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No nosso blog: Brasileiros, Norte Americanos, Portugueses, Canadenses, Russos, Ingleses, Italianos, Eslovenos, enfim, todos que gostam da cultura Brasileira e que tem nos acompanhado.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A vocação crítica de Antonio Candido

“Sempre tive mais intuição do que método”, diz Antonio Candido nesta entrevista concedida à Revista Cultapós dois encontros em que o autor de Formação da Literatura Brasileira fez questão de discutir as perguntas às quais responderia por escrito.


Normalmente avesso a entrevistas, Antonio Candido pediu que as perguntas girassem em torno de Textos de Intervenção e Bibliografia de Antonio Candido, deslocando o eixo de seu depoimento para o trabalho de Vinicius Dantas, organizador destes dois volumes publicados pela Editora 34.

Mas a modéstia com que Antonio Candido encara sua obra e a reticência em relação à exposição pública não têm importância apenas para compor o retrato jornalístico de uma das personalidades mais marcantes de nossa vida intelectual. Na verdade, essa atitude de subordinação da crítica (“um gênero auxiliar, sem a importância dos gêneros criativos”) a seu objeto de estudo é um dos traços de um ensaísta que sempre cultivou a “paixão do concreto” – expressão que ele utiliza para descrever um tipo de leitura na qual as categorias analíticas brotam da obra e de seu contexto, e não o contrário. Ou seja, embora tenha participado direta ou indiretamente na formação de uma geração de críticos que inclui nomes como os de Roberto Schwarz, João Alexandre Barbosa e Davi Arrigucci Jr., Antonio Candido não partilha o ponto de vista de quem considera a crítica literária um gênero autônomo. O que, obviamente, não nos impede de ler como alta literatura os ensaios incluídos em Brigada Ligeira, Tese e Antítese e Ficção e Confissão.


Foto: Revista Cult

Revista Cult: Sua obra marca a transição, no Brasil, de uma crítica de caráter “impressionista” para uma geração de críticos universitários com fortes preocupações metodológicas. Ao mesmo tempo, o senhor assinou rodapés literários dentro da tradição de Álvaro Lins e Sérgio Milliet e, ao iniciar sua colaboração com o Diário de São Paulo, prestou uma homenagem a Plínio Barreto. Como o senhor avalia esses críticos de uma geração precedente à sua, como Álvaro Lins, Otto Maria Carpeaux e Alceu Amoroso Lima?Antonio Candido: Quando a minha geração se formou, nos anos de 1930 e 1940, a crítica brasileira se fazia sobretudo no jornal e estava em boa fase. Havia os encarregados de seção com rubrica fixa, chamados “titulares”, e os que, mesmo fornecendo regularmente um artigo por semana, não o faziam no lugar chamado “rodapé” nem tinham rubrica. Entre os primeiros, Alceu Amoroso Lima, Plínio Barreto, Olívio Montenegro, Álvaro Lins. Creio que Sérgio Milliet se enquadrava no segundo tipo, como Mário de Andrade, Barreto Filho, Sérgio Buarque de Holanda. Sem falar num curioso franco-atirador, Agripino Grieco, o mais lido de todos. Superficial e brilhante, teve muita influência sobre os jovens, sobretudo pela irreverência com que demolia o academismo. Costumo dizer que os rapazes que o liam ficavam vacinados contra o eventual desejo de pertencer a uma academia de letras… Agripino e Gastão Cruls fundaram e dirigiram de 1931 a 1938 o Boletim de Ariel, publicação mensal dedicada apenas à crítica: resenhas, notas, artigos curtos, informações.

Qual a sua opinião sobre as críticas de Afrânio Coutinho – defensor de uma formação teórica de matiz acadêmico – aos rodapés literários?
Creio que ele não foi propriamente crítico, mas, como dizia, um critic’s critic, uma espécie de doutrinador por meio do jornal, interessado em divulgar certas tendências modernas da crítica, sobretudo a americana. A partir de dado momento insistiu na importância da crítica universitária, que estava se esboçando no Brasil, mas é curioso que uma das correntes que mais preconizou, o New Criticism, era formada por autores que valorizavam sobretudo a leitura de textos em profundidade e tentavam se afastar o mais possível da crítica universitária tradicional, baseada na erudição e na história. Mas o critério de Afrânio Coutinho era aberto, tanto assim que considerava obra máxima da nova crítica Mimesis, de Auerbach, cuja orientação é filológica e atenta ao contexto histórico. Essa abertura influiu favoravelmente a obra fundamental por ele organizada, A Literatura do Brasil, cujos colaboradores foram deixados livres para seguir os respectivos pontos de vista, que frequentemente não coincidiam com os do organizador. O seu ataque ao jornalismo crítico tem um lado paradoxal, pois ele próprio se realizou sobretudo na imprensa periódica.

Quais eram as suas preferências metodológicas e teóricas na época em que assinava os textos publicados na revista Clima, na Folha da Manhã e no Diário de São Paulo?
Para ser franco, sempre tive mais intuição do que método. No tempo a que alude, eu me interessava pelo vínculo da produção literária com a vida social, procurando determinar a sua função. Em parte, porque sou formado em ciências sociais; em parte, porque estava começando a militar em grupos de esquerda e tencionava politizar o meu trabalho crítico. A reflexão sobre as limitações de Sílvio Romero, que fiz numa tese de 1945, mais a influência da crítica americana e inglesa daquele tempo me levaram a retificar posições iniciais e tentar uma abordagem mais atenta à realidade própria dos textos. Sem falar que quando temos que escrever um artigo por semana sobre obras de vários tipos, elas acabam impondo a sua realidade e nós vamos deixando alguns pressupostos de lado para nos ajustarmos à natureza de cada uma. O crítico muito estrito em matéria de teoria e método acaba tendendo a tratar apenas as obras que se enquadram nos seus pressupostos.

Quais eram os seus critérios de orientação na Universidade? Como atuava em relação aos seus orientandos?
É preciso esclarecer que até os quarenta anos fui na Universidade assistente de sociologia. Quando me tornei professor de literatura em 1958, na Faculdade de Assis, e a partir de 1961 em São Paulo, nos cursos procurei sobretudo contrapor o trabalho com os textos à tendência histórica e biográfica tradicional, ou ao exagero de teoria que estava começando. Além disso, iniciei o estudo dos autores modernistas e seus sucessores, que até então não eram tema de ensino superior. Neste sentido, usei em aulas e seminários textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, João Cabral, além de sugerir Mário de Andrade e Oswald de Andrade como assuntos de dissertações e teses. Com relação aos orientandos, a minha tendência era dar toda assistência aos que a solicitavam e precisavam dela, deixando liberdade completa aos que não queriam e nem precisavam. Este último caso ocorreu sobretudo nos doutorados pelo regime antigo, bastante informal, onde a elaboração da tese era praticamente tudo e não havia a obrigação de seguir cursos. Nesse regime tive candidatos já maduros intelectualmente, inclusive alguns de renome, aos quais, é claro, deixava liberdade total.

O senhor acredita que a crítica literária seja um gênero autônomo, comparável aos demais gêneros literários?
Sempre considerei a crítica um gênero auxiliar, sem a importância dos gêneros criativos. Tive vocação crítica precoce e por sugestão de minha mãe adquiri desde os quinze anos este hábito de comentar a leitura em cadernos. Por isso, aos vinte e três pude começar a escrever na revista Clima sem nenhuma experiência anterior. Desde cedo gostei de ler os críticos brasileiros e franceses, nos jornais, nas revistas, nos livros de meus pais. Digo isso para sublinhar a minha identificação profunda com a atividade que sempre exerci a partir dos vinte e três anos, mesmo quando profissionalmente fazia outra coisa na Universidade. Considero-me, portanto, um crítico nato, mas isso não me impede de considerar a crítica um gênero lateral e dependente.

Existe diferença – em termos de permanência – entre o ensaio de crítica literária e o ensaio de interpretação cultural (como praticado por Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda ou Caio Prado)?

Parece que os ensaios que o senhor chama “de interpretação cultural” duram mais porque têm mais alcance aos olhos do público, na medida em que se referem ao país, à sociedade, à formação histórica, geralmente de interesse mais geral do que a literatura. Seja como for, nunca houve no Brasil um livro de crítica ou de história literária da categoria dos que foram escritos pelos autores que citou.

Textos de Intervenção traz críticas sobre poesia que o senhor não incluiu em seus livros anteriores – em que predominam análises de obras em prosa. Por que havia essa predominância da prosa em sua obra pregressa?
Não se esqueça de que sempre escrevi muito sobre poesia e que tenho um livrinho didático, Na Sala de Aula, no qual só há análises de poemas.

