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sábado, 30 de junho de 2012

Vivendo no fim dos tempos: o apocalipse do capital


Em seu novo livro, "Vivendo no fim dos tempos" (Boitempo Editorial), Slavoj Zizek defende que o capitalismo global está se aproximando rapidamente da sua crise final.


Ele identifica os quatro cavaleiros deste apocalipse: a crise ecológica, as consequências da revolução biogenética, os desequilíbrios do próprio sistema (problemas de propriedade intelectual, a luta vindoura por matérias-primas, comida e água) e o crescimento explosivo de divisões e exclusões sociais. 

Zizek apresenta sua obra como "parte da luta contra aqueles que estão no poder em geral, contra sua autoridade, contra a ordem global e contra a mistificação ideológica que os sustenta".

Não deveria haver mais nenhuma dúvida: o capitalismo global está se aproximando rapidamente da sua crise final. Slavoj Žižek identifica neste livro os quatro cavaleiros deste apocalipse: a crise ecológica, as consequências da revolução biogenética, os desequilíbrios do próprio sistema (problemas de propriedade intelectual, a luta vindoura por matérias-primas, comida e água) e o crescimento explosivo de divisões e exclusões sociais. E pergunta: se o fim do capitalismo parece para muitos o fim do mundo, como é possível para a sociedade ocidental enfrentar o fim dos tempos?

Para explicar porque estaríamos tentando desesperadamente evitar essa verdade, mesmo que os sinais da “grande desordem sob o céu” sejam abundantes em todos os campos, Žižek recorre a um guia inesperado: o famoso esquema de cinco estágios da perda pessoal catastrófica (doença terminal, desemprego, morte de entes queridos, divórcio, vício em drogas) proposto pela psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross, cuja teoria enfatiza também que esses estágios não aparecem necessariamente nessa ordem nem são todos vividos pelos pacientes.

De acordo com Žižek, podemos distinguir os mesmos cinco padrões no modo como nossa consciência social trata o apocalipse vindouro. “A primeira reação é a negação ideológica de qualquer ‘desordem sob o céu’; a segunda aparece nas explosões de raiva contra as injustiças da nova ordem mundial; seguem-se tentativas de barganhar (‘Se mudarmos aqui e ali, a vida talvez possa continuar como antes...’); quando a barganha fracassa, instalam-se a depressão e o afastamento; finalmente, depois de passar pelo ponto zero, não vemos mais as coisas como ameaças, mas como uma oportunidade de recomeçar. Ou, como Mao Tsé-Tung coloca: ‘Há uma grande desordem sob o céu, a situação é excelente’”.

Os cinco capítulos se referem a essas cinco posturas. 

O capítulo 1, “Negação”, analisa os modos predominantes de obscurecimento ideológico, desde os últimos campeões de bilheteria de Hollywood até o falso apocaliptismo (o obscurantismo da Nova Era, por exemplo).

O capítulo 2, “Raiva”, examina os violentos protestos contra o sistema global, em especial a ascensão do fundamentalismo religioso. 

O capítulo 3, “Barganha”, trata da crítica da economia política, com um apelo à renovação desse ingrediente fundamental da teoria marxista. 

O capítulo 4, “Depressão”, descreve o impacto do colapso vindouro, principalmente em seus aspectos menos conhecidos, como o surgimento de novas formas de patologia subjetiva. 

E, por fim, o capítulo 5, “Aceitação”, distingue os sinais do surgimento da subjetividade emancipatória e procura os germes de uma cultura comunista em suas diversas formas, inclusive nas utopias literárias e outras.

Žižek é otimista quanto ao que pode surgir desse processo de emancipação e apresenta sua obra como parte da luta contra aqueles que estão no poder em geral, contra sua autoridade, contra a ordem global e contra a mistificação ideológica que os sustenta. Para ele, engajar-se nessa luta significa endossar a fórmula de Alain Badiou, para quem mais vale correr o risco e engajar-se num Evento-Verdade, mesmo que essa fidelidade termine em catástrofe, do que vegetar na sobrevivência hedonista-utilitária. Rejeita, assim, a ideologia liberal da vitimação, que leva a política a renunciar a todos os projetos positivos e buscar a opção menos pior.

Trecho do livro

“Essa virada na direção do entusiasmo emancipatório só acontece quando a verdade traumática não só é aceita de maneira distanciada, como também vivida por inteiro: ‘A verdade tem de ser vivida, e não ensinada. Prepara-te para a batalha!’. Como os famosos versos de Rilke (“Pois não há lugar que não te veja. Deves mudar tua vida”), esse trecho de O jogo das contas de vidro, de Hermann Hesse, só pode parecer um estranho non sequitur: se a Coisa me olha de todos os lados, por que isso me obriga a mudar? Por que não uma experiência mística despersonalizada, em que ‘saio de mim’ e me identifico com o olhar do outro? E, do mesmo modo, se é preciso viver a verdade, por que isso envolve luta? Por que não uma experiência íntima de meditação? 

Porque o estado ‘espontâneo’ da vida cotidiana é uma mentira vivida, de modo que é necessária uma luta contínua para escapar dessa mentira. O ponto de partida desse processo é nos apavorarmos com nós mesmos. 

Quando analisou o atraso da Alemanha em sua obra de juventude Crítica da filosofia do direito de Hegel, Marx fez uma observação sobre o vínculo entre vergonha, terror e coragem, raramente notada, mas fundamental:

É preciso tornar a pressão efetiva ainda maior, acrescentando a ela a consciência da pressão, e tornar a ignomínia ainda mais ignominiosa, tornando-a pública. É preciso retratar cada esfera da sociedade alemã como a partie honteuse [parte vergonhosa] da sociedade alemã, forçar essas relações petrificadas a dançar, entoando a elas sua própria melodia! É preciso ensinar o povo a se aterrorizar diante de si mesmo, a fim de nele incutir coragem.”

Sobre o autor
Slavoj Žižek nasceu em 1949 na cidade de Liubliana, Eslovênia. É filósofo, psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos. Transita por diversas áreas do conhecimento e, sob influência principalmente de Karl Marx e Jacques Lacan, efetua uma inovadora crítica cultural e política da pós‑modernidade. Professor da European Graduate School e do Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana, Žižek preside a Society for Theoretical Psychoanalysis, de Liubliana, e é diretor internacional do Instituto de Humanidades da Universidade Birkbeck de Londres. 

Vivendo no fim dos tempos é o seu sétimo livro traduzido pela Boitempo. Dele, a editora também publicou Bem‑vindo ao deserto do Real!, em 2003, Às portas da revolução (escritos de Lenin de 1917), em 2005, A visão em paralaxe, em 2008, Lacrimae Rerum, em 2009, Em defesa das causas perdidas e Primeiro como tragédia, depois como farsa, os dois últimos em 2011.

