Enquanto a mulher Flora Gil chega apressada na coletiva de lançamento do camarote Expresso 2222 curiosa, tirando foto de tudo e fazendo uma simpática social com os jornalistas, Gilberto Gil vem logo atrás dela, na sua serenidade peculiar, observando a tudo com seu indefectível sorriso, sua paz de Oxalá. Na última quinta-feira, ele falou de sustentabilidade, da visita de celebridades à sua casa de Carnaval – que completa 15 anos – e foi sempre complementado por Flora. Mas se via em seu semblante uma felicidade de menino com a proximidade do começo da festa, e uma vontade de se soltar daquilo tudo para ver melhor o brilho do sol sobre as pessoas, da varanda do seu espaço.
Coletiva acabada, Gil recebeu o Terra para uma exclusiva, na qual falou, claro, do Carnaval, do camarote, mas também de seus planos, como a turnê de lançamento do projeto Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo, que o ocupará durante o primeiro semestre. Para a segunda metade do ano, ele quer assistir à Copa das Confederações na Bahia e se dedicar a seu anunciado disco de sambas. Mas, por enquanto, pede para "Deus e o diabo" abençoarem o Carnaval.
Terra - Está havendo ventos de reestruturação do Carnaval, já que, tanto para os órgãos públicos quanto para o folião médio, o modelo do Carnaval está esgotado. Como você vê essa nova onda que promete mudar a folia a partir de 2014?
Gilberto Gil - É natural, a cada período de tempo as coisas precisam ser revistas. Principalmente no mundo de hoje, em que a velocidade é muito grande, essa releitura que tem que ser feita do ponto de vista das responsabilidades institucionais, da prefeitura, das instituições que operam o Carnaval, polícia, limpeza pública, energia elétrica, transporte... Todas essas coisas precisam pensar o Carnaval, porque a sociedade não para de jogar os meninos na rua, vindos de todos os cantos. Cada vez mais a idade de participação do Carnaval baixou – 20 anos atrás o Carnaval era coisa dos adultos, no máximo dos adolescentes. Hoje, tem menino de 10, 13 anos pulando Carnaval.
Terra - Mas o público de Carnaval não está, na verdade, envelhecendo, principalmente em Salvador?
Gilberto Gil - Não. Você tem uma população cada vez mais jovem no País. O Brasil talvez seja o país de população mais jovem do mundo. A juventude no sentido político, estético, sociológico também ocupa cada vez mais espaço. O mundo é cada vez mais jovem, é quase uma tirania da juventude. Então as iniciativas, os empreendimentos, sejam eles simbólicos do Carnaval ou de natureza material, têm que pensar cada vez mais na juventude. Tem que haver essa atenção cada vez maior, até porque a juventude é um período da vida em que a sustentação tem que ser operada pelos mais velhos, aqueles que já passaram por lá e têm experiência do que é ser jovem. Essa é a questão, não é um conflito entre velhos e jovens, ao contrario: é um diálogo, uma associação, uma parceria mesmo que deve haver, e no Carnaval também, principalmente por ser uma festa de reunião de todas as idades, matizes, classes.
Terra - Você concorda que o debate sobre os novos caminhos do Carnaval passa muito mais por questões culturais do que estruturais? Porque a infraestrutura já está resolvida, mas temos um modelo de Carnaval cada vez mais excludente do ponto de vista das manifestações culturais...
Gilberto Gil - Tudo está imbricado, não há essa separação propriamente. Toda produção musical no Brasil e no mundo hoje está ligada a hábitos, costumes, produção simbólica em geral... A gente fala que a questão do Carnaval baiano é uma questão cultural, mas o que é uma questão cultural? Questão cultural hoje é, sobretudo, não só as herdadas do passado, em que você tinha gêneros musicais considerados carnavalescos em comparação com gêneros musicais que não o são... Onde está essa fronteira? Se se vai discutir a inovação e a reciclagem do Carnaval da Bahia, é impossível ficar restrito a questões estruturais, como os blocos afro versus os blocos de corda, a pipoca versus o abadá pago... São todas essas questões ao mesmo tempo. Não vejo como fazer uma discussão que não seja interdisciplinar, que não passe pela economia da cultura, também. A avaliação geral do Carnaval tem que ser feita por todos esses elementos ao mesmo tempo.
