do Paraty EcoFashion amanhã, dia 16, a mostra "Raízes de Paraty" permanecerá aberta à visitação até o dia 23. Neste período, as escolas de toda a região de Paraty poderão agendar visitas monitoradas a cargo da artista plástica Marta Viana, pelo telefone (24) 3371-4105.


Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/3,63018,Casa-Sesc-abre-as-portas-para-a-exposicao-%E2%80%98Raizes-de-Paraty%E2%80%99.html#ixzz26xePahsR

Integração Cultural



Aprovação da PEC deve acelerar a adesão de entes federados ao Sistema Nacional de Cultura
A meta inicial da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (SAI/MinC) de adesão dos municípios brasileiros ao Sistema Nacional de Cultura foi superada. O objetivo era chegar ao final de 2012 com 20,0% dos municípios e 75,0% dos estados integrados ao SNC. Conforme o balanço realizado pela secretaria no mês de setembro, cerca de 1.257 municípios estão integrados ao SNC, o que corresponde a 22,6%. E, em relação aos estados, 23 (85,2%) já fazem parte do SNC.
De acordo com o secretário da SAI/MinC, João Roberto Peixe, a tendência é que o processo de adesão seja acelerado após a recente aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 34/2012, que cria o SNC.
“Temos que ressaltar que o processo de adesão dos estados e municípios é muito bom, mas a aprovação da PEC irá estimular e acelerar as adesões dos entes federados, impulsionando o número de adesões”, disse o secretário.
A região Centro-Oeste lidera o processo de integração de municípios com um percentual de 29,8% (139 dos 466), seguida pela região Norte com 27,2% (122 dos 449), em terceiro está a região Sul com 24,7% (294 dos 1188), em quarto a região Nordeste com 22% (395 dos 1794) e em quinto a região Sudeste com 18,4% (307 dos 1668).
Os estados do Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão, Rondônia e Tocantins já registram mais de um terço de suas cidades aderidas ao SNC. As regiões Centro-Oeste e Sul têm todos seus estados integrados ao Sistema Nacional de Cultura.
Além de representar um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas na área cultural, pactuadas entre a União, os estados e municípios e a sociedade civil, o SNC também é uma estrutura que integra, articula e organiza a gestão cultural, aproximando as três esferas de governo e a sociedade civil, no intuito de criar uma política de estado, ou seja, que não seja afetada nas trocas de governo.
Meta do PNC
Ao integrar o Sistema Nacional de Cultura, o ente federado se compromete a criar seus sistemas de cultura, compostos por Secretarias de Cultura; Conselho de Política Cultural; Conferência de Cultura; Comissão Intergestores; Plano de Cultura; Sistema de Financiamento à Cultura; Sistema de Informações e Indicadores Culturais; Programa de Formação de Gestores Culturais e Sistemas Setoriais de Cultura.
Uma das metas do Plano Nacional de Cultura é que até 2020, 60% dos municípios e 100% dos estados estejam inseridos ao SNC e tenham suas estruturas criadas e em pleno funcionamento. Atualmente quatro estados e 20 municípios possuem seus sistemas estaduais e municipais de cultura institucionalizados por lei.
Próximos Passos
Com a aprovação da PEC 34/2012, faltará apenas a aprovação da lei que regulamentará o Sistema Nacional de Cultura. “A proposta deste projeto de lei já se encontra na Casa Civil e acreditamos que em breve será enviada para apreciação do Congresso Nacional”, disse o secretário João Roberto Peixe.
(Texto: Marcos Agostinho, Ascom/MinC)

Cultura cabocla no Trem da Viração


Rosa Minine   

Trabalhando a cultura do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, o Trem da viração viaja nos trilhos da música regional por todo o país. Composto por caboclos autênticos, que carregam o jeito e costumes dos antigos da região, no sotaque, modo de falar, agir, nas piadas e causos que gostam de contar, o grupo já conseguiu gravar três discos, todos com canções autorais, que retratam a cultura e os sentimentos do povo local.