Ficha técnica
Título: Vivendo no fim dos tempos
Título original: Living in the end times
Autor: Slavoj Žižek
Tradução: Maria Beatriz de Medina
Orelha: Emir Sader
Páginas: 368
Editora: Boitempo 

Fonte: Redação Carta Maior

Altamiro Borges: México define o seu futuro


 Neste domingo, 1º de julho, os mexicanos irão às urnas para eleger o novo presidente da República, 64 senadores, 500 deputados federais e governadores em sete estados. O pleito define o futuro do México e é acompanhado com grande interesse tanto pelas forças progressistas da América Latina como pelos EUA, que mantêm o país como o seu fiel aliado no continente.


Pelas pesquisas de opinião, o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que comandou o país por mais de 70 anos e só foi alijado do poder em 2000, deverá retornar ao governo central. Enrique Peña Nieto conta com uma forte estrutura partidária e o apoio ostensivo dos principais meios de comunicação – em especial da Televisa, do bilionário Carlos Slim.

A campanha surpreendente de Obrador

Em segundo lugar, numa campanha surpreendente, aparece o candidato Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), numa coligação de centro-esquerda com o apoio do Partido do Trabalho e do Movimento Cidadão. Apesar de ter moderado o seu discurso do passado, Obrador defende uma plataforma antineoliberal e de maior autonomia diante dos EUA.

Já a candidata governista, a ex-ministra Josefina Vázquez Mota, do Partido da Ação Nacional, está em terceiro lugar. Ela afundou na campanha devido ao forte desgaste do presidente direitista Felipe Calderón. Durante os seus 12 anos de reinado, os neoliberais do PAN jogaram o país no caos, privatizando o patrimônio público, gerando recordes de subemprego e altos índices de violência.

#YoSoy132 altera as pesquisas

Até final de maio, Peña Nieto já era dado como presidente eleito. Ele aparecia com larga vantagem nas pesquisas. Mas aí entraram em cena os estudantes, que passaram a denunciar as roubalheiras do PRI e a postura truculenta do ex-governador, responsável pelo massacre de uma comunidade indígena em Atenco, em 2006, que resultou em dezenas de feridos e mortos.

Num debate numa faculdade da capital mexicana, os estudantes gritaram “Atenco no se olvida”. Peña Nieto ficou irritado e partiu para a agressão contra os jovens. De imediato, 131 estudantes produziram um vídeo com críticas ao político conservador. Este foi o estopim para a surgimento do movimento #YoSoy132, que nas ruas e nas redes alterou os resultados das pesquisas eleitorais.

Apesar desta insólita guinada, tudo indica que Peña Nieto será eleito presidente do México. Este resultado não altera a angustiante situação do sofrido povo mexicano. O PRI não propõe nenhuma mudança mais profunda. Na prática, ele dará continuidade à política neoliberal do PAN. Mesmo assim, o México não será o mesmo. A direita já não conta mais com a paz dos cemitérios.

O silêncio dos zapatistas

Para finalizar, um registro que interessa às forças políticas que se encantaram com o Exército Zapatista de Libertação Nacional. Em 2006, o EZLN optou por pregar o voto nulo nas eleições presidenciais, organizando a chamada “Otra Campaña”, que acabou sendo responsabilizada pela derrota de López Obrador por reduzida margem de votos numa eleição descaradamente fraudada.

Já neste pleito, o EZLN simplesmente sumiu. “O silêncio pode ter três explicações: a liderança zapatista quer evitar o desgaste com as organizações de esquerda que na sua imensa maioria apoiam Obrador; os zapatistas estão debilitados e não conseguiriam produzir uma ação das dimensões da Outra Campanha; ou ainda estão simplesmente ignorando o processo eleitoral”, especula Juliano Medeiros, dirigente nacional do PSOL e da Fundação Lauro Campos e editor do sitio Unamérica.

Um clássico caipira: Beijinho Doce


“Beijinho doce”, valsa caipira gravada em 1945, é um grande clássico da música sertaneja. Este é o ano do centenário de seu autor, Nhô Pai (João Alves dos Santos), nascido em Paraguaçu Paulista, em 28 de março de 1912 (ele viveu até 12 de março de 1988).


Nhô Pai
Nhô Pai (João Alves dos Santos)
“Beijinho doce”, valsa caipira gravada em 1945, é um grande clássico da música sertaneja. Este é o ano do centenário de seu autor, Nhô Pai (João Alves dos Santos), nascido em Paraguaçu Paulista, em 28 de março de 1912 (ele viveu até 12 de março de 1988). “Beijinho doce” foi gravada por grandes intérpretes sertanejos, como as Irmãs Castro (1945), Tonico e Tinoco, Irmãs Galvão e, mais recentemente, Emir Sater. Em 1951 foi incluída no filme Aviso Aos Navegantes.

Nhô Pai foi também pioneiro no emprego do futebol como tema e, em 1944, compôs e gravou (com Nhô Fio) o desafio “Corinthians x São Paulo”, explorando um bordão que, com os anos, haveria de crescer no imaginário popular urbano - a nem sempre muito cordial briga entre as torcidas dos times de futebol.

Festa Literária de Paraty homenagea Carlos Drummond de Andrade


Cidadão da provinciana Itabira e poeta modernista, funcionário público e gauche na vida, Carlos Drummond de Andrade terá suas muitas facetas evocadas em Paraty a partir de quarta-feira, quando a Festa Literária Internacional de Paraty se une às comemorações dos 110 anos de nascimento do poeta.


Além dos debates na Tenda dos Autores e do lançamento de mais quatro títulos do projeto de reedição da obra completa de Drummond pela Companhia das Letras (“Antologia poética”, “Sentimento do mundo”, “As impurezas do branco” e “José”), a celebração inclui exposições, volumes de correspondência, a reedição de uma biografia do autor e a apresentação de uma peça inspirada nas cartas que trocou com sua filha, Maria Julieta. 

A Casa da Cultura de Paraty, principal sede da programação paralela da Flip, abrigará a exposição “Faces de Drummond — O poeta e seu avesso”. A mostra, patrocinada pelo jornal O Globo e organizada em parceria com a Associação Casa Azul e a Fundação Roberto Marinho, ocupará o segundo andar do espaço até 10 de dezembro. A mostra apresentará a trajetória do autor aos visitantes por meio de módulos cronológico-temáticos, como “O provinciano cosmopolita” ou “O funcionário gauche”. 

