Um pedaço do sertão e de tudo o que ele um dia representou para João Guimarães Rosa (1908-1967) cabe agora dentro de uma casa. E não haveria espaço mais seguro para esse mesmo sertão que a própria residência desse que é um dos mais importantes escritores brasileiros.
Museu funciona na casa onde Guimarães Rosa viveu quando criança
Assim, paredes e pisos tiveram devolvida a beleza singela que o passar dos anos desfez. Um novo circuito elétrico foi projetado para que a tecnologia – são usados equipamentos de áudio e vídeo, até então guardados – fosse integrada a todos os cômodos.
A partir desta sexta-feira (6) o Museu Casa Guimarães Rosa será reaberto ao público com três exposições, que transportam não somente a obra literária, mas as faces de um sertão tão aclamado pelo escritor e que, indiscutivelmente, ainda pulsam pelas ruelas, casas e semblantes dos moradores de Cordisburgo.
Há 60 anos Guimarães cortava o sertão mineiro ao lado de oito vaqueiros – sendo um deles, Manuelzão, imortalizado na obra –, levando 300 cabeças de gado pelos 240 quilômetros que separam as cidades de Três Marias e Araçaí.
Do percurso, feito em dez dias, o escritor anotou punhados de prosas, causos, sensações e aventuras. Dali nasceram, quatro anos mais tarde, os livros “Corpo de Baile”, “Tutameia” e o aclamado “Grande Sertão: Veredas”.
Este último, lançado em 1956, apropria-se agora da sala de exposição temporária do museu, por meio da mostra fotográfica “A boiada: 60 anos de travessia”, de Eugênio Silva. Dividem espaço com as fotos, páginas das cadernetas com manuscritos e datiloscritos que Rosa fizera em maio de 1952.
Duas novidades que passam a compor o centro de memória são o “Manto do Vaqueiro”, e o documentário inédito “Conto o que vi, o que não vi não conto”.
Fonte: jornal Hoje em Dia
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