http://www.anovademocracia.com.br/images/72/10a.jpg
— Começamos de uma hora para outra, em 1998, na cidade de Monteiro Lobato, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Sem nos conhecermos direito, por brincadeira, resolvemos nos juntar e animar o ambiente. Na verdade, só conhecia o Márcio, porque tínhamos tocado juntos. E nasceu o Trem, de forma inusitada e já andando, que nem bezerro. Dali fomos focalizando e trabalhando as ideias da música regional — conta Déo Lopes, que é a voz no grupo.
— Além de mim, também estão no Trem o Cauíque Bonsucesso (sanfona), André Braga (contra-baixo), Marcelo Moreira (bateria), Márcio de Oliveira (violão) e Beto Quadros (violão, viola e bandola). A bandola, inclusive, é um instrumento raro, em processo de extinção, que faz parte da história musical daqui do Vale —acrescenta.
O nome do grupo veio da música Trem da viração, feita por Déo e Márcio.

Xote, Maracatu e Baião...


Luiza Nascimento   
Coco, baião, jongo, maracatu, bois, congada, forró, sambas de roda, choro, xote, ciranda, lundu, afoxé. Esses, dentre outros, são os ritmos que compõem o riquíssimo repertório de Luciane Menezes, cantora e cavaquinista que encontrou na música genuinamente brasileira uma fonte inesgotável de idéias.

No mês de novembro, esse fuzuê de estilos foi levado ao palco do Circo Voador, no Rio de Janeiro, onde pessoas das mais diferentes idades sacolejavam por horas ao som dos dois grupos liderados pela cantora: o Pau da Braúna, voltado para os ritmos e danças étnicas brasileiras, e o Dobrando a Esquina, há 15 anos divulgando o samba e o choro pela cidade.

— Todo mundo tem essa música dentro da alma. Quando nós cantamos e dançamos, aquilo que está adormecido desperta. As pessoas se identificam. E por essa razão, o show é um sucesso: a divulgação é feita basicamente no boca a boca — conta.

Além disso, Luciane faz questão de enfatizar os males provocados pela disseminação maciça e arbitrária da música ianque no país, que descaracteriza a cultura popular.

— Nós sofremos muito com a invasão da música norte-americana aqui no Brasil. Diferentemente das músicas africana, européia ou indígena, ela não chegou aqui para somar. Os maracatus, os cocos, os sambas, são resultado dessa soma. A música americana, entretanto, não se mistura para criar um gênero novo, ela invade e empurra a música brasileira para escanteio. Não existe rock do Brasil, e sim o rock americano.

A mais recente temporada do Jongo da Serrinha (grupo do qual ela também faz parte), em 2003 no Teatro Carlos Gomes, superou as expectativas, com mais de 20 mil espectadores durante o período de dois meses. E não há dúvidas de que os shows dos dois conjuntos seguirão essa mesma trilha de sucesso e reconhecimento. As segundas e terças-feiras de apresentações registraram um total de dois a cinco mil pagantes por dia, com ingressos a R$ 5,00.

— Essa é a hora e a vez da cultura popular. — afirma a cantora, após uma apresentação com a casa lotada. 

O COMEÇO 

O interesse de Luciane pela música surgiu quando ela, menina, ainda morava em São João de Meriti. O primeiro instrumento que aprendeu a tocar foi o violão, ensinado por um amigo. Mais tarde, começou a se embrenhar pelas cadências do samba e do choro, acabando por ingressar numa escola de música localizada na Praça 11, onde, de maneira coletiva — sob a supervisão atenta do Mestre Messias dos Santos — aprendeu a tocar cavaquinho. Por sorte, Mestre Messias era amigo do Mestre Darcy, figura emblemática do Jongo da Serrinha, que a levou para a comunidade em 1986.

Na Serrinha, favela que se ergue na paisagem de Madureira, ela pôde entrar em contato com todo um legado musical, de origem africana, que viria a desaguar no Grupo Cultural Jongo da Serrinha, que hoje transmite para as crianças do morro a cultura de seus antepassados.

A cavaquinista só veio a cantar profissionalmente no grupo Dobrando a Esquina. — Fiquei no Dobrando a Esquina um tempão. Tocava com compositores como Zé Kéti, Dona Ivone Lara, Walter Alfaiate — conta Luciane, e acrescenta, destacando o caráter precursor do grupo — O grupo foi o primeiro a tocar na Lapa quando se deu o movimento de revitalização cultural.

