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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Manoel Rangel: o Brasil conquistou uma política audiovisual


"Meu mandato se encerra no dia 20 de maio. Acredito que desempenhei um bom trabalho. Dediquei todas as minhas energias, me empenhei nas boas causas", afirmou, em entrevista à imprensa, Manoel Rangel, diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), ao falar sobre possibilidade de deixar o cargo - mesmo tendo a possibilidade de permanecer nele - após mais de seis anos à frente do órgão responsável pela política audiovisual do país.


Ze Carlos Barretta/Folhapress 
Para Rangel, o país "conquistou" uma política audiovisual, "que não pertence a um dirigente da Ancine, a um ministro, a um presidente".

Entre as "boas causas" mencionadas por Manoel Rangel, destacam-se a consolidação do Fundo Setorial do Audiovisual, uma linha de crédito específica do Fundo Nacional de Cultura, e a lei 12.485/2011, que regulamentou a TV por assinatura, estabelecendo a entrada das teles no segmento e a cota de produção nacional no horário nobre das redes pagas.


Vem da combinação dessas duas iniciativas e do empenho pessoal de Manoel Rangel o incremento da verba de fomento da agência nos últimos anos. O Fundo Setorial do Audiovisual, por exemplo, terá R$ 830 milhões para investir neste ano.

"A Ancine é uma agência reguladora do setor de audiovisual, e um dos instrumentos de regulação do mercado é o fomento. Tem também o desafio de construir um mercado brasileiro robusto, para que a produção nacional tenha uma forte presença interna e externa", justifica.

Aposta no Vale-Cultura

O Vale-Cultura, subsídio de R$ 50 mensais aos trabalhadores para a aquisição de bens culturais, também é uma aposta.

"Acho que os trabalhadores não visitarão os cinemas VIPs, que cobram R$ 60. Eles irão às salas mais convencionais; vão encontrar ingressos com preços elevados, de R$ 20, R$ 22, mas R$ 50 por mês é melhor do que zero. Vai beneficiar a cultura como um todo", observa Rangel. 

Mais sobre o Funbdo Setorial

De acordo com informações da Ancine, o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) é um fundo destinado ao desenvolvimento articulado de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual no Brasil. Criado pela Lei nº 11.437, de 28 de dezembro de 2006, e regulamentado pelo Decreto nº 6.299, de 12 de dezembro de 2007, o FSA é uma categoria de programação específica do Fundo Nacional de Cultura (FNC).

Segundo a Agência, o FSA é um marco na política pública de fomento à indústria cinematográfica e audiovisual no país, ao inovar quanto às formas de estímulo estatal e à abrangência de sua atuação. Isto porque o FSA contempla atividades associadas aos diversos segmentos da cadeia produtiva do setor – produção, distribuição/comercialização, exibição, e infra-estrutura de serviços – mediante a utilização de diferentes instrumentos financeiros, tais como investimentos, financiamentos, operações de apoio e de equalização de encargos financeiros.

Para o primeiros meses de 2013, o FSA destinará cerca de R$ 7 milhões em fomento do audiovisual. Os longas-metragens “Comédia Divina (ex-A Igreja do Diabo)”, da produtora Olhar Imaginário, e “O nome da morte”, da TV Zero receberão, respectivamente, R$ 2,5 milhões e R$ 2 milhões através da distribuidora W Mix (Imagem Filmes), proponente dos projetos no sistema de fluxo contínuo do PRODECINE 02/2012 – Linha C do Fundo Setorial do Audiovisual. 

Nesta modalidade são analisadas propostas de aquisição de direitos de distribuição de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção independente de longa-metragem de ficção, documentário ou de animação. Os recursos financeiros investidos são aplicados exclusivamente na produção das obras.

O Fundo Setorial do Audiovisual também aprovou o investimento em duas séries de animação para televisão: “Tadinha”, da Truque Produtora de TV e Vídeo, receberá de R$ 1,2 milhões e “Coração das Trevas”, da Karmatique Imagens, receberá R$ 957.790,00. Os recursos também foram obtidos através do sistema de fluxo contínuo do PRODAV 01/2012. 


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