Com expografia do arquiteto Mauro Munhoz, diretor geral da Flip, e cenografia de Alvaro Razuk, “Faces de Drummond” tem como curadores Miguel Conde, diretor de programação desta edição da Flip; Flávio Moura, curador de projetos especiais e cocurador da homenagem a Drummond no evento; Hugo Sukman, gerente de comunicação da Fundação Roberto Marinho; e Mànya Millen, editora do caderno Prosa & Verso do Globo.

Exposição reúne fotos e inéditos dos anos 1920

O material que compõe a exposição reúne parte do acervo do Arquivo Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB). Organizado pelo próprio Drummond, o acervo inclui desde fotografias da infância até vídeos como o documentário “Fazendeiro do ar” (1972), de Fernando Sabino e Davi Neves, originais datilografados e contratos com editoras. 

Dentre o material da mostra, que promete ser uma das mais visitadas da Flip, o curador Miguel Conde destaca textos inéditos de Drummond que chegaram a ser reunidos, mas nunca foram publicados pelo poeta. 

"O que há de mais desconhecido e inédito, e que vale a atenção de quem for visitar, são os poemas dos anos 1920 que Drummond publicou em revistas e jornais da época, mas não fazem parte de nenhuma obra dele. Alguns destes poemas foram reunidos recentemente em um livro organizado por Antonio Carlos Secchin, grande conhecedor da obra de Drummond", diz Conde, referindo-se à recém-lançada coletânea “Os 25 poemas da triste alegria” (Cosac Naify). 

Além da mostra “Faces de Drummond”, os pequenos também terão sua própria exposição sobre o escritor itabirano na Flipinha. As imagens criadas pelo poeta em versos como “Na cidade toda ferro” e “as casas espiam os homens” viraram desenhos feitos por alunos de escolas públicas das cidades de Paraty, Rio Claro e Angra dos Reis e serão expostos durante a festa. As ilustrações foram baseadas no tema “Literatura — A obra de Carlos Drummond de Andrade” proposto por Graça Lima, ilustradora do Ponto de Cultura da Casa Azul. 

Livro traz correspondência com Cyro dos Anjos 

A relação intensa entre Carlos Drummond de Andrade e sua filha única Maria Julieta também ganhará voz e homenagem na Flip, com a peça “Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummond de Andrade”. O monólogo será apresentado por Sura Berditchevsky no dia 5, às 21h30m, na Casa da Cultura. A encenação é uma leitura dramatizada da troca de correspondências entre “Querido Cacá” e “Filhinha muito pensada”, como se tratavam nas cartas . 

Para celebrar também a vida do escritor, a Globo Livros relança “Os sapatos de Orfeu”, publicado originalmente em 1993. É a única biografia de Drummond, escrita por José Maria Cançado, com prefácio do poeta Armando Freitas Filho, amigo de Drummond (ver entrevista ao lado). A editora lança ainda “Cyro & Drummond — Correspondência de Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade”, organizado por Wander Melo Miranda e Roberto Said, professores de Letras da UFMG.

No dia 7, às 11h, o escritor Hermínio de Carvalho vai bater um papo com o público na Casa da Cultura sobre sua relação com Drummond e sobre seu livro “Áporo itabirano — Epistolografia à beira do acaso” (Imprensa Oficial), lançado no ano passado. Na Flip, a obra do poeta ganha homenagem também no DVD “Consideração do poema”, que será lançado na casa do Instituto Moreira Salles.

Fonte: Jornal O Globo

Ministra defende Rio como Patrimônio Cultural da Humanidade


A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, discursará neste sábado (30), na 36ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (36ª WHC), que ocorre em São Petersburgo, Rússia, sobre a candidatura do Rio de Janeiro como Patrimônio Cultural da Humanidade.


Ana de Hollanda discursará em português. Além da ministra, integra a comissão brasileira, que está na reunião para defender a inscrição de mais um bem nacional na lista do Patrimônio Mundial, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida.

Compõem atualmente o Comitê da Unesco as delegações da Argélia, do Camboja, da Colômbia, Estônia, Etiópia, França, Alemanha, Índia, do Iraque, Japão, da Malásia, do Mali, México, Catar, da Rússia, do Senegal, da Sérvia, África do Sul, Suíça, Tailândia e dos Emirados Árabes Unidos.

A candidatura do Rio de Janeiro está inscrita na categoria Paisagem Cultural e foi entregue em setembro de 2009 à Unesco. Nela, consta um dossiê completo da candidatura, justificando sua importância e seu valor universal que está, principalmente, na soma da beleza natural da cidade com a intervenção humana. Em janeiro do ano passado, o Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, sediado em Paris, decidiu pela inclusão da candidatura do Rio de Janeiro na agenda da 36ª WHC.

Ao justificar a candidatura do Rio, o Iphan lembra que a cidade é reconhecida como uma das cidades mais belas do mundo e encontra na relação entre o homem e a natureza a âncora para a sua candidatura. “Cidade que nasceu e cresceu entre o mar e a montanha, seus principais elementos que a tornaram excepcional e maravilhosa já são, há tempos, mundialmente conhecidos, como o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, o Jardim Botânico e famosa Praia de Copacabana, além da entrada da Baía de Guanabara. As belezas cariocas incluem o Forte e o Morro do Leme, o Forte de Copacabana e o Arpoador, o Parque do Flamengo e a Enseada de Botafogo”, argumenta o Iphan, no documento.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Festival de Música de Piraí abre inscrição no dia 2


 
Um dos mais antigos eventos do gênero no País, FEMUPI chega a sua 31ª edição 
Músicos, compositores, cantores e instrumentistas já podem anotar em sua agenda as datas de um dos mais importantes eventos musicais do Estado e do Sul Fluminense, o FEMUPI (Festival de Música Popular de Piraí), um dos mais antigos do gênero no país e que chega este ano a sua 31ª edição: as inscrições (gratuitas) de músicas estarão abertas de 2 a 25 de julho e as finais serão de 24 a 26 de agosto, pela primeira vez no Centro de Eventos de Piraí.
A transferência do FEMUPI para o Centro de Eventos, inaugurado em março deste ano, deve-se ao crescimento do festival, tanto em relação ao número de músicos participantes como de público, além de o novo local possuir melhor estrutura para a organização e conforto para a assistência. O Festival, como sempre premiará os melhores: R$ 5 mil para a música vencedora; R$ 3 mil para a segunda colocada, R$ 2 mil para a terceira e R$ 2 mil para o melhor intérprete.
“Tendo em vista a estrutura do Centro Eventos, o FEMUPI deste ano dever marcar um novo capítulo na história do festival. O local oferece condições excepcionais para os músicos e para o público, tendo em vista que a capacidade é muito maior”, destaca a Secretária de Cultura, Nágila Amory Tassara Ferreira. “Nosso principal objetivo, no entanto, é abrir espaço para a divulgação da nossa cultura popular e dar oportunidade aos novos talentos”, completou a Secretária.
As inscrições poderão ser feitas diretamente na Secretaria de Cultura ou enviadas pelo correio. Com o objetivo de facilitar os concorrentes, a ficha de inscrição e o regulamento já estarão disponíveis a partir do dia 30 no site da Prefeitura de Piraí – www.pirai.rj.gov.br. O resultado das 15 selecionadas para apresentação na final será anunciado no dia 10 de agosto, pelo mesmo site. Mais informações no telefone da Secretaria Municipal de Cultura: (24) 2431-9981.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ministra se encontra com Lula para discutir Memorial em S. Paulo

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, se encontrou na terça-feira (26) com o ex-presidente Lula para tratar sobre o projeto de construção do Memorial da Democracia, no bairro da Luz, em São Paulo, que vai contar a história das lutas democráticas no Brasil e abrigará o acervo do ex-presidente.



