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domingo, 28 de julho de 2013

Dominguinhos deixa vazio o trono do baião

 
Adeus, Dominguinhos!

Não é apropriado dizer que a música brasileira ficou órfã nesta terça-feira (23), quando José Domingos de Morais, o Dominguinhos, despediu-se da vida. Não é apropriado: com seu jeito simples, brincalhão e alto astral, o mais correto seria dizer que perdemos um irmão mais velho, que deixa muita saudade.


Por Jose Carlos Ruy


Ele tinha 72 anos (nasceu em Garanhuns, PE, em 12 de fevereiro de 1941), e sempre teve cara de menino sanfoneiro de enorme talento. Lutava há seis contra o câncer que finalmente o venceu. 

Era sanfoneiro desde os seis anos de idade. Vinha de família humilde; foi filho de mestre Chicão, também sanfoneiro e afinador de sanfonas. Como Januário, pai de Luiz Gonzaga, o rei do baião que foi padrinho e fonte de inspiração para Dominguinhos. E que fez do menino com que se encantou, no longínquo 1950, seu príncipe herdeiro. 

Dominguinhos era bem pequeno ainda quando começou com um pequeno acordeão de oito baixos: tinha apenas seis anos de idade. Logo passou a tocar onde houvesse gente para ouvir: em feiras livres, portas de hotéis e outros lugares, em troca de algum dinheiro para ajudar nas contas de casa. Tinha a companhia de dois irmãos no trio Os Três Pingüins.

Quando o conheceu, Luiz Gonzaga quis leva-lo para o Rio de Janeiro. Mas, com somente nove anos de idade, esperou um pouco ainda para um voo tão ousado. Dominguinhos seguiu para o Rio em 1954. Tinha 13 anos e a companhia do pai e dos irmãos. Foi morar em Nilópolis e, quando encontrou Luiz Gonzaga, ganhou dele uma sanfona e um emprego entre os músicos que o acompanhavam. 

A magia sanfoneira daquele garoto passou então a encantar o Brasil, e não parou mais. Entre 1964 e 2008, gravou 42 discos, desde o primeiro, Fim de Festa; dez anos depois veio Dominguinhos e Seu Acordeon, seguido por Forró de Dominguinhos (1975), Isso Aqui Tá Bom Demais (1985), Veredas Nordestinas (1989), até Yamandu + Dominguinhos (2008). 

Nunca perdeu o jeito de menino; foi - disse a amiga e parceira Elba Ramalho - “uma fonte de água cristalina. Ele deixa um legado de simplicidade, humildade e capacidade”. A música brasileira passa a cantar num tom menor, de tristeza e luto. O trono do baião ficou vazio nesta semana. 

Ouça o sanfoneiro cantador:
De Volta Pro Aconchego 
 


Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero
Um abraço para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade

Que bom poder estar contigo de novo
Roçando teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Teus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter.

É duro ficar sem você vez em quando,
Parece que falta um pedaço de mim.
Me alegro na hora de regressar,
Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim
 
Gostoso Demais 
 

Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu

É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dar prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz

Pensamento viaja
E vai buscar meu bem-querer
Não dá prá ser feliz, assim
Tem dó de mim
O que eu posso fazer
 

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