A crítica “militante”, feita no dia a dia dos jornais, no momento da publicação de obras e autores ainda desconhecidos, é talvez a forma mais arriscada de crítica, pois equivale a uma aposta na continuidade de um trabalho ainda em gestação. Quais são os autores que confirmaram sua avaliação inicial? E, inversamente, houve casos de autores em que o senhor enxergava uma promessa que não se confirmou?
O senhor tem razão quanto ao risco. Não é fácil escrever todas as semanas sobre livros do dia, feitos muitas vezes por autores desconhecidos, a respeito dos quais não se tem a menor referência. Por isso digo que um crítico como Álvaro Lins, que acertava sempre e produzia artigos bem escritos, de grande densidade e destemor, enfrentava dificuldades maiores do que, por exemplo, Augusto Meyer, que escrevia não sobre o livro da semana, de autor frequentemente desconhecido, mas sobre Camões, Cervantes, Machado de Assis, Dostoiévski, Pirandello, Rimbaud. Sempre de maneira impecável, é certo, mas sem correr o risco de avaliar o que ainda não fora consagrado. O jornalismo crítico é uma grande escola e, de certo modo, um teste importante, requerendo intuição certeira, rapidez de apreensão, capacidade de decidir e clareza de escrita. O jornalismo crítico de tipo francês foi a nossa grande escola, a de José Veríssimo, Alceu Amoroso Lima, Sérgio Milliet, Plínio Barreto, Álvaro Lins etc. Não pretendo me equiparar a eles, mas reconheço em mim um pouco dos requisitos mencionados, que me permitiram, por exemplo, reconhecer imediatamente o valor de três estreantes desconhecidos: João Cabral, Clarice Lispector, Guimarães Rosa. Cometi erros paralelos, dando importância a autores que não a tinham, supervalorizando livros fracos de autores famosos; mas não me lembro de nenhum erro calamitoso, isto é, considerar de primeira plana quem não era ou desqualificar alguém de alto nível. Mas talvez a memória esteja manobrando a meu favor…

O senhor acredita que o impacto das obras literárias altera os princípios metodológicos da crítica? Obras como as de Guimarães Rosa e Clarice Lispector estimularam a criação de novos conceitos da teoria literária?

Creio que sim, embora não necessariamente. Eu próprio tive a oportunidade de estudar como o poema cavaleiresco do Renascimento italiano suscitou o primeiro esboço de teoria do romance em Giraldi Cinthio. A ficção de Stendhal e a de Balzac influíram na formação dos pontos de vista críticos de Taine, orientados pelo determinismo. A obra de Henry James foi decisiva para certo tipo de teoria do romance, que privilegiava a perfeição formal, encarnada no que alguns denominaram “o romance bem feito” (the well made novel). Haja vista o livro de Percy Lubbock, The Craft of Fiction, que tanta influência teve. As obras brasileiras que o senhor citou levaram muitos críticos a focalizar problemas de criação linguística.

Dando continuidade à pergunta anterior: sua obra foi modificada, em termos conceituais, pelos caminhos tomados pela literatura brasileira desde o Modernismo?
É difícil dizer, porque o modernismo dos anos de 1920 teve influência muito ampla e profunda na literatura e mesmo na cultura brasileira, sobretudo como abertura para a liberdade de escrever e de pensar. Mas creio que influiu pouco no teor do meu trabalho crítico, em minha maneira de conceber a análise das obras, porque, em matéria de estudos literários, a análise (parece que hoje fora de moda) me interessa mais do que tudo. Ora, o espírito analítico depende de uma inclinação natural e do convívio com certos textos, além das oportunidades de receber influências diretas ou indiretas. Em tudo isso, no meu caso, o modernismo pesou pouco, apesar de ter admirado sempre muito os modernistas, com alguns dos quais convivi. O que formou a minha mentalidade, e portanto o meu espírito crítico, foram, em primeiro lugar, o ambiente de minha família, marcado por pai e mãe muito cultos e por uma ótima biblioteca. A seguir, a leitura voraz e caudalosa desde os oito ou nove anos, com predomínio dos autores franceses. Mais tarde, a Faculdade de Filosofia da USP, com seus professores estrangeiros, que nos marcaram profundamente, e com meus companheiros de geração, o chamado “grupo de Clima”. Com isso vejo que não respondi à sua pergunta, mas disse algo que explica minha formação.

O senhor acredita que a publicação de Textos de Intervenção altera o entendimento do conjunto de sua obra?
Antes de mais nada, acho que não tenho “uma obra”, mas escritos de vário tipo, que foram se articulando meio ao sabor das circunstâncias. No entanto, Vinicius Dantas fez neste livro um trabalho de análise esclarecedora, que foi para mim cheia de surpresas e talvez para outros modifique o que sabem e pensam a respeito do que escrevi. O crítico procura frequentemente descobrir a razão profunda dos textos, razão cuja natureza pode escapar a quem os produziu. Para mim foi uma experiência frequentemente reveladora ver como ele fez isso em relação ao meu trabalho, localizando e definindo os seus pressupostos. É certo que o fez com demasiada generosidade, mas também muita argúcia, revelando-se um crítico penetrante, servido por uma escrita de primeira ordem. E como selecionou textos de pouca circulação, ligados a definições críticas e ideológicas, é provável que venha a modificar a impressão de muita gente sobre a minha atividade intelectual. E quem sabe esta obra em dois volumes esteja criando um gênero novo, ao mostrar que é possível transformar a bibliografia numa coisa atraente, graças à combinação com a iconografia e os textos. Sou profundamente grato a Vinicius Dantas por ter imaginado e realizado esse trabalho ao longo de tantos anos.

Fonte: Revista Cult

Contee lança nota em defesa de mais investimentos na educação

Em resposta ao ataque à educação e a seus trabalhadores divulgados na semana passada na revista Veja, o consultor jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), José Geraldo de Santana Oliveira, publica Nota pública em defesa de mais investimentos na educação pública e na valorização dos trabalhadores, tanto do setor público quanto do privado. Acompanhe a nota abaixo:


Nota pública da Contee em defesa de mais investimentos e contra os detratores dos trabalhadores e da educação
 
Filhos do sécúlo das luzes!

Filhos da grande nação!

Quando ante Deus vos mostrardes,

Tereis um livro na mão:

O livro-este audaz guerreiro

Que conquista o mundo inteiro

Sem nunca ter Waterloo...

Eólo de pensamentos,

Que abrira a gruta dos ventos 

Donde a igualdade voou!...”
 
 

Os belíssimos versos da epígrafe são do imortal poeta Castro Alves, extraídos de seu poema “O Livro e a América”, e foram escritos para simbolizar a importância do conhecimento e, portanto, da educação.

Porém, lamentavelmente, passados mais de 140 anos da data em que essa lição foi ministrada à humanidade, ao menos no Brasil, a educação, como política pública, ainda não alcançou o pedestal cantado pelo poeta.

Em palavras, não há quem lhe negue esta condição. Mas, em atos, pouco se faz para tanto. Apesar de, em todas as épocas, achar-se inserida na agenda política nacional, com verniz de prioridade, está sempre às voltas com dificuldades de múltiplas ordens, que lhe impedem de, efetivamente, assumir esse patamar e, principalmente, de se constituir no pavimentado caminho para a construção de uma nova realidade social.
 
A Constituição da República (CR) erigiu a educação à condição de o primeiro dos direitos fundamentais sociais, que visam a garantir o Estado democrático de direito. Já no seu preâmbulo, que representa a síntese de suas finalidades e objetivos, estabelece, de maneira inarredável, que o Estado democrático de direito, por ela fundado, é “...destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social”.

Pois bem. Decorridos 25 anos da promulgação da CR – que serão completados em 5 de outubro –, pouco se fez para que se cumpram seus comandos, notadamente, no campo da educação, tão distante do padrão de qualidade social como a Ponta Seixa do Chuí, metaforicamente falando, dos extremos geográficos do Brasil.

Os fatos e os números, desafortunadamente, confirmam o desapreço do Estado pela construção desse padrão de qualidade social. Senão, veja-se:
Somente em 2001, ou seja, após, decorridos 13 anos da promulgação da CR, é que se aprovou o primeiro e, até aqui, o único Plano Nacional de Educação (PNE) como política de Estado, que, ao chegar ao seu final, aos 31 de dezembro de 2010, apresentou o triste saldo de minguado um terço de suas metas cumprido, exatamente por falta de investimento, não obstante os seus detratores dizerem o contrário. Isso porque o seu Art. 7º, que determinava a destinação do porcentual de 7% do Produto Interno Bruto (PIB), foi vetado – e o veto a ele oposto jamais foi apreciado pelo Congresso Nacional, em uma inequívoca demonstração de cumplicidade.
 

Com isso, a educação continuou, e assim se mantém, sendo financiada pelas receitas de impostos e sem sequer a observância dos percentuais mínimos estipulados pelo Art. 212 da CR, com resultados que não credenciam o Brasil como país socialmente desenvolvido.