Terra - Falando do seu Carnaval, o camarote faz 15 anos este ano, e começou com um pedido de sua filha, a Bela, à época com 10 anos, que queria um espaço em Salvador para brincar Carnaval. O Expresso, 15 anos depois, manteve o caráter familiar ou virou um negócio?
Gilberto Gil - O camarote ainda mantém a característica familiar. Tem uma dimensão negocial, porque tem que produzir, remunerar as pessoas que trabalham, que produzem, que concebem todas as coisas. Mas a finalidade não é comercial. Foi possível, portanto, criar um espaço afetivo em que as pessoas vêm para se divertir, se encontrar, um espaço de compartilhamento artístico. E enquanto existir vai ser assim, porque é o que Flora quer, o que ela gosta, e eu dou todo apoio a ela. A marca já se tornou emblemática, é um selo, dialoga com o mundo das artes plásticas, visuais. Esse ano, por exemplo, Romero Britto veio criar e trabalhar todo o design, a dimensão pictórica do camarote, desde a marca à decoração.
O mundo é cada vez mais jovem, é quase uma tirania da juventude. Então, as iniciativas, os empreendimentos, sejam eles simbólicos do Carnaval ou de natureza material, têm que pensar cada vez mais na juventude
Terra - E você vai fazer algum show especial esse ano na Varanda Elétrica?
Gilberto Gil - Vou ficar dando canja na varanda, como sempre (risos)! Desde que eu aposentei o trio eu me livrei dessa responsabilidade, que é incrível. Deixei de fazer o trio exatamente por isso. Uma das razões era o acúmulo de tarefas para Flora e para a equipe toda, mas, principalmente, por causa do acúmulo de stress para a minha garganta. Eu não aguentava, já chegando aos 70 anos não tinha mais fôlego, energia e musculatura vocal para aguentar uma parada de horas e horas e horas, dias e dias e dias de Carnaval. Mas, ao mesmo tempo, com a Varanda Elétrica, essa interface se tornou mais próxima, entre o trio e o camarote, entre o trio e a pipoca, entre o trio e o folião. A Varanda Elétrica intermedia, é uma espécie de mini-trio, em vez de móvel, fixo. É uma volta à telefonia fixa (risos)... É uma espécie de diálogo às avessas com o celular. O celular levou o telefone atrás do trio elétrico, e a Varanda está trazendo de volta o trio elétrico para a dimensão fixa.
Terra - E como a Varanda Elétrica, que é um espaço "analógico", por assim dizer, vai trazer o Psy (rapper sul-coreano do hit Gangnam Style)?
Gilberto Gil - Não sou eu quem está trazendo. O mundo, o Carnaval está trazendo. Como o Expresso é, de uma certa maneira, uma atração no Carnaval da Bahia, promoções como essas acontecem, como a vinda do Psy, como foi o caso do U2, do Bono, naquele ano quando ele veio... Ele estava fazendo show pelo Brasil no período, e o Carnaval na Bahia coincidia, e ele falou: "ah, eu quero ir lá!", e veio. Em relação a essa variante ciber, essa variante digital, de internet, também foi o Expresso quem começou. Foi o Trio Expresso que fez a primeira transmissão do Carnaval de Salvador via internet, lá em 1998, 1999... O Psy está vindo aqui por ser um grande fenômeno da internet, maior visualização de toda a história da internet... Os promotores da vinda dele identificaram todos esses aspectos de identidade do Expresso e decidiram trazê-lo.
Terra - E como vai ser a vinda do cineasta Spike Lee para o camarote?
