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sábado, 12 de maio de 2012

No 13 de Maio, homenagem a Castro Alves, poeta dos escravos


No dia 13 de maio de 1888, foi instituída a Lei Áurea com o objetivo de extinguir a escravatura no Brasil. O professor Francisco Pantera fez um cordel para simbolizar a data e homenagear Castro Alves. "Não acabou o racismo, que ainda é um grilhão invencível, que tem acorrentado uma parcela significativa da população brasileira: os negros. Os negros não tem mais bolas de ferro, mais tem sim a corrente simbólica do racismo prendendo e operando nas relações sócias", lembra Pantera.



Mais um bravo dos bravos 
Hoje eu resolvi homenagear 
O poeta Castro Alves 
Como foi bonito o seu lutar 
Quem ama a literatura 
Este poeta deve estudar.

Foi amigo de José de Alencar e Machado de Assis 
Era um grande intelectual 
Seus incríveis versos 
São de uma beleza fenomenal 
Condenou com veemência a escravidão 
E a desgraça social.

Libertador itinerante 
Eterno condoreiro
Amante da liberdade 
E do povo brasileiro 
Trovador...de alto brado 
Espírito de liberteiro.

Poeta de boa estirpe 
Tinha a mente iluminada 
Era um grande baiano
Um abolicionista da pesada
Com poesias arrebatadoras 
Deixava a elite abalada.

Foi um grande precursor 
Do repente e do cordel 
Na arte da poesia 
Foi um grande menestrel
Na luta por liberdade 
Cumpriu um generoso papel.

Não só defendeu os negros 
Mas, o povo esquecido e injustiçado 
Pelo povo era querido 
Pelos monarquista era odiado 
Morreu aos vinte e quatro anos
Um jovem que deixou para o país um grandioso legado.

Defensor dos princípios de liberdade e justiça social 
Foi um poeta corajoso. 
“Não sonha com amadas impossíveis”
Também foi um poeta amoroso. 
Foi um excelente pintor 
Pintava a natureza, era um homem grandioso.

“A praça é do povo,
Assim como o céu é do condor”
Era um grande filosofo 
Era um grande pensador 
Na luta abolicionista 
Foi um grande libertador.

“Dizem... nos, passamos a vida toda 
Procurando nossa metade,
Como seres parcialmente vivos, 
E só nascemos e vivemos de verdade, 
Quando ás encontramos!”
Era um poeta sem vaidade.

Assim era o navio negreiro 
Cheio de “Guerreiros ousados”
Da África para o Brasil
“Ontem simples, fortes, bravos”
Perderam a liberdade
Para ser “Hoje míseros escravos”.

Assim era o negro da África 
“Ontem em plena liberdade”
Hoje “Nem livres para morrer”
Denunciava o poeta a crueldade.
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vos, se é loucura... se é verdade!”

Castro Alves 
Foi sinônimo de bravura, heroísmo e justiça
Desafiou a monarquia 
Os escravocratas e toda sua mundiça
Leio e releio sua obra literária 
Sem me dar nem um pouco de preguiça.

Francisco Pantera

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