Fortalecendo a cultura regional

Rosa Minine

Cantor, compositor, instrumentista, poeta e radialista, o gaúcho Dorotéo Fagundes tem como prioridade divulgar e dar continuidade ao regionalismo brasileiro, acreditando que um país não se faz sem sua cultura própria. Apresentando seus programas de rádio, produzindo agendas com conteúdos culturais, ou compondo e cantando "para convencer e não para convencidos", Dorotéo luta pela valorização do brasileirismo. — Nasci em Uruguaiana, na barranca do rio Uruguai, extremo sul do Brasil, lá onde o sol se inclina para dizer adeus. Minha família, os Fagundes de Abreu, tradicional do Alegrete, modernamente divulgaram essa cidade pelo 'canto alegretense'. Uma música conhecidíssima no Brasil e no mundo. Nosso seio familiar era e é até hoje poético e musical, com pesquisas profundas da história e dos costumes daqui — conta Dorotéo. — Na época do meu nascimento, 1959, nosso estado estava ascendendo no ponto de vista da musicalidade regional, com uma influência muito forte, na década de 40 e 50, de um grande artista chamado Pedro Raimundo, que cantava a forma gaúcha de ser. Além de todo esse cenário favorável para que me envolvesse com música e cultura, estudei em uma escola que valorizava a cultura regional. Ainda guri conheci a obra de Catulo da Paixão Cearense e outros. Aos 11 anos de idade sua mãe lhe deu um violão. Logo aprendeu com seus tios a tocá-lo.