Gilberto Gil - Spike veio por aqui no ano passado iniciar as filmagens do documentário que está fazendo sobre o Brasil (Go, Brazil, Go), e uma das pessoas que procurou fui eu, entre tantas outras. Ele já tinha a experiência do Michael (Jackson), né, quando ele veio fazer o clipe do Michael, com o Olodum (They Don't Care About Us, em 1996)... Já tinha uma ideia, pelo menos alguns elementos do Carnaval da Bahia já estavam ali, na captura que ele fez. Então, ele já vinha interessado no Carnaval da Bahia. Agora que ele está fazendo um filme sobre o Brasil, a cultura popular brasileira, a questão do negro brasileiro, e naturalmente, disse: "quero ver o Gil, quero encontrar o Gil, onde ele está?". Tá no Expresso! Então uma das paradas dele aqui na Bahia, no Carnaval, vai ser no Expresso.
Terra - Este é o Carnaval da guitarra baiana. Como você vê essa homenagem?
Gilberto Gil - Ótimo, justíssima homenagem. A guitarra baiana é responsável direta por essa inovação do Carnaval, o trio elétrico. A guitarra baiana está entre o violão de seis cordas e o violão tenor, de quatro cordas, e ela é o bandolim da história – por isso, se chama trio elétrico. Então, essa coisa do solo, dos frevos, das canções, essa coisa que o Osmar começou, que a família Macedo herdou, que a família Gomes também herdou, e depois a família Caldas também herdou, enfim, essas famílias que foram criando o estado de presença do instrumento elétrico no Carnaval. Outros foram adotando, mais recentemente o Asa, com o Durval (Lélys), e músicos no Brasil todo adotando a guitarra baiana... Homenagem mais que natural e justa.
Terra - Quais são seus projetos para depois do Carnaval?
Gilberto Gil - Vou fazer shows do projeto Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo pelo Brasil, no primeiro semestre estarei dedicado a isso. Depois, vem a Copa das Confederações, eu quero ver os jogos... O Brasil vai jogar com a Itália no dia 22 de junho, eu quero vir ver, na véspera de São João, vou estar por aqui... No segundo semestre, provavelmente eu vou me dedicar ao meu decantado disco de sambas que eu anuncio há tantos anos e nunca fiz. Quero resgatar coisas, autores e sambas, mas vou também contribuir com alguma coisa inédita. Também não quero me responsabilizar com esse compromisso desse disco, mas certamente vou estar me dedicando a ele.
Terra - Qual seria sua mensagem de Carnaval para o público do Terra?
Gilberto Gil - Carnaval é uma invenção do diabo que Deus abençoou (risos). Então, que os dois estejam juntos no Carnaval. O diabo, como é peculiar, que dê uma injeção de energia, e Deus, por outro lado, que esteja ali, que tome conta, Oxalá dê paz, a busca por harmonia.
Coletiva acabada, Gil recebeu o Terra para uma exclusiva, na qual falou, claro, do Carnaval, do camarote, mas também de seus planos, como a turnê de lançamento do projeto Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo, que o ocupará durante o primeiro semestre. Para a segunda metade do ano, ele quer assistir à Copa das Confederações na Bahia e se dedicar a seu anunciado disco de sambas. Mas, por enquanto, pede para "Deus e o diabo" abençoarem o Carnaval.
Terra - Está havendo ventos de reestruturação do Carnaval, já que, tanto para os órgãos públicos quanto para o folião médio, o modelo do Carnaval está esgotado. Como você vê essa nova onda que promete mudar a folia a partir de 2014?
Gilberto Gil - É natural, a cada período de tempo as coisas precisam ser revistas. Principalmente no mundo de hoje, em que a velocidade é muito grande, essa releitura que tem que ser feita do ponto de vista das responsabilidades institucionais, da prefeitura, das instituições que operam o Carnaval, polícia, limpeza pública, energia elétrica, transporte... Todas essas coisas precisam pensar o Carnaval, porque a sociedade não para de jogar os meninos na rua, vindos de todos os cantos. Cada vez mais a idade de participação do Carnaval baixou – 20 anos atrás o Carnaval era coisa dos adultos, no máximo dos adolescentes. Hoje, tem menino de 10, 13 anos pulando Carnaval.
Terra - Mas o público de Carnaval não está, na verdade, envelhecendo, principalmente em Salvador?
