Fotos: Instituto Cultural Clécio Penedo |
Na semana em que completou oito anos de seu falecimento (17/01) e mais de um mês depois da data de aniversário (14/12),quando completaria 76 anos, permanecem vivas as memórias e obras que resgatam a arte e nome de Clécio Penedo. O artista que escolheu Barra Mansa como sua casa e por isso recebeu diversas homenagens e ainda tem seu nome imortalizado nas obras de um colégio e na Galeria UBM, não por coincidência, templos de educaçãoe arte, tem uma forte aliada para que seu nome e sua obra não sejam esquecidos.
Antonieta Maria Millen, companheira de vida de Clécio guarda cada traço, objetos, anotações expostas e outras particulares,que fizeram de Clécio Penedo, um dos nomes artísticos mais conhecidos, que saíram da região Sul Fluminense para o mundo.
Essa semana, a viúva abriu as portas do Ateliê e de casa para mostrar as obras do artista que já foram expostas em Volta Redonda e no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Elas retornam à cidade de origem e em pouco tempo serão restauradas para serem expostas aqui mesmo, em Barra Mansa. A exposição “Notas de um Percurso Gráfico” é uma homenagem ao trabalho do artista,que reúne material que vai de 1953 a 2003.
“Não é só a imagem do Clécio que queremos resgatar, mas as suas obras.Pretendemos mostrar para essa nova geração, o artista fantástico que ele foi ea ideia visionária que sempre teve. Lá atrás ele já falava de acontecimentosque estão em pauta nos noticiários atuais”, disse Antonieta.
Um desses temas destacados por ela é a essência do Manisfesto Antropófago, exposto, com certa ironia, junto ao movimento da PopArt, uma crítica à americanização do Brasil e a não-valorização do nativo, o índio, por exemplo, sempre visto como algo a ser colonizado e convertido aosnovos e modernos tempos.
A nova exposição está marcada para 12 de abril, no Centro de Cultura Estação das Artes, no Centro de Barra Mansa. A mostra dostrabalhos será realizada até o fim de maio e além da exposição, com horário de abertura previsto para as 20 horas, a ideia da homenagem a Clécio é deixar que sua obra fique acessível a quem quiser visitar e ainda a promoção de mesas redondas, debates e atividades educativas com professores, artistas e tambémcom alunos do Colégio Municipal Clécio Penedo, no bairro Nova Esperança.
Instituto quase pronto
Antonieta afirmou que a exposição em Barra Mansaé um dos acontecimentos marcantes antes da conclusão das obras da sede do Instituto Cultural Clécio Penedo, que ela preside e está sendo montada em Quatis. “Falta pouco para inaugurarmos o Centro que além de reunir obras de Clécio Penedo, será um local para desenvolver a cultura regional, valorizando e formando artistas para que levem o próprio nome para o mundo. Clécio sempre fo imuito envolvido com a formação e educação das gerações mais novas”, disse.
Prova disso é que Penedo desempenhou funções como: educador, secretário de educação e diretor da então faculdade de artes do UBM (Centro Universitário de Barra Mansa).Oartista mineiro era natural de Bom Jardim, mas desde os cinco anos morava em Barra Mansa, onde permaneceu até o ano de sua morte, em 2004, vítima de câncer aos 67 anos.
Clécio à frente de seu tempo
O mundo virtual também é o meio por onde família, amigos e, sobretudo, admiradores desse inesquecível artista, utilizam para relembrar os tempos com Penedo. Nas páginas do Instituto e de Clécio Penedo, as memórias são resgatadas e onde são contadas histórias conhecidas e outras curiosas, por quem conviveu com o artista ou por quem usa como exemplo a artede Clécio. “Quem faz a manutenção das páginas é minha filha, artista plástica também e quem conviveu com a arte do pai diretamente no ateliê. Clécio era um homem muito à frente do seu tempo, por isso também está presente nessa ferramenta contemporânea, que são as redes sociais”, disse Antonieta.
Saiba mais sobre a exposição:
Marcada para o dia 12 de abril de 2013, com aberturaàs 20 horas, “Notas de um Percurso Gráfico” reúne trabalhos de 50 anos de produção gráfica de Clécio Penedo. Um dos principais nomes do desenho contemporâneo, Penedo é lembrado pelas criações que o tornaram conhecido mundialmente, ao mesclar elementos étnicos com a cultura pop. Num dos exemplares da série Comei-vos Uns aos Outros, há uma tela em que aparecem os rostos de Marilyn Monroe, de uma índia e uma cabeça cubista típica de Picasso.Entre as peças dos anos 70, merecem destaque os oito desenhos a grafite do conjunto Geróticos. Da década seguinte há coloridas pinturas e o estudo para o painel Colonização e Dependência. Trabalhos tardios, como a série Chibata, compersonagens de feições enrugadas, e os abstratos Inominados são a prova da excelência de seu traço.
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