Criado pelo percussionista, pesquisador, gestor e militante cultural de Guarulhos, SP, Carlos J. Fernandes Neto, o Movimento Cultural Samba do Sino engloba pesquisas do samba, rodas, bloco de carnaval, sarau, e uma série de atividades junto à comunidade local. Interagindo com sambistas do estado de São Paulo, o Samba do Sino amplia sua área de atuação através do Samba Acadêmico, programa de rádio nos mesmos moldes.
— Venho da linguagem cultural do teatro, isso desde a década de setenta. A preocupação com o samba surgiu quando fiz, para o meu trabalho de conclusão na universidade, a tese: A defesa da identidade cultural do povo brasileiro. E não dá para se buscar essa identidade se não falar do samba — afirma Carlos.
— Se considerarmos que a história do samba começou com os batuqueiros, diremos que ele tem mais de 400 anos. Teve seu primeiro momento com os africanos nascidos livres e trazidos escravos para o Brasil, tocando seus instrumentos de percussão. Onde houve um escravo, houve o samba, assim, ele é originário de todo o território nacional — continua.
Influenciado por essa primeira pesquisa, Carlos fundou o movimento Samba do Sino.
— Começamos revivendo a história do bairro onde estamos, através de fotos antigas, personagens, depoimentos, e aliado a isso uma pesquisa do samba, contando sua história, curiosidades, personagens — conta.
— Através dessa pesquisa estamos fazendo um mapeamento do samba, e cada dia surge um sambista que não conhecíamos, e um ‘novo samba velho’ que queremos trazer para a nossa realidade e tocar. Vassourinha, por exemplo, foi um sambista paulista que morreu com 17 anos, e com 14 já fazia rádio — continua.
Carlos diz que com o Samba do Sino sentiu necessidade de fazer um bloco carnavalesco, porque o que se vê hoje é um carnaval isolado.
— A pessoa só samba na avenida se tiver dinheiro para comprar a fantasia ou os ingressos. Da mesma forma, nos blocos carnavalescos tem os cordões de isolamento e a compra dos abadás, coisas assim. Neste ano saímos pela primeira vez com o bloco pelas ruas do bairro com uma banda tocando marchinha — conta.
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