 Marisa, mulher do ex-presidente Lula, ao seu lado, o cantor Rappin Hood e a ministra de Cultura, Ana de Hollanda, em SP para discutir Memorial da Democracia / Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O custo total do projeto pode chegar a R$ 100 milhões, segundo divulgou os jornais da grande mídia hegemônica nesta quarta-feira (27). Para conseguir esse montante, Ana de Hollanda lembrou que, como todo projeto cultural no país, o museu também poderá recorrer a Lei Rouanet, que baseia-se em um mecanismo de renúncia fiscal, permitindo que empresas interessadas em apoiar projetos culturais deduzam as doações do Imposto de Renda para os mesmos.

Ana de Hollanda disse que já se reuniu com o ex-ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), assessor de Lula, e garantiu apoio na construção do memorial. "Abri todas as possibilidades institucionais possíveis", disse. O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia do ministério, também poderá para organizar o acervo e as exposições do futuro memorial.

Os projetos só recebem benefício fiscal se forem aprovados pelo ministério. Segundo a ministra, o pedido do ex-presidente "será analisado como qualquer outro".

Após as declarações da ministra, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse que estuda recorrer ao benefício. "Ainda vamos debater como levantar os recursos para construir o museu. Certamente, lá na frente pode pintar essa possibilidade", disse ele, que reforçou que o museu será "suprapartidário". Lula não quis comentar o projeto.

Com informações da Folha de S.Paulo

Câmara aprova Plano Nacional de Educação com 10% do PIB

Após 18 meses de tramitação, a Câmara aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE). A proposta, aprovada por unanimidade, inclui uma meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, a ser alcançado no prazo de dez anos.
Esse era o ponto mais polêmico do projeto, após muitas negociações o relator apresentou um índice de 8% do PIB, acordado com o governo. Mas parlamentares ligados à educação e movimentos sociais pressionavam pelo patamar de 10%.
O relator da matéria, Ângelo Vanhoni (PT-PR), acatou um destaque do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) que aumentava o patamar de 8% do PIB proposto pelo governo para 10%. Conforme o texto aprovado, a determinação é que se amplie os recursos para educação dos atuais 5,1% do PIB para 7%, no prazo de cinco anos, até atingir os 10% ao fim de vigência do plano. A proposta agora segue para o Senado.
O PNE estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo de dez anos. Além do aumento no investimento em educação pública, o plano prevê a ampliação das vagas em creches, a equiparação da remuneração dos professores com a de outros profissionais com formação superior, a erradicação do analfabetismo e a oferta do ensino em tempo integral em pelo menos 50% das escolas públicas. Todos esses objetivos deverão ser alcançados no prazo de dez anos a partir da sanção presidencial.
A conclusão da votação do PNE, adiada diversas vezes, se deu em parte pela pressão dos estudantes que lotaram o plenário da comissão. Uma caravana da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), com cerca de 200 alunos dos ensinos médio e superior, permaneceram na comissão durante toda a reunião pedindo a aprovação do projeto.
“Nós soubemos que havia uma tentativa de adiar essa votação para depois das eleições, então nós entendemos que era fundamental ocupar o plenário para constranger e impedir que isso fosse feito”, explicou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.
Vanhoni disse que foi uma negociação difícil com o governo ao longo de toda a tramitação do plano, principalmente com a área econômica. A primeira versão apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) previa um índice de investimento de 7% do PIB que posteriormente foi revisto para 7,5% até ser elevado para 8% na semana passada.
“Quando recebi essa tarefa [de ser relator do PNE] pensei que não estivesse a altura, mas procurei conhecer profundamente todos os problemas da educação. Persegui construir um plano que pensasse desde o nascimento da criança até a formação dos doutores. Um PNE que não deixasse nenhuma criança fora da escola, mas que fosse uma escola diferente que pudesse cumprir um papel social de transformar as pessoas. O governo mandou um texto que não correspondia, na nossa visão, às necessidades do nosso país”, disse o deputado.
A bandeira dos 10% do PIB para a educação é causa antiga dos movimentos da área e foi comemorado por estudantes e outros movimentos que acompanharam a votação. “Para nós os 10% [do PIB para a educação] é o piso para que o Brasil tome a decisão de concentrar investimento em educação. Vem uma década chave aí pela frente de oportunidades para o país com Copa do Mundo, Olimpíadas, pré-sal”, disse o presidente da UNE.
A aprovação também foi comemorada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entidade que congrega vários movimentos da área e sempre defendeu que a proposta de 8% do PIB apresentada pelo governo era insuficiente. “A diferença entre os 8% e os 10% está basicamente no padrão de qualidade. É possível expandir as matrículas com 8% do PIB, a diferença está na qualidade do ensino que será oferecida que não fica garantida com o patamar defendido anteriormente”, comparou o coordenador-geral da entidade, Daniel Cara.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Estudantes pintam o rosto por melhoria em escolas e universidades


Com rostos pintados, empunhando bandeiras e cartazes e proferindo gritos de guerra, estudantes dos ensinos superior, técnico e médio de todo Brasil participaram nesta terça-feira (26) de manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reivindicar a melhoria da estrutura das instituições públicas de ensino.


O protesto também reivindica uma melhor remuneração para os professores e demais funcionários do sistema educacional, a construção e reforma dos restaurantes universitários, além da instalação e instituição de creches, moradias, bolsas e outras formas de auxílio para garantir a permanência dos alunos e a qualidade nas instituições de ensino superior.

O movimento foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE),União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).

Depois de marchar na Esplanada dos Ministérios, os estudantes pararam em frente ao Ministério da Educação (MEC), onde foram recebidos pelo ministro Aloizio Mercadante. Depois disso, eles foram ao Senado Federal, para acompanhar a votação do Plano Nacional de Educação (PNE). Os estudantes defendem que pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) sejam investidos na área.

