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sábado, 19 de novembro de 2011

Do blog do Sr. Júlio Esteves, A DITADURA DO SILÊNCIO ABSOLUTO VOLTA A MOSTRAR AS SUAS GARRAS.

Parabéns ao Sr. Júlio por esta Matéria esclarecedora em seu blog.

A manchete de hoje da Voz da Cidade me deixou muito intrigado. A tônica da matéria é que "Som alto na madrugada incomoda moradores de bairro". No escopo da matéria, na página 11, percebe-se que o bairro em questão é o bairro Ano Bom, em Barra Mansa. A queixa, segundo consta, é sobre os veículos que transitam por lá em virtude dos bares que instalaram-se no local somando-se aos já existentes, e a reclamação principal é com os sons emitidos pelos equipamentos potentes dos carros. Apesar de concordar parcialmente com as reclamações, percebo que covarde e veladamente pretende-se colocar a culpa nos bares e seus proprietários. Há muito acompanho esse filme e na verdade esse tema foi o primeiro a motivar a criação deste Blog. A cidade de Barra Mansa já tornou-se uma cidade dormitório e concomitantemente as opções de lazer são escassas e o poder público omisso e inoperante fica feliz com isso, porém iniciativas privadas ousadas e bem-vindas, sem nenhum apoio dos órgãos públicos, estão gerando emprego, renda, lazer e cultura no local. Isso incomoda muita gente, principalmente os precursores da ditadura do silêncio absoluto implantada na cidade que é uma das agraciadas com a ida do carnaval para o Parque das Torturas. Quero registrar que também sou radicalmente contrário aos verdadeiros carros de som que certos veículos se transformaram e isso também me incomoda muito, mas daí a responsabilizar os corajosos empreendedores das diversões noturnas por isso, é tentar mais uma vez jogar a sujeira para baixo do tapete. O que acontece nas vias públicas é de responsabilidade do poder público e não dos empresários que não tem a mínima autonomia para coibir tais procedimentos incômodos. Cabe a Guarda Municipal e as autoridades policiais constituídas evitar e combater a prática imbecil dos altos volumes de som expedidos pelos carros dos beócios. Se não possuem decibelímetros para aplicar a lei, incomodem, peçam documentos sistematicamente, abordem-os com a mesm a fúria e rigidez empregadas contra os proprietários de veículos que não estão em dia com o seu IPVA e por certo eles perceberão que a prática não lhes é favorável, mas por favor, não venham com essa ladainha querer novamente impedir que nossos jovens tenham vida na própria cidade que moram e que fiquem a mercê das violentas e perigosas estradas da madrugada expondo-se a toda sorte de riscos e preocupações para os pais. Não venham com essa desculpa, destilar a sua inveja pelo sucessos desses empresários que varam a madrugada, quando necessário, para ganhar a vida, gerar empregos e oferecer um pouco de alegria para a nossa sociedade. É preciso esclarecer que não é o som dos bares que tem incomodado a vizinhança mas o som das ruas, e quem fiscaliza as ruas é o poder público. Percebemos, há dias atrás, nos veículos de imprensa e nas ações da fiscalização municipal, igual preocupação com os espaços ocupados nas calçadas pelos bares. Ninguém se incomoda com os bicheiros anotando jogo no meio da rua, ninguém se rebela com os ônibus invadindo calçadas, ninguém se escandaliza com os marginais fumando crack em baixo da ponte, ninguém se constrange com os travestis se oferecendo nas ruas centrais, ninguém se mobiliza contra os altos cantos evangélicos de certos templos, mas contra os bares, é impressionante o levante que se protagoniza rápida e vorazmente. Deixem de ser invejosos e sem vida e permitam que nossos jovens tenham momentos de alegria, música, descontração e sonhos. Evitem, usando todas as forças e instrumentos legais e possíveis, os transtornos causados pelos veículos que incomodam os moradores no seu direito de paz, mas não venham tentar coibir a vida, só porque alguns já desistiram dela. Precisamos ficar atentos, pois na falta do que fazer no vazio das suas esperas pela morte, vários desistentes da vida conseguem adesões e abaixo-assinados rapidamente e via de regra contam a complascência demagógica dos poderes constituídos que sempre optam pelo caminho mais fácil e menos desgastante. O silêncio dos bons é a ditadura dos maus.

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