Agradecemos a marca de 1000 visitas

Agradecemos a marca de 40.000 visitas

No nosso blog: Brasileiros, Norte Americanos, Portugueses, Canadenses, Russos, Ingleses, Italianos, Eslovenos, enfim, todos que gostam da cultura Brasileira e que tem nos acompanhado.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Paraty comemora título de Patrimônio Histórico Cultural da cachaça Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,60376,Paraty-comemora-titulo-de-Patrimonio-Historico-Cultural-da-cachaca.html#ixzz21Bb1Q500


Felipe de Souza
Paraty
A menos de um mês para o Festival da Cachaça 2012, Paraty está na contagem regressiva para o evento que se tornou um dos maiores do calendário oficial da cidade. No ano em que o festival completa 30 anos, produtores e amantes da cachaça receberam um presente que dará "gostinho" especial à festa: a pinga se tornou Patrimônio Histórico Cultural do Estado, através de uma lei sancionada pelo governador Sérgio Cabral há pouco mais de uma semana. As informações são da Secretaria de Comunicação do Estado.
A notícia foi comemorada pelos produtores de aguardente de Paraty, que esperam que o mercado da cachaça artesanal cresça ainda mais e conquiste terras estrangeiras em larga escala. 
- Nós queremos mostrar que a cachaça não é um simples destilado, mas um produto nacional carregado de história e cultura e, por isso, precisa ser valorizado - afirmou Eduardo Mello, herdeiro da família de alambiqueiros mais tradicionais da cidade, produzindo, desde 1803, a cachaça Coqueiro. 
Qualidade reconhecida
A cachaça fabricada em Paraty - maior produtor do estado - é a única do país com Indicação Geográfica, desde 2007, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Trata-se de uma espécie de selo contendo o seguinte texto: Indicação de Procedência - Paraty. Isso impede que o nome do município seja usado em embalagens de aguardentes fabricadas em outras localidades, o que era comum já que, no passado, a palavra "Paraty" chegou a ser usada como sinônimo para cachaça, assim como pinga e branquinha.
Produção
A cidade - que chegou a abrigar, no final do século XVII, 160 engenhos de aguardente - tem apenas sete alambiques em funcionamento atualmente. E a diferença entre eles não está apenas no rótulo da marca, mas no produto final. De acordo com o dono da cachaça Pedra Branca, Lúcio Freire, embora o processo produtivo de fermentação e destilação do caldo da cana seja o mesmo, instalações diferentes e "segredos" próprios influenciam na bebida que chega aos copos do consumidor. A cachaça ouro da marca recebeu dois prêmios - um nacional e outro estadual - graças à utilização de toneis de carvalho francês no envelhecimento da bebida.
- Cada alambique tem sua receita de levedura e a diferença na forma de produzir resulta em aroma e sabores peculiares - explica Lúcio, que produz cachaça há apenas três anos. 
A curiosidade sobre o processo produtivo de uma das cachaças mais famosas do Brasil leva milhares de turistas por ano a visitarem os alambiques da região. Foi o caso da família de Antonio Carlos Monteiro que, pela segunda vez na cidade, decidiu fazer um tour para conhecer os engenhos. 
- Eu não sabia como a cachaça era feita, por isso, estamos percorrendo alambiques. Minha família gosta muito de cachaça artesanal. Acho que é a bebida que tem mais a cara do brasileiro - afirmou o analista de suporte, que não perdeu a degustação de aguardentes.
Boa para o paladar feminino
Hoje em dia, ainda há quem afirme que cachaça é bebida para homem, mas basta andar pelas ruas de Paraty para ver mulheres degustando e comprando aguardentes em cachaçarias especializadas. Para atingir esse crescente público, além da tradicional branquinha, das cachaças envelhecidas e da azulada típica de Paraty (destilada com folha de tangerina), os alambiques produzem outras versões com sabores: caramelado, cravo e canela e frutas. Essas misturas tornam a bebida mais agradável ao sensível paladar feminino.
E tem mulher também colocando a "mão na massa" nos alambiques. É o caso de Maria Izabel Gibrail Costa, de 62 anos, que produz uma cachaça que leva o seu nome há 16 anos. Pertencente a uma família tradicional de produtores de aguardente de Paraty, que chegaram a exportar o produto para Portugal em meados do século XVII, ela retomou o ofício familiar fabricando em um sítio à beira-mar cachaças brancas e envelhecidas. Maria Izabel conquistou consumidores fiéis, mas conta que chegou a sofrer preconceito.
- No início, as pessoas achavam estranho, diziam que mulher não sabia fazer cachaça e que meu produto era fraco. Mas, na verdade, a minha cachaça é uma das mais fortes com 44% de teor alcoólico. A diferença é que ela não arde tanto porque é menos ácida e isso tem a ver com o meu processo de produção que é diferente. Eu sempre digo que minha cachaça é como a mulher: forte, mas suave - explicou Maria Izabel.
Em Paraty, o ciclo da cachaça já dura quatro séculos, contribuindo para o fortalecimento da economia, estimulando o turismo e incrementando a gastronomia típica da região. A bebida não está apenas nas garrafas e nos drinks, como a famosa caipirinha, mas também nas panelas de casas e restaurantes de Paraty. Alimentos flambados em cachaça e doces produzidos com aguardente conquistam o paladar de moradores e turistas.
Do popular ao refinado
Considerada uma bebida destinada a pessoas de classes inferiores, a cachaça foi historicamente marginalizada. Documentos mostram que a fabricação de aguardente no Rio de Janeiro chegou a ser proibida pelo Reino Português no século XVII.
No entanto, nos últimos anos, a cachaça tem conquistado, cada vez mais, apreciadores de classes mais altas da sociedade. Até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se rendeu ao charme da "branquinha" e reconheceu, em abril deste ano, a cachaça como um produto tipicamente brasileiro. Para o historiador e vice-presidente da Casa de Cultura de Paraty, Diuner Mello, a cachaça está passando a ser vista como uma bebida de qualidade.
- No momento em que se reconhece a cachaça como Patrimônio Histórico Cultural do Estado, está se reconhecendo uma técnica de produção, um conhecimento ancestral que tem que ser valorizado porque é a própria razão de formação cultural do povo do estado - disse o historiador.
No ano passado, o Festival da Cachaça, em Paraty, atraiu cerca de 30 mil pessoas e as expectativas para edição deste ano, de 16 a 19 de agosto, são as melhores. 
- O Rio de Janeiro está na moda, tanto que nós vamos ter Copa do Mundo e Olimpíadas. E, para a nossa alegria, a cachaça também está na moda. Não só os brasileiros, mas os turistas adoram - disse o produtor de aguardente Lúcio Freire.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,60376,Paraty-comemora-titulo-de-Patrimonio-Historico-Cultural-da-cachaca.html#ixzz21BatooGu

Nenhum comentário:

Postar um comentário