A moda de viola é uma das mais importantes manifestações artísticas do povo brasileiro. Quase sempre ligada à cultura camponesa, esta manifestação segue ameaçada pela invasão de ritmos estrangeiros e a migração para as cidades. Mas eis que surgem, em grandes cidades, orquestras de viola caipira, instrumento trazido pelos portugueses, mas adaptado ao jeito todo especial que o brasileiro tem de tocar e cantar sua cultura.
A Orquestra de Viola Caipira de Atibaia começou como uma orquestra escola
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A Orquestra Paulistana de Viola Caipira, primeira a aparecer, foi fundada há onze anos pelo maestro Rui Torneze, seu titular, surgindo primeiramente como um suporte às aulas de viola caipira ministradas por ele na Universidade Livre de Música Tom Jobim, em São Paulo.
— Era um grupo de pessoas que se juntava para fazer um ensaio, que servia de prática de conjunto exigido na universidade. Posteriormente, esses encontros começaram a ficar muito bons e a surgir convites para tocarmos em aniversários e festas em geral, começando ganhar corpo a idéia de uma orquestra. Trabalhamos essa idéia e hoje somos o grupo mais requisitado pelas cidades do interior do estado. Também já auxiliamos na formação de outras dezenove orquestras de viola, sendo três fora do estado — conta Torneze.
Homens, mulheres, adolescentes e crianças acabaram formando uma verdadeira família de muitos talentos para a arte caipira. Afinadíssima, a Orquestra Paulistana recebe frequentes convites para se apresentar, executando suas toadas, cururus, guarânias, catiras, cateretês e outros ritmos da viola, para valorizar a música caipira, e também MPB, samba, choro, música erudita, para mostrar a beleza e a versatilidade do instrumento.
— O nosso objetivo, desde os tempos dos primeiros encontros, é valorizar a autêntica música caipira e também o seu principal instrumento, a viola. Por isso alternamos nas apresentações músicas cantadas e instrumentais, sendo as cantadas sempre caipiras tradicionais e as instrumentais desde música barroca até Tom Jobim, passando pelo choro, para apresentar melhor a viola para o público — explica Torneze.
— A orquestra é dividida em seis grupos, com primeiras, segundas, terceiras, quartas e quintas violas, e um sexto grupo formado por cinco ‘cantadores’, responsáveis por fazer as cantorias. Temos quarenta e cinco músicos no momento, sendo doze profissionais, que só vivem da música, e trinta e três músicos honorários, que têm outras profissões para sobreviver — continua.
Segundo Torneze uma das regras para ingressar na Paulistana é estar estudando viola caipira na Faculdade Livre de Música Tom Jobim ou no Instituto São Gonçalo, sede da orquestra, para que todos estejam com um repertório afinado e o mesmo esquema didático.
— Era um grupo de pessoas que se juntava para fazer um ensaio, que servia de prática de conjunto exigido na universidade. Posteriormente, esses encontros começaram a ficar muito bons e a surgir convites para tocarmos em aniversários e festas em geral, começando ganhar corpo a idéia de uma orquestra. Trabalhamos essa idéia e hoje somos o grupo mais requisitado pelas cidades do interior do estado. Também já auxiliamos na formação de outras dezenove orquestras de viola, sendo três fora do estado — conta Torneze.
Homens, mulheres, adolescentes e crianças acabaram formando uma verdadeira família de muitos talentos para a arte caipira. Afinadíssima, a Orquestra Paulistana recebe frequentes convites para se apresentar, executando suas toadas, cururus, guarânias, catiras, cateretês e outros ritmos da viola, para valorizar a música caipira, e também MPB, samba, choro, música erudita, para mostrar a beleza e a versatilidade do instrumento.
— O nosso objetivo, desde os tempos dos primeiros encontros, é valorizar a autêntica música caipira e também o seu principal instrumento, a viola. Por isso alternamos nas apresentações músicas cantadas e instrumentais, sendo as cantadas sempre caipiras tradicionais e as instrumentais desde música barroca até Tom Jobim, passando pelo choro, para apresentar melhor a viola para o público — explica Torneze.
