Ezra Pound
Ele foi uma das maiores figuras do movimento modernista da poesia contemporânea, mas teve fortes laços com o fascismo. Estudou a escrita chinesa e japonesa e, a partir dela, definiu regras de composição que renovaram a poesia inglesa no século 20.
Foi uma das maiores figuras do movimento modernista da poesia contemporânea, mas teve fortes laços com o fascismo
Ezra Weston Loomis Pound, poeta, músico e crítico literário norte-americano que, junto com T. S. Eliot, foi uma das maiores figuras do movimento modernista da poesia do início do século 20, morreu em Veneza há 40 anos - em 1º de novembro de 1972. Ele foi o motor de diversos movimentos modernistas, notadamente do Imagismo e do Vorticismo.
Nascido em Hailey, no Estado norte-americano de Idaho, em 30 de outubro de 1885, cresceu em Wyncote, perto de Filadélfia, e se formou na Universidade da Pensilvânia em 1906. Lecionou no Wabash College durante dois anos, viajou para a Espanha, Itália e Inglaterra, onde, como editor literário de Ernest Fenellosa, manifestou interesse na poesia chinesa e japonesa. Casou-se com Dorothy Shakespear em 1914, tornando-se editor em Londres do Little Review em 1917.
O seu primeiro livro de poemas, A Lume Spento, foi publicado em Veneza em 1908. Nesse ano fixou-se em Londres, onde viveu até 1920, ligando-se a alguns dos mais importantes escritores da época: Ford Madox, James Joyce, Wyndham Lewis, W. B. Yeats e T. S. Eliot, entre outros.
Pound é considerado o principal responsável por definir e promover uma estética modernista na poesia. Nos primeiros anos do século 20, deu início a uma fértil troca de ideias com escritores britânicos e norte-americanos, ficando famoso pelo fato de mostrar, antes da publicação, seus trabalhos aos contemporâneos como W. B. Yeats, Robert Frost, William Carlos, Marianne Moore, James Joyce, Ernest Hemingway, e em especial, T. S. Eliot.
Suas próprias e significativas contribuições à poesia começaram com a proclamação do Imagismo, um movimento poético que derivou sua técnica da poesia clássica chinesa e japonesa, dando ênfase à clareza, precisão e economia de linguagem, minimizando as tradicionais rima e métrica a fim de, nas palavras de Pound, “compor na sequência da frase musical, não na sequência do metrônomo”.
Os adeptos desta corrente poética, fundada em 1912 sob inspiração de T. E. Hulme, pretendiam explorar de forma disciplinada as potencialidades da imagem e da metáfora, consideradas a essência da poesia. O movimento, que Pound abandonou em 1914, teve sua expressão na revista inglesa The Egoist, iniciada em 1912 e na revista norte-americana Poetry, a partir de 1914.
Em 1924, mudou-se para a Itália. Nesse período de exílio voluntário, Pound envolveu-se com o fascismo, quando voltou aos, em 1945, foi preso acusado de traição por ter difundundido propaganda fascista pelo radio, da Itália para os Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. Nos textos sobre economia e história que escreveu (como Jefferson and/or Mussolini, de 1935, e Guide to Kulchur, de 1938), Pound ele se comprometeu definitivamente com o fascismo.
Em 1946, foi absolvido mas declarado mentalmente doente, sendo internado no hospital St. Elizabeths, em Washington. Durante seu confinamento, o júri do Prêmio da Biblioteca do Congresso, que já havia sido entregue a um número dos mais eminentes escritores da época, decidiu não considerar passado de Pound e reconheceu valor de suas realizações poéticas, premiando-o pela sua última obra, focada no poema épico enciclopédico que leva o título de Pisan Cantos (1948).
Depois de reiterados apelos de escritores, Pound conseguiu ter alta do hospital psiquiátrico em 1958, ano em que a acusação de traição foi retirada. Retornou à Itália, trabalhando nos seus Cantos, e estabelecendo-se em Veneza, onde morreu, semi recluso, em 1972. Se, em política, foi fascista, na poesia foi um crítico ácido da vida burguesa, sendo reconhecido como um dos maiores poetas da língua inglesa do século 20.
Com informações do portal Opera Mundi
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