Integrante do protesto, o estudante de engenharia eletrônica da Universidade de Brasília (UnB), Didan Ribeiro, 19 anos, disse que as mudanças na educação são fruto dos movimentos estudantis. “Para um país que é a sexta maior economia do mundo, destinar apenas 4% do PIB para a educação é muito pouco. O movimento estudantil já conseguiu melhorias na educação por meio do ProUni, Reuni, Sisu e Pronatec [Programa Universidade para Todos, Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, Sistema de Seleção Unificada e Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego] , mas ainda não é suficiente. Esses sistemas têm que ser melhorados e muito mais deve ser feito pela educação. O estudo hoje é caro, por isso, a educação não avança se não tiver movimentos sociais que lutem por ela”, contou.

Didan Ribeiro defende ainda a democratização do acesso ao ensino superior. “Deveria haver outras formas de ingresso às universidades federais que não só o vestibular. Além disso, deveriam ser criadas mais vagas para os institutos federais de educação técnica e ser barateado o Fies [Financiamento Estudantil]. Todas as classes devem ter acesso ao ensino superior, mas que essa expansão seja feita com qualidade. A qualidade do ensino é tão importante quanto o acesso a ele”, completou.

Para as estudantes de psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Luana Rodrigues, 19 anos, e Ana Flávia Zago, 20 anos, a manifestação foi uma forma de apresentar os problemas enfrentados pelos estudantes. “Não dava para ficar parado, queremos melhorar a educação. Na nossa universidade, falta professor e tem cursos correndo o risco de fechar. Não tem um boa infraestrutura e não tem restaurante universitário”, queixaram-se.

A presidente da Ubes no Rio de Janeiro, Mel Gomes, 23 anos, defende outras melhorias. “Além dos 10% do PIB, lutamos pela melhoria da infraestrutura das escolas e universidades públicas do país, a valorização dos professores e demais funcionários dessas instituições, além do acesso e democratização do ensino superior. Defendemos também que 50% do que for explorado no pré-sal seja revertido para a educação e a ampliação do número de vagas dos cursos técnicos para a rede pública”, contou.

A UNE apoia o movimento grevista dos professores e funcionários das universidades federais. Os docentes entraram em greve no dia 17 de maio. Estão parados servidores de 56 instituições federais, entre centros técnicos e universidades.

Fonte: Agência Brasil

Venezuela promove cinema ibero-americano em Brasília


A embaixada da República Bolivariana da Venezuela no Brasil recebe a 2ª Mostra de Cinema Ibero-americano, em Brasília. Durante a mostra, Argentina, Costa Rica, Cuba, Espanha, Nicarágua e Venezuela apresentarão parte de seu acervo cinematográfico ao público brasileiro. A atividade acontece durante toda esta semana, por ocasião da semana da língua espanhola. 


Venezuela promove cinema ibero-americano em Brasília
O filme cubano Habanastation vai ser exibido sexta-feira (29).
A abertura da Mostra, que acontece às 19 horas desta-segunda-feira (25), na embaixada, contará com um coquetel inaugural e a exibição do filme venezuelano Muerte en alto contraste. De acordo com o adido cultural da Venezuela, Amarú Villegas, a mostra faz parte de uma iniciativa conjunta das embaixadas para promover a integração cultural entre os países ibero-americanos. 

Villegas explicou que cada país escolheu o filme que melhor expressa a produção cultural contemporânea de sua nação. “No caso da Venezuela, escolhemos um filme produzido pela Villa del Cine, que representa o desenvolvimento do cinema como parte da nossa política cultural”, afirmou. Ligada ao Ministério do Poder Popular para a Cultura, a Villa Del Cine é o órgão responsável pelo fomento do cinema nacional autêntico, artístico e de baixo orçamento da Venezuela.

Programação:Terça-feira (26)
Espanha: Para que sirve un oso?

Quinta-feira (28)
Argentina: Verdades Verdaderas

Sexta-feira (29)
Cuba: Habanastation

Sábado (30)
Nicarágua: Mentiras Ocultas
República Dominicana: Sol Caribe

Serviço:Mostra de Cinema Ibero-americano
Local: Embaixada da Venezuela (SES Av. das Nações Qd 803 Lote 13 (em frente ao Pier 21)
Data: 25, 26, 28, 29 e 30 de junho
Hora: 19 horas
Entrada franca

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Do Blog - TURISMO VALE DO CAFÉ - o Rio Paraíba do Sul já foi navegável!


Navegação pelo Rio Paraíba do Sul

Por volta de 1863 inaugurou-se a navegação para transporte de mercadorias pelo Rio Paraíba do Sul, tendo como pioneiro nesse meio de transporte o Português José de Souza Azevedo, que se aventurou a ir de Barra Mansa até Barra do Piraí, e ao voltar resolveu seguir até Resende. A viagem foi bem sucedida, e pouco tempo depois, outro Português, João Vasques, morador da cidade de Resende, lançou ao Rio seu primeiro barco, o “Luzitânia”. Os primeiros barcos eram tocados por remo e depois passaram a ser a vapor, transportavam cargas e também passageiros, e na volta de Barra do Piraí traziam encomendas de produtos comercializados na Corte. O número de embarcações cresceu em pouco tempo, chegando a mais de 40, e também aumentou a capacidade de cargas, que variava de 300 a 800 arrobas de mercadorias. Os maiores fregueses do serviço, sem dúvida eram os grandes armazéns de Café, que encaminhavam para o Rio as safras de Café produzidas em todo o Vale do Paraíba. O destino das embarcações era a cidade de Barra do Piraí, pois lá já havia chegado a Estrada de Ferro D. Pedro II, e pela ferrovia as mercadorias seguiam até o Rio de Janeiro. Na década de 1870, os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II chega as demais cidades produtoras de café do Vale Fluminense, colocando assim um ponto final na história da navegação pelo Rio Paraíba do Sul.

Jogadores da final da Copa de 1962 são homenageados com exposição


Os jogadores das seleções do Brasil e da Tchecoslováquia que fizeram a final da Copa do Mundo de 1962, na qual os brasileiros se sagraram bicampeões mundiais ao vencerem a partida por 3 a 1, foram homenageados nesta segunda-feira (25), no Memorial da América Latina, em São Paulo.


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Zagallo recebe de Aldo Rebelo placa comemorativa do bicampeonato
Os jogadores europeus Josef Masopust, Jiří Tichý, Josef Jelínek, Václav Mašek e Jozef Štibrányi se reuniram em uma sala antes da abertura do evento com os brasileiros Zagallo, Mengálvio, Pepe, Coutinho, Jair da Costa, Djalma Santos e Gilmar.

