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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ciro Monteiro: uma voz que se impôs


Ciro monteiro Ciro Monteiro

Há efemérides que não podem passar em branco. Caso do cantor Ciro Monteiro, que teria completado 100 anos em 28 de maio, e 40 anos de sua morte em 13 de julho.

Por Marcos Aurélio Ruy*
 


Ciro Monteiro nasceu no Rio de Janeiro em uma família de classe média. Influenciado pelo tio pianista Nonô (Romualdo Peixoto), era tio de outro cantor famoso: Cauby Peixoto. Gostava de cantar informalmente em casa, freqüentada por muitos músicos.

Até que outro grande cantor da época, Silvio Caldas, numa emergência, o levou à Rádio Philips para substituir Luiz Barbosa, em 1933. No ano seguinte já era contratado da Rádio Mayrink Veiga. Naquele tempo não havia televisão no Brasil e as maiores emissoras de rádio contratavam músicos para seus elencos.

Para a estudiosa da música popular brasileira, Arley Pereira, Ciro Monteiro era uma “figura humana de raras qualidades” e “é até hoje (faleceu em 13 de julho de 1973) exaltado por todos quantos o conheceram. Sua simpatia, bondade e bom caráter proverbiais abriam-lhe todas as portas durante a longa carreira, que nem uma enfermidade pulmonar conseguiu interromper. Recuperado, com voz pequena, mas conservando a bossa, a divisão e o vibrato, suas características marcantes, Ciro Monteiro foi senhor de uma das mais bonitas carreiras da música popular brasileira”, reforça.

Já para o poetinha Vinicius de Moraes (que também completaria 100 anos neste ano), Ciro era "uma criatura de qualidades tão raras que eu acho deplorável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Ciro Monteiro. Pois Ciro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade”.

Tantos elogios não foram em vão. A primeira gravação de Ciro foi para o carnaval de 1936 com as músicas Vê se desguia e Perdoa. No ano seguinte veio o seu primeiro grande sucesso: Se acaso você chegasse, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Também gravou na década de 1940 Falsa Baiana e Escurinho, ambas de Geraldo Pereira, e Boogie-woogie na favela, de Dennis Brean. E em 1956 atuou na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes.

Os amigos o chamavam de “Formigão” e de “O Cantor das Mil e uma Fãs”. Ciro era torcedor fanático do Flamengo, tanto que foi sepultado ao som do hino do clube e coberto com as bandeiras rubro-negra e verde e rosa, da Estação Primeira de Mangueira, sua escola de samba do coração.

O sambista cultivou o hábito de presentear com uma camisa do Flamengo os filhos recém-nascidos dos amigos. E o fez quando nasceu Silvia, a primogênita de Chico Buarque. Chico torcedor do Fluminense compôs a canção Ilmo. sr. Ciro Monteiro ou receita pra virar casaca de neném, onde canta:

Amigo Ciro
Muito te admiro
O meu chapéu te tiro
Muito humildemente
Minha petiz
Agradece a camisa
Que lhe deste a guisa
De gentil presente
Mas caro nêgo
Um pano rubro-negro
É presente de grego
Não de um bom irmão

Ciro Monteiro teve sucesso em sua carreia sempre batucando uma caixa de fósforos, sua marca registrada. Com voz inconfundível está para sempre no panteão dos grandes cantores da MPB.

*Marcos Aurélio Ruy é colaborador do Vermelho

Vídeo

Se acaso você chegasse
(Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins)


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