Pelejas do homem do campo, histórias encantadas de heróis, cangaceiros e mitos do sertão ganharam vez e reconhecimento por meio da xilogravura e da literatura de cordel. A arte de talhar imagens em madeira e gravá-las ficou conhecida no Brasil por meio dos folhetos da poesia popular nordestina e, especialmente, pelo traço marcante do xilogravador J. Borges.
Tradição: o mestre J. Borges. O livro fala sobre a vida do mestre, que se tornou referência dentro e fora do país.
O estilo clássico das gravuras se transformou em escola e na marca registrada do “Picasso da cultura popular brasileira” — como J. Borges foi definido pelo jornal norte-americano The New York Times. Com base em toda essa repercussão e na simbiose entre a arte popular e a vida de J. Borges, o jornalista Jeová Franklin escreveu A peleja de um gênio para escapar da cana, uma biografia do xilogravador.
“Eu já havia publicado uma biografia dele pela editora Hedra, de São Paulo, e resolvi ampliar em uma edição com fotografias”, explica Franklin. Mas J. Borges alertou que seria impossível conseguir fotos de infância, já que foi fotografado pela primeira vez aos 20 anos. Então, Jeová Franklin sugeriu algo que fosse mais viável e que se transformaria no maior destaque da biografia. “Pedi ao Borges para fazer xilogravuras que retratassem fases da infância e das profissões. Assim, ele fez 29 gravuras que abrangem a vida dele desde os tempos da escola a trajetória profissional”. Desse modo, a biografia se transformou em uma xilobiografia com gravuras feitas pelo próprio J. Borges.
Fonte: Correio Braziliense
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