Gilberto Gil - Não. Você tem uma população cada vez mais jovem no País. O Brasil talvez seja o país de população mais jovem do mundo. A juventude no sentido político, estético, sociológico também ocupa cada vez mais espaço. O mundo é cada vez mais jovem, é quase uma tirania da juventude. Então as iniciativas, os empreendimentos, sejam eles simbólicos do Carnaval ou de natureza material, têm que pensar cada vez mais na juventude. Tem que haver essa atenção cada vez maior, até porque a juventude é um período da vida em que a sustentação tem que ser operada pelos mais velhos, aqueles que já passaram por lá e têm experiência do que é ser jovem. Essa é a questão, não é um conflito entre velhos e jovens, ao contrario: é um diálogo, uma associação, uma parceria mesmo que deve haver, e no Carnaval também, principalmente por ser uma festa de reunião de todas as idades, matizes, classes.
Terra - Você concorda que o debate sobre os novos caminhos do Carnaval passa muito mais por questões culturais do que estruturais? Porque a infraestrutura já está resolvida, mas temos um modelo de Carnaval cada vez mais excludente do ponto de vista das manifestações culturais...
Gilberto Gil - Tudo está imbricado, não há essa separação propriamente. Toda produção musical no Brasil e no mundo hoje está ligada a hábitos, costumes, produção simbólica em geral... A gente fala que a questão do Carnaval baiano é uma questão cultural, mas o que é uma questão cultural? Questão cultural hoje é, sobretudo, não só as herdadas do passado, em que você tinha gêneros musicais considerados carnavalescos em comparação com gêneros musicais que não o são... Onde está essa fronteira? Se se vai discutir a inovação e a reciclagem do Carnaval da Bahia, é impossível ficar restrito a questões estruturais, como os blocos afro versus os blocos de corda, a pipoca versus o abadá pago... São todas essas questões ao mesmo tempo. Não vejo como fazer uma discussão que não seja interdisciplinar, que não passe pela economia da cultura, também. A avaliação geral do Carnaval tem que ser feita por todos esses elementos ao mesmo tempo.
Terra - Falando do seu Carnaval, o camarote faz 15 anos este ano, e começou com um pedido de sua filha, a Bela, à época com 10 anos, que queria um espaço em Salvador para brincar Carnaval. O Expresso, 15 anos depois, manteve o caráter familiar ou virou um negócio?
Gilberto Gil - O camarote ainda mantém a característica familiar. Tem uma dimensão negocial, porque tem que produzir, remunerar as pessoas que trabalham, que produzem, que concebem todas as coisas. Mas a finalidade não é comercial. Foi possível, portanto, criar um espaço afetivo em que as pessoas vêm para se divertir, se encontrar, um espaço de compartilhamento artístico. E enquanto existir vai ser assim, porque é o que Flora quer, o que ela gosta, e eu dou todo apoio a ela. A marca já se tornou emblemática, é um selo, dialoga com o mundo das artes plásticas, visuais. Esse ano, por exemplo, Romero Britto veio criar e trabalhar todo o design, a dimensão pictórica do camarote, desde a marca à decoração.
O mundo é cada vez mais jovem, é quase uma tirania da juventude. Então, as iniciativas, os empreendimentos, sejam eles simbólicos do Carnaval ou de natureza material, têm que pensar cada vez mais na juventude
Terra - E você vai fazer algum show especial esse ano na Varanda Elétrica?
Gilberto Gil - Vou ficar dando canja na varanda, como sempre (risos)! Desde que eu aposentei o trio eu me livrei dessa responsabilidade, que é incrível. Deixei de fazer o trio exatamente por isso. Uma das razões era o acúmulo de tarefas para Flora e para a equipe toda, mas, principalmente, por causa do acúmulo de stress para a minha garganta. Eu não aguentava, já chegando aos 70 anos não tinha mais fôlego, energia e musculatura vocal para aguentar uma parada de horas e horas e horas, dias e dias e dias de Carnaval. Mas, ao mesmo tempo, com a Varanda Elétrica, essa interface se tornou mais próxima, entre o trio e o camarote, entre o trio e a pipoca, entre o trio e o folião. A Varanda Elétrica intermedia, é uma espécie de mini-trio, em vez de móvel, fixo. É uma volta à telefonia fixa (risos)... É uma espécie de diálogo às avessas com o celular. O celular levou o telefone atrás do trio elétrico, e a Varanda está trazendo de volta o trio elétrico para a dimensão fixa.
