Lise
Forell nasceu na atual República Tcheca, em 1924. Estudou na Academia
de Belas Artes de Antuérpia, na Bélgica. Em 1940, em plena II Guerra
Mundial, embarcou com seus pais, em Marselha, na França, com destino ao
Brasil, fugindo da perseguição nazista. O navio em que ela e seus pais
se encontravam foi, entretanto, retido em Casablanca, no Marrocos, e
seus passageiros transferidos para um campo de concentração no Saara
marroquino. Um ano mais tarde, consegue escapar com a família para Cadiz
e embarcar no navio espanhol Cabo de Buena Esperanza para o Brasil,
chegando ao Rio de Janeiro em setembro de 1941. Transferiu-se para São
Paulo em 1942, onde passou a executar pinturas em vitrais para a empresa
Conrado Sorgenicht. Há muitos anos, vem se dedicando à pintura e
ensinando em seu atelier na Chácara Shalom, nos arredores de São Paulo.
Sobre ela, escreveu o jornalista, historiador e crítico de arte Pietro Maria Bardi: “No
Museu de Arte se conserva um painel, nº 352, de Lise Forell, denominado
‘O Judeu Errante’, pela primeira vez exposta no XLIX Salão Nacional de
Belas Artes em 1943. É, além de uma pintura expressa com patética força
de sentimento, um documento notável, pois sublinha o evento mais
degradante da humanidade do século XX. Sua autora, formada pela Academia
de Antuérpia, veio jovem para o Brasil, naqueles tempos de
perseguições, e aqui se radicou dedicando-se à sua arte, logo entrosada
com a vida de nosso povo, conseguiu sucesso imediato, com sua disposição
cordial. O sombrio e o pânico que sopravam na outra costa do Atlântico
se desfizeram ao encontro das batucadas, da intensa impressão da favela,
dos desprendimento com que a gente desenvolve sua vida alegre. Lise
pintou com verve o Brasil, alcançando as cores dos diapasões mais
brilhantes, construindo e imaginando suas cenas com o instinto que
Gauguin chamava “Naiveté”, que não deve ser confundido com o trabalho
cada vez mais numeroso dos primitivos”.
"Samba", óleo sobre tela |
Lise
Forell participou de inúmeras exposições coletivas, entre as quais
destacam-se: Museu de Arte de São Paulo (1971 e 1978); Grupo Nós, SP
(1973, 1979 e 1988); Chapel Scholl, SP (1974, 1977 e 1978); Escola
Suíça-Brasileira, SP (1977, 1979, 1993 e 1994); Briminghans of Art,
Inglaterra (1975); Galeira Cravo e Canela, SP e Galeria Orixás, SP
(1980); Galeria Jacques Ardies, SP (1981 e 1982); Galeria Samuel Wainer,
Brasília (1986); Clube Transatlântico, SP (1989); Livraria Revisal, SP
(1996); Atelier Pinski, SP (1997); Bienal Internalcional de Budejovice
(2001); Galerie Kaplanka " Krumlov; Galerie Mesic de Budejovice; Galerie
Zert, Colin (2002).
Entre
as exposições individuais salientam-se: Galeria Pilão, SP (1972);
Galerie Heide, Hamburgo, Alemanha e Galeria Heijo, SP (1974); Galeria
167, SP e Espaço Cultural Mercedez-Benz, SP (1975); Centro Cultural de
Wilster, Alemanha; Galeira Armon e Galeria Alex Lezion, Israel (1977);
Clube Naval Brasília, (1977 e 1778); Espaço Araras, SP (1978); Galeria
Cléo, SP (1979); Galerie Bambu, Hamburgo, Alemanha (1980); Galeria do
Consulado do Brasil em Berlim, Alemanha, (1981); Espaço Cultural Sambra,
SP (1983 e 1985); Galeria Todarte, SP e Woman"s Club, SP (1984);
Galeria Matalon, Los Angeles, EUA (1985); Chapel Art Show, SP (1986);
Centro Cultural Brasília (1987); Credit Lionnais, Paris; Casa Antigua,
SP (1990); Galerie Saint Romain, França (1991); Espaço Cultural do Banco
do Brasil e Clube A Hebraica, SP (1992); Clube Transatlântico, SP
(1998); Galerie Altestadt, Vaduz, Liechstenstein (2001); Espaço Cultural
Judaico, Brno (2002); Espaço Cultural Einstein, SP; Galeria Futura,
Praga, República Tcheca; e Galeria Mischa Marianske Lazne, República
Tcheca (2003).
A
exposição de pinturas de Lise Forell no Ateliê e Galeria Contraponto
estará aberta ao público de 20 de setembro a 11 de outubro de 2014.
"Carnaval da fome", óleo sobre tela, 1983 |
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