Músico instrumental e professor dedicado à arte de formar percussionistas para a música popular brasileira, Ari Colares, incentiva seus alunos a usar sucatas e todo tipo de instrumentos inventados, sempre focando na cultura popular. Paulistano da Vila Carrão, cresceu com o pessoal da escola de samba Vai Vai, sua vizinha, e descobriu desde cedo os batuques do povo.
— Quando criança brincava de inventar musiquinhas com meus primos, cantando cantigas de rodas. Batucava nas panelas da minha mãe, sucatas, latas, e gostava de ouvir meu pai assoviando, imitando os pássaros —conta Ari.
— Já maiorzinho, participava de batucadas na rua e de excursões do meu bairro, que juntava várias famílias para ir até uma praia. A maioria do pessoal do ônibus era o povo da Vai Vai, e fazíamos muitos batuques a viajem inteira. Tínhamos uma relação bem estreita com eles por conta dessas excursões, e minha avó costurava para a porta-bandeira — continua.
— A coisa foi indo nesse tom de brincadeira até os meus 17 anos, quando ingressei no grupo de teatro Abaçaí, que fazia teatro de rua pela Praça da Sé, no centro da cidade. Ele tinha e tem, porque ainda existe, uma relação muito forte com a cultura popular, os folguedos, a música e a dança, e isso foi acrescentando em mim — declara.
Respeitando os ciclos festivos, o grupo tinha os cordões de carnaval, quadrilhas de festas juninas, folias de reis, reisado, pastoril, cortejos de rua.
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