A falta de compromisso com a educação chegou ao extremo de o Estado, nas três esferas, gastar com juros da dívida pública equivalentes ao que nela investe. Indiscutivelmente, uma conduta perversa e catastrófica. Para comprovar as consequências, basta que se analisem os indicadores educacionais, com reflexos negativos diretos nos sociais.

Recentemente, a Câmara dos Deputados Federais resolveu ouvir, parcialmente, a voz da sociedade, aprovando a destinação de 10% do PIB para educação – o que, desde o fim da década de 1990, é reclamado –, bem como 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social; o que, se confirmado, representará o acréscimo, na próxima década, de aproximadamente 1,1% do PIB, elevando, portanto, os investimentos educacionais a 7% do PIB. Não por mera coincidência, o mesmo percentual que era assegurado pelo PNE de 2001 – Lei 10.172/2001, que, como já se disse, foi vetado, tendo o veto caducado e sido, há pouco, arquivado pelo presidente do Congresso Nacional. Em outras palavras: somente em 2022 poder-se-á alcançar o investimento que era necessário em 2001, como se a população e as necessidades sociais ficassem no mesmo patamar por mais de 20 anos.

A inevitável comparação entre os dois destacados momentos históricos – o passado, 2001, e o futuro, 2022 – confirma o que, tristemente, já se sabe há muito: os poderes da República divorciaram-se da realidade social e dos anseios e necessidades da nação.

Como se não bastasse este quadro dantesco, o Senado, em mais uma cristalina demonstração de surdez e de cegueira voluntárias, mutilou as duas fundamentais decisões da Câmara dos Deputados.

Primeiro, por meio de sua Comissão de Assuntos Econômicos e Sociais, alterou o PNE no tocante ao financiamento da educação, para determinar que o percentual de 10% do PIB não seja reservado para a educação pública, mas que represente o máximo de investimento que ela possa obter. Um colossal retrocesso.

Ato contínuo, por maioria do plenário, alterou o projeto de lei que trata da destinação dos royalties do petróleo e do fundo social, reduzindo-a em mais de 50%, segundo cálculos da Consultoria da Câmara dos Deputados. Ou, dito com outras palavras: o possível acréscimo de 1,1%, do PIB, nos investimentos educacionais, foi reduzido para 0,4%. Um verdadeiro e monstruoso crime social.

A Câmara dos Deputados, por manobras espúrias, não conseguiu, até aqui, resgatar o projeto original por ela aprovado e adulterado pelo Senado, ficando a definição para agosto.

Como se fosse um sonho dantesco, com o nefasto propósito de levantar cortina de fumaça e impedir a aprovação da destinação de 10% do PIB e dos royalties do petróleo e do fundo social para a educação, levantam-se vozes fantasmagóricas contra ela, querendo levá-la ao banco dos réus, acusando-a de perdulária, pródiga, ineficiente e imprestável. Chegando ao extremo de afirmar que as suas dificuldades não decorrem da falta de investimentos e de apoio, mas, sim, de má gestão. Quanta desfaçatez.

Tais vozes achincalham os profissionais da educação escolar, sobretudo os professores, tarifando-os de medíocres e de incompetentes. E mais: afirmam, sem nenhum pejo, que só os jovens medianos e mais mal preparados optam pelo exercício da docência, e, por isso, a educação brasileira é sofrível.

Cabe registrar, desde logo, que os acusadores da educação são contumazes escudeiros das criminosas políticas que jogaram a Espanha e a Grécia ao fundo do poço social e produziram milhões de desempregos e de misérias absolutas, nelas e em outros países.

Paradoxalmente, para os caluniadores da educação, eles e os idealizadores destas catastróficas políticas são oriundos da parcela mais competente das sociedades que flagelam, com palavras e atos. Em uma palavra: são os cidadãos. Se isto tivesse qualquer fundo de verdade, quão pobre seria a cidadania.

Vale registrar, ainda, que aqueles que se consideram a quinta essência do pensamento brasileiro parecem esquecer-se de que é na escola, por eles vilipendiada, que se transmitem os saberes já construídos e que se constroem outros; e que os profissionais da educação escolar são os mediadores e facilitadores de um e de outro.

Propositada e desonestamente, confundem desvios de verbas, que se registram nas três esferas do Poder Executivo, com o baixo nível de qualidade social da educação; numa contorção absurda e inimaginável, do ponto de vista do Direito, da razoabilidade e do bom senso, transformam a vítima em algoz, pois que a inculpam pela corrupção, extraindo, dessa conclusão teratológica, a conclusão de que não lhe faltam verbas, que estariam sobejando e sendo desperdiçadas.

Não satisfeitos, promovem comparações entre realidades e grandezas integralmente distintas, fazendo-o com a mesma finalidade: a de concluir que não faltam verbas para a educação; sendo que alguns, despudoradamente, em flagrante violação aos princípios da ética, da moralidade e até da matemática, concluem que o patamar de investimentos neste direito fundamental social é equivalente ao de países mais desenvolvidos.

Dentre os países com os quais se compara o Brasil, destacam-se os EUA, a Finlândia, a Inglaterra e a Coreia do Sul, para se chegar a esta conclusão.

Aqui, pode-se aplicar a velha metáfora, segundo a qual os números não mentem, mas, os mentirosos fabricam números; senão, veja-se:

O PIB dos Estados Unidos é quase sete vezes superior ao do Brasil, $ 15 trilhões, contra 2,3; o PIB per capta, 4,5 vezes, $ 48.100 e $ 11.600, respectivamente; o investimento anual, por aluno é de 5 por 1, $15.000 versus menos de $3.000.

Quanto à Finlândia, a proporção do PIB per capta é de $ 38.300, para $ 11.600; o investimento por aluno é de $ 10.000. No pertinente ao Reino Unido, de $ 35.900, para $ 11.600; e $ 11.000. Já em relação à Coreia do Sul, de $ 31.700, para $ 11.600; e $ 8.000.

Como demonstram os números, as aleivosas comparações não resistem ao menor sopro de realidade e de sinceridade. Quem as alimenta tem plena consciência de que o faz por deliberado ato de desonestidade política, social e intelectual.

Somam-se a isto os seguintes dados: 1.367 municípios, dos 5.566, vivem exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), não possuindo qualquer outra fonte de arrecadação, conforme relatório da Confederação deles (CNM); consoante apuração do IBGE, em 2010, a arrecadação tributária representou esta distribuição: 48,2% para a União; 29,2% para os estados; e 22,6%, para os municípios.

As desigualdades econômicas e sociais são tão gigantescas como a extensão territorial do Brasil, como mostram os números do PIB, por estado, com percentuais de 2010, os mais recentes em termos de disponibilidade.

Os dados retrodescritos, ao contrário do que dizem os saudosistas do elitismo, gritam por mais investimentos na educação. E mais: para que esta, efetivamente, seja investida na condição de o primeiro dos direitos sociais fundamentais sociais, como determina o Art. 6º da CR.

Por isto, a Contee e as 84 entidades sindicais de primeiro e segundo graus a ela filiadas jamais desistirão de defender a educação, enfrentando as trincheiras e batalhas que se fizerem necessárias para tanto.

Neste momento, a prioridade é a aprovação do PNE, assegurando, nele, a destinação de 10% do PIB para a educação pública, com a definição das fontes de custeio, que passa, necessariamente, pela aprovação do PL 323, na sua versão que garante a destinação de 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social.

Esses investimentos, a toda evidência, proporcionarão, se forem bem geridos, as adequadas condições para a construção do padrão de qualidade social da educação, que tem como suporte: universalização da educação, inclusive para as crianças de até 3 anos, hoje absurdamente excluídas, apesar de o atendimento a elas constituir-se em garantia constitucional, inserta no Art. 7º, inciso XXV, e 208, inciso III, da CR; infraestrutura adequada, devidamente dotada de biblioteca e laboratórios; escola de tempo integral; e valorização dos profissionais da educação escolar.

Frise-se que a valorização destes profissionais igualmente caracteriza-se como princípio constitucional, insculpido no Art. 206, inciso V, da CR. Essa valorização somente poderá efetivar-se com quadro de carreira, que lhes assegure remuneração digna, que, em nenhuma hipótese, avaliza o atual piso legal, por ser ele aviltante; formação permanente; licença periódica remunerada, para aperfeiçoamento; dedicação exclusiva a uma só escola; destinação de um terço da carga horária semanal, para estudos, planejamento e avaliação, como preconizado pelo Art. 67, inciso V, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei N. 9.934/96.

É bem de ver-se que a educação brasileira é sistêmica, não obstante o ensino ser livre à iniciativa privada, consoante o disposto no Art. 209 da CR. Equivale a dizer: todas as regras e garantias abrangem, integralmente, sem exceção, as escolas públicas e as privadas.