No repertório, músicas de Assis Valente, Wilson Batista, Mano Décio da Viola, João da Bahiana, Ivone Lara, Aldir Blanc, além da belíssima O samba bate outra vez, de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós, cantada, no show, por Christina Buarque.

— Quando começamos a tocar, fomos muito ajudados por ela. — explica Luciane, a respeito da participação da cantora, de voz grave e carregada de emoção, no espetáculo.

O Pau da Braúna é mais novo, nasceu há apenas quatro anos, a partir de um convite feito à Luciane. Ela mesma esclarece:

— Me chamaram para fazer um trabalho cantando coco. Daí eu disse: “eu não quero cantar só coco. Será que dá pra cantar coco, samba, jongo, maracatu etc.?”

Na verdade, a cantora queria formar um grupo que agregasse toda essa variedade de ritmos brasileiros. Dessa forma, ela contactou os instrumentistas.

— Quando eu chamei os músicos, eu já sabia que eles tinham uma identificação muito forte com isso. — E batizou o grupo de Pau da Braúna por ser “aquela madeira de cerca de fazenda, é uma madeira muito resistente. A idéia era fazer um grupo que durasse. Também é uma música do Xangô da Mangueira — esclarece.

Além de Luciane o grupo conta com os músicos Marcos André (voz e percussão), Marcelo Bernardes (sopros), Kiko Horta (sanfona), Bruno Abreu (zabumba e pandeiro), Tiago Lima (triângulo e zabumba), Lizia Leal (voz) e Josemen Honame (violão). O espetáculo é contagiante, com canções ensinadas por mestres da cultura popular como Lia de Itamaracá, Mestre Darcy do Jongo, Célia do Coco, congadeiros dos Arturos, Xangô da Mangueira, Família Calixto (Coco de Arcoverde), Mestre Caboclinho, dentre outros. Para Luciane, um repertório representativo da verdadeira MPB.

— Porque é uma música associada à dança, ao entretenimento, de um tempo onde não havia separação entre a dança e a música, e isso é muito bom, pois o corpo também canta. — coloca. Luciane tem movimentado como poucos o cenário cultural da cidade. Dirige, junto com o sócio Marcos André, a Associação Brasil Mestiço, instituição que, no dia 17 de dezembro, irá promover, no Circo Voador, o lançamento do CD-livro do Quilombo de São José, uma comunidade Jongueira de Valença. No dia 18 de dezembro, ocorrerá o Encontro de Jongueiros, uma reunião, na Lapa, de 500 negros vindos do interior do estado. Evento imperdível, que promete mapear, em um só lugar, o que restou — e ainda sobrevive — dessa bela tradição. Além disso, a Associação vai produzir a gravação do primeiro CD-livro de Xangô da Mangueira, 81 anos de idade e há 57 carnavais dirigindo a harmonia da Estação Primeira de Mangueira. Em 2005, Luciane se prepara para embarcar para Europa, já que o Pau da Braúna, assim como outros conjuntos nacionais, foi pré-selecionado para representar o país numa série de eventos que ocorrerão na França.

É, se “quem sabe faz a hora”, realmente é a hora e a vez da cultura popular. Que assim seja.

O baque solto do Piaba


Rosa Minine   

Criado em Olinda, há 32 anos pelo mestre Salustiano, um ex-cortador de cana da Zona da Mata pernambucana, o Maracatu de Baque Solto Piaba de Ouro é um dos mais tradicionais grupos de cultura de terreiro. Com 220 componentes fixos, e portas abertas para mais gente, é uma 'bandeira' fincada pelo mestre 'Salu' para dar prosseguimento às brincadeiras do interior, que hoje, após o seu falecimento, são bem defendidas por seu filho Manuelzinho, herdeiro do amor por esse folguedo popular.


