Recentemente, o lançamento de duas superproduções de Hollywood – “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” e “Interestrelar – chegaram a ocupar, em uma única semana, 90% e todas as salas de exibição do Brasil. Os 10% restantes foram distribuídos, nem sempre igualitariamente, entre produções também estrangeiras e, com raras exceções, filmes nacionais.
Manuel Rangel (Presidente da Ancine)
Para acabar com esse desequilíbrio, a Agência Nacional do Cinema
(Ancine) fechou um acordo temporário com 23 empresas exibidoras e seis
distribuidoras brasileiras para ampliar o acesso, tanto de quem assiste,
quanto de quem produz cinema no País.O acordo foi fechado com um grupo de empresas detentoras de 2,1 mil salas e controladoras de 82% do mercado de distribuição. Assim, a partir de 1° de janeiro de 2015, a ocupação de títulos de megalançamentos, os chamados blockbusters, não poderá ser de mais de 35% do número de salas dos complexos cinematográficos brasileiros.
Pela nova regra, em conjuntos cinematográficos com três a seis salas, um mesmo título não pode ocupar mais que duas delas. Com nove a 11 salas, somente poderá ser exibido em quatro telas, e assim por diante, proporcionalmente. Em complexos com 15 a 18 salas, haverá 10 delas disponíveis, tanto para os cinéfilos quando para a indústria cinematográfica brasileira.
Outro avanço foi o compromisso das empresas em disponibilizar cópias digitais a todos os complexos cinematográficos distribuídos no País que assim solicitarem, como cineclubes, por exemplo.
Para o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, a medida corrige uma distorção, ao levar cinema para os 250 complexos que faltam para completar os 500, dos 750 pontos de exibição distribuídos no País. “Estamos falando de cidades do interior, de cinemas próximos de grandes áreas populacionais”, explica.
Para os cinéfilos, o momento é de encher as salas de cinema. O compromisso expira em 31 de dezembro de 2015, quando se juntará a câmara técnica do projeto, para analisar resultados, cumprimento de compromissos e, então, sugerir adequações.
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