Assim, é imperioso que a valorização dos profissionais da educação escolar, em destaque, não seja pensada e muito menos restrita aos da rede pública, devendo, obrigatoriamente, em igualdade de condições, ser extensiva aos das escolas privadas, sob pena de se quebrar o princípio de unidade da educação e de se transformar o ensino em mercadoria, o que é vedado pelo Preâmbulo e pelos artigos 1º, inciso IV, 6º, 170, caput, 193, 205, 206, 208, 209 e 214, todos da CR.

Sem essas garantias, não haverá padrão social de qualidade da educação, e, por conseguinte, conquista da cidadania plena: passo primeiro e certeiro para o bem estar e a justiça sociais, que são os objetivos da ordem social brasileira, por força do que determina o Art. 193 da CR.

A luta pela construção do padrão de qualidade social da educação é cidadã, ou seja, é de todos quantos almejam bem estar e justiça sociais e o desenvolvimento da nação. Por isso, a Contee e a entidades a ela filiadas conclamam-nos a também empunharem esta bandeira, somando-se na luta pela sua conquista, que tem como primeiro e certeiro passo a aprovação do PNE.

Afinal, como lecionava o saudoso e inesquecível Mestre Paulo Freire: “a educação sozinha não muda a sociedade, mas, tampouco, haverá mudança social sem a educação.”

José Geraldo de Santana Oliveira é consultor jurídico da Contee

Conferência de cultura é realizada em Barra Mansa




Joseane Ramos
Conferência discutiu desenvolvimento sustentável para levar à Conferência Estadual
Encontro: Conferência discutiu desenvolvimento sustentável para levar à Conferência Estadual
Barra Mansa
A Fundação de Cultura realizou no sábado a II Conferência Municipal de Cultura, no Palácio Barão de Guapy. O evento, que teve como tema "Uma Politica de Estado para a Cultura: desafios do Sistema Nacional de Cultura", foi a etapa preparatória para a III Conferência Nacional de Cultura.
Na sexta-feira, durante a abertura da conferência, o prefeito Jonas Marins (PCdoB) ressaltou que a cultura em sua gestão será diferente. Ele enfatizou que seu governo tem investido em atrações culturais para a população.
- A cultura tem que ser debatida e compartilhada com todos os movimentos e este é um momento de debate e construção, muito importante para a cidade.  Estamos investindo em atrações culturais para a população, que têm se concentrado no Corredor Cultural, aqui ao lado do Palácio de Guapy. Também estamos na eminência de inaugurar a Sala de Espetáculos, no Parque da Cidade - enfatizou.
A Cia Ballet de Barra Mansa abriu o evento, que também contou com apresentação do Grupo Abadá Capoeira, que cantou os hinos Nacional e de Barra Mansa ao som do berimbau.
No sábado, a representante da Secretaria de Estado de Cultura Cleise Campos, anunciou que a pasta vai promover curso semipresencial para formação e capacitação do setor. Ela explicou que o investimento destinado a área é proveniente do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro (PADEC).
- A presença da secretaria aqui é para apresentação de um investimento bastante esperado pelo setor. Temos trabalhado intensivamente na área, e na última conferência a grande proposta que surgiu foi a capacitação do setor. Iniciamos a negociação para que dispuséssemos desse recurso, e agora a secretaria está anunciando o processo de pré-inscrição do curso de formação e capacitação da área - explicou.
Cleise salientou que o curso é destinado a gestores, conselheiros e agentes de cultura. Ela afirmou que cada prefeitura terá disponíveis quatro vagas para o curso.
- A seleção dessas vagas pode ser interna na prefeitura. Para conselheiros serão duas vagas, caso a cidade tenha um Conselho Municipal de Cultura. Os gestores de ponto de cultura terão duas ou três vagas, depende do tamanho do município e a demanda. Os agentes culturais, que são artistas ou atuantes na área que não se enquadram em outro quadro, não terão número certo de vagas - salientou, acrescentando que "a ideia do anúncio na conferência é para garantir a efetivação das inscrições do público alvo da secretaria estadual".
Cleise Campos disse que o objetivo do curso "é a formação por excelência na área". Ela enfatizou que o programa de ensino também busca promover a compreensão do contexto atual da cultura brasileira.
- Serão nove meses de aula e dois encontros presenciais. O primeiro encontro será no Rio de Janeiro e o segundo será escolhido pelo próprio aluno. Ao todo serão 800 alunos em todo o estado, com exigência do ensino médio completo. As inscrições começam no dia 2 de agosto - disse.

‘Voz ativa da população'
O representante do Ministério da Cultura nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Paulo Negrão, explicou que a partir das conferências municipais, estaduais e nacionais a sociedade passa a ter voz ativa em relação à cultura.  Ele afirmou que a ideia de "dar voz" é a base do Sistema Nacional de Cultura.
- A cultura se relaciona com outros enfoques, e é importante salientar isso. A cultura só vai ter verba maior com a participação da sociedade como um todo, porque a área sempre foi o patinho feio do país. Houve mudanças, mas ainda é necessário mais recursos - explicou.
Paulo apresentou o Sistema Municipal de Cultura, e disse que "é preciso estar atento a estrutura organizacional deste grupo".
- Primeiro, temos a Fundação de Cultura. Depois vem a Conferência Municipal e o Conselho Municipal. Com isso, instituímos o Plano Municipal de Cultura e o Fundo Municipal de Financiamento, que é muito importante para a cidade. Além disso, é preciso ter o Sistema Setorial de Cultura, o Programa de Formação Cultural e o Sistema Municipal de Indicadores Culturais. O barco da cultura só vai velejar bem com a participação da sociedade. Se vocês não forem capazes de mobilizar os políticos, o barco não vai velejar - disparou.
Resultados positivos

Durante o encontro foram eleitos delegados para representarem a cidade na Conferência Estadual de Cultura, três da sociedade civil e dois do poder público. A conferência estadual acontecerá em setembro e em novembro será realizado o encontro nacional.
O superintendente da Fundação de Cultura, Cláudio Chiesse, disse que a conferência alcançou a finalidade e a ideia principal.
- A conferência atingiu seu objetivo que é de promover a discussão e a proposição de políticas públicas voltadas à cultura do município - comentou.
Ao final da conferência foi aprovada a proposta de mudanças na Lei Orgânica do município, no capítulo da cultura. Entre as alterações sugeridas estão as criações do Conselho e do Fundo Municipal de Cultura.
A gerente de Cultura do município, Graça Dias, elogiou a aprovação da proposta. Ela salientou que as ideias serão apresentadas ao prefeito e encaminhadas à Câmara Municipal para aprovação.
- Essa lei é muito antiga e é preciso adequá-la ao Sistema Nacional de Cultura para que o município possa receber verbas federais - finalizou.
Secretaria rural realiza conferência de desenvolvimento sustentável
A I Conferência Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Solidário de Barra Mansa foi realizada na última quinta-feira, na sede do Sindicato Rural, no bairro Ano Bom. O objetivo da conferência foi obter sugestões de desenvolvimento para as conferências estadual e nacional.
A atividade foi dividida em quatro grupos de discussão, baseados em documentos da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CNDRSS). A juventude e a valorização do campo foram os destaques na edição.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Leandro Machado, afirmou que "é importante ter políticas públicas de incentivo que atendam as necessidades do homem do campo".
- Esta foi a primeira conferência voltada para o setor rural que realizamos em Barra Mansa. Foi muito produtiva e daqui vamos elaborar um documento com metas para as próximas conferências. Tenho certeza que o objetivo, de valorizar o trabalho do homem do campo, será atingido - afirmou.
Também participaram do encontro o presidente do Sindicato Rural de Barra Mansa, Ricardo Nunes; a representante da Emater - Rio, Tânia Alencar; e o vereador Carlos de Carvalho, o Beleza (PSC).


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Atelier Escola de Barra Mansa abre novas turmas

Arquivo
Depois de concluído o módulo, alunos irão montar uma exposição
Curso: Depois de concluído o módulo, alunos irão montar uma exposição




















Barra Mansa
Seguem abertas até o dia 11 de agosto, as inscrições para turmas de pintura e desenho do Atelier Escola da Estação de Artes de Barra Mansa. As vagas são limitadas e os interessados devem se inscrever na sede da Estação das Artes.
Segundo o professor e coordenador do curso, as aulas terão início logo após o término das inscrições.
- As aulas serão iniciadas em agosto e os alunos serão divididos em duas turmas. Uma turma funcionará durante a semana com aulas as segundas e quartas-feiras, das 14h às 16h e outra aos sábados, com aulas de 9h ao meio dia - explica, acrescentando ainda que o curso tem a duração de dois períodos.
- Serão dois períodos de curso até que os alunos concluam o módulo. No total, estão abertas dez vagas para cada turma e assim como as inscrições, o curso é totalmente gratuito - diz.
No primeiro período do curso serão ministradas aulas sobre a técnica e desenvolvimento de desenhos de todos os estilos. Já no segundo período, os alunos aprendem a lidar com a pintura, misturas de cores e outras técnicas.
- As aulas são voltadas para essa orientação geral sobre desenho e pintura. Nós seguimos uma grade para que o aluno não se perca. E, dentro dessas etapas, vamos desenvolvendo os trabalhos que posteriormente serão analisados e expostos para o público. Tenho certeza que as pessoas que se interessam pelo assunto conseguem bons aprendizados no Atelier Escola - ressalta o professor.
A expectativa segundo ele, é que depois do curso concluído os alunos possam expor seus trabalhos em mostras de arte.
Serviço:
A Estação das Artes de Barra Mansa funciona de segunda a sexta, de 10h às 18h na Rua Orozimbo Ribeiro, s/n, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (24) 3323-0496.