O Maracatu de Baque Solto Piaba de Ouro de apresenta pelas ruas de Olinda, Pernambuco
— Meu pai   criou o 'Piaba' pela necessidade de matar a saudade da Zona da Mata. Ele era um típico homem do interior que teve que vir para a capital, mas não esqueceu suas raízes: o maracatu de baque solto, oriundo daquela região. Então ele se juntou com dois companheiros, Augustinho Pires e Manuel Mauro, dando início a nossa história de cultura popular 'limpa', sem contaminações, que mantém a forma primitiva — explica Manuelzinho, presidente do Piaba de Ouro.
O maracatu de baque solto, também chamado maracatu rural, começou a aparecer na segunda metade do século IX, como uma espécie de mistura de elementos folgueados populares, oriundos de locais próximos a engenhos de açúcar.
Seus personagens são: 'caboclo de lança', que é considerado um dos símbolos da cultura de Pernambuco, 'Arreia-mar' ou 'caboclo de pena', que é o índio, 'catirina', 'catita', 'mateus', 'reis', rainhas', 'vassalos', 'baianas', entre outros. Acompanhado por uma orquestra de percussão e sopro, incluindo: tarol, cuíca, gonguê, ganzá e trombone, apresenta-se pelas ruas de Olinda e toda parte, até no exterior.
— Onde tiver um festival que faça menção a verdadeira cultura de terreiro, podemos estar presentes. E convite não tem nos faltado: no Brasil já rodamos praticamente todos os estados. Também participamos de um festival de música em Nova Iorque, de uma 'festa do fogo' em Cuba, de uma festa de cultura na Venezuela, e de um festival de teatro na França— conta.
— Normalmente quando a apresentação é em um lugar distante o Piaba não pode ir completo, por questões financeiras. Então vamos conforme couber no ônibus, por exemplo, já conseguimos sair daqui com quatro ônibus, e em outra ocasião, somente com um ônibus menor. Quando é viagem para exterior então são bem menos componentes, mas, o importante é mostrar a cultura de terreiro para todos — diz convicto.    
Contudo, Manuelzinho diz que o melhor momento do Piaba de Ouro é quando está 'em casa'.
— A coisa mais maravilhosa é juntar todo o grupo e ir para a Cidade Alta, na ladeira de Olinda, e passar pelo Recife antigo, seguindo para o interior. Em todos esses lugares o povo vibra muito, porque é a sua cultura. E isso acontece o ano todo, porque sempre tem os festejos populares nos arredores — declara.
— Recentemente, por exemplo, participamos do carnaval de Olinda, quando veio gente de outras regiões e estrangeiros para brincar o maracatu conosco. Todos são bem recebidos, somente têm que chegar antes para conhecer direito o que vem a ser o maracatu de baque solto — acrescenta.
- Fazemos questão de que a pessoa perceba que está adentrando em um ambiente e, portanto, terá que respeitar as regras, isso para que o maracatu seja preservado. E não cobramos a fantasia, porque o nosso papel é divulgar a cultura de terreiro e fazer com que as pessoas entendam que isso aqui é do povo, assim como o maracatu de baque virado, o frevo, o côco e muito mais — continua.
O maracatu de baque solto ou maracatu rural, difere do maracatu de baque virado ou maracatu nação, criado na cidade de Recife, em organização, personagens e ritmo. Ambos bem tradicionais em Pernambuco.
O Piaba oferece oficinas de 'folgazão', nome dado ao brincante de maracatu.
— Por estarmos na cidade, temos uma certa dificuldade para conseguir pessoas para brincar nossos personagens, já que são coisas bem do interior. Então procuramos trabalhar os jovens, através de oficinas, ensinando-os a ser um 'caboclo de lança', 'arreia-mar', e tudo mais. Também oferecemos oficinas diversas de qualificação, geralmente ligadas ao artesanato — fala Manuelzinho.
— O nosso figurino, por exemplo, é todo confeccionado pelos próprios componentes. Através do aprendizado eles vão criando, desenhando, cortando e bordando com lantejoulas e miçangas no veludo, os trajes dos personagens. Isso tudo acontece aqui na nossa sede, na comunidade de Cidade Tabajara, em Olinda — acrescenta satisfeito.
Um dos personagens principais do maracatu de baque solto, o 'caboclo de lança' tem em destaque a gola e o surrão. A gola é feita em tecido de cores vivas e brilhante, bordada minuciosamente com vidrilhos e lantejoulas, representando seu maior orgulho e vaidade. O surrão é uma espécie de bolsa de couro de carneiro, cobrindo uma estrutura de madeira onde são presos chocalhos, provocando um som forte e primitivo na sua evolução.
— Quem brinca maracatu de baque solto geralmente são pedreiros, serventes, enfim, pessoas simples que têm suas profissões e a questão da cultura é uma opção. Às vezes vendemos alguns artesanatos. Sou artesão de gola e trabalho com adereços carnavalescos, mas nada que dê para sobreviver disso, é só por amor mesmo — diz, a crescentando que o 'Piaba' já gravou dois DVDs e ganhou três prêmios de cultura.
— Não fazemos discriminações, costumo dizer que o Piaba de Ouro é igual coração de mãe. No momento temos componentes de 3 até 80 anos de idade, incluindo pessoas que brincam o maracatu há 50 anos, e vão passando os seus conhecimentos aos mais jovens — comenta Manuelzinho com alegria.
Para participar do Maracatu de Baque Solto Piaba de Ouro, deve-se enviar e-mail para: piabadeouro@gmail.com

