O guitarrista espanhol Paco de Lucía morreu na madrugada desta quarta-feira (26), aos 66 anos devido a um enfarte agudo. Nascido a 21 de Dezembro de 1947, em Algeciras, Francisco Sánchez Gómez fez carreira como compositor, produtor e guitarrista, foi considerado um dos principais intérpretes do flamenco, gênero que tentou reinventar e renovar.
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"Não tenho medo que se perca a essência do flamenco", declarou em agosto de 2004, depois de receber o Prêmio Príncipe das Astúrias, distinção maior das artes e da cultura na Espanha. Foi, segundo o jornal El País, um "revolucionário da guitarra", alguém que se converteu numa referência mundial.
Paco de Lucía deixou um vasto repertório que vai muito além da música flamenca
"Um guitarrista tem de ter mais do que ritmo, tem de ter ar. Ar é fundamental", declarou na mesma entrevista de 200. Paco de Lucía tinha esse horizonte largo: mesclou o flamenco com jazz, com bossa nova, com blues, com outros gêneros musicais.
Gravou dez álbuns nas décadas de 1960 e 1970 com o vocalista de flamenco El Camaron de la Isla. Colaborou também com o pianista americano Chick Corea, e nos anos 1980 trabalhou com os guitarristas John McLaughlin e Al DiMeola.
Entre os discos com o seu sexteto, que inclui os irmãos Ramon e Pepe, estão as obras La Fabulosa Guitarra de Paco de Lucia (1967), Fantasia Flamenca (1969), Fuente y Caudal (1973) ou Almoraima (1976). No início dos anos 1980, editaram os álbuns Solo Quiero Caminar (1981) e Live... One Summer Night (1984), talvez os seus registos mais expressivos como coletivo.
“Nunca perdi a ligação com as raízes na minha música”, afirmou numa entrevista na década de 1990. “O que tentei fazer foi situar-me na tradição e, ao mesmo tempo, procurar noutros territórios coisas novas para transportar para o flamenco.”
Da redação do Vermelho com informações do Público de Portugal
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