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Museu Casa de Rui Barbosa: Local é vinculado ao Ministério da Cultura |
"Vai ser uma obra de engenharia profunda. Essa parte nós vamos trabalhar em associação com a Fundação Darcy Ribeiro", disse à Agência Brasil o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, professor Manolo Florentino. Segundo o professor, será o primeiro processo de revitalização de jardim histórico no Brasil em grande escala, e é possível que surjam, no decorrer dos trabalhos, problemas inéditos.
Por isso, será preciso criar técnicas, além do próprio processo de revitalização. Cada etapa será filmada e registrada, para ser transformada depois em livro. De acordo com Florentino, a ideia é devolver as informações às faculdades de urbanismo, paisagismo e arquitetura como um conhecimento novo, específico. A obra vai garantir a integridade do jardim, que data de 1850, por, no mínimo, as próximas três gerações, afirmou Florentino.
De acordo com o professor, será também o primeiro projeto no país, em grande escala, nos moldes propostos pela Carta de Florença, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e pela Carta dos Jardins Históricos Brasileiros. As duas convenções consideram tanto os valores culturais quanto os componentes ambientais na conceituação e definição dos princípios gerais de preservação de jardins históricos.
O início das obras está previsto para fevereiro e o término, para dezembro "ou, no máximo, para janeiro de 2016". O jardim tem área de 6,2 mil metros quadrados. Estão previstas melhorias na pavimentação e acessibilidade para pessoas com necessidades especiais e idosos. Além disso, um novo sistema de iluminação e sinalização possibilitará atividades noturnas no jardim, cujo horário de fechamento será estendido das 18h para as 21h.
A revitalização do jardim do Museu Casa de Rui Barbosa terá apoio financeiro de R$ 3,6 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esses recursos serão destinados à Fundação Darcy Ribeiro e se somarão a R$ 1,2 milhão oriundos do Fundo Nacional de Cultura, liberados com a mesma finalidade.
"Vai ser um processo sincrônico", disse Florentino, pois a verba do Fundo Nacional de Cultura irá para o restauro das estátuas, do quiosque e do mobiliário do jardim, "que custa muito caro". Os R$ 3,6 milhões do BNDES, cuja aprovação foi anunciada hoje (30), serão aplicados na parte específica do jardim e nas obras de engenharia.
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), existem no Rio de Janeiro 40 jardins históricos. O BNDES trabalha com a perspectiva de que o projeto de revitalização do Museu Casa de Rui Barbosa abra espaço para iniciativas de manutenção e restauração de outros jardins históricos no país, em atendimento às normas de preservação patrimonial.
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