— A orquestra é dividida em seis grupos, com primeiras, segundas, terceiras, quartas e quintas violas, e um sexto grupo formado por cinco ‘cantadores’, responsáveis por fazer as cantorias. Temos quarenta e cinco músicos no momento, sendo doze profissionais, que só vivem da música, e trinta e três músicos honorários, que têm outras profissões para sobreviver — continua.
Segundo Torneze uma das regras para ingressar na Paulistana é estar estudando viola caipira na Faculdade Livre de Música Tom Jobim ou no Instituto São Gonçalo, sede da orquestra, para que todos estejam com um repertório afinado e o mesmo esquema didático.
— Não temos limite em termos de participação na orquestra, porque muitas vezes assumimos compromissos em dias de semana e nem todo músico honorário consegue participar. E todos são remunerados, ganhando seus cachês sempre que se apresentam, porque isso é necessário, sendo que o nosso principal objetivo é trabalhar em prol da nossa cultura para que não morra, não seja engolida pela mídia — diz Torneze.
— Tecnicamente fazemos uma distinção bem grande entre música caipira e sertaneja: o que temos aqui para oferecer é a música caipira, a sertaneja é essa comercial que está na mídia. Na verdade, ela teve sua origem na música caipira, mas a partir de 1967 muitas coisas foram acrescidas, entrando instrumentos eletrônicos como guitarras, sintetizadores. Na época, baseou-se na jovem guarda e no rock, que estavam em alta. A temática também mudou e mais tarde veio a influência do country music e virou modismo — continua.
Não existe o critério de idade para ingressar no curso de viola e nem na orquestra: atualmente a aluna mais nova tem oito anos de idade e o mais velho oitenta e três. Para Torneze o interesse de crianças e jovens em estudar viola caipira depende muito da orientação em casa e do contato com esse universo através de amigos e pesquisas.
— O perfil da garotada de 16, 17, 18 anos, e são muitos, que estuda viola é bem diferente do explorado pela mídia. São jovens que não estão atrelados a televisão; crianças que têm um suporte em casa, com uma família que provê nessa parte cultural. Todos, apesar de morar aqui em São Paulo, têm uma ligação, até por tradição, ao campo, porque São Paulo é uma grande capital caipira, muitas pessoas por aqui têm seu estilo caipira de ser — afirma Torneze.
— Na verdade nós brasileiros somos todos um pouco caipiras, porque em meios aos nossos ancestrais sempre tem um que tirou seu sustento da terra. E fazemos exatamente esse tipo de música, que atrai a atenção do povo — diz.
— Normalmente nos apresentamos em festas agropecuárias, feiras, festivais, eventos públicos. Também estamos com um convite para irmos neste ano para o USA e Portugal. Os portugueses ficaram ‘malucos’ conosco, devido a um fado que gravamos. A viola veio de lá, se desenvolveu por aqui, e hoje não tem nada a ver com a deles em termos de música, ritmos — continua.
A Orquestra Paulistana tem até o momento dois CDs e um DVD gravados, e Torneze está preparando novos trabalhos, sempre gravando de forma independente.
— Tecnicamente fazemos uma distinção bem grande entre música caipira e sertaneja: o que temos aqui para oferecer é a música caipira, a sertaneja é essa comercial que está na mídia. Na verdade, ela teve sua origem na música caipira, mas a partir de 1967 muitas coisas foram acrescidas, entrando instrumentos eletrônicos como guitarras, sintetizadores. Na época, baseou-se na jovem guarda e no rock, que estavam em alta. A temática também mudou e mais tarde veio a influência do country music e virou modismo — continua.
Não existe o critério de idade para ingressar no curso de viola e nem na orquestra: atualmente a aluna mais nova tem oito anos de idade e o mais velho oitenta e três. Para Torneze o interesse de crianças e jovens em estudar viola caipira depende muito da orientação em casa e do contato com esse universo através de amigos e pesquisas.
— O perfil da garotada de 16, 17, 18 anos, e são muitos, que estuda viola é bem diferente do explorado pela mídia. São jovens que não estão atrelados a televisão; crianças que têm um suporte em casa, com uma família que provê nessa parte cultural. Todos, apesar de morar aqui em São Paulo, têm uma ligação, até por tradição, ao campo, porque São Paulo é uma grande capital caipira, muitas pessoas por aqui têm seu estilo caipira de ser — afirma Torneze.
