
As ministras da Cultura, Marta Suplicy, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, inauguraram, neste sábado (20/4), no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, as exposições Quando o Brasil Amanhecia – A Primeira Missa no Brasil vista por Victor Meirelles e Candido Portinari e Portinari e os painéis da Capela Mayrink (foto à esquerda). Na cerimônia foram assinados também os termos de doação das cinco obras de Portinari ao MNBA (foto à direita). Aberta ao público logo após a solenidade, a mostra poderá ser vista até 5 de junho.
"Este é um dia esplendoroso para a cultura e o Museu Nacional de Belas Artes", afirmou Marta Suplicy."A história viva da nossa arte é o que faz o povo ter referências", acrescentou a ministra . Segundo ela, num momento festivo em que o MNBA amplia seu acervo com cinco obras no valor total de R$ 17 milhões, "é preciso repensar como digitalizar os acervos e recuperar os museus brasileiros". Marta lembrou também que é preciso estimular as doações por colecionadores privados ou então os empréstimos, sob a forma de comodato, hábito ainda pouco comum no país.

A ministra Izabella Teixeira se disse emocionada com a doação dos painéis da Capela Mayrink pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA) ao MNBA. Segundo ela, é um prazer trabalhar em conjunto com o Ministério da Cultura para que todos os brasileiros tenham acesso aos bens culturais. "País desenvolvido, tem povo educado", destacou Izabella. A ministra garantiu que a cooperação do MMA com o MinC não se restringirá a esta doação. E informou que já pediu à sua equipe um inventário completo do acervo de arte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que seja todo doado ao MinC.

Além das duas ministras, também estiveram presentes à solenidade, o Presidente do Instituto Chico Mendes (órgão que pertence ao MMA), Roberto Ricardo Vizentin; o diretor do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro (Inepac), Paulo Vidal; a presidente interina do Instituto Brasileiro de Museus (ibram/MinC), Eneida Braga Rocha; a diretora do MNBA, Mônica Xexéo; a representante do Projeto Portinari, Maria Duarte; e diretores de outros museus vinculados ao Ibram.
Primeira MissaEssa será a primeira vez que a obra A Primeira Missa no Brasil, de Candido Portinari, será exibida ao público. Com dimensões de 271 cm X 501 cm, a tela foi produzida para a sede do Banco Boa Vista, instituição comprada, anos mais tarde, pelo Bradesco. O painel é tombado pelo Patrimônio Histórico, por isso, quando a família proprietária quis vender a obra, no final de 2012, foi dada preferência ao Ibram, que a comprou por R$ 5 milhões. Transferida ao MNBA em janeiro, passou por restauração antes de ser mostrada ao público.

Na exposição, o público pode ver também a versão de Victor Meirelles para a primeira missa rezada no Brasil. A tela, com 270 cm x 357 cm, é uma das mais conhecidas do acervo do MNBA. Foi pintada entre 1858 e 1860 e o autor se inspirou na carta de Pero Vaz de Caminha. Além dos dois quadros, estão em exibição um autorretrato de Portinari, estudos, fotos, documentos e objetos que ajudam a contextualizar as criações das duas obras. A mostra, dá oportunidade ao público de comparar duas escolas de pintura: o Romantismo acadêmico de Victor Meirelles (1832-1903) em contraposição à liberdade modernista de Candido Portinari (1903-1962).
Capela MayrinkSimultaneamente à exposição Primeira Missa no Brasil, os visitantes do MNBA poderão apreciar a mostra Portinari e os painéis da Capela Mayrink, com quatro obras pintadas por encomenda do colecionador e empresário Raimundo de Castro Maya, para adornar o interior da Capela Mayrink, no Parque Nacional da Tijuca. Os quadros retratam Nossa Senhora do Carmo, São João da Cruz, São Simão Stock e o Purgatório.
(Texto: Heloísa Oliveira / MinC RJ
Fotos: Fotos Alexandre Arruda)
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