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domingo, 26 de janeiro de 2014

Tradição das bordadeiras do Carnaval permanece em Barra Mansa

Andressa Paganini
Dom de bordar é visto com orgulho por várias gerações de moradores de  Barra Mansa
Tradição: Dom de bordar é visto com orgulho por várias gerações de moradores de Barra Mansa
Barra Mansa

Mesmo conscientes de que precisariam ser atenciosos e dedicados à mão de obra minuciosa que o trabalho de bordados exige, jovens do bairro Nova Esperança - onde existe um grupo de bordadeiras há mais de 30 anos - não resistiram ao encanto de também fazerem parte do brilho e encanto das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Atravessando gerações, o bordado para alas de agremiações carnavalesca da capital vem conquistando um novo público que, desde pequeno, já acompanhava o trabalho de mulheres da família que sempre praticaram esse tipo de arte.

É o caso da bordadeira Thainara Custódio dos Santos, de 19 anos. Filha e sobrinha das bordadeiras Regina Custódio e Janice Custódio, respectivamente, a jovem sempre acompanhou de perto o trabalho na qual as mulheres da sua família foram percussoras na comunidade. "Eu cresci vendo minha mãe e minha tia fazendo bordados e isso sempre me encantou. Aos 14 anos tive o interesse em aprender, elas me ensinaram e hoje eu faço o trabalho com a maior satisfação. O bordado é feito de detalhes e isso torna o trabalho ainda mais interessante", ressalta Thainara.

De acordo com ela, assistir aos desfiles e ver o trabalho feito ao longo de meses sendo exposto ao mundo inteiro é uma satisfação impossível de descrever. "No final o resultado fica muito bonito e é muito bom ver que todo mundo gostou. Isso sem falar no fato do nosso trabalho ser reconhecido e muito valorizado pelos dirigentes das escolas", comenta a bordadeira. Neste ano, o trabalho coordenado pela tia da jovem, Janice Custódio, consiste no bordado de toda a ala da bateria da Estação Primeira de Mangueira; de uma das alas do Acadêmicos do Salgueiro, da ala das baianas da União da Ilha do Governador e da bateria e ala infantil da Imperatriz Leopoldinense.

Há oito anos fazendo bordados para as grandes escolas, o jovem Eduardo Marques da Conceição, de 22 anos, foi influenciado à profissão pela irmã, que hoje já não trabalha mais neste ramo. Ele conta que ainda adolescente se interessou pelo trabalho e que hoje, além de bordar, também arma e risca os bastidores. "Pretendo continuar por muito tempo nessa área porque é o que eu gosto de fazer, mesmo sendo um trabalho que exige muito dedicação e atenção. É muito gratificante ver e saber, que de alguma forma, contribuímos para uma festa tão bonita, que são os desfiles", destaca Eduardo, que também faz aplicações de bordados fora do período de Carnaval.
Trabalho de meses
Conforme explica Janice, os trabalhos com bordados para as escolas têm início em setembro. O grupo é composto por mais de 30 bordadeiras que, na reta final para o Carnaval, encaram uma média de 40 bastidores por dia. Isso porque, segundo a coordenadora, o bordado vem perdendo muito força, devido a utilização de tecidos importados que substituem o paetê. "Nosso trabalho foi intenso neste ano, no entanto podemos afirmar que diminuiu em cerca de 20%, se formos comparar com anos anteriores", afirmou Janice.

Mas, mesmo diante de dificuldades como essa, a bordadeira se orgulha do trabalho realizado, há décadas, e que recentemente foi reconhecido pela indústria do Carnaval com a publicação no livro "Artesãos da Sapucaí", de autoria de Carlos José Feijó e André Nazareth, publicado pela Editora Olhares. O livro foi lançado na versão inglês e português e, conforme conta Janice, ela foi a única bordadeira do município escolhida para estampar a página que detalha a produção e os bastidores do Carnaval.

- Para mim, que comecei aos oito anos de idade, enchendo linha de miçangas e logo a bordar, foi muito gratificante esse reconhecimento. Fiquei muito orgulhosa do meu trabalho e toda a minha equipe. Apesar de já estar nesse ramo, há muito tempo, reconheço que a cada ano é uma emoção diferente quando vejo nosso trabalho encantando tanto gente na avenida - destacou Janice, que faz questão de entregar pessoalmente os bastidores nos barracões das escolas.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,84282,Tradicao%20das%20bordadeiras%20do%20Carnaval%20permanece%20em%20Barra%20Masna.html#ixzz2rZ3fJZQ1

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