Praticamente na reta final do Festival de Cannes, a magia do preto e branco entra na corrida pela Palma de Ouro com a projeção do filme estadunidense "Nebraska", dirigido por Alexander Paine.
Prática abandonada desde meados do século passado pela invasão de cores nas telas, vários autores a retomam por suas grandes vantagens na linguagem visual e dramática da narração.
Um exemplo disso são "A lista de Schindler", de Steven Spielberg, atual presidente do júri no festival, e o multipremiado "O artista", cujo diretor Michel Hazanavicius presta, além disso, homenagem ao cinema mudo.
"Nebraska" conta a história de um pai de família, velho e alcoólatra, que diz ter ganhado uma loteria por correspondência e começa junto a um de seus filhos uma longa viagem de carro para receber o prêmio.
Narrada no tom de uma comédia leve com alguns tons amargos, a obra é um alívio num festival dominado até agora por produções de uma extrema e irracional violência, o que começa a ser fruto de numerosas críticas.
Outro tema recorrente na edição 66 do Festival de Cannes é a homossexualidade, presente na competição com a produção franco-belga-espanhola “A vida de Adele”, baseada em uma série em quadrinhos chamada "O azul é uma cor quente".
O tema é também abordado nos filmes “Behind the Candelabra” (Por trás do candelabro), sobre a vida do excêntrico pianista estadunidense Liberace, e “L'Inconnu du lac” (O desconhecido do lago), apresentado na mostra Um Certo Olhar.
Cannes Classics prestou homenagem nesta quinta-feira (23) ao emblemático realizador francês Jean Cocteau com a projeção da cópia restaurada de "A bela e a fera", de 1946.
O Festival começou em 15 de maio e termina neste domingo, quando serão entregues os principais prêmios do tradicional evento na Riviera francesa.
Prensa Latina
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