“Fecharam!/ Fecharam o paletó do Ricardão (se a moda pega...)/ E no velório foi a maior confusão/ É, no enterro saiu xingamento e até palavrão/ Por causa de um monte de mulher amada querendo pegar na alça do caixão// Cento e cinquenta mulheres chorando acompanhando o caixão/ Com mais de setecentas velas iluminando o garanhão/ Na hora da despedida as mulheres queriam uma recordação/ Levaram a calça, a camisa e a cueca tiraram um pedaço do pau do caixão” (trecho de velório do Ricardão).

Dicró era conhecido por suas letras irreverentes e com duplo sentido
Com 66 anos, o compositor sofria de diabetes e de insuficiência renal. Passou mal após uma sessão de hemodiálise e foi levado para o hospital, onde sofreu um infarto e não resistiu. Morreu na noite desta quarta-feira (25), em Magé, no Rio de Janeiro.O apelido "Dicró" veio da assinatura que ele utilizava com as suas iniciais "De C.R.O." quando fazia parte dos compositores de um bloco de Nilópolis.
“O carisma do cantor e compositor Dicró é um fenômeno mais restrito ao humor carioca, algo que os paulistas, por exemplo, não entendem bem. Apesar dele também ser razoalvemente conhecido em Sampa, Dicró é mais querido no Rio de Janeiro”, escreveu o jornalista Sidney Rezende.
Dicró era conhecido por compor sambas bem-humorados, recheados de sátira e brincadeiras, principalmente, com as sogras.
“Ninguém aguenta mais a vaca da minha sogra/ Vaca da minha sogra/ A família da minha mulher/ Vejam que situação/ Todo mundo da família/ Tem um animal de estimação// Mas a vaca da minha sogra/ Virou um problema para o povo/ Assustando as criancinhas/ E correndo atrás dos outros”. (Trecho de A Vaca da Minha Sogra).
Na década de 1990, Dicró formou parceria com os sambistas Moreira da Silva e Bezerra da Silva, encontro que resultou no álbum “Os 3 malandros in concert”.
O enterro de Dicró está marcado para a tarde desta quinta-feira (26), no cemitério Jardim da Saudade em Mesquita, cidade natal de Dicró, na Região Metropolitana do Rio.
Da Redação, com agências
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