A programação era apertada: diretores de 13 museus brasileiros deviam visitar pelo menos dois museus ingleses por dia. Passaram uma semana, no início do mês, entre conversas aceleradas a portas fechadas com diretores das instituições britânicas(Londres, Liverpool e Glasgow), que apresentavam de suas próprias histórias a tabelas de preços de exposições “exportáveis” para o Brasil.
Museu do Futebol, de São Paulo, fechou parcerias com o National Football Museum, de Manchester
Partiram do Brasil dirigentes da Pinacoteca de São Paulo, do Instituto Inhotim, Museu do Futebol, Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio, Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, Museu Antonio Parreiras, Museu Casa de Portinari, Casa Fiat de Cultura, Museu da Imigração, Museu do Café, Casa de Cultura Mario Quintana, Oi Futuro e Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul.
Eles visitaram de medalhões da arte, como o Victoria & Albert e o British Museum, em Londres, a instituições menores, como a GoMA (Gallery of Modern Art), de Glasgow, e a Tate Liverpool — a primeira conhecida pelo trabalho que costuma envolver a comunidade nas exposições, e a segunda, por integrar o projeto de revitalização da Zona Portuária de Liverpool.
Se as estrelas mais óbvias do grupo brasileiro no encontro eram Inhotim e Pinacoteca, o prestígio, porém, foi endereçado ao Museu do Futebol. A mais lembrada pelos diretores britânicos nas visitas — por, como definiu o diretor do Museu de Liverpool, David Fleming, “ser um museu não de coleção, mas de experiências” —, a instituição instalada em São Paulo foi convidada para um adendo na programação do Museum Study Tour, para visitar o recém-inaugurado National Football Museum, em Manchester.
A diretora Clara Azevedo foi recebida por Kevin Moore, à frente da instituição inglesa, para discutir quatro linhas de parcerias: troca de exposições temporárias (“Vamos trazer as deles e levar as nossas, e eles querem muito as nossas”, comemora Clara), troca de pesquisas acadêmicas (sobre futebol, claro) e de procedimentos na área de documentação, intercâmbio de funcionários e criação de uma rede colaborativa voltada à preservação da memória esportiva.
A proposta é que, em outubro, os britânicos venham ao país para visitar instituições brasileiras. Causou surpresa, no entanto, o fato de os dirigentes daqui terem pouco contato entre si.
"Ficou claro para mim que precisamos nos conhecer melhor, precisamos criar essa rede de trocas entre nós mesmos. Nossos museus se desconhecem", defendeu Sabrina Curi, da direção do MAC de Niterói.
Fonte: O Globo
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