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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Arte que renova

Objetos são confeccionados com palitos de picolé, retalhos de tecido, sobras de lã e caixa de leite
Transformando em arte: Objetos são confeccionados com palitos de picolé, retalhos de tecido, sobras de lã e caixa de leite

Franciele Bueno
franciele.bueno@diariodovale.com.br 


"Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. É renovar as esperanças na vida e o mais importante... Acreditar em você de novo" (Paulo Roberto Gaefke).
A segunda exposição de artesanato dos detentos da Casa de Custódia de Volta Redonda é resultado do trabalho voluntário da professora Clara Fernandes, que realiza há sete anos o projeto Reciclar-te, com os detentos da Casa de Custódia Doutor Franz de Castro Holzwarth. A mostra, que pode ser conferida no Espaço das Artes Zélia Arbex, teve início no dia 13 dezembro e pode ser vista até o dia 5 de janeiro, das 10h às 19h. Até o momento, mais de 500 pessoas já passaram pelo local. E se você gostar de alguma peça, uma boa notícia: os objetos da exposição estão à venda.
A professora semanalmente visita os detentos e leva todo o material de artesanato. Clara utiliza palitos de picolé, pregador de roupa, retalhos de tecido, sobras de lã, linha, caixa de leite, tampinhas diversas, papel crepom e outros materiais recicláveis. Segundo ela, os presos participam ativamente e gostam muito das atividades, pois ocupam seu tempo.
- Desde que iniciei este projeto, todos os presos me tratam com muito respeito e carinho. Toda semana eu vou até eles e realizo as atividades de artesanato na quadra da prisão. Atualmente, temos 100 mesas para realizarmos os trabalhos - fala.
A professora Clara conta que as atividades são realizadas em sistema de rodízio, pois há 300 presos na Casa de Custódia. Ela atende a cada semana uma cela diferente, e comenta que, durante a confecção dos objetos, sempre tem um detendo que domina mais o jeito de fazer o trabalho.
- Existe muita solidariedade entre eles, um acaba ajudando o outro no manuseio das peças. Alguns já dominam a prática e eu nem preciso ensinar muita coisa. O que me chama a atenção é a solidariedade que existe entre eles. Aquele que sabe mais está sempre disposto a ajudar o outro - diz.
A professora conta que a motivação dos presos é a família. Quando os detentos terminam uma peça, seja ela qual for, a primeira coisa que fazem é presentear seus familiares durante as visitas.
Clara revela que durante as visitas é muito raro ver algum preso ou familiar chorando, a alegria é sempre constante neste momento. Os familiares ficam muito felizes ao receber o artesanato de presente. De acordo com a professora, essa atividade ajuda muito os detentos, principalmente na melhoria de sua autoestima.
- A atividade ajuda muito os presos. Eles ocupam seu tempo, sua mente e melhora a autoestima, eles se descobrem, muitos não sabiam que tinham talento para desenvolver trabalhos tão bonitos - salienta.
Mesmo desenvolvendo um trabalho voluntário com compaixão ao ser humano, Clara recebe muitas críticas.
- Constantemente eu recebo críticas, muitas pessoas me condenam, pois pensam que os detentos não devem ser ajudados, não merecem. Muitos me falam que eles devem ser punidos até o fim. Mas, para mim, eles precisam ser resgatados, recuperados para saírem da prisão melhores. Hoje eles estão detidos, amanhã estarão entre nós - ressalta.

Começo 
Clara Fernandes iniciou o projeto Reciclar-te em 2006, com ao apoio da secretaria municipal de Ação Social (Smac). Ela resolveu dedicar todo o seu tempo para ajudar outras pessoas, depois da perda de seu esposo.
- Quando fiquei viúva, me senti sozinha e tive medo de entrar em depressão, então, resolvi ocupar meu tempo, foi a partir daí, que iniciei este trabalho me dedicando a outras pessoas que precisam de atenção - conta.
Quando Clara Fernandes visitou pela primeira vez a Casa de Custódia, recebeu de um preso uma flor.
- Quando fui pela primeira vez a Casa de Custódia, quando eu estava passando pela cela, um preso me estendeu a mão e me deu uma flor. Percebi naquele momento, que era aquele lugar que eu precisava ajudar, levando atenção e carinho para aqueles detentos - relembra.
A professora pretende continuar com o trabalho, porém, irá diminuir o ritmo.
- Quero continuar sim, mas pretendo diminuir o ritmo deste trabalho. Já estou com 69 anos e preciso ir mais devagar. Vou seguir com o projeto, mas vou fazer algumas adaptações, pretendo trabalhar com pequenos grupos da Casa de Custódia - fala.


Serviço


A segunda exposição de artesanato dos detentos da Casa de Custódia de Volta Redonda pode ser conferida até dia 5 de janeiro de 2014, das 10h às 19h, no Espaço das Artes Zélia Arbex, na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda. Informações pelo telefone (24) 3350-8586.


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