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Noites Barramansenses esquenta fim de semana



Divulgação
Frank Gambale, guitarrista australiano do Chick Corea e vencedor do Grammy, foi a grande atração
Música: Frank Gambale, guitarrista australiano do Chick Corea e vencedor do Grammy, foi a grande atração


Barra Mansa

O fim de semana frio em Barra Mansa esquentou com mais uma edição do festival 'Noites Barramansenses'. Com atrações de Jazz e Blues, o evento aconteceu no sábado (27) e domingo (28), na Rua Custódio Ferreira Leite, em frente ao Parque Centenário, e atraiu dezenas de pessoas. Frank Gambale, guitarrista australiano do Chick Corea e vencedor do Grammy, foi a grande atração.
No sábado (27), o público acompanhou o show com o Duo Instrumental, com Gilliade Lima e Gilson Oliveira. No mesmo dia, o evento trouxe a apresentação da Banda Zero Ora. No domingo (28), o Duo Instrumental voltou a se apresentar. Depois foi a vez do Setas Trio e convidados subir ao palco e alegrar o público. E, para fechar a noite, Frank Gambale se apresentou levando ao delírio os amantes de Jazz e Blues.
"Os shows foram muito bacanas! O Gambale realmente sabe arrepiar uma guitarra. Espero poder ver em nossa cidade outros eventos de música com essa qualidade", disse o estudante Anderson Cleber, que prestigiou o festival para apreciar as técnicas do renomado guitarrista.
O superintendente da Fundação de Cultura, Cláudio Chiesse, afirmou que o 'Noites Barramansenses' vem cumprindo seu objetivo, que é trazer para o município diversas faces da música. "A Fundação de Cultura tem se empenhado muito para trazer diversidade musical. E a presença do público mostra que a população está aderindo a essa nova forma de fazer cultura", pontuou.
O festival 'Noites Barramansenses' é uma realização da prefeitura de Barra Mansa, através da Fundação de Cultura, e conta com a parceria da Setas Aulas de Música. O evento acontece todos os meses na Rua Custódio Ferreira Leite, no Centro, e tem entrada gratuita.


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domingo, 28 de julho de 2013

Prefeitura paulistana adere ao Sistema Nacional de Cultura

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assinaram na tarde de sexta-feira (26), em São Paulo, documento de adesão do município ao Sistema Nacional de Cultura. O sistema tem o objetivo de estimular e integrar as políticas públicas culturais que são implantadas no âmbito dos governos federal, estadual e municipal, descentralizando e organizando o desenvolvimento cultural no país.


Segundo o Ministério da Cultura (MINC), o sistema funciona da seguinte forma: estados e municípios assinam o termo de adesão e, a partir daí, se comprometem a implantar no município ou no estado a estrutura cultural que é exigida pelo ministério. Em contrapartida, o MINC oferece apoio para o desenvolvimento de políticas culturais.

Reunidos na tarde de sexta na sede da prefeitura, no centro da capital, Marta e Haddad também conversaram e acertaram uma parceria para que sejam criados 90 pontos de Cultura, que serão espalhados por toda a cidade. Segundo o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, os pontos de Cultura procuram incentivar, estimular e fomentar iniciativas culturais comunitárias ou de grupos que têm grande importância para suas comunidades, mas que não são reconhecidos, ampliando o acesso à cultura das comunidades de menor poder aquisitivo.

O acordo deverá ser assinado em agosto, disse a ministra. “Em agosto vamos assinar um convênio para os pontos de Cultura na cidade de São Paulo, acordo que não existia e, portanto, não poderíamos passar o recurso. Vamos repassar R$ 2 milhões e mais R$ 400 mil virão da prefeitura. Vai ser um total de R$ 4,8 milhões, já que será um acordo por dois anos”, disse a ministra.

“Hoje, os pontos de Cultura que funcionam na cidade funcionam com recursos da União aportados para o governo do estado, já que não havia adesão do município aos programas federais e os repasses não eram feitos para a prefeitura. Mas passarão a ser. Vamos nos incorporar ao Sistema Nacional e tanto estado como prefeitura terão seus pontos de Cultura”, explicou Haddad.

Logo após o convênio dos pontos de Cultura ser assinado, em agosto, serão publicados os editais. Com isso, disse o prefeito, os produtores de cultura da cidade de São Paulo poderão se inscrever para receber os recursos.

Segundo o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, os editais deverão ser publicados em até 45 dias após a assinatura do convênio. “Acredito que, até o final do ano, teremos isso resolvido [os pontos de Cultura já em funcionamento]”, disse o secretário.

Fonte: Agência Brasil


O outono de Gabriel García Márquez

Gabriel Garcia Marques
Gabriel Garcia Márquez



Faz um ano li nos jornais um atentado grave para todos que amam a criação e a literatura: o gênio essencial de nome Gabriel García Márquez estava perdendo a memória. De lá para cá, por caridade ou leviano movimento do noticiário, ninguém mais falou. É como se perdêssemos também a memória sobre a memória do genial mestre do romance. Razão por que retomo aqui este breve lapso.

Por Urariano Mota.


Quando se espalhou como peste a notícia, o anúncio da demência veio de Plínio Apuleyo Mendoza, amigo da juventude de García Márquez, sobre quem Plínio publicou o bom livro Cheiro de Goiaba. Assim Plínio Apuleyo Mendoza anunciou a desgraça:

“No dia em que ele completou 85 anos (6 de março), liguei para dar parabéns, mas quem falou comigo foi Mercedes, sua esposa. Ela preferiu assim porque ele não se lembrava de mim…

Mendoza também contou que o filho do Márquez, Rodrigo – que é seu afilhado –, revelou a ele que o pai precisa ver as pessoas "porque senão, pela voz, não sabe quem está falando". Nas últimas vezes em que conversamos pessoalmente, na Cidade do México, ele repetiu várias vezes: "Como anda você? O que tem feito? Quando volta de Paris?" Muitos amigos comuns com quem falei sobre o assunto disseram que com eles aconteceu a mesma coisa. Gabo fez as mesmas perguntas. Existe a suspeita de que ele tenha algumas fórmulas. Se não reconhece alguém, não pergunta ‘quem é você?’. Prefere fazer perguntas genéricas”.

 
Essa notícia, em um ano carregada de velhice precoce, além do puro registro dos jornais, que anunciam desastres, explosões, esquartejamentos, queima de pessoas e livros entre um anúncio comercial e outro, mereceria um ensaio sobre as pessoas que são tão imensas que esquecemos a sua materialidade. As pessoas são de carne, ainda que tão queridas. Mas como esta coluna é sempre um ensaio de algo melhor que poderia ser escrito, quem sabe, um dia mais adiante, prefiro lembrar que essa morte anunciada, da memória no maior escritor vivo, já se encontrava na biografia Gabriel García Márquez: uma vida, de Gerald Martin, publicada no Brasil em 2010. Dela ontem à noite pude copiar, com a respiração tensa:

“Gabo não podia mais dar respostas claras e acuradas a perguntas diretas e inesperadas, e era capaz de esquecer o que acabara de dizer cinco minutos antes. Eu não era especialista sobre as diferentes formas e progressões da perda da memória, mas minha impressão foi de que sua condição progredia com bastante constância. Era duro ver um homem que havia feito da memória o foco central de toda a sua existência assediado por tal infortúnio. Gabo era “um recordador profissional”, como sempre se chamou…

Com dicas adequadas podia lembrar-se de mais coisas do passado remoto – embora nem sempre os títulos de suas obras – e travar uma conversa razoavelmente normal e até bem-humorada. Mas sua memória imediata estava fragilizada, e Gabo se mostrava claramente angustiado com isso e sobre a fase em que parecia ter entrado. Depois que conversamos sobre seu trabalho e seus planos por algum tempo, declarou que não tinha certeza se voltaria a escrever. Então ele disse, quase melancólico: ‘Escrevi bastante, não escrevi? As pessoas não podem ficar frustradas, e não podem esperar mais nada de mim, não é?’

