Natural de Cajazeiras, no sertão da Paraíba, Bosco Maciel é um poeta, folclorista, cantador e fazedor de teatro trabalhando em favor da cultura popular brasileira. É fundador da Casa de Cordéis de Guarulhos, por onde passam muitos artistas talentosos apresentando suas músicas, além de promover saraus literários, lançamentos de livros, palestras e encontros culturais diversos.
Bosco Maciel, à esquerda, poeta, folclorista e cantador, fundou a Casa dos Cordeis em 2008, em Guarulhos (SP)
— Desde criança lá na minha terra já apresentava interesse pela arte de uma forma geral, com 8 anos já gostava de pintura e desenhava com habilidade. Presenciava os aboios de vaqueiros lá no alto sertão, convivia com os cantadores repentistas, e com aqueles que vendem folhetos de cordel na feira. Convivia naturalmente com toda essa cultura popular, esse era o meu cotidiano. Minha mãe me fazia dormir cantando folheto de cordel — conta Bosco.
— Em casa tínhamos muitos folhetos, comuns nas casas nordestinas. Essa literatura chegou a ser tão importante a ponto de ajudar na alfabetização. Isso porque lá no sertão era muito difícil o acesso a livros, jornais e revistas. Ao mesmo tempo, os principais acontecimentos do país e histórias diversas eram retratados na literatura de cordel em geral, principalmente nos folhetos, e iam para dentro das casas — continua.
— Aos 14 anos de idade aprendi a tocar violão e me envolvi em bandas de músicas lá em Cajazeiras, andando pelo Nordeste todo. Aos 19, em 1970, vim para São Paulo trazendo na bagagem toda essa carga folclórica da cultura nordestina, sem nunca abandoná-la — acrescenta.
Depois de alguns anos trabalhando em outras atividades, Bosco Maciel voltou sua atenção para expandir essas informações que trouxe consigo.
— Observei que muitas pessoas daqui não conheciam essa cultura popular e me preocupei em divulgá-la. A partir de 1990 passei a me dedicar fortemente à parte cultural, tirando de dentro de mim todas as informações que tinha, compondo, escrevendo. Comecei organizando saraus literários, fazendo palestras sobre cordel, apresentando músicas baseadas nessa literatura, inclusive muitas composições minhas — fala Bosco.
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