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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Roberto Silva, o Príncipe do Samba, morreu neste domingo


O cantor e compositor carioca Roberto Silva, conhecido no meio musical como o "Príncipe do Samba", morreu na madrugada deste domingo, às 3h30m. Diagnosticado há seis meses com um câncer na próstata, o sambista de 92 anos teve um AVC na quarta-feira e alguns órgãos pararam de funcionar. Lúcido, Silva pediu para ser levado para casa e chamou seus familiares.


roberto silva
Roberto Silva
O corpo do músico foi enterrado no Cemitério de Inhaúma, no subúrbio do Rio, por volta de 16h no domingo (9). Desde o meio-dia, o corpo dele foi velado por parentes e amigos como Paulinho da Viola.

Conta-se que perguntaram a João Gilberto qual era seu cantor preferido e ele respondeu: Roberto Silva. Alguém achou que tinha entendido mal e quis checar: "Você quer dizer Orlando Silva, não?". E João Gilberto: "Não. Orlando eu adoro, é claro. Mas eu disse Roberto Silva."

Roberto Napoleão Silva foi na contramão dos sambistas, migrou da Zona Sul para o subúrbio - nasceu no morro do Cantagalo, em Copacabana, e foi morar em Inhaúma. Tornou-se referência por conta do canto sincopado e, embora seja intérprete associado à velha guarda, se destacou também por antecipar série de maneirismos vocais, caso de Da Cor do Pecado.

Começou a carreira no fim dos anos 1930 na Rádio Guanabara. Nas duas décadas seguintes se tornou intérprete dos mais populares do rádio. Seu primeiro sucesso, lançado pela Star, foi "Mandei Fazer um Patuá". 

Nos anos 1960, foi um dos vendedores de discos (gravou centenas deles em 78 rotações pela gravadora Copacabana, incorporada pela EMI). Em 2002, a Universal lançou Volta por Cima, esforço de resgate do sambista, disco que o trazia em interpretações de Nelson Cavaquinho, Paulo Vanzolini, Chico Buarque, Ary Barroso, Sinhô, Bororó. “Descendo o Morro", "Maria Teresa", "O Baile Começa às Nove", são alguns dos sucessos do músico.

Apesar da idade avançada, Roberto estava bem e vinha fazendo shows, como o que relembrou seu disco “Roberto Silva canta descendo o morro” no Instituto Moreira Salles (RJ), em junho. O álbum, de 1958, fez tanto sucesso que ganhou três continuações, de 2 a 4.

"Fui abençoado por uma voz que me permite cantar de tudo, canções, valsas, baiões e até bolero, mas é com o samba que mais me identifico" disse na ocasião, garantindo que mantinha o instrumento de trabalho em forma graças aos 20 minutos de exercícios vocais que fazia toda manhã.

Roberto Silva teve sete filhos e 30 netos.

Com agências

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