De brincante a carreira solo

Rosa Minine   
http://www.anovademocracia.com.br/96/11a.jpg
Os folguedos populares do Recife, sua cidade, incentivaram a cantora e compositora Isaar França a começar sua carreira musical quando atuava como brincante ao lado de outras pessoas importantes dentro do universo da cultura nordestina. Compondo, brincando no Maracatu Piaba de Ouro, participando da banda Comadre Fulozinha e fazendo parcerias, Isaar foi adquirindo coragem para lançar carreira e produzir discos, somando na música popular brasileira.
— Sempre gostei muito de música, desde criança. Minha família ouvia demais e cada pessoa apreciava um gênero diferente. Assim tive uma formação musical bem diversificada, que me proporcionou gostar de muitos ritmos brasileiros da mesma forma. Mas isso como ouvinte, que me serviu de base, porém, o que me puxou para cantar mesmo, foi o movimento musical que aconteceu por aqui — conta Isaar França.
— Foi quando Recife deu uma acordada e começaram a aparecer grupos tradicionais de música. Muitos deles viviam escondidos nos subúrbios e começaram a crescer e aparecer mesmo para as pessoas. Normalmente só se via isso durante o carnaval, de um jeito meio distante, e de repente começou a se ver mais de perto, e as pessoas puderam se envolver, participar das brincadeiras — continua.
Isaar se envolveu com os folguedos tradicionais de Recife atuando como brincante no meio do povo.
— Comecei brincando com os amigos o boizinho de carnaval. E quem participava desse boizinho, além de mim, era o Siba Veloso e a Karina Buhr, e muitas outras pessoas que estão aí na música também. Depois entrei no Maracatu Piaba de Ouro, que é o Maracatu do mestre Salustiano, que inclusive é pai do Maciel Salu, meu parceiro hoje e um grande amigo — relata.
— Isso tudo acabou me levando a conhecer pessoas e a formar minha primeira banda, que foi a Comadre Fulozinha. A partir daí comecei a fazer música e a banda seguiu um caminho bastante bacanaVieram muitas parcerias. Entre elas, Antônio Carlos Nóbrega e Dj Dolores, e participações em discos de muitas gente, como Gonzaga Leal e Geraldo Maia — continua Isaar.
— Até que tomei coragem para dizer: 'Vou fazer meu disco solo, estou preparada'. Fiquei, juntamente com a banda, fazendo shows por aqui durante um ano, depois gravamos o disco e foi muito bomComecei a compor antes de lançar minha carreira, e o fato de compor ajudou a me dar essa coragem de gravar um disco —comenta.
O primeiro disco de Isaar, Azul Claro, de 2006, teve uma faixa incluída em uma coletânea da rádio BBC de Londres, como 'As melhores músicas'.
— Isso foi bem legal para começar a carreira direito. Um grande incentivo. Esse primeiro disco foi uma experiência maravilhosa, repeti a dose com a mesma banda, gravando Copo de Espuma, em 2009, com o recurso do prêmio do Projeto Pixinguinha. As influências que os meninos da banda têm também ajudaram muito na formação da minha música — diz Isaar.

