Essa semana iniciaremos a História do Clube de Regatas Vasco da Gama, um Clube que faz parte da História do nosso país , o gigante da colina resgata valores e chama para si o importante papel de evidenciar a IDENTIDADE DO POVO BRASILEIRO como as lutas contra o preconceito racial. Abraço em especial para vascaínos ilustres: Sérgio Fernando , (a idéia é sua), Ricardo Lustosa da camisaria AM, Rodrigo Silva Martins o DR Rodrigo, Diego Magalhães, Edinho Silva todos representando com Honras essa grande torcida. Abraços e Orgulho de também participar dessa família ---->
Francis Marques -
Dá-lhe BACALHAU!!!!!!!!!!!!!
Fundação do clube
1898
No dia 21 de agosto de 1898, sessenta e dois rapazes, em sua maioria portugueses, reuniram-se em uma sala da Sociedade Dramática Filhos de Talma, no bairro da Saúde, decididos a criar uma associação dedicada à prática do remo. Inspirados nas celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as Índias, os rapazes batizaram a nova agremiação com o nome do heróico português que alcançara tal feito. Nascia, assim, a grandiosa trajetória do Club de Regatas Vasco da Gama.
Filiado à União de Regatas, o Vasco estreou em competições oficiais no dia 4 de junho de 1899, na enseada de Botafogo. Apresentando-se com uniforme negro, com faixa diagonal branca e a cruz-de-malta no centro, os remadores vascaínos conseguiram a primeira vitória do clube em uma competição esportiva. Foi justamente no 1º páreo, na categoria júnior, com a baleeira “Volúvel”, conduzida a seis remos.
Em 1904, o Vasco inaugurava sua trajetória de pioneirismo. Pela primeira vez na História dos clubes esportivos do Brasil, um não-branco é eleito presidente. Após as eleições, os vascaínos tiveram a honra, em uma época em que o racismo era prática comum no esporte, de conduzir o mulato Cândido José de Araújo ao degrau mais alto do clube. Candinho, como era carinhosamente chamado, presidiu o Vasco, em seu primeiro mandato, de agosto de 1904 a agosto de 1905. Reeleito, permaneceu no cargo até agosto de 1906. Foi durante seu mandato que o clube conquistou o primeiro campeonato de remo de sua história.
Na regata de 24 de setembro de 1905, quando foi inaugurado o Pavilhão da Enseada de Botafogo, construído pela Prefeitura do então Distrito Federal, o Vasco conquistou o seu primeiro campeonato de remo do Rio de Janeiro. O Pavilhão era uma elegante estrutura de ferro, com arquibancadas, tribuna de honra, buffet e dois coretos para bandas de música. Foi um domingo de gala, que contou com a presença de Rodrigues Alves, então presidente da República, e de altos oficiais da Armada Portuguesa, principalmente os da “Canhoneira Pátria”. Diante de platéia tão ilustre, as equipes do Vasco triunfaram em cinco páreos, incluindo os dois mais importantes: o do Campeonato do Rio de Janeiro, com o yole a oito remos “Procelária”, e o dedicado ao benemérito Prefeito Francisco Pereira Passos. No ano seguinte, na regata de 26 de agosto de 1906, o Vasco conquistaria o bicampeonato carioca de remo.
Aspecto parcial do Varandim de Botafogo, construído pelo prefeito Pereira Passos, inaugurado em 1905, na regata em que o Vasco conquistou o 1º campeonato de remo
Em 1913, um combinado de clubes de futebol de Lisboa excursionou no Rio, a convite do Botafogo F.C.. A presença da primeira equipe lusitana na cidade despertou o interesse da colônia portuguesa, até então alheia ao futebol. Com isso, outros clubes foram fundados, como o Luzitânia F.C., o Centro Português de Desportos, o Luso S.C. e, mais tarde, de uma cisão no Luzitânia, o Luzitano S.C..
Após remadas de sucesso, o Vasco, por sua grandeza, sentiu necessidade de cravar a bandeira cruzmaltina em outras modalidades esportivas. Por conta desse desejo de expansão, surgiu, então, o interesse em formar um time de futebol. No dia 26 de novembro de 1915, os vascaínos resolveram se fundir ao Luzitânia SC, clube dedicado ao futebol e que, até então, somente admitia portugueses em seus quadros. Após a fusão, o Vasco da Gama filiou-se à Liga Metropolitana para participar da temporada de 1916. Ao dar os seus primeiros passos na Terceira Divisão, o Vasco começava a construir a História de um dos clubes mais importantes do futebol brasileiro. Porém, a estréia nos campos não foi das mais animadoras, com derrota de 10 a 1 para Paladino FC, em 3 de maio de 1916. Adão Antônio Brandão foi o autor do nosso primeiro gol.
No dia 29 de outubro de 1916, o Vasco da Gama obteve a sua primeira vitória no futebol. O Gigante da Colina ganhou o River por 2 a 1, no campo do São Cristóvão, pela Terceira Divisão da Liga Metropolitana. Candido Almeida e Alberto Costa Júnior foram os autores dos gols vascaínos.
Em 1922, o Vasco, já na Série B da primeira divisão da Liga Metropolitana, sagrou-se campeão e conquistou o direito de disputar a promoção à Série A numa partida extra contra o último colocado da Série A, o São Cristóvão. O resultado de 0 a 0 garantiu ao Vasco a participação na elite do futebol carioca no ano seguinte.
O lugar que o Vasco da Gama ocupa na elite do futebol brasileiro tem a marca gloriosa do time conhecido como os camisas negras que, em 1923, com uma campanha arrasadora (11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota), conquistou o primeiro titulo de campeão carioca de sua História. Com o uniforme preto – ainda sem a faixa diagonal – de gola branca e com uma cruz vermelha, semelhante à da Ordem de Cristo, no lado esquerdo do peito, Nélson, Leitão e Mingote; Nicolino, Claudionor e Artur; Paschoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito foram os 11 vascaínos abusados, alguns deles negros e mulatos, que quebraram definitivamente a hegemonia de América, Fluminense, Botafogo e Flamengo, clubes nos quais atuavam somente jogadores brancos. Esses pioneiros deixaram claro, com a conquista do Carioca daquele ano, que o Vasco chegava não apenas para se transformar em um dos gigantes do esporte nacional, mas, sobretudo, para romper preconceitos e ajudar o futebol a ganhar dimensão nacional. Até a ascensão do Vasco havia, no Rio, uma linha divisória que separava os grandes clubes da Zona Sul – Fluminense, Botafogo e Flamengo – das pequenas agremiações que se espalhavam pelos subúrbios da cidade. O máximo que os grandes permitiam à Zona Norte, até aquele momento, era ter o América em seu convívio, como o representante da elite tijucana. As grandes partidas se realizavam no ambiente refinado, de maneirismos ingleses, estádio do Fluminense Football Club, em Laranjeiras, diante de platéias que exibiam chapéus, bengalas e vestidos longos.
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