Nesse primeiro contato após 50 anos, o ex-atacante da seleção e do Santos, Coutinho, brincou ao ver o defensor Tichy sentado ao lado de Zagallo: “Ei, Zagallo, ele continua te marcando: está aí ao seu lado”. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, aproveitou a ocasião para cumprimentar os ex-jogadores. “É uma grande alegria homenagear os nossos atletas e os das Repúblicas Tcheca e Eslovaca, por quem temos muito carinho”. Aldo Rebelo ainda contou que seu pai ouvia aos jogos da Copa de 62, disputada no Chile, pelo rádio, e a cada gol soltava rojões. “Então, naquele dia foram três”, brincou Zagallo.

Após a conversa descontraída, os ex-jogadores e as autoridades se dirigiram ao auditório do Memorial da América Latina para a solenidade de abertura do evento. O meio-campista da Tchecoslováquia em 1962, Josef Masopust, foi o encarregado de falar em nome dos companheiros: “Em primeiro lugar, tenho que agradecer aos organizadores por essa homenagem. E tenho que dizer que o futebol brasileiro consegue tudo o que o futebol pode dar ao mundo. Neste momento, estamos muito satisfeitos de estar aqui com vocês”.

Pelo lado brasileiro, falou o ex-ponta-esquerda Pepe, que defenedeu a seleção e o Santos. Ele destacou a alegria de todos pela homenagem. “Passaram-se 50 anos, mas parece que foi ontem. A nossa alegria é ainda maior de estar aqui com os companheiros tchecos, que fizeram grande jogo, dificultaram e abrilhantaram aquela final”. No palco, o ex-capitão Bellini foi representado pelo filho, enquanto o lateral Nilton Santos por uma sobrinha. Os dois ex-jogadores enfrentam problemas de saúde e não puderam comparecer.

Agradecimentos


O ministro do Esporte agradeceu aos ex-jogadores brasileiros, tchecos e eslovacos pelo momento singular que proporcionaram naquela decisão, dando uma oportunidade para comemoração. “O futebol não é apenas esporte, é também uma aula de história e geografia para o povo. Descobrimos e redescobrimos nosso próprio país com a referência geográfica e de feitos históricos, como o de 62.”

Aldo Rebelo se dirigiu ao meio-campista Masopust para recordar a ocasião em que ele praticou o “jogo limpo” em relação a Pelé, que se contundira na primeira partida entre as duas equipas naquela Copa, válida pela primeira fase e que terminou empatada sem gols. “Aprendemos a conservar na memória os jogadores da Tchecoslováquia. Eles não tinham apenas uma grande seleção, mas um homem extraordinário, que deu exemplo não só como grande jogador, mas de respeito e de como mudar para melhor o comportamento humano”, disse o ministro, deixando o ex-atleta bastante emocionado.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que o evento serve para renovar as forças para o país construir a Copa do Mundo de 2014 com êxito. “Sabemos o que envolve o futebol, a paixão e a esperança, em especial neste momento em que vivemos a expectativa de fazer a Copa de novo no país. Nesses momentos, recarregamos as energias para realizar o Mundial”.

Homenagens

A cerimônia também serviu de homenagem ao Chile, país sede do Mundial de 62, que passou por problemas para organizar a competição, após sofrer o maior terremoto que se tem registro, dois anos antes da partida de abertura. O cônsul chileno no Brasil, Hernán Bascuñan, exaltou a união do povo para realizar o evento depois daquela tragédia: “A Copa mudou a vida do meu país. A dificuldade de se organizar um Mundial já é enorme, e tivemos ainda mais dificuldades pelo terremoto. O sucesso do torneio se deve aos esforços do povo”. Bascuñan lembrou a famosa frase do dirigente chileno responsável pela organização da Copa no país: “Porque nada temos, tudo faremos”.

O vice-cônsul da República Tcheca no Brasil, Viktor Dolista, disse que aquela Copa foi um dos maiores acontecimentos do futebol do país. “Apesar de derrotados, nossos jogadores foram recebidos como heróis pelo povo”. Ele mostrou confiança na presença da seleção tcheca na Copa de 2014 e afirmou esperar por uma revanche na decisão com o Brasil, mas com um final diferente.

O embaixador da Eslováquia, Milan Cigan, lembrou as mudanças pelas quais o país passou, com a separação em duas Repúblicas, e ressaltou que a paixão pelo futebol permaneceu enorme nas duas nações. Ele também se mostrou confiante com a presença dos eslovacos no Mundial no Brasil.

O chefe da delegação dos jogadores da antiga Tchecoslováquia, Jiri Hora, que também é presidente do Clube de Amizade de Josef Masopust, entregou às autoridades presentes uma camisa da seleção tcheca, personalizada e na cor branca. A República Tcheca usa o vermelho, enquanto a Eslováquia, o azul. Em 1962, a cor usada era a branca.

Também estiveram presentes ao evento o diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez; o secretario de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, Benedito Fernandes; o secretário nacional de Futebol do Ministério do Esporte, Luiz Paulino; o assessor internacional do ministro do Esporte, Carlos Henrique Cardim; o secretário estadual da Copa, Gilmar Tadeu; e o diretor do Memorial da América Latina, Adholfo Melfi.

Exposição

Após a cerimônia de homengaem aos ex-atletas, todos se dirigiram para a exposição “Cinquentenário da Copa do Mundo de 1962”, promovido pelo Minsitério do Esporte. A escalação do Brasil ficou completa quando se juntaram aos convidados os ex-jogadores da Seleção Brasileira de 1962 Jair Marinho, Amarildo e Altair.

A exposição, que será aberta ao público a partir desta terça-feira (26), das 9h às 18h, até o dia 8 de julho, apresenta painéis de fotos de quatro metros de altura com momentos históricos de todos os jogos do Brasil na Copa do Chile, textos e súmulas das partidas, camisas de jogadores e material da época. Outros destaques do evento são a exibição de réplica da taça Jules Rimet e a veiculação do vídeo completo da final de 1962, cedido pela embaixada da República Tcheca, além de imagens de gols e bastidores da seleção brasileira, cedidas pela Fundação Padre Anchieta.

Os ex-jogadores fizeram um passeio pela exposição e reviram seus lances históricos. A delegação tcheca ainda entregou camisas personalizadas aos ex-atletas brasileiros.

Fonte: Ministério do Esporte

Por uma universidade pública de qualidade e do tamanho do Brasil

A proposta apresentada da meta 12 para o Plano Nacional de Educação (PNE) está distante do que foi estabelecido na Conferência Nacional de Educação (Conae) em 2010, mas representa avanços significativos para a educação, soberania e desenvolvimento do Brasil.

