Mariano Fortuny: Nu na praia, óleo sobre tela, 13 x 19cm, 1874
O Museu do Prado de Madrid, na Espanha, está apresentando mais uma grande exposição de pinturas intitulada La belleza encerrada. De Fra Angelico a Fortuny. As 281 telas, em sua maioria em pequeno formato, mostram obras de artistas do século XIV ao XIX, e foram escolhidas entre cerca de mil outras que pertencem ao acervo do Museu. A mostra teve início no final de maio e irá até 10 de novembro de 2013.
Por Mazé Leite
As obras estão espalhadas em 17 salas ao todo. O objetivo desta exposição também é mostrar a história da técnica de pintura em pequenos formatos, que vem desde a Idade Média, começando a partir dos afrescos, mas logo chegando às pinturas em óleo sobre madeira, sobre tela, etc.
El Greco: Velho cavalheiro, óleo s/ tela, 1587-1600
O diretor do Museu Miguel Zugaza, idealizador da exposição, comentou ao jornal espanhol El País: “Bendita seja a crise (econômica) que nos permite agora nos concentrar no tesouro que possuímos no Museu do Prado”. Em tempos de crise capitalista, os administradores dos museus se vêem obrigados a reelaborar suas políticas de exposições temporais, tirando do fundo de suas salas as obras mestras de que dispõem. Até mesmo o catálogo da mostra foi impresso em formato reduzido, para reduzir os custos.
Essas 281 obras possuem como denominador comum além do formato menor, características especiais como qualidade técnica, refinamento, maestria. Como são telas de tamanho pequeno, há detalhes escondidos que fogem à observação de quem não se aproximar bastante dos quadros. Muitas deles ficavam guardados em salas internas, longe do olhar do público, ou estavam em outros museus, cedendo seu lugar no Prado para obras mais famosas. A alta qualidade do acervo e das coleções do Museu do Prado, enriquecidas ao longo de séculos por diversos reis espanhois, faz com que a coleção de pinturas do museu espanhol chegue a superar a coleção do Museu do Louvre, de Paris.
Francisco Domingo Marqués: Autorretrato
óleo s/ madeira,1865.jpg
Os pintores presentes nesta exposição do Prado são em sua maioria espanhois, mas também tem franceses, italianos e pintores dos Países Baixos. Segundo a organização do Museu, o público pode ver a passagem do tempo através das telas, unindo o passado ao presente, podendo fazer relações entre o estilo dos diversos pintores de diversos países, assim como a influência externa em suas obras ou a reafirmação do seu modo de vida e cultura local. Os pintores do norte europeu, por exemplo, podem se aproximar daqueles do sul a partir de uma mesma iconografia ou de um mesmo tema. Por outro lado, os da Idade Média e os do Renascimento tinham suas diferenças, mas prepararam o terreno - com o Barroco e depois com o Rococó - para a arte realista do século XIX que, com Mariano Fortuny na Espanha, além de outros, trouxe novos caminhos para a arte pictórica.
Para os privilegiados que possam ver de perto essas obras-primas - e para nós que estamos tão longe de Madrid - aqui vai uma pequena lista dos artistas presentes que, por si só, já dá uma ideia da importância desta exposição do Prado:
Fra Angelico, Andrea Mantegna, Hieronymus Bosch, Albert Dürer, Andrea del Sarto, Rafael, Guido Reni, Annibale Carracci, Tiziano, Veronese, Jacopo Bassano, Leandro Bassano, Jan Brueghel o Velho, El Greco, Antonio Moro, Diego Velázquez, Ludovico Carracci, Correggio, Peter Paul Rubens, Francisco de Zurbarán, Jan Brueghel o Jovem, Nicolas Poussin, Bartolomeu Estevan Murillo, Jean-Antoine Watteau, Anton Raphael Mengs, Giambattista Tiepolo, Vicente López Portaña (parente do atual pintor realista Vicente López), Francisco de Goya, Mariano Fortuny, entre outros.
Abaixo, mais alguns dos quadros que estão na exposição:
Donato Creti: Nu masculino, óleo s/ papel, 1710-1720
Federico Madrazo y Kuntz: Louise Amour M. de la Roche-Fontenilles, 1871, óleo
Diego Velázquez: Francisco Pacheco, 1620, óleo s/ tela
Ticiano: Cristo com a cruz, 1565, óleo s/ tela
Mariano Fortuny: Marroquinos, 1872-74, óleo
Leonardo Alenza y Nieto: O bêbado, séc. XIX, óleo s/ tela
Francisco Domingo Marqués: Gato, séc. XIX, óleo
Francisco de Goya: O abanil ferido, 1786, óleo s/ tela
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