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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Uma família e uma companhia



Com uma homenagem ao popular circo brasileiro, a Cia Carroça de Mamulengos faz apresentações de fim de ano na Pavuna e em Manguinhos

Filhos de Babau e Shirley, oito irmãos compõem o grupo itinerante
Filhos de Babau e Shirley, oito irmãos compõem o grupo itinerante  (Crédito: Divulgação)
A bordo do Brasilino, um Monobloco Mercedes 1970, a itinerante Cia Carroça de Mamulengos roda os chãos de asfalto e de terra dos quatro cantos do Brasil, levando a sua arte. Criada por Carlos Gomide, o Babau, há 35 anos, o grupo foi sendo formado pelos filhos que foram nascendo ao longo das aventuras na estrada. Hoje, oito rebentos e – mais alguns agregados – compõem o conjunto de brincantes, musicistas, cantores, palhaços e contorcionistas. “Somos uma trupe de saltimbancos, e essa é a nossa missão”, conta Maria, que, além de atuar em cima do palco, é responsável pela direção musical dos espetáculos e coordenação de produção.

Neste sábado, dia 22, às 18h, a Carroça de Mamulengos apresenta na Arena Jovelina Pérola Negra, na Pavuna, o espetáculo circense Pano de Roda. Já no domingo, 23, às 18h, o grupo encanta a praça da Avenida Dom Hélder Câmara, em frente à Biblioteca Parque de Manguinhos, com o mesmo repertório. “Aproveitamos as apresentações da peçaSintonia Suburbana, no novo Cine-Tetro, para divulgar a atração daCarroça de Mamulengos, nossa última programação cultural do ano . Os moradores já estão ansiosos, e não se fala em outra coisa por aqui”, adianta Ivete Miloski, coordenadora cultural da Biblioteca Parque de Manguinhos.

Trupe fora do tempo
Aos 28 anos, Maria Gomide está em cena desde os tempos em que habitava a barriga de sua mãe, Shirley. “Costumo dizer que eu e meus irmãos nascemos no palco”, brinca a primogênita. “Quando me perguntam se, alguma vez, já pensei em seguir outra carreira, nunca sei direito como explicar a minha vocação. A minha certeza é que nunca tive vontade de ser outra coisa. Fui criada de uma maneira diferente pelos meus pais, com um núcleo de arte muito forte. Somos um grupo meio fora do tempo porque não frequentamos escolas formais e rodamos o chapéu para ganhar a vida em cada lugar que passamos“, explica a moça. A força motriz da companhia é a memória, e os filhos dão continuidade ao caminho trilhado por seus pais.

O espetáculo Pano de Roda é uma homenagem ao popular circo brasileiro, que, sem recursos para manter uma estrutura de lona, possuía apenas um tecido que circundava as arquibancadas. A montagem é realizada a partir de esquetes tradicionais, tendo como linha dramatúrgica uma atmosfera lúdica e poética. “O espetáculo é o segundo da companhia concebido pelos próprios filhos. Ele é inspirado em números profissionais de palhaços que influenciaram nossa formação. Fala também das nossas próprias histórias de circo”, observa Maria.

Desde o começo do mês, a Cia Carroça de Mamulengos tem rodado por comunidades da periferia carioca. Pavuna e Manguinhos são os próximos destinos aguardados da trupe, que já se apresentou na Maré, em Vista Alegre e em Benfica. “É um prazer poder levar a nossa arte para fora dos centros, ainda mais de forma gratuita, com as portas abertas para quem quiser se juntar a nós”, suspira Maria, que ainda tem muito do Brasil para visitar. “Conheço muitos cidades, mas tenho vontade conhecer ainda mais. O norte, por exemplo, é uma região ainda pouco explorada pela Carroça”.

Para a moçoila, a temporada pelo Rio de Janeiro fecha com chave de ouro o ano de comemoração dos 35 anos da companhia. “Ao descobrir os Brasil, vamos aprendendo cada vez melhor a fazer uma arte com um propósito que vai além de fazer rir, mas que toque as pessoas profundamente, despertando esperança nestes tempos de ritmo tão frenético”, arremata Maria.

Leia mais em Programação Cultural.

Colaboração de Camila Lamha

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