— Na verdade nós brasileiros somos todos um pouco caipiras, porque em meios aos nossos ancestrais sempre tem um que tirou seu sustento da terra. E fazemos exatamente esse tipo de música, que atrai a atenção do povo — diz.
— Normalmente nos apresentamos em festas agropecuárias, feiras, festivais, eventos públicos. Também estamos com um convite para irmos neste ano para o USA e Portugal. Os portugueses ficaram ‘malucos’ conosco, devido a um fado que gravamos. A viola veio de lá, se desenvolveu por aqui, e hoje não tem nada a ver com a deles em termos de música, ritmos — continua.
A Orquestra Paulistana tem até o momento dois CDs e um DVD gravados, e Torneze está preparando novos trabalhos, sempre gravando de forma independente.
A Orquestra Paulistana de Viola Caipira foi precursora e, hoje, já são dezenove outras orquestras surgidas do seu exemplo
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DANDO FRUTOS
Não ficando atrás, com três anos de estrada, e trabalhando dentro dos mesmos moldes da Paulistana, a Orquestra de Viola Caipira de Atibaia, interior de São Paulo, sendo uma das dezenove que surgiram através da Paulistana, luta com todo vigor para divulgar o ensino desse instrumento, através dos esforços do maestro Agnaldo Villaça. Começando como uma orquestra escola, e chegando a ter noventa alunos, Villaça reuniu os mais destacados e deu início ao trabalho, com apresentações por todo o país.
— Queremos segmentar o ensino desse instrumento que praticamente não tem escola. Eu mesmo e o Torneze somos formados em outros instrumentos, porque na nossa época não tinha nenhuma universidade que oferecesse viola caipira — explica.
— Temos um efetivo de trinta e cinco pessoas, de crianças até senhores e senhoras com mais de sessenta anos de idade, todos com a mesma intenção de vivenciar nossas raízes culturais, e ajudar para que sobreviva. O único critério para participação é a vontade de aprender e tocar. Inclusive, noventa por cento dos que estão na orquestra hoje entraram no nosso curso sem saber nada — fala.
— Se a pessoa não tiver o instrumento ou não puder comprar também não é problema, porque temos alguns aqui para fornecer inicialmente, até que possa adquirir o seu. O que ainda não conseguimos fornecer, mas estamos tentando, é remuneração. Sou o único músico profissional da orquestra, os outros têm outras profissões. São professores, advogados, plantadores de morango, trabalhadores em geral. Por enquanto os cachês que ganhamos são para compra de instrumentos e para um caixa que temos de investimento na orquestra — expõe.
Dos trinta e cinco componentes, cinco fazem voz, mas também tocam, três são violas solo e o restante harmonia. E assim como a Paulistana inclui outros gêneros de qualidade em seu repertório.
— Queremos segmentar o ensino desse instrumento que praticamente não tem escola. Eu mesmo e o Torneze somos formados em outros instrumentos, porque na nossa época não tinha nenhuma universidade que oferecesse viola caipira — explica.
— Temos um efetivo de trinta e cinco pessoas, de crianças até senhores e senhoras com mais de sessenta anos de idade, todos com a mesma intenção de vivenciar nossas raízes culturais, e ajudar para que sobreviva. O único critério para participação é a vontade de aprender e tocar. Inclusive, noventa por cento dos que estão na orquestra hoje entraram no nosso curso sem saber nada — fala.
— Se a pessoa não tiver o instrumento ou não puder comprar também não é problema, porque temos alguns aqui para fornecer inicialmente, até que possa adquirir o seu. O que ainda não conseguimos fornecer, mas estamos tentando, é remuneração. Sou o único músico profissional da orquestra, os outros têm outras profissões. São professores, advogados, plantadores de morango, trabalhadores em geral. Por enquanto os cachês que ganhamos são para compra de instrumentos e para um caixa que temos de investimento na orquestra — expõe.
Dos trinta e cinco componentes, cinco fazem voz, mas também tocam, três são violas solo e o restante harmonia. E assim como a Paulistana inclui outros gêneros de qualidade em seu repertório.
— Faço o contra-baixo acústico, um instrumento de quatro cordas que faz a parte grave da sonorização da orquestra, porque como a viola é basicamente de cordas de aço, tem um som por si só brilhante com um timbre agudo, médio agudo, precisando de uma base grave — explica Villaça.