Estávamos sentados em imensas poltronas azuis, numa saleta íntima do hotel, de onde se via o anel rodoviário do sul da Cidade do México. Lá fora estava o século XXI, voando. Oito pistas de tráfego incessante.

Ele me olhou e disse:

– Sabe, algumas vezes fico deprimido.

– Como? Você, Gabo, depois de tudo que realizou? Não acredito. Por quê?

Ele gesticulou para o mundo além da janela – a grande artéria de tráfego intenso, a intensidade silenciosa de todas aquelas pessoas comuns vivendo a vida num mundo que não era mais seu –, depois voltou o olhar para mim e murmurou:

– Porque percebo que tudo isso está chegando ao fim”.
 
Dizer o quê, escrever o quê sobre a última notícia que veio tarde, desprezada um ano depois, dizer o que agora? Aquele anúncio veio com um atestado semelhante à verdade, porque repórteres copiam os fatos. O que é que podemos fazer diante da sentença, que não admite recurso, desse tribunal da vida? Gabriel García Márquez, em toda nossa juventude, nos deu conforto, humor e um estado de graça para suportar o risco da morte. Lá na pensão, em atividade clandestina, a sua literatura era melhor que cinema, viajar ou beber cerveja.

Então voltemos a seu livro máximo. Em Cem anos de solidão ele escreveu um dia e para sempre: “El mundo era tan reciente, que muchas cosas carecían de nombre, y para mencionarlas había que señalarlas con el dedo”.

Assim foi, assim é. Penso que o escritor na sua memória ao fim, mesmo que esquecido em seu canto um ano depois, aprofunda todos os días a sua volta ao princípio do mundo.

A luta de Fidel Castro contra o ditador dominicano

O engenheiro e escritor dominicano Hamlet Hermann avança na realização de um livro sobre a luta do líder da revolução cubana, Fidel Castro, contra a ditadura de Rafael Leónidas Trujillo.


Por Diony Sanabia


Hamlet Hermann
Hamlet Hermann
Segundo o ex guerrilhero, a ideia foi proposta há um ano pelo recentemente falecido historiador Franklin Franco, durante a celebração do 59º aniversário do ataque aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, em Cuba.

Esse fato, protagonizado por mais de uma centena de jovens sob a direção de Fidel Castro, em 26 de julho de 1953, constituiu o início da última etapa das lutas de libertação de Cuba que culminou com o triunfo da Revolução em 1º de janeiro de 1959.

Hermann afirmou em um artigo jornalístico que durante um encontro com o líder cubano, no passado ano, Fidel lhe comunicou a recomendação de Franco e lhe pediu sua ajuda para realizar o projeto. 

Inesquecível é o discurso de Fidel Castro em 1º de maio de 1965, quando denunciou a Estados Unidos e chamou aos povos para solidarizars-e com a República Dominicana, vítima da terceira intervenção norte-americana.

Agora, quando se fala da formação de uma Comissão da Verdade para estabelecer as responsabilidades durante a tiranía de Trujillo, deveria serem levados em conta os internacionalistas que deram o melhor de suas capacidades pela causa democrática.

Hermann prevê que terminará a obra no final do ano, para apresentá-la como homenagem ao 55º aniversário da revolução cubana.

Gostaria de entrevistar a vários dominicanos que estiveram próximos ao processo cubano no seu início, e se prepararam lá para combater ao ditador aqui, nunca traindo suas ideias como verdadeiros anti-Trujillistas, enfatizou.

Fonte: Prensa Latina

Dominguinhos deixa vazio o trono do baião

 
Adeus, Dominguinhos!

Não é apropriado dizer que a música brasileira ficou órfã nesta terça-feira (23), quando José Domingos de Morais, o Dominguinhos, despediu-se da vida. Não é apropriado: com seu jeito simples, brincalhão e alto astral, o mais correto seria dizer que perdemos um irmão mais velho, que deixa muita saudade.


Por Jose Carlos Ruy


Ele tinha 72 anos (nasceu em Garanhuns, PE, em 12 de fevereiro de 1941), e sempre teve cara de menino sanfoneiro de enorme talento. Lutava há seis contra o câncer que finalmente o venceu. 

Era sanfoneiro desde os seis anos de idade. Vinha de família humilde; foi filho de mestre Chicão, também sanfoneiro e afinador de sanfonas. Como Januário, pai de Luiz Gonzaga, o rei do baião que foi padrinho e fonte de inspiração para Dominguinhos. E que fez do menino com que se encantou, no longínquo 1950, seu príncipe herdeiro. 

Dominguinhos era bem pequeno ainda quando começou com um pequeno acordeão de oito baixos: tinha apenas seis anos de idade. Logo passou a tocar onde houvesse gente para ouvir: em feiras livres, portas de hotéis e outros lugares, em troca de algum dinheiro para ajudar nas contas de casa. Tinha a companhia de dois irmãos no trio Os Três Pingüins.

Quando o conheceu, Luiz Gonzaga quis leva-lo para o Rio de Janeiro. Mas, com somente nove anos de idade, esperou um pouco ainda para um voo tão ousado. Dominguinhos seguiu para o Rio em 1954. Tinha 13 anos e a companhia do pai e dos irmãos. Foi morar em Nilópolis e, quando encontrou Luiz Gonzaga, ganhou dele uma sanfona e um emprego entre os músicos que o acompanhavam. 

A magia sanfoneira daquele garoto passou então a encantar o Brasil, e não parou mais. Entre 1964 e 2008, gravou 42 discos, desde o primeiro, Fim de Festa; dez anos depois veio Dominguinhos e Seu Acordeon, seguido por Forró de Dominguinhos (1975), Isso Aqui Tá Bom Demais (1985), Veredas Nordestinas (1989), até Yamandu + Dominguinhos (2008). 

Nunca perdeu o jeito de menino; foi - disse a amiga e parceira Elba Ramalho - “uma fonte de água cristalina. Ele deixa um legado de simplicidade, humildade e capacidade”. A música brasileira passa a cantar num tom menor, de tristeza e luto. O trono do baião ficou vazio nesta semana. 

Ouça o sanfoneiro cantador:
De Volta Pro Aconchego 
 


Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero
Um abraço para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade

Que bom poder estar contigo de novo
Roçando teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Teus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter.

É duro ficar sem você vez em quando,
Parece que falta um pedaço de mim.
Me alegro na hora de regressar,
Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim
 
Gostoso Demais 
 

Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu

É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dar prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz

Pensamento viaja
E vai buscar meu bem-querer
Não dá prá ser feliz, assim
Tem dó de mim
O que eu posso fazer
 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Barra Mansa realiza II Conferência Municipal de Cultura

 

Barra Mansa
A Fundação de Cultura realiza nos dias 26 e 27 de julho a II Conferência Municipal de Cultura. O evento é preparatório para a III Conferência Nacional de Cultura e tem o objetivo de traçar metas, desenvolver projetos e debater temas em prol do desenvolvimento cultural do município. Além disso, o evento irá eleger, no sábado, os delegados para representarem a cidade na Conferência Estadual de Cultura.
- Barra Mansa terá a oportunidade de continuar se renovando culturalmente. Vamos debater e analisar políticas voltadas para o tema e buscar desenvolver projetos para vencer os desafios da cidade - disse Graça Dias, gerente de Cultura de Barra Mansa.
Ela acrescentou que as conferências acontecem na maior parte dos municípios do Brasil e são uma oportunidade para que a sociedade civil e os governos, juntos, avaliem as políticas culturais e façam propostas para seu aperfeiçoamento.
Nesta edição da conferência municipal, também haverá apresentações para entreter os participantes e mostrar um pouco da cultura regional.
Apresentações
A Cia. Ballet de Câmara de Barra Mansa abrirá o evento. Outra atração notável da cidade, o Grupo Abada Capoeira, também está no calendário de atrações do evento. A conferência contará ainda roda de samba e apresentação do projeto Música nas Escolas.
Programação
A II Conferência Municipal de Cultura de Barra Mansa será aberta na sexta-feira, dia 26, às 18h, no Palácio Barão de Guapy, na Rua Custódio Ferreira Leite, no Centro. Já no sábado, dia 27, o evento terá continuidade, a partir das 9h, também no Palácio. O evento é aberto ao público.
Dia 26 Julho - sexta-feira
18h - Credenciamento
18h30 - Abertura com apresentação da Cia. de Ballet
18h45 - Apresentação Cultural A Bunita de toda Maria - Maristela Araújo
19h - Abertura oficial com execução do Hino Nacional e do Município pela Orquestra de Berimbau do Grupo Abada Capoeira
20h - Leitura e aprovação do Regimento Interno da II Conferência de Cultura de Barra Mansa
21h - Encerramento
Dia 27 de Julho - Sábado
9h - Credenciamento
9h - Abertura com o Projeto Música nas Escolas
9h20 - Apresentação do Tema: Uma Politica de Estado para a Cultura: desafios do Sistema Nacional de Cultura
9h40 - Apresentação dos Eixos que compõem o Plano Nacional de Cultura
- Implementação do Sistema Nacional de Cultura
- Produção simbólica e diversidade cultural
- Cidadania e Direitos Culturais
- Cultura e Desenvolvimento
12h- Almoço
13h - Divisão dos grupos por eixo
15h - Plenária
16h - Eleição dos delegados para a Conferência Estadual de Cultura
17h - Encerramento com apresentação cultural Grupo Abada Capoeira e roda de samba.


