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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Muito além do que parece ser

Livro infantil não é só educativo, diz presidente de associação de escritores e ilustradores

Monteiro Lobato, Ziraldo e Ruth Rocha são alguns dos grandes escritores que ficaram conhecidos no país por suas histórias destinadas ao público infantil. Mas apesar de tão conhecida, a literatura infantil ainda é um mercado novo no Brasil, na opinião do presidente da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (Aeilij), Hermes Bernardi Jr. O escritor e ilustrador de livros infanto-juvenis acredita que só recentemente o mercado brasileiro entendeu que livro infantil não é sinônimo de livro educativo ou pedagógico.
"Livro infantil não é só para educar a criança, mas para envolvê-la, com sensibilidade, a alguns aspectos que fazem parte da vida, tais como o jogo, a relação, a brincadeira, o medo e o conflito", disse ele em entrevista à Agência Brasil.
Bernardi Jr lembrou que a descoberta de que o livro infantil não tem que ser especificamente utilitário e pedagógico é recente. "Apesar de termos, lá atrás, [escritores como] Monteiro Lobato, Ziraldo, Ruth Rocha e Sylvia Orthof, [responsáveis] por momentos marcantes da literatura infantil e juvenil brasileira, [há apenas] uns dez ou 15 anos, vivendo esse outro momento, [de considerar o livro infantil como lúdico]".
Para o escritor e ilustrador, o livro infantil não é apenas um objeto que tem uma função específica: é um objeto de arte. "Ele lida com dois elementos de narrativa, um deles, a palavra e o outro, a imagem, que qualificam o leitor em seu olhar diante do mundo". Bernardi Jr lembrou que a literatura infantil não é escrita tão somente para crianças. "A criança para a qual eu escrevo habita um corpo. Mas a idade desse corpo não me interessa. Todos temos, dentro de nós, uma criança. Podemos escrever livros infantis para crianças de qualquer idade".
Segundo ele, o setor tem se renovado nos últimos anos, favorecido, entre outros fatores, pelo uso da tecnologia. "Isso colaborou para que tivéssemos parques gráficos mais ousados e bem equipados no Brasil. E aí os artistas da palavra e da imagem começaram a ficar um pouco mais ousados e a recriar esse espaço e esse universo do livro, criando, inclusive, esse produto que chamamos de livro-brinquedo, que tem textura, cheiro etc".
Mas a principal renovação do setor, para ele, está em outro aspecto fundamental: "Como há muitas pessoas do design e da publicidade envolvidas na feitura de um livro infantil e juvenil, ele está começando a virar um produto com muito mais arte".
O mercado de livros infanto-juvenis cresceu no país nos últimos anos, disse Bernardi Jr. "De fato tem aumentado o número de escritores de livros infantis no Brasil e também de ilustradores. É um mercado que cresceu muito principalmente por causa de todos os programas de governo de aquisição de obras para as bibliotecas escolares e públicas". Mas apesar desse crescimento, o brasileiro ainda lê e consome poucos livros.
"O Brasil precisa, na verdade, consumir mais livros na livraria. O brasileiro precisa ir à livraria e comprar livros de autores e ilustradores brasileiros", defendeu. Para ele, esse problema ocorre principalmente "porque o brasileiro não vê o livro como uma necessidade básica" e encara o livro, muitas vezes, como um objeto apenas didático. "O brasileiro precisa pensar melhor no livro, como um objeto de arte, onde ele se descobre, onde vê um outro modo de ver e de perceber o mundo". Outro problema apontado por Bernardi Jr. é o fato de o país ter poucas livrarias e bibliotecas disponíveis nos municípios.
Divulgação
Obra de Monteiro Lobato: Aumentou número de escritores de livros infantis

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