Acabo de receber esta carta, da representante dos Pontos de Cultura de Minas Gerias, Ana Paula Rabelo, direta e precisa, por isso compartilho. Ela fala por si, mas para quem queira conhecer melhor o trabalho do Ponto de Cultura EMCANTAR, de Ana Paula, e tantos outros Pontos de Cultura, de tanta gente boa espalhada por esse país, selecionei dois videos de bela Escutatória.
Por Célio Turino*
A quem quiser escutar, eles estão aí, com sua arte e sua voz.
Caros representantes públicos e gestores da cultura, bom dia!
Meu nome é Ana Paula, sou representante de um Ponto de Cultura do Triângulo Mineiro e sou membro da comissão estadual dos Pontos de Cultura.
Fazemos parte do convênio firmado em 2010, entre o Ministério da Cultura e a Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais.
Estamos chegando ao fim desse convênio e é possível perceber o quanto a essência do Ponto de Cultura e as bases que sustentam o programa
Cultura Viva ainda estão ausentes da agenda de prioridades dos governos federal, estadual e municipal.
No dia a dia das atividades dos Pontos de Cultura, aprendemos que o Brasil está mudando, que nosso povo desperta, a cada dia, com a consciência e a certeza de que o país que temos hoje ainda se pauta em desmandos e descaso com aqueles que estão nas fronteiras, no interior, no campo,
perdidos nas grandes cidades.
Aprendemos que o despreparo de muitos gestores públicos e representantes populares nos impede de pensar e construir uma sociedade fundada no bem comum e no exercício do direito a bens sociais que empoderam, qualificam e afastam uma sociedade da barbárie. A ideia central dos Pontos de Cultura é, nas palavras de Célio Turino, desesconder o Brasil, fazer pulsar o que temos de melhor, nossa cultura, cultura como base para cidadania.
A cultura, caros representantes e gestores, é a expressão da alma de um povo, expressão de singularidade e riqueza, diversidade e singeleza, simplicidade e luta. São por esses e outros princípios que os Pontos de Cultura se organizam e fazem chegar ao povo os bens culturais que
lhes são de direito. Direito esse que tem sido historicamente negado por essa configuração de poder público que mantém a sociedade civil organizada longe das decisões políticas, que não sabe agir de forma participativa.
Nesse momento de efervescência social, de manifestações públicas em prol dos direitos básicos de todos os cidadãos brasileiros, os Pontos de Cultura parecem seguir sozinhos, enfrentando inúmeros problemas que emperram nosso trabalho e comprometem nossas ações.
Sentimos que nossa voz ecoa sem resposta, e não percebemos, do lado da gestão pública, braços dispostos a erguer a cultura e colocá-la no centro do debate nacional. Precisamos de mais atitude e agilidade de vocês, que ocupam cargos públicos para efetivarmos o Programa Cultura Viva. Precisamos de gestores qualificados para assumir as demandas da questão cultural em suas dimensões cidadã, simbólica e econômica.
Grande parte do nosso patrimônio cultural, material e imaterial ainda circula pela sociedade com “o pires na mão”, mendigando, implorando para que não se atrase depósitos de recursos financeiros, que não se use “desculpas eleitorais e eleitoreiras” para descumprir combinados, que não deixe desabar prédios que guardam nossa memória, que não fiquem pelo caminho a tradição e o conhecimento dos nossos mestres afrodescendentes e indígenas. Que nossas crianças e adolescentes não tenham sua vida ceifada pela falta de oportunidades, de conhecimento, de sonho e visão de futuro.
Os Pontos de Cultura se configuram como um caminho sem volta. Nossas ações estão proporcionando a nós e ao nosso público a visão do perfil de representantes de que precisamos, para construirmos juntos o país que queremos.
Portanto, abram espaço em suas agendas, priorizem a cultura e atendam ao chamado para trabalharmos juntos. Do contrário, ficaremos nós, à margem, com a maioria, e vocês no centro, no gabinete, governando um país irreal, para poucos.