— O foco do nosso repertório, inicialmente, foi a música caipira de raiz. Depois começamos a inserir algumas do nordeste, incluindo Asa branca, e MPB que não são próprios para viola caipira, para mostrar que ela é capaz de se adaptar a qualquer tipo de música, inclusive a erudita, que ainda não estou tocando oficialmente, mas já estou escrevendo arranjos para viola. Elas ficam com uma sonoridade excelente — continua.
Villaça pensa que qualquer instrumento tem algo especial que atrai e faz com que muitos sonhem em tocá-los, e através deles a pessoa se envolve no universo que ele se encontra.
— À medida que se fica mais encantada com o fato de estar produzindo som, a pessoa vai descobrindo que, além disso, está trabalhando uma música nossa, e isso a encanta mais ainda, porque a música caipira surgiu de forma natural mostrando o lamento do sertanejo, suas lutas, olhar do mundo, seu meio de sobrevivência, a expressão de suas alegrias e tristezas, algo bem simples e profundo: o retrato de um povo. Isso tem valor — fala.
— E o que tem sido comercializado e vendido como música sertaneja, na verdade não é, nunca foi e nunca será, porque o verdadeiro caipira nunca pensou em vender discos quando começou com suas modas. Não imaginou em colocar uma banda para tocar e fazer muito sucesso, e ganhar milhões. Naturalmente tocava e cantava seus sentimentos verdadeiros, era o que sabia fazer e o povo gosta — acrescenta.
— Hoje essa música ‘sertaneja’, não fala do amor da roça, dos causos, do caboclo, da luta pela terra, da lida para a sobrevivência, das dores do caipira, e isso fica muito perceptível para um pesquisador, um músico da área, ou para um caipira autêntico, mas muitas vezes passa despercebido para muita gente e esses acabam consumindo esse produto ruim — continua.
Segundo Villaça o trabalho das orquestras escolas e todas as orquestras caipiras que surgiram a partir da Paulistana se assemelha com o desenvolvido pela Escola Portátil de Choro, no Rio, que também é outro gênero que caracteriza o povo brasileiro, e igualmente sofre a mesma punição por parte do monopólio dos meios de comunicação, de afastamento do povo.
— Esses gêneros genuinamente brasileiros vão sobrevivendo e renascendo à medida que pessoas de todas as idades se propõem a aprender a tocá-los e divulgá-los. E nós achamos que se as pessoas não se juntarem e não fizerem essa propagação, com certeza eles se perderão com o tempo — defende Villaça.
Até o momento a Orquestra de Viola Caipira de Atibaia tem dois DVDs lançados, o último em janeiro deste ano, gravado ao vivo.
— Trabalhando em eventos fixos e esporádicos. Recentemente fizemos o Festival Zequinha de Abreu, em Santa Rita do Passa Quatro, e estaremos em maio na Semana Nacional da Cultura de Campo Belo, MG. Também vamos fazer apresentações com a orquestra do maestro Ivan Vilela. Recentemente fizemos um concerto único com o maestro Rogério, titular da Orquestra Sinfônica Jovem de Atibaia. Foi uma ‘loucura’ vermos a sinfônica executando o repertório da viola caipira, algo muito interessante — comenta Villaça com alegria.
— Na verdade, temos muito poucas partituras para trabalharmos, mas se analisarmos a origem da música caipira vamos ver que entre esse pessoal que mora ‘no meio do mato’, o caipira mesmo, que começou com a moda de viola, muitos eram analfabetos, imagina então se iriam escrever uma partitura de alguma música que fizeram durante a labuta ou na hora do lazer — observa.
— Eu mesmo tive dois alunos na orquestra, uma senhora de cinquenta anos e um senhor de sessenta, nesta situação, e por isso não conseguimos dar continuidade nos seus estudos de música, tendo que encaminhá-los para uma escola de alfabetização para adultos. Agora estamos aguardando que eles retornem quando conseguirem acompanhar o curso. Pior é saber que são muitos os analfabetos por esse país afora — acrescenta.
