"O hip hop extrapola a fronteira da música. Ele hoje transita nos mais diversos espaços sociais", declarou Beto Teoria, presidente da Nação Hip Hop Brasil, durante participação no especial da Rádio Vermelho "Hip Hop no Brasil - uma frente resistência nas periferias", ao ser questionado sobre o que é esse movimento.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Segundo ele, o movimento hip hop no Brasil surge no final dos anos 1970, início dos anos 1980, em um momento efervescente, de incorporação de questões como a de gênero e raça no processo de constituição de um novo modelo de sociedade, mais pluralista, democrática, participativa e cidadã. Criando novas formas, novas práticas de exercício político reivindicatório.
Beto Teoria, que também é produtor musical, lembrou que não demorou muito para que começassem a surgir pela cidade de São Paulo, os primeiros grafites ligados efetivamente a uma temática hip hop. "A juventude das periferias, em especial a juventude negra, começa a se identificar com o ritmo daquela música diferente, falada de forma muito rápida", pontuou ele.
Nação Hip Hop Brasil
Ao falar sobre a formação da Nação Hip Hop Brasil, que em 2014 completa nove anos, Teoria salientou que ela sugiu a partir de um debate travado por pessoas que eram do movimento hip hop, mas que estavam organizadas na União da Juventude Socialista (UJS).
"Em 2004 realizamos uma grande reunião, que contou com a presença de 16 estados e em 22 de janeiro de 2005 nasce a Nação. De lá pra cá a Nação organizou seu espaço e refletiu coletivamente, não só o hip hop e os seus quatro elementos, mas também a sua dimensão política, pois todos que participam desse movimento, também são cidadãos e como tais fizeram a ponte e viram no hip hop uma válvula para externar suas impressões sobre a violência, a desigualdade e a ideia de mundo que cada um deseja construir", explicou Beto Teoria.
Ele lembra que a Nação Hip Hop Brasil pode ser entendida como um grande guarda-chuva que une as pessoas que produzem hip hop no Brasil.
"Nossa proposta é fortalecer o movimentos através da troca de realidades e do debate, de forma a empoderar aqueles que já fazem o hip hop. Através dos circuitos e mesmo de uma palestra, nós buscamos refletir sobre a situação social, cultural e política. Ou seja, utilizamos uma manifestação da cultura popular para refletir sobre a nossa realidade, sobre a realidade do país", acentuou ele.
Pelas lentes de Clécio Almeida, conheça um pouco dessa arte revolucionária:
Ouça a íntegra da entrevista na Rádio Vermelho:
Especial Hip Hop no Brasil da Rádio Vermelho
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