CARREGANDO AS INFLUÊNCIAS

A música urbana do Recife, segundo Isaar, é muito mista por conta da circulação de pessoas oriundas do interior, do meio rural, coisa comum nas grandes cidades.
— Circula gente da Zona da Mata, do sertão, do agreste e outras partes. Vemos que a maioria das pessoas que têm mais de 50 anos de idade já morou no interior ou veio do lá, e isso acaba influenciando a cultura, a música da capital — expõe.
— Minha música não é limitada, ela tem uma coisa de ampliar muito as influências. É claro que isso dificulta um pouco ao tentar se definir um estilo para que se encaixe, porque fica meio regional, mas não é exatamente regional. Posso dizer que tem uma carga forte da música recifense, principalmente a urbana. As letras também carregam isso — define.
— Me utilizo muito das influências dos ritmos daqui de Recife, porque são coisas que estão muito perto, que remetem a um passado e que ao mesmo tempo estão presentes. A ciranda, o frevo, o maracatu, tudo isso faz parte da música que faço. E esses ritmos vêm recheados também de outras influências. Aprecio bastante a poesia, assim, também já musiquei Fernando Pessoa e poetas daqui de Recife —fala.
No momento Isaar está se empenhando nos trabalhos de produção do seu novo disco.
— Agora em 2012 estou na guerra aqui em Recife para fazer o terceiro disco, que deve estar pronto no final do ano. No repertório, a maioria das músicas é minha, mas também têm trabalhos de outras pessoas. Gosto muito de cantar as minhas músicas e interpretar qualquer uma que me toque — diz.
— Sempre me preocupei com o disco e com o show ao mesmo tempo, mas desta vez estou pensando no disco de forma bem livre do show. Só depois dele pronto é que irei trabalhar o show, para que fique o melhor possível — continua.
— Fiz muitas apresentações dos discos anteriores aqui em Recife, e também Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Com o Copo de Espuma, como fez parte do Projeto Pixinguinha, tivemos a oportunidade de viajar pelo interior do estado, passando por várias cidades. Agora, com esse terceiro trabalho, estamos querendo chegar em Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e na região sul do país — finaliza Isaar.
Para contatar Isaar França: isaardefranca@yahoo.com.br

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Exposição traz gravuras inéditas de Lasar Segall no Rio


A Pinakotheke Cultural apresenta a exposição Lasar Segall – Obras sobre papel: pinturas, desenhos e gravuras, em Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ). São 71 trabalhos do grande artista, feitos sobre papel, e a grande maioria pertence à coleção da família, que nunca havia sido exposta ao público. Confira gratuitamente até dia 20 de outubro.



Gravura integra exposição de Lasar Segall / foto: divulgação

A exposição abrange obras produzidas entre 1910 e 1956, na maior diversidade de técnicas e processos. As obras estão divididas em 17 pinturas, 23 desenhos e 31 gravuras, entre retratos e autorretratos, flores e naturezas-mortas, figuras e grupos de figuras, judaísmo, brasileiros e europeus, negros e brancos, guerra, paisagens, animais, e séries importantes como Emigrantes (1926-1930) e Mangue (1926-1929).

O lituano Lasar Segall (1891-1957), era radicado no Brasil desde 1923 e tornou-se um dos nomes mais importantes do modernismo no país, juntando-se a colegas como Tarsila do Amaral (1886-1973), Victor Brecheret (1894-1955), Anita Malfatti (1889-1964) e Ismael Nery (1900-1934).  Segall ganhou notoriedade como pintor, mas, ao longo da carreira, dedicou-se a técnicas variadas, presentes na exposição.

Serviço:
Exposição Lasar Segall - Obras sobre papel: pinturas, desenhos e gravuras
Pinakotheke Cultural: Rua São Clemente, 300, Botafogo, Rio de Janeiro (RJ)
Quando: Até 20 de outubro, de segunda a sexta, 10h às 18h; sábado, 10h às 16h
Gratuita

Com agências