Hoje,
5 de janeiro, o Brasil rende homenagem ao centenário de nascimento de
Humberto Teixeira: O Doutor do Baião. Nascido em Iguatu, no Ceará,
Humberto Cavalcanti Teixeira foi uma das mais importantes personalidades
da cultura nordestina e brasileira no século 20.
A vida de Humberto Teixeira
foi retratada no documentário “O homem que engarrafava nuvens”,
produzido pela filha Denise Dumont.
Advogado, político, instrumentista, poeta, compositor (com cerca
de 300 composições gravadas no Brasil e no exterior), foi parceiro de
Luiz Gonzaga em obras-primas imortais do nosso cancioneiro, que lhe
valeram o apelido de “Doutor do Baião”. São de sua autoria Asa branca, No meu pé de serra, Baião, Juazeiro, Assum preto, Eu vou pro Ceará, Légua tirana, Qui nem jiló, Respeita Januário, dentre outros clássicos do cancioneiro nordestino e brasileiro. Asa Branca é, seguramente, uma das mais importantes composições da música popular brasileira em todos os tempos, assim reconhecida tanto pelo gosto popular como pela opinião dos especialistas.
Humberto começou a estudar música cedo. Sua primeira composição, Miss Hermengarda, foi feita aos 13 anos, em homenagem a uma concorrente de um dos primeiros concursos de beleza realizados no Ceará. Nos anos 30, radicou-se no Rio de Janeiro, onde estudou medicina, que abandonou, e se formou em direito. Em 1945, conheceu o parceiro que o celebrizaria, Luiz Gonzaga. Com ele, divulgou maciçamente os ritmos nordestinos, em especial o baião.
Apesar de ser conhecido como letrista, Humberto também tem composições só suas, como o baião Kalu, gravado por Dalva de Oliveira, Caetano Veloso e Chico Buarque. Outros parceiros foram Sivuca (com quem compôs Adeus, Maria Fulô, que teve leitura psicodélica feita pelos Mutantes em 1968), seu cunhado Lauro Maia (Deus me perdoe, Só uma louca não vê, Poema imortal) e Lírio Panicalli (Sinfonia do café).
Eleito deputado federal em 1954, notabilizou-se pela luta em defesa dos direitos autorais e pela aprovação da Lei Humberto Teixeira, que promovia a divulgação da música brasileira no exterior, por meio de caravanas musicais financiadas pelo governo federal. Também foi diretor da União Brasileira de Compositores (UBC) e lutou pelos direitos autorais. Faleceu no Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1979.
Sua vida foi retratada no documentário “O homem que engarrafava nuvens”, produzido pela filha Denise Dumont, dirigido por Lírio Ferreira, e que conta com depoimentos, entre outros, de Gilberto Gil, Caetano, Bebel Gilberto, Daniel Filho e Elba Ramalho. Independente de mandatos e instituições, Humberto Teixeira foi, por toda a sua vida, um incansável militante na promoção e defesa da autêntica cultura brasileira.
Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Sen. Inácio Arruda
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