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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Fundação Palmares: sessão solene na Câmara comemora 25 anos

Com sessão solene na Câmara dos Deputados, na manhã desta segunda-feira (19), foi dado início as comemorações dos 25 anos da Fundação Palmares. Em todos os discursos, os oradores lembraram a luta do líder negro Zumbi dos Palmares e a contribuição que a Fundação Palmares tem dado na luta contra o preconceito e pela promoção da igualdade racial no Brasil. 


Agência Câmara
Fundação Palmares: sessão solene na Câmara comemora 25 Anos  

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que falou em nome do Partido, disse que a solenidade serve para se fazer reflexão sobre a história, a luta e a situação dos negros no Brasil. Ele, a exemplo de outros oradores, destacou que ainda existe muita resistência, por parte de setores da sociedade brasileira, para a implantação de ações e programas que garantam a igualdade racial. 
E citou o exemplo da instalação, no Ceará, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que sofreu grandes resistências que foram superadas pelo governo do ex-presidente Lula que, junto ao Governo de Dilma Rousseff, tem procurado superar os problemas sofridos pelo povo negro.

O parlamentar também queixou-se da morosidade da Justiça nas ações de regularização das terras quilombolas; e da polícia, que persegue os negros como se todos fossem marginais. “Temos avançado, vamos avançar mais e não podemos esquecer que essa cor ainda representa muitas dificuldades para a população negra brasileira, que é tão importante para o desenvolvimento do país quanto qualquer outro”, avalia o parlamentar comunista. 

Para o deputado Fernando ferro (PT-PE), que falou em nome da Liderança do Governo, a resistência de setores aos direitos de comunidades quilombolas – um dos eixos étnicos de construção dessa nação e que tem direitos originários - é irmã do preconceito. 

Herança africana

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), presidente da Frente Parlamentar da Cultura, enviou mensagem de homenagem à Fundação Cultural Palmares, destacando “o trabalho incansável no sentido de construir uma política cultural igualitária e inclusiva e de valorizar as manifestações culturais e artísticas negras do Brasil”.

Para Luciana, “esse trabalho de descobrir, resgatar e estimar a nossa herança africana, valorosa matriz da identidade cultural do povo brasileiro, merece toda reverência, respeito e apoio. A atuação da Fundação Palmares certamente contribui para que avancemos enquanto Nação que conhece e se orgulha de suas origens”.

Além dos discursos e mensagens, houve declamação de poesia que também fala dos preconceitos contra os negros. Coube à poetisa Cristiane Sobral declamar poema de sua autoria - Ancestralidade na alma -, que se contrapõe as imagens estereotipadas dos negros que são apresentadas pelos meios de comunicação e que não os representam: “Eu não olho para o chão/Minha alma não está nos meus pés/Não sou bicho de estimação (...) Não sou animadora de festa/Nem carrego tudo e todos nas costas/Não sou o anjo negro consolador...”

Mais comemorações

As comemorações prosseguem na quinta-feira (22) com o debate “Memórias e trajetórias das Políticas públicas para a Cultura Negra”, às 14 horas, no Auditório da Fundação Cultural Palmares (FCP), em Brasília (DF). A proposta é reunir dirigentes que fizeram parte da FCP, desde a criação, para visualizar a trajetória histórica da Fundação Palmares e de todo o processo de proposição, gestão e implementação de políticas para a cultura negra no Brasil nos últimos 25 anos.

Lindivaldo Júnior, diretor do DEP (Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da FCP) conta que o objetivo dessa atividade é subsidiar ações futuras, a partir da experiência acumulada e dos desafios propostos a cada gestão. “A história não pode ser negligenciada”, disse.

No sábado (24) e domingo (25) estão previstas atividades culturais, como a atividade de Escambo Cultural: De Recife à Ceilância, juventude negra e política cultural, a partir das 15 horas do sábado, no Espaço Cia. das Artes, em Ceilância (DF). E, no domingo, a partir das 13 horas, na sede da Fundação Palmares, haverá show com apresentação de hip-hop, maracatu, bateria de escola de samba e da cantora Leci Brandão. 

Origem da Fundação

No dia 22 de agosto de 1988, o então presidente da república José Sarney fundou a primeira instituição pública federal voltada para promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileira: a Fundação Cultural Palmares. Neste ano de 2013, a FCP comemora 25 anos de trabalho por uma política cultural igualitária e inclusiva, que busca contribuir para a valorização das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais.

Nesse quarto de século, a FCP já emitiu mais de 2.272 certificações, documento que reconhece os direitos das comunidades quilombolas e dá acesso aos programas sociais do Governo Federal. É referência na promoção e preservação das manifestações culturais negras, bem como das religiões de matriz africana e no apoio e difusão da lei que torna obrigatório o ensino da História da África e Afro-brasileira nas escolas. A Fundação já distribuiu mais de 56 mil publicações que promovem, discutem e incentivam a preservação da cultura afro-brasileira e auxiliam professores e escolas na aplicação da Lei.

De Brasília
Márcia Xavier

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