A divulgação das orquestras de viola é feita através dos próprios músicos e do público, que quando assiste pergunta como fazer contato. As páginas na internet são:
— O foco do nosso repertório, inicialmente, foi a música caipira de raiz. Depois começamos a inserir algumas do nordeste, incluindo Asa branca, e MPB que não são próprios para viola caipira, para mostrar que ela é capaz de se adaptar a qualquer tipo de música, inclusive a erudita, que ainda não estou tocando oficialmente, mas já estou escrevendo arranjos para viola. Elas ficam com uma sonoridade excelente — continua.
Villaça pensa que qualquer instrumento tem algo especial que atrai e faz com que muitos sonhem em tocá-los, e através deles a pessoa se envolve no universo que ele se encontra.
— À medida que se fica mais encantada com o fato de estar produzindo som, a pessoa vai descobrindo que, além disso, está trabalhando uma música nossa, e isso a encanta mais ainda, porque a música caipira surgiu de forma natural mostrando o lamento do sertanejo, suas lutas, olhar do mundo, seu meio de sobrevivência, a expressão de suas alegrias e tristezas, algo bem simples e profundo: o retrato de um povo. Isso tem valor — fala.
— E o que tem sido comercializado e vendido como música sertaneja, na verdade não é, nunca foi e nunca será, porque o verdadeiro caipira nunca pensou em vender discos quando começou com suas modas. Não imaginou em colocar uma banda para tocar e fazer muito sucesso, e ganhar milhões. Naturalmente tocava e cantava seus sentimentos verdadeiros, era o que sabia fazer e o povo gosta — acrescenta.
— Hoje essa música ‘sertaneja’, não fala do amor da roça, dos causos, do caboclo, da luta pela terra, da lida para a sobrevivência, das dores do caipira, e isso fica muito perceptível para um pesquisador, um músico da área, ou para um caipira autêntico, mas muitas vezes passa despercebido para muita gente e esses acabam consumindo esse produto ruim — continua.
Segundo Villaça o trabalho das orquestras escolas e todas as orquestras caipiras que surgiram a partir da Paulistana se assemelha com o desenvolvido pela Escola Portátil de Choro, no Rio, que também é outro gênero que caracteriza o povo brasileiro, e igualmente sofre a mesma punição por parte do monopólio dos meios de comunicação, de afastamento do povo.
— Esses gêneros genuinamente brasileiros vão sobrevivendo e renascendo à medida que pessoas de todas as idades se propõem a aprender a tocá-los e divulgá-los. E nós achamos que se as pessoas não se juntarem e não fizerem essa propagação, com certeza eles se perderão com o tempo — defende Villaça.
Até o momento a Orquestra de Viola Caipira de Atibaia tem dois DVDs lançados, o último em janeiro deste ano, gravado ao vivo.
— Trabalhando em eventos fixos e esporádicos. Recentemente fizemos o Festival Zequinha de Abreu, em Santa Rita do Passa Quatro, e estaremos em maio na Semana Nacional da Cultura de Campo Belo, MG. Também vamos fazer apresentações com a orquestra do maestro Ivan Vilela. Recentemente fizemos um concerto único com o maestro Rogério, titular da Orquestra Sinfônica Jovem de Atibaia. Foi uma ‘loucura’ vermos a sinfônica executando o repertório da viola caipira, algo muito interessante — comenta Villaça com alegria.
— Na verdade, temos muito poucas partituras para trabalharmos, mas se analisarmos a origem da música caipira vamos ver que entre esse pessoal que mora ‘no meio do mato’, o caipira mesmo, que começou com a moda de viola, muitos eram analfabetos, imagina então se iriam escrever uma partitura de alguma música que fizeram durante a labuta ou na hora do lazer — observa.
— Eu mesmo tive dois alunos na orquestra, uma senhora de cinquenta anos e um senhor de sessenta, nesta situação, e por isso não conseguimos dar continuidade nos seus estudos de música, tendo que encaminhá-los para uma escola de alfabetização para adultos. Agora estamos aguardando que eles retornem quando conseguirem acompanhar o curso. Pior é saber que são muitos os analfabetos por esse país afora — acrescenta.
A divulgação das orquestras de viola é feita através dos próprios músicos e do público, que quando assiste pergunta como fazer contato. As páginas na internet são:
- www.orquestradeviola.com.br, Paulistana
- http://violacaipiraatibaia.blogspot.com , Atibaia.
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