Natural de Alegrete, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul,
o radialista, compositor e pesquisador da sua cultura, Hilo Paim é um
dos mais importantes representantes do movimento nativista gaúcho hoje.
Viajando por todo o estado através dos festivais de músicas nativas,
Hilo apresenta o programa ‘Pelos Palcos do Rio Grande’, transmitindo
pela Rádio Universidade de Santa Maria com a intenção de divulgá-los e
preservar sua existência.
— Nasci e vivi 26 anos da minha vida no campo, e minhas origens
são da área rural, tanto da parte dos pais quanto dos avós. Somente
nessa idade, já trabalhando como servidor na Universidade Federal de
Santa Maria, tive que escolher entre continuar no campo e passar para um
outro órgão do Ministério da Educação, ou vir para Santa Maria — conta Hilo.
— Como sempre olhava para aquelas porteiras que nos separavam da
cidade com curiosidade para saber o que tinha além, optei por vir para
Santa Maria, em 1986. Aqui fiquei 20 anos trabalhando na universidade,
sem nenhuma ligação com cultura e afastado das coisas do campo.
Sua entrada no mundo da música e dos festivais aconteceu por acaso,
quando um amigo o convidou para conhecer um estúdio de rádio.
— Era uma tarde de sábado, estávamos tomando um chimarrão na
sombra do prédio onde morávamos. Ele me convidou para conhecer a Rádio
Universidade, onde apresentava um programa. Eu nunca tinha entrado em
uma emissora, e disse: ‘Bem, vamos lá então tomar chimarrão e conversar
mais’.
— A partir desse momento começou uma grande mudança na minha
vida. Fiquei um período auxiliando-o na produção do programa, fiz um
curso profissionalizante na Feplam, em Porto Alegre, viajando para lá
todos os finais de semana, até me tornar um profissional de rádio — diz.
Hilo ganhou um programa voltado para transmissões de festivais nativistas.
— Em uma quinta-feira que não lembro o dia, em 1999, foi a minha
formatura como radialista, e no domingo já estava em Jaguari, a 100 km
daqui de Santa Maria, transmitindo a final de um dos maiores festivais
que temos no Rio Grande, o ‘Grito do Nativismo Gaúcho de Jaguari’.
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