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Obras do Museu Imperial integram exposição sobre o Parlamento

Começam a chegar a Brasília nesta sexta-feira (26) as peças da exposição “O Império em Brasília: 190 anos da Assembleia Constituinte de 1823” que tem solenidade de abertura marcada para o dia 7 de agosto, no Salão Negro do Congresso Nacional. São pinturas, esculturas, objetos decorativos, armas, condecorações e manuscritos pertencentes ao acervo do Museu Imperial de Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro.


 
Obras do Museu Imperial integram exposição sobre o Parlamento.
O museu possui o principal acervo do país sobre o império brasileiro, em especial o Segundo Reinado, período governado por d. Pedro II. Recentemente parte desse conjunto, relativa às viagens do imperador d. Pedro II pelo Brasil e por vários países, foi inserida no Registro Memória do Mundo da Unesco (MOW) – uma distinção para documentos em papel escrito e iconográfico que equivale a patrimônio da humanidade (referente a patrimônio edificado). A instituição é a primeira unidade do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), do Ministério da Cultura, a receber essa chancela da Organização das Nações Unidas (ONU) para a educação, a ciência e a cultura.

O Império e o Congresso

Na exposição que ocupará o Salão Negro do Congresso Nacional até o dia 20 de outubro, o público terá a oportunidade de conhecer 54 peças emblemáticas do Império brasileiro e da formação do Estado Nacional. Entre elas, estão a mesa na qual se reuniu a Assembleia Constituinte de 1823; a pintura Juramento da princesa d. Isabel, de autoria de Vitor Meirelles e datada de 1875; o busto de bronze Bonifácio de Andrada, de Marc Ferrez; o brasão de Armas do Império confeccionado com penas de aves.

Outros itens de destaque são a carta de d. Pedro I a d. João VI, rompendo os laços com Portugal; e a Carta de Abdicação de d. Pedro I ao trono do Brasil em favor de seu filho, d. Pedro de Alcântara, futuro d. Pedro II.

Também estarão em cartaz peças de uso cotidiano, como paliteiros de prata e outros utensílios de jantar. O objetivo é apresentar um pouco dos hábitos da sociedade brasileira na época de fundação do Parlamento.

Com curadoria de Ricardo Oriá, Clarissa Castro e Maurício Ferreira, a exposição sobre os 190 anos do Poder Legislativo no Brasil é dividida em cinco módulos temáticos: A Transferência da Corte Portuguesa para a América; O Processo da Independência do Brasil; A Formação do Estado Nacional – O Papel do legislativo; A Consolidação do Império no Brasil; Os Símbolos da Ordem Monárquica. A mostra é resultado do trabalho conjunto entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal em parceria com o Museu Imperial, o Instituto Brasileiro de Museus e a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), instituição de ensino que fomenta a educação, a arte e a cultura.
Comemorações

A exposição “O Império em Brasília: 190 anos da Assembleia Constituinte de 1823” se soma à programação comemorativa que se estende por todo o ano na Câmara e no Senado.
Ainda em maio, senadores e deputados comemoraram os 190 anos do Parlamento brasileiro em sessão solene e defenderam a independência dos Poderes da República e o fortalecimento do Legislativo.

Para o segundo semestre, também está previsto o “Seminário 190 anos do Parlamento Brasileiro”, que trará especialistas à Câmara para discutir o papel do Legislativo na história política brasileira dos dois últimos séculos.

Serviço:
Exposição: "O Império em Brasília: 190 anos da Assembleia Constituinte de 1823"
Local: Salão Negro do Congresso Nacional
Período: de 08 de agosto a 20 de outubro de 2013
Visitação: todos os dias da semana, inclusive feriados
Horário: das 9h às 17h
Entrada Franca
Agendamento de grupos escolares com visita monitorada: pelo telefone 0800619619 ou pelo e-mail: exposições@camara.leg.br

Fonte: Agência Senado

Marta diz que Vale-Cultura já está na Presidência da República

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse nesta terça (23) que já está com a presidenta Dilma Rousseff o material que vai sustentar o decreto criando o vale-cultura. Segundo ela, a previsão é do benefício entrar em vigor dentro de dois meses.


"O vale-cultura já está na Presidência [da República] para que ela [a presidenta Dilma Rousseff] possa assinar o decreto", disse Marta Suplicy, que participou de uma cerimônia que premia uma série de iniciativas da cultura indígena.

Além do decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, o Ministério da Cultura terá ainda de publicar uma portaria para que o benefício possa entrar em vigor. "A portaria não vai demorar [será emitida após o decreto] porque durante este trâmite estamos agilizando o processo. Calculamos que em setembro vamos deslanchar isso", declarou a ministra.

Pela lei aprovada em 2012, o vale-cultura terá o valor mensal de R$ 50 e será destinado a trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos.

Na semana passada, Marta Suplicy informou que uma pesquisa feita pelo ministério constatou que a maior parte dos 18,8 milhões de trabalhadores beneficiados pela medida pretende usar o vale para ir ao teatro. Segundo a ministra, o benefício será concedido por meio de um cartão magnético que poderá ser usado em estabelecimentos que vendam produtos culturais, incluindo bancas de jornais.


Fonte: Agência Brasil

Educação em Cuba: um modelo a ser seguido pelo mundo

A educação é um assunto de primeira ordem para todas as nações. Então por que no Brasil ela ainda carece tanto de recursos e estrutura? Para Roberta Traspadini, professora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a atual falência do modelo brasileiro de educação está diretamente relacionada à vitória do capital transnacional, uma herança da década de 1990.


Da Rádio Vermelho, com informações da Radioagência NP



Ao comparar o Brasil com Cuba, a pesquisadora avaliou que "o modelo educacional brasileiro é oposto de Cuba. O cotidiano manifesta, por si só, o fracasso da universalidade, gratuidade e supremacia do público no sistema educativo brasileiro, sendo oposto ao modelo cubano".

Segundo ele, relatório mundial da Unesco sobre educação em 2011, fez uma radiografia do sistema cubano e explicitou porque este país é um exemplo concreto para o mundo de uma educação exitosa.

"O artigo 205 da constituição cubana garante a educação pública, gratuita e de qualidade para todos os seus cidadãos, independente da posição socioeconômica na qual se encontram. Mas é o artigo 39 o que chama mais atenção, quando afirma três princípios básicos revolucionários de uma educação de qualidade: a. Garantia de avanço na ciência e na tecnologia; b. Referencial marxista e martiano de ser social que se pretende formar; c. Demarcação da tradição pedagógica progressista cubana e universal", esquadrinhou a pesquisadora.

Ainda segundo dados da Unesco, a população cubana é de 11.247.925, sendo que 2.193.312 matriculados nas respectivas faixas etárias educativas, 9.673 escolas públicas, 298.508 professores, 170 mil bolsistas, e 908 mil estudantes em escolas semi-internas. Entre 2010 e 2011, formaram-se 85.757 cubanos, 23,4% em cursos técnicos, 31,4% em ciências médicas, 14,9% em pedagogia, 9.9% em economia e 20,4% em outras áreas.

Roberta Traspadini explica que esses dados são r3esultado de um investimento que gira em torno de 30% do PIB cubano, que é de U$60 bilhões, com educação, saúde e garantias sociais.

E o caso brasileiro?

A pesquisadora aponta que, no caso do Brasil, o orçamento público de 2011 foi de aproximadamente R$1,5 trilhões. Deste total, 45% foram gastos com o pagamento de dívidas e amortizações e 3% foram gastos com educação, seja ela pública ou em parceria privada, segundo a auditoria cidadã da dívida.