Terra - E como a Varanda Elétrica, que é um espaço "analógico", por assim dizer, vai trazer o Psy (rapper sul-coreano do hit Gangnam Style)?
Gilberto Gil - Não sou eu quem está trazendo. O mundo, o Carnaval está trazendo. Como o Expresso é, de uma certa maneira, uma atração no Carnaval da Bahia, promoções como essas acontecem, como a vinda do Psy, como foi o caso do U2, do Bono, naquele ano quando ele veio... Ele estava fazendo show pelo Brasil no período, e o Carnaval na Bahia coincidia, e ele falou: "ah, eu quero ir lá!", e veio. Em relação a essa variante ciber, essa variante digital, de internet, também foi o Expresso quem começou. Foi o Trio Expresso que fez a primeira transmissão do Carnaval de Salvador via internet, lá em 1998, 1999... O Psy está vindo aqui por ser um grande fenômeno da internet, maior visualização de toda a história da internet... Os promotores da vinda dele identificaram todos esses aspectos de identidade do Expresso e decidiram trazê-lo.
Terra - E como vai ser a vinda do cineasta Spike Lee para o camarote?
Gilberto Gil - Spike veio por aqui no ano passado iniciar as filmagens do documentário que está fazendo sobre o Brasil (Go, Brazil, Go), e uma das pessoas que procurou fui eu, entre tantas outras. Ele já tinha a experiência do Michael (Jackson), né, quando ele veio fazer o clipe do Michael, com o Olodum (They Don't Care About Us, em 1996)... Já tinha uma ideia, pelo menos alguns elementos do Carnaval da Bahia já estavam ali, na captura que ele fez. Então, ele já vinha interessado no Carnaval da Bahia. Agora que ele está fazendo um filme sobre o Brasil, a cultura popular brasileira, a questão do negro brasileiro, e naturalmente, disse: "quero ver o Gil, quero encontrar o Gil, onde ele está?". Tá no Expresso! Então uma das paradas dele aqui na Bahia, no Carnaval, vai ser no Expresso.
Terra - Este é o Carnaval da guitarra baiana. Como você vê essa homenagem?
Gilberto Gil - Ótimo, justíssima homenagem. A guitarra baiana é responsável direta por essa inovação do Carnaval, o trio elétrico. A guitarra baiana está entre o violão de seis cordas e o violão tenor, de quatro cordas, e ela é o bandolim da história – por isso, se chama trio elétrico. Então, essa coisa do solo, dos frevos, das canções, essa coisa que o Osmar começou, que a família Macedo herdou, que a família Gomes também herdou, e depois a família Caldas também herdou, enfim, essas famílias que foram criando o estado de presença do instrumento elétrico no Carnaval. Outros foram adotando, mais recentemente o Asa, com o Durval (Lélys), e músicos no Brasil todo adotando a guitarra baiana... Homenagem mais que natural e justa.
Terra - Quais são seus projetos para depois do Carnaval?
Gilberto Gil - Vou fazer shows do projeto Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo pelo Brasil, no primeiro semestre estarei dedicado a isso. Depois, vem a Copa das Confederações, eu quero ver os jogos... O Brasil vai jogar com a Itália no dia 22 de junho, eu quero vir ver, na véspera de São João, vou estar por aqui... No segundo semestre, provavelmente eu vou me dedicar ao meu decantado disco de sambas que eu anuncio há tantos anos e nunca fiz. Quero resgatar coisas, autores e sambas, mas vou também contribuir com alguma coisa inédita. Também não quero me responsabilizar com esse compromisso desse disco, mas certamente vou estar me dedicando a ele.
Terra - Qual seria sua mensagem de Carnaval para o público do Terra?
Gilberto Gil - Carnaval é uma invenção do diabo que Deus abençoou (risos). Então, que os dois estejam juntos no Carnaval. O diabo, como é peculiar, que dê uma injeção de energia, e Deus, por outro lado, que esteja ali, que tome conta, Oxalá dê paz, a busca por harmonia.
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