Livro infantil não é só educativo, diz presidente de associação de escritores e ilustradores
Segundo ele, o setor tem se renovado nos últimos anos, favorecido, entre outros fatores, pelo uso da tecnologia. "Isso colaborou para que tivéssemos parques gráficos mais ousados e bem equipados no Brasil. E aí os artistas da palavra e da imagem começaram a ficar um pouco mais ousados e a recriar esse espaço e esse universo do livro, criando, inclusive, esse produto que chamamos de livro-brinquedo, que tem textura, cheiro etc".
Mas a principal renovação do setor, para ele, está em outro aspecto fundamental: "Como há muitas pessoas do design e da publicidade envolvidas na feitura de um livro infantil e juvenil, ele está começando a virar um produto com muito mais arte".
O mercado de livros infanto-juvenis cresceu no país nos últimos anos, disse Bernardi Jr. "De fato tem aumentado o número de escritores de livros infantis no Brasil e também de ilustradores. É um mercado que cresceu muito principalmente por causa de todos os programas de governo de aquisição de obras para as bibliotecas escolares e públicas". Mas apesar desse crescimento, o brasileiro ainda lê e consome poucos livros.
"O Brasil precisa, na verdade, consumir mais livros na livraria. O brasileiro precisa ir à livraria e comprar livros de autores e ilustradores brasileiros", defendeu. Para ele, esse problema ocorre principalmente "porque o brasileiro não vê o livro como uma necessidade básica" e encara o livro, muitas vezes, como um objeto apenas didático. "O brasileiro precisa pensar melhor no livro, como um objeto de arte, onde ele se descobre, onde vê um outro modo de ver e de perceber o mundo". Outro problema apontado por Bernardi Jr. é o fato de o país ter poucas livrarias e bibliotecas disponíveis nos municípios.
Divulgação
Obra de Monteiro Lobato: Aumentou número de escritores de livros infantis
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