"A educação pública virou um grande negócio. Cantinas terceirizadas, venda de uniformes e de materiais escolares, sucateamento da merenda escolar. Isto, somado à falta de recursos para a qualificação profissional e às péssimas condições da superexploração da força de trabalho, mostra a real face mercantil da educação pública brasileira", refletiu Roberta Traspadini.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Cachaça de BM é destaque no New York Times


Fazenda do Rochinha em BM exporta cachaça pros EUA

Aí galera ligada no Cultura BM, o município de Barra Mansa pode ter lá seus atrasos, mas é a cidade que possui uma boa geografia rural, que hoje é um dos maiores campos econômicos, se for bem aproveitado. Os Estados Unidos, maior potência mundial, investe pesado no campo para ter sua economia em alta. E num é que o maior jornal do país, o New York Times, trouxe uma matéria extensa sobre o município de Barra Mansa? Não é exatamente sobre a cidade, mas sobre a cachaça que é produzida na Fazenda Rochinha, no distrito de Floriano na Rodovia Presidente Dutra, Km 291. Antônio Rocha, proprietário da fazenda está exportando suas cachaças que adormecem em barris velhos para os americanos, e eles querem mais. Confira a tradução da matéria sobre a “marvada” que anda encantando os exigentes paladares do primeiro mundo:
“Cerca de 90 milhas fora do Rio de Janeiro, após os biquínis de Ipanema dão lugar a favelas, subúrbios industriais e colinas verdes, e finalmente, a uma dúzia de barris de carvalho de 9.000 litros que fazem nascer uma nova adega fora de uma fazenda colonial Português do século 18, cercada por 1.500 hectares de floresta, pastagem e cana de açúcar. Antônio Rocha espera que esses barris, quando adicionados aos 17 cheios de outra adega, vai ajudar a satisfazer o gosto crescente nos Estados Unidos para cachaça de madeira envelhecida, uma versão mais suave, sippable do espírito de sua família vem fazendo há quatro gerações em da fazenda. Se as pessoas nos Estados Unidos já tentou cachaça - caldo de cana fermentado e destilado - é, provavel,  que gostem de uma caipirinha feita com limão e açúcar, misturado com uma marca mais pesada produzida em massa.
Mas na fazenda do Rocha, que corta cana de açúcar a partir de seus próprios campos, colocá-lo através de um moinho movido a água, fermentar o suco com fermento natural e destilar-lo usando a energia gerada pela queima do bagaço de cana de açúcar restante.
Para sua idade de 5 anos de idade, de cachaça, ele usa tonéis de madeira de cerejeira. Seus 12 - Versões e 25 anos são envelhecidos em carvalho francês. Os barris no armazém são parte de uma expansão do negócio.
Durante anos, a família vendeu a sua cachaça para outros engarrafadores em todo o estado do Rio de Janeiro e nem sequer usar a sua própria geradora, a Rochinha, até 1990.
"Até 1990, a cachaça não tinha nenhum valor", disse Rocha. "Aqueles que venderam foram as que anunciadas;. Os de qualidade não anunciar Foi só de boca em boca".

Quatro anos atrás, ele começou a vender seus 5 anos- e cachaças de 12 anos de idade nos Estados Unidos, em lojas de bebidas, incluindo Astor Place Wine & Spirits em Manhattan e pelo tiro na Churrascaria Plataforma, em Midtown.
Cachaças envelhecidas, que normalmente passaram pelo menos um ano em tonéis de madeira, são apenas uma pequena fração do mercado total de cachaça nos Estados Unidos, talvez milhares de casos de 9 litros por ano, de acordo com Olie Berlic, que importe Rochinha pela Excalibur Empresa em Greenwich, Connecticut. Mas a demanda está crescendo.
As importações de todas as cachaças (pronuncia-se ka-SHA-sas) nos Estados Unidos estão em alta na última década: 647 mil litros em 2007, em comparação com 213 mil litros em 2002 e menos de 100.000 tão tarde quanto 1998, de acordo com o governo brasileiro.
As duas marcas que dominam o mercado - Pitu e 51 - são produzidos em massa e marcou-se pelo menos cinco vezes ao longo de seus preços de varejo no Brasil, onde elas custam pouco mais do que uma garrafa de água e obter pouco de respeito.
Esses tipos de marcas industriais são feitas em grandes alambiques de coluna, enquanto que marcas em pequenos lotes utilizar alambiques de cobre conhecido como ALAMBICS.
Leblon, que chegou ao mercado em 2005 e é a número 3, é um, frutado, espírito mais slickly comercializado puro, e tem recebido boas críticas. Ela e outras marcas que disputam os consumidores nos Estados Unidos, como a Água Luca e Beleza Pura, podem ser consumidas diretamente, mas eles estão sendo comercializados para fazer caipirinhas (pronuncia kye-peer-EEN-Yahs).
Enquanto isso, a marcação para o passeio são algumas cachaças envelhecidas de pequenas destilarias como Rochinha, imbuídos com os sabores, e às vezes as cores, da madeira que são armazenados dentro.
Berlic, ex-sommelier do Gotham Bar & Grill, em Greenwich Village, que criou Beleza Pura, também importa a maioria deles. Além da Rochinha, há GRM do estado de Minas Gerais, e Armazem Vieira do sul do estado de Santa Catarina.
"Você está vendo a infância de uma categoria", disse Berlic, que viajou para o Brasil, provando 800 cachaças, para escolher suas importações. "O que a cachaça pode mostrar ao mundo é uma variedade de sabores que não está disponível em nenhum outro espírito".
Ele disse que pelo menos 20 tipos de madeira estão sendo usados ​​para o envelhecimento, incluindo o carvalho, o que pode adicionar uma nota de baunilha quentinho, e árvores nativas brasileiras como jequitibá rosa, que pode impregnar a bebida com notas de especiarias como canela.
E quase todas as cachaças manter um sopro de suas raízes de cana-de-açúcar.
Quão longe as pessoas nos Estados Unidos, tem que ir para apreciar a variedade de cachaça torna-se claro, com uma visita à Academia da Cachaça, um restaurante no Rio de Janeiro, onde cachaças envelhecidas na linha de centenas das prateleiras e regulares levar uma "cachaça notário "cartão que lhes concede privilégios especiais de degustação. Há 100 opções no menu anotada, especificando a cidade e estado de origem, o ano do envelhecimento e do tipo de madeira que foram envelhecidos dentro
Mas os brasileiros não pode ter muito de um avanço na cachaça apreciação. Embora a cachaça tem sido em torno desde os anos 1500, ele teve um passeio para cima e para baixo, e só na última década ou assim que tem marcas de gama alta se tornou popular.
"O Brasil não é mais o único país do mundo envergonhado com a sua bebida destilada", a edição brasileira da Playboy, disse em abril passado, quando ele classificou os 20 melhores cachaças.
(Duas marcas de importados por Berlic Excalibur empresa fez a lista: GRM no No. 19, e Armazem Vieira, do estado brasileiro de Santa Catarina, no n º 8.)
Ainda assim, a cachaça em linha reta até parece ser um-a-adquirir duro gosto até mesmo para alguns brasileiros. No bar Skye exclusiva de São Paulo, sobre os US $ 500 a noite, Hotel Unique, com uma vista para o horizonte tão grande que ele se parece com Nova York, em uma sala de espelhos, eles usam GRM para fazer a caipirinha mais cara em casa, custando 30 reais, ou cerca de US $ 17. Os puristas podem encolher, mas para aqueles que se coíbe de licor degustação para cima, cachaça envelhecida é uma variação interessante.
Nos Estados Unidos, bares, restaurantes e lojas que querem oferecer uma variedade de cachaças para beber foram frustrados porque eles não podem conseguir o que querem.

Jean Frison, gerente geral da Churrascaria Plataforma, disse ele tira-se todo o tipo que ele pode encontrar em Nova York, ele encontrou 30. (Berlic disse que 40 estão disponíveis em todo o país, com 30 a mais em seu caminho.)
Na Plataforma, cachaça pode custar tão pouco quanto $ 5 por um tiro de Pitú, para até US $ 15 para GRM. Garrafas variam de cerca de US $ 12 para as marcas industriais para R $ 100 para as importações idade. No Wine and Spirits Astor, Beleza Pura é de R $ 24,99 por garrafa e GRM de 2 anos é de R $ 69,99.
Quando Titus Ribas abriu o Cachaça Jazz Club no ano passado em Greenwich Village, ele imaginou uma prateleira cachaça epicurista para mostrar o melhor das cachaças artesanais de Minas Gerais, que é um viveiro cachaça. Apanhados em bandas de reserva, no entanto, ele desistiu e serve Pitú e Leblon.
Rocha e outros, no entanto, vai continuar a tentar conquistar as pessoas com o gosto de multa cachaça.
Sua família tem sido no negócio de cachaça desde 1902, e ele cresceu mergulhado nele. "Eu não gostava de televisão ou vídeo games ou brinquedos", disse ele. "Para nós, jogando foi desmontando um trator."
Ele começou a beber cachaça, quando ele tinha 13 anos, mesmo quando ele estava estudando engenharia mecânica no Rio de Janeiro, ele voltaria fins de semana para trabalhar. Ele espera ter um negócio expandido para passar para a quinta geração, seu filho, Rodrigo, que nasceu em 18 de janeiro.
"Nós não podemos forçá-lo", disse Rocha. "Mas eu quero fazê-lo tão orgulhoso da marca, que continua a produzir o que temos feito aqui por 106 anos."