“Os Direitos Culturais, além de serem direitos humanos previstos expressamente na Declaração Universal de Direitos Humanos (1948), no Brasil encontram-se devidamente normatizados na Constituição Federal de 1988 devido à sua relevância como fator de singularizarão da pessoa humana”.
Meu nome é Ana Paula, sou representante de um Ponto de Cultura do Triângulo Mineiro e sou membro da comissão estadual dos Pontos de Cultura.
Fazemos parte do convênio firmado em 2010, entre o Ministério da Cultura e a Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais.
Estamos chegando ao fim desse convênio e é possível perceber o quanto a essência do Ponto de Cultura e as bases que sustentam o programa
Cultura Viva ainda estão ausentes da agenda de prioridades dos governos federal, estadual e municipal.
No dia a dia das atividades dos Pontos de Cultura, aprendemos que o Brasil está mudando, que nosso povo desperta, a cada dia, com a consciência e a certeza de que o país que temos hoje ainda se pauta em desmandos e descaso com aqueles que estão nas fronteiras, no interior, no campo,
perdidos nas grandes cidades.
Aprendemos que o despreparo de muitos gestores públicos e representantes populares nos impede de pensar e construir uma sociedade fundada no bem comum e no exercício do direito a bens sociais que empoderam, qualificam e afastam uma sociedade da barbárie. A ideia central dos Pontos de Cultura é, nas palavras de Célio Turino, desesconder o Brasil, fazer pulsar o que temos de melhor, nossa cultura, cultura como base para cidadania.
A cultura, caros representantes e gestores, é a expressão da alma de um povo, expressão de singularidade e riqueza, diversidade e singeleza, simplicidade e luta. São por esses e outros princípios que os Pontos de Cultura se organizam e fazem chegar ao povo os bens culturais que
lhes são de direito. Direito esse que tem sido historicamente negado por essa configuração de poder público que mantém a sociedade civil organizada longe das decisões políticas, que não sabe agir de forma participativa.
Nesse momento de efervescência social, de manifestações públicas em prol dos direitos básicos de todos os cidadãos brasileiros, os Pontos de Cultura parecem seguir sozinhos, enfrentando inúmeros problemas que emperram nosso trabalho e comprometem nossas ações.
Sentimos que nossa voz ecoa sem resposta, e não percebemos, do lado da gestão pública, braços dispostos a erguer a cultura e colocá-la no centro do debate nacional. Precisamos de mais atitude e agilidade de vocês, que ocupam cargos públicos para efetivarmos o Programa Cultura Viva. Precisamos de gestores qualificados para assumir as demandas da questão cultural em suas dimensões cidadã, simbólica e econômica.
Grande parte do nosso patrimônio cultural, material e imaterial ainda circula pela sociedade com “o pires na mão”, mendigando, implorando para que não se atrase depósitos de recursos financeiros, que não se use “desculpas eleitorais e eleitoreiras” para descumprir combinados, que não deixe desabar prédios que guardam nossa memória, que não fiquem pelo caminho a tradição e o conhecimento dos nossos mestres afrodescendentes e indígenas. Que nossas crianças e adolescentes não tenham sua vida ceifada pela falta de oportunidades, de conhecimento, de sonho e visão de futuro.
Os Pontos de Cultura se configuram como um caminho sem volta. Nossas ações estão proporcionando a nós e ao nosso público a visão do perfil de representantes de que precisamos, para construirmos juntos o país que queremos.
Portanto, abram espaço em suas agendas, priorizem a cultura e atendam ao chamado para trabalharmos juntos. Do contrário, ficaremos nós, à margem, com a maioria, e vocês no centro, no gabinete, governando um país irreal, para poucos.
“Os Direitos Culturais, além de serem direitos humanos previstos expressamente na Declaração Universal de Direitos Humanos (1948), no Brasil encontram-se devidamente normatizados na Constituição Federal de 1988 devido à sua relevância como fator de singularizarão da pessoa humana”.
*Célio Turino é historiador, escritor e gestor de políticas públicas. Idealizador e gestor do programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura, atualmente em processo de implantação em diversos países.
Fonte: Blog Brasil Vivo
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