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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A Grande Onda de Hokusai no Grand Palais de Paris

A grande onda fora da costa de Kanagawa, cerca de 1831, Hokusai
Desde o dia 1º de outubro e até o dia 18 de janeiro de 2015 quem estiver em Paris poderá admirar de perto esta obra-símbolo do grande artista japonês Katsushita Hokusai (1760-1849), além de muitas outras. Bastante conhecida, esta obra-prima faz de seu autor o artista japonês mais conhecido ao redor do mundo.


Autorretrato, Hokusai
O Grand Palais de Paris está fazendo uma retrospectiva bastante grande da obra de Hokusai. Sua obra, que inclui pinturas, desenhos e gravuras encarna a alma da cultura do seu país, especialmente suas paisagens. A exposição apresenta cerca de 500 obras e grande parte delas não tinha ainda saído do Japão e farão parte do acervo do Museu Hokusai, que será inaugurado em Tokio em 2016.

Hokusai, que nasceu em 1760, é, junto com Hiroshige, nascido em 1797, um grande mestre do desenho. Ele mesmo se autonomeava o “Louco do desenho” porque era um apaixonado por seu ofício. Foi Hokusai quem inventou o termo “manga” (que designa o conjunto dos cadernos de desenho de croquis (desenhos de observação, anotações, apontamentos), que hoje conhecemos mais como sketchbooks). Ele tem uma produção muito grande desses apontamentos feitos ao longo de sua larga vida. Hokusai se impôs a disciplina de fazer pelo menos um desenho por dia!

“A grande onda” faz parte de um conjunto de 36 vistas do Monte Fuji, todas feitas por ele. Ele mostra os homens lutando contra os elementos do mundo flutuante dentro da visão budista; a impermanência do mundo, onde a fragilidade do homem aparece diante da grande natureza. Um mundo em movimento e o homem no movimento desse mundo.


Cartaz da mostra do Grand Palais
O monte Fuji, um dos ícones turísticos do Japão, pode ser avistado a centenas de kilômetros de distância e tem sido um lugar de peregrinação para os japoneses de tradição xintoísta. A cena mostra uma tempestade na Baía de Tokio, em que três barcos com pescadores lutam contra as ondas, e os homens seguram-se a seus barcos. Levando-se em conta a altura média de um homem, foi feito um cálculo de que Hokusai teria pintado essa onda numa proporção de mais ou menos uns 15 metros de altura.

A primeira onda - do primeiro plano - parece preparar a quebra da grande onda. As ondas evocam o movimento contínuo e perpétuo do mar, do tempo e da vida. O Azul da Prússia, o Azul mais claro e o Branco estão claramente separados, as formas são marcadas com um círculo preto característico do estilo de Hokusai. As formas, cheias e vazias, também dão movimento como se simulassem o conhecido símbolo do Yin e do Yang, em perfeita complementaridade.

Diz-se que Hokusai se inspirou na perspectiva ocidental, para construri seus trabalhos. Por outro lado, sua influência como artista sobre pintores ocidentais e gravadores é ainda maior. Desde Van Gogh, Pissarro, Degas, Renoir e Monet tinham cópias das “Trinta e seis vistas de Monte Fuji”. Além deles, Claude Debussy, compositor de “O Mar”, possuía um exemplar de “A Grande Onda”.

Para saber mais sobre Hokusai, clique aqui.

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