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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Europalia Teatro Oficina deixa os belgas fascinados com As Bacantes, último espetáculo do festival



O Europalia Brasil – edição do festival de cultura da Bélgica que a cada dois anos homenageia um país – acabou neste domingo, com a apresentação de As Bacantes, do Teatro Oficina, como a principal atração do evento, na cidade de Liège. O diretor Zé Celso Martinez Corrêa deixou os belgas extasiados, em seu louvor ao deus grego Dionísio. Foram cerca de seis horas dentro de um teatro lotado, em que, apesar do cansaço, o público elogiou o espetáculo. O presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura, Antonio Grassi, esteve presente no evento. O MinC investiu R$ 30 milhões na realização do festival.

Antes de a obra começar, o diretor disse que, sim, era “pornografia” – há cenas com atores nus – e, quem não quisesse assistir, que saísse da sala. O espaço, por sinal, reproduziu o Teatro Oficina, em São Paulo. O grupo de Zé Celso se apresentou no Théatre de la Place Liège, local onde até os anos 80 funcionava uma caserna. (Leia entrevista com o diretor do Teatro Oficina)

Antropofagia

O curador do teatro, o brasileiro Rodrigo Albea, disse que conheceu a obra em 1996 e reviu a peça em 2010: “é o espetáculo que resume da melhor maneira o que é ser brasileiro e uma visão brasileira de arte. Trata-se de uma ponte profunda entre a Europa e o Brasil, nesta antropofagia de uma tragédia que fundou o teatro”, afirmou. Segundo ele, o teatro de Liège é o único espaço na Bélgica que poderia reproduzir o Oficina. De acordo com o diretor, a única adaptação da peça para a Bélgica foi a colocação de alguns signos europeus – uma atriz entra como Angela Merkel, em alguns momentos são usadas bandeiras da União Europeia.
A belga Violene Darge foi uma das pessoas que participaram durante vários momentos e disse que já havia assistido à peça Os Sertões, quando morou em São Paulo e, por isso, levou amigos para ver o grupo Oficina no Europalia. Além disso, segundo ela, há uma energia brasileira, diferente da belga que, na sua avaliação, é “um teatro mais racional”. “É uma mistura de teatro com realidade”, disse o amigo dela, Obes Tgva.

Reação positiva

A reação do público às provocações da trupe de Zé Celso foi bastante positiva, com grande participação, nos momentos em que a peça pede. No início da apresentação, inclusive, o diretor disse que o espetáculo seria tão melhor quanto maior fosse a participação da plateia. “Acho que para o público belga foi bem interessante, pois não está acostumado”, disse a cantora brasileira Jovinha Rocha, que saiu de Bruxelas, onde mora há nove anos, para Liège, apenas para ver a peça.

O brasileiro Ailton Sobrinho e seu amigo belga Jean Michel Debouer, moradores da cidade de Verviers, próxima à Liège, não conheciam o trabalho do Oficina e foram ver apenas porque era o encerramento do Europalia, numa cidade próxima a que vivem. “Foi espetacular”, disse Debouer, que foi escolhido para ser o boi – a pessoa da plateia que acaba ficando nua em cena. Ele comentou que em algum momento se sentiu acuado, mas os artistas o deixaram livre para improvisar. Lembrou, no entanto, que no início do espetáculo levou certo tempo para aceitar o estilo – apesar de não ter considerado pornografia. Já o brasileiro disse que achou um pouco chocante, sobretudo quando no telão aparecia algum zoom. “Não estava preparado para ver isso, mas fez jus ao nome do espetáculo”

Para o presidente da Funarte, uma das coisas mais interessantes do Europalia foi a diversidade cultural. Segundo Grassi, Zé Celso ajuda a compor esse leque, com uma energia do ritual que vai desde o candomblé até a bossa nova. “Ele usou todas as linguagens artísticas do Brasil para falar das bacantes”.

Sucesso da apresentação

O diretor do espetáculo considerou um sucesso os três dias de apresentação no Europalia. “O mundo em crise tem que retornar a Dionísio”, avaliou. E lembrou ainda da importância de a língua portuguesa falada no Brasil estar sendo dita na Europa, com o sucesso de Michel Teló (Ai se eu te pego), que ele acabou acrescentando na versão belga, por estar nas paradas de sucesso local.

Europalia.Brasil

Desde outubro, até o seu encerramento, o Europalia foi palco de mais de 500 eventos culturais, entre apresentações de grupos musicais, de artes cênicas, de filmes brasileiros, além da realização de eventos literários e exposições de artes visuais. Para realizar o festival, o MinC alocou recursos próprios e também contou com o patrocínio de grandes grupos empresariais brasileiros.

Apoiaram o evento parceiros institucionais como o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Embaixada do Brasil em Bruxelas. Também envolveram-se no trabalho instituições vinculadas ao Ministério da Cultura, como a Fundação Nacional de Artes (Funarte), o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Cinemateca Brasileira, dentre outros. O Europalia é realizado desde 1969 e já homenageou 18 países em suas 22 edições, com média de um milhão de visitantes a cada evento.

(Fonte: Ascom/MinC)

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