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quarta-feira, 13 de março de 2013

Documento didático sobre 1964


Dirigido por Alípio Freire, documentário

‘Um Golpe Contra o Brasil’ será dividido em capítulos

Foi lançado no início do mês o documentário "1964 - Um Golpe Contra o Brasil", realizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política e dirigido por Alipio Freire. O lançamento se deu no Memorial da Resistência, museu que ocupa o antigo prédio do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), próximo à Estação da Luz, no Centro de São Paulo. Lugar escolhido a dedo.
Com linguagem didática, a obra esclarece pontos que, na opinião do diretor, vêm sendo deixados de lado nos estudos sobre o regime militar. "Nos preocupa muito que as pessoas sejam extremamente solidárias com os resistentes, em termos do fato de terem sido presos e torturados, mas que não saibam exatamente contra o que eles resistiam. Porque a história oficial é um terror", critica Freire.
Uma das ideias que o filme tenta desconstruir é a de que a ditadura foi uma iniciativa apenas dos militares. "Acabar com essa lenda de que o golpe foi militar. Não foi de uma corporação, foi de uma classe: do grande capital internacional e de seus associados dentro do Brasil contra um projeto nacional desenvolvimentista", assinala Freire.
"Não era nem um projeto socialista, era um projeto de desenvolvimento nacional, autossustentado, baseado na distribuição de renda e com uma política externa independente", explica o diretor sobre o projeto de João Goulart, que foi descontinuado com o golpe que o retirou da presidência.
O filme é uma narrativa dos fatos que levaram ao golpe e à ditadura que comandou o país de 1964 a 1985. O período escolhido pelo diretor começa com a nomeação de Jânio Quadros e vai até a eleição do marechal Castello Branco, em abril de 1964. Segundo Freire, o objetivo é "mostrar quem deu o golpe, porquê deu o golpe, a serviço de quem estavam. O papel dos Estados Unidos dentro disso tudo. O mundo polarizado da Guerra Fria como pano de fundo".
Para contar a história foram feitas mais de 20 entrevistas com pessoas que atuavam politicamente naquele tempo e que resistiram ao golpe, como a jornalista Rose Nogueira, o líder sindical Derly José de Carvalho e o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Aldo Arantes. Os depoimentos pessoais servem, de acordo com o diretor, para estruturar uma narrativa sobre os fatos retratados. "Não há memória individual. Ninguém é o centro do vídeo. O centro do vídeo é a história do Brasil naquele momento", enfatiza Freire.
Também foram consultadas mais de uma dezena de fontes para reunir as imagens que compõe o filme. São usados fotos e vídeos do Arquivo Público de São Paulo, do Instituto João Goulart, do Arquivo Nacional, dos arquivos na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas, entre outros.
Depois a primeira exibição, o documentário começou a ser divulgado por movimentos sociais e será feita uma versão seriada. A divisão em capítulos tem o objetivo de facilitar a exibição em redes de TV ou o uso como material didático. "O vídeo será distribuído gratuitamente, não será vendido. Quero que multipliquem, façam cópias, usem, discutam", diz Alípio Freire. Segundo ele, já estão marcados lançamentos em Minas Gerais, em São Bernardo (SP), Recife, Salvador, interior de São Paulo, Paraná, Argentina e também em Paris. "Em outubro, no Chile, participaremos de um seminário sobre direitos humanos e o documentário será exibido lá", avisou o diretor.
Ele também informou que até o segundo semestre deste ano o documentário estará em várias escolas. "A gente irá dividi-lo em oito módulos de 24 minutos cada para ser utilizado por emissoras de tevê e também em salas de aula. Numa hora/aula, por exemplo, daria para o professor passar um dos módulos, e ainda teria tempo para discutir com os alunos. É um projeto mais".
Divulgação
Regime militar: Documentário é conduzido de forma didática para o público 

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