Por Murilo Silva de Camargo, professor da Universidade de Brasília (UnB)



A proposta apresentada da meta 12 para o Plano Nacional de Educação (PNE) está distante do que foi estabelecido na Conferência Nacional de Educação (Conae) em 2010, mas representa avanços significativos para a educação, soberania e desenvolvimento do Brasil.

“Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para cinquenta por cento e a taxa líquida para trinta e três por cento da população de dezoito a vinte e quatro anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão de, pelo menos, quarenta por cento das matrículas, no segmento público.”

A elevação da qualidade e a ampliação da rede de universidades públicas é um investimento caro, mas essencial para a garantia de soberania e desenvolvimento nacionais. A formação de recursos humanos em áreas estratégicas em níveis de graduação e pós-graduação ocorre principalmente nas universidades publicas. Oitenta por centro da formação em nível de mestrado e doutorado e mais de 95% da produção de conhecimento ocorrem na rede de universidades públicas. 

A expansão de, pelo menos, 40% das matrículas, no segmento público implica um acréscimo de, pelo menos, 2,6 milhões de matrículas no setor público. Com esse aumento, o total de matrículas públicas passaria dos atuais 1,64 milhão para pelo menos 4,1 milhões. A meta global de se atingir a taxa líquida de 33% e taxa bruta de 50% na faixa de 18 a 24 anos representa elevar até o final da década o número de matrículas dos atuais 6,38 milhões para aproximadamente 12 milhões de matrículas na educação superior. Nessa perspectiva, o número de matrículas no setor público passaria dos atuais 25,76% para 35% em 2020. Deve-se observar que a Conae aprovou que o percentual de matrículas públicas na Educação Superior deveria ser de ao menos 40% em 2020.

Mais justificativas para o aumento de matrículas na educação superior no setor público.
Atualmente, menos de 17% dos brasileiros com idade entre 18 e 24 anos estão na educação superior. A meta pretende que esse indicador chegue a 33%. Não há argumentos razoáveis para expansão do setor privado. Com poucas exceções, a qualidade é questionável e os custos para a sociedade são muito altos, principalmente para os jovens de origem mais pobre. O caminho novamente é a expansão e melhoria da qualidade da rede de universidades públicas.

Além disso, a rede de universidades públicas brasileiras contribui significativamente para o desenvolvimento do conhecimento estratégico, da ciência e da tecnologia. Inversamente ao que ocorre nas matrículas de cursos de graduação, onde quase 75% são de origem do sistema privado, as universidades públicas são responsáveis por aproximadamente 84% das matrículas em cursos de mestrados e doutorados no Brasil. 

Sendo responsáveis pela formação de mais de 84% dos mestres e doutores no Brasil, as universidades públicas são altamente estratégicas para o crescimento sustentável previsto da educação superior, mesmo nas instituições privadas, visto que os docentes destas são formados pelas universidades públicas. 

No caso da Educação Básica, a importância da universidade pública é central. Mais de 90% dos professores das áreas das ciências duras (Física, Química, Matemática etc.) são formados em cursos de licenciaturas das universidades públicas. A procura por cursos dessa natureza é baixa e, em função de justificativas de mercado, as IES privadas oferecem poucas vagas nessas áreas e, normalmente, dão prioridade a cursos de baixo curso e alta demanda.

Do ponto de vista da formação de recursos humanos em áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional o crescimento da rede de universidades públicas também é imprescindível. Há carências evidentes na disponibilidade de pessoal qualificado nas áreas de Computação, Engenharias e de outras áreas tecnológicas. As universidades públicas, além de formarem esse pessoal em seus cursos, também preparam nos cursos de mestrados e doutorados os docentes que atuarão nos cursos de graduação nessas áreas. Deve-se considerar que nas áreas tecnológicas o percentual de formação de mestres e doutores é ainda superior à média de 84% apresentada anteriormente.

Com relação à produção de conhecimento científico e tecnológico necessários ao suporte do desenvolvimento econômico nacional, as universidades públicas são novamente centrais. Atualmente, mais de 90% do conhecimento gerado pelo Brasil ocorre nas instituições públicas de ensino e pesquisa. Sem um crescimento sólido e sustentável das instituições públicas o Brasil estará sujeito à dependência internacional o que afeta, não somente no nosso desenvolvimento, mas também a soberania da nação.

Atualmente, o Brasil é a sexta economia do mundo e, espera-se que brevemente seja a quinta. No entanto, do ponto de vista de produção de conhecimento científico e tecnológico, nosso país ocupa a 13a colocação. Isso mostra um descompasso entre o desenvolvimento nacional e o desenvolvimento científico e tecnológico que pode comprometer a sustentabilidade do desenvolvimento nacional. É necessário que se invista mais no desenvolvimento de conhecimento científico e tecnológico, e as universidades públicas são, novamente, a base mais sólida e mais estruturada para que avance mais e seja reduzido rapidamente esse descompasso.

Não há exemplo de país desenvolvido sem universidade desenvolvida.

domingo, 24 de junho de 2012

Carlos Lessa: Desenvolvimento empresarial


Desenvolvimento sustentável é um dos temas a respeito dos quais coleciono perplexidades. Segundo sua definição oficiosa (Relatório Brundtland, 1987), "desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades". 



Por Carlos Lessa, no Valor


A definição é magnífica, pois sublinha o antropocêntrico. Pela boa leitura, é um desdobramento do mundo pós-Segunda Guerra Mundial, que aprovou, com a descolonização, a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana e sugere que, com a paz mundial, os Cavaleiros do Apocalipse recolheriam seus cavalos ao estábulo. Porém, por uma linha maliciosa, introduz o geocentrismo.

Aprendi um velho provérbio turco: "Se quereis vender um tordo, pinte-o de rouxinol". A quadratura do círculo ressurge. Lancemos mão dos dicionaristas brasileiros. Aurélio define sustentável como "1. que se pode sustentar. 2. capaz de se manter mais ou menos constante ou estável por longo período". Houaiss complementa: "1. algo que se mantém; 2. o que pode ser sustentado; passível de sustentação". As perplexidades nascem da combinação dessas qualificações com desenvolvimento.

Desenvolvimento, para os economistas, é avanço quantitativo e qualitativo das forças produtivas. Para outras ciências sociais, é o mesmo avanço das instituições jurídicas, políticas, sociais, culturais etc. Desenvolvimento econômico, como síntese do desejo das populações periféricas atingirem padrões próximos aos dos países centrais, ganhou força após a Segunda Guerra Mundial. A qualificação era "nacional". O desejo periférico não se circunscrevia aos bens materiais, mas aspirava a outras dimensões do processo civilizatório - e a ONU garantia que, com a paz mundial, seria alcançável. Suas agências FAO, Unesco, Unicef, OIT, OMS e o PNUD se desdobraram nas preliminares para o mundo da paz. Com o término da Guerra Fria, reapareceram, aquecidas, velhas e novas linhas de atrito; a maior potência mundial não reduziu gastos militares.

No plano midiático, o adjetivo nacional foi sendo atrofiado e substituído pelo tema da vulnerabilidade ecológica. Após o compromisso de um mundo de paz e de exequibilidade do programa de civilização desenvolvido pela ONU, foram feitas variadas tentativas de reedição do alarme malthusiano contra o crescimento demográfico e a ampliação do consumo. Sem qualquer sutileza, o Clube de Roma falou da ameaça ao planeta. McNamara, em "A essência da segurança", culpa a pobreza pela potencialidade do conflito nuclear. Prosperam as teses de controle demográfico e técnicas de planejamento de recursos humanos. A componente geocêntrica embutida no painel de desenvolvimento sustentável suaviza o descompromisso com o nacional, e alguém poderia pensar que abre caminho para sustentabilidade, mas o desenvolvimento como processo de transformações, se for contínuo, dificilmente é estável, a não ser que a estabilidade passe a ser o objetivo central de um peculiar projeto de desenvolvimento.

Um mérito pode ser atribuído à ideia do sustentável: difundiu a tese de poupar energia e restringir consumo. Sinais podem ser percebidos pelo planeta e é imensa a boa vontade em relação ao que se qualifica ou atribui como uma ação pró-sustentabilidade. Nada tenho contra, a não ser sublinhar sua componente ingênua. Por outro lado, soube, pela "Revista Globo" (n. 410) que a empresa Acesa desenvolveu o projeto-piloto de biogás para a Estação da Alegria; seus sócios exaltam uma empresa que "atinge o tripé econômico/ambiental/social. A jovem Clara Klabin fundou uma empresa de reflorestamento e declarou "é um negócio como outro qualquer, mas é um bom negócio que te faz bem".

Segundo "O Globo" (18.06), a Prefeitura do Rio defenderá a redução de 12% dos gases-estufa nos próximos quatro anos para 58 metrópoles do mundo. Qual é a posição do "desenvolvimento sustentável" em relação à frota de veículos automotores crescendo 9,5% ao ano há mais de uma década no Brasil? Reduzir a frota? Qual é a posição em defesa do jumento e do cavalo como animais de trabalho e de transporte sendo substituídos por motocicletas (do capim para o derivado do petróleo)?

O Brasil irá abrir mão de exportações crescentes de carne bovina e de soja para preservar os ecossistemas? O boi verde come a bioenergia que antes era absorvida pela floresta. O projeto de desenvolvimento sustentável brasileiro é converter o Brasil em "celeiro" ou "pulmão" do mundo? O PNUMA estimou que, nas últimas duas décadas, o Brasil perdeu 25% de suas riquezas naturais. Continuaremos com brasileiros famintos em metrópoles cada vez mais entupidas de veículos? Desviaremos energia hidrelétrica da Amazônia para as cidades nordestinas ou ali instalaremos termelétricas consumidoras de combustíveis fósseis? Reservaremos os depósitos do pré-sal para gerações futuras de brasileiros ou ajudaremos a sustentar com exportações de petróleo brasileiro o padrão tecnológico e existencial do primeiro mundo?

Amo meu país e adoro o Rio, onde a erva de passarinho está destruindo a arborização das ruas e botânicos xenófobos eliminam jaqueiras na Mata da Tijuca. É bonito o trabalho da Eko Florestal, plantando 2,3 mil m2 com mudas de restingas em locais próximos aos centros comerciais da Barra da Tijuca, porém o marketing dos centros comerciais pode amplificar o deslocamento motorizado para visita ao replantio.

Qualquer que seja o malabarismo semântico não creio que a geopolítica mundial opere uma opção pelas tecnologias que minimizam o desperdício. É sabido que a empresa sempre opta pela tecnologia do desperdício, pois quanto menos durável for um objeto, maior é o mercado à disposição da empresa. Só há um contraponto possível: colocar limites fortes ao livre jogo das empresas. Por exemplo, tecnicamente é fácil aumentar a durabilidade de objetos e coisas. Se a ideia fosse reduzir a ação entrópica sobre os recursos existentes e melhor aproveitar a energia que recebemos do sol, teríamos que modificar substantivamente o jogo econômico. Como não acredito em governo mundial, somente o Estado nacional é capaz de colocar em prática, em seu território, uma orientação global da atividade produtiva em direção à sustentabilidade. Desenvolvimento nacional sustentável seria a expressão adequada. O monstro seria o desenvolvimento imperial sustentável mediante a redução sistêmica do padrão de vida dos periféricos. Não creio que a Rio+20 identifique o que se propõe ser sustentado, tampouco duvido que amplie a definição de quem será beneficiário e de quem garantirá a manutenção das regras acordadas.

Carlos Lessa é professor emérito de economia brasileira e ex-reitor da UFRJ. Foi presidente do BNDES.

PEC 416: cultura na berlinda


A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 416/2005 deu um passo adiante num primeiro turno de sua votação na Câmara de Deputados, após trâmite de sete anos (Agência Brasil, Câmara dos Deputados aprova PEC da Cultura em primeiro turno, 30/05/2012).


Por Bruno Peron


Segundo informação da Câmara dos Deputados  o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) apresentou a PEC 416 em 16 de junho de 2005. A finalidade desta Proposta é acrescentar o artigo 216-A à Constituição Federal de 1988 para instituir o Sistema Nacional de Cultura (SNC). Este, por sua vez, visa à integração das políticas culturais nas instâncias federal, estadual e municipal de governo. Em vez da defesa de uma "cultura nacional", a Proposta trata, do contrário, de dar vazão às diversidades.

Num documento de três páginas de conteúdo denso, o deputado federal Paulo Pimenta propôs a sistematização das instituições (públicas e privadas) do setor cultural no país a fim de "tratar a cultura na sua dimensão mais ampla, como instrumento de construção da identidade de um povo, como condição de vida, como exercício de cidadania; é uma responsabilidade de Estado que o Brasil precisa assumir". Há densidade em poucos parágrafos deste documento, visto que se busca uma ampliação da abrangência de cultura e seu recurso para definir cidadanias e identidades, e garantir melhor qualidade de vida para nosso povo.

Na proposta do artigo 216-A e com efeito comparativo, o "Parágrafo único" formula que: "O Sistema Nacional de Cultura estará articulado como os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais, em especial, da Educação, da Ciência e Tecnologia, do Turismo, do Esporte, da Saúde, da Comunicação, dos Direitos Humanos e do Meio Ambiente, conforme legislação específica sobre a matéria." O modelo de gestão do Sistema Nacional de Cultura é comparável ao que se estabelece no Sistema Único de Saúde (SUS), onde o governo federