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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Poesia

 
Palafitas de Manaus Palafitas à beira do Rio Negro, Manaus

Visão manauara de Manaus e outro poema


Por Nestor Cozetti


Visão manauara de Manaus
Voam as janelas e vão pelas casas feitas sobre palafitas

Voam através das janelas do ônibus aflitas

Imperfeitas as janelas das casas feitas sobre palafitas

Aparentes entre seus dentes brilham sorrisos das moças bonitas

Belas elas enjaneladas empalafitadas

Esquisitas malditas ou quem sabe benditas

Altaneiras casas pernilongos sobre altas patas alteando-se da pele da terra em lama premeditada

Estreitas barricadas barracos moradas de madeira em palafitas

Soerguendo-se mansas de seus terrenos eternos aeroportos

Silentes casebres simétricos semelhantes insetos

Ou pássaros de pau de pés ásperos saltando da suada água da terra

Essas casas estão sempre alçando vôo realçando-se em vão

São sangue-sugas sugando o suco do suor do chão

Sinais sublimes do inspirar santo e são

Santificados sejam os habitantes de todas as suaves casas sobre palafitas
 


Saudade
Andamos juntos

Por todo interior de um país africano

Tínhamos que parar

Várias vezes

Para esperar passar

A comprida tribo de macacos babuínos que às dezenas atravessavam as estradas

Atropelamos cobras enquanto outras feras espreitavam-nos

Encantadas e não esfomeadas

Por duas noites as florestas surpreenderam-nos sós

E dormimos em aldeias guineenses chamadas tabancas

Assaltadas noturnas por mosquitos de paludismo

Cruzamos largos rios e braços de mares em pequenos barcos

Escavados em troncos de grandes árvores

Em terra eras suave nos poucos trechos asfaltados

Quantos riscos e belezas passamos juntos

E como te amava quando te via quieta e recostada

Tu que vieste do Japão e passaste pela Gâmbia e vieste parar em minhas mãos

Que saudade da que foi minha moto de apenas 125 cilindradas
 

Sobre o autor
Nasceu em Goiânia (Goiás), em 1952, e foi militante político desde os 14 anos em AP (Ação Popular), em Goiânia e depois no PRT (Partido Revolucionário dos Trabalhadores), em Brasília, pelo qual entrou na clandestinidade aos 16 anos, em Salvador, Bahia. Preso a primeira vez em maio de 1970, no Doi-Codi do Rio de Janeiro, aos 18 anos, no mesmo aparelho em que estavam sua mãe, Wanda Cozetti (falecida em 2005), sua irmã, Luanda Cozetti de Freitas, com menos de 2 anos de idade, e o pai desta, Alípio Cristiano de Freitas.

Retorna à clandestinidade e é preso novamente desta vez pelo Dops de São Paulo, na capital. Sai para o exílio na Guiné-Bissau em 1976, retorna ao Brasil em 1981 e é anistiado político em 2010.
É casado com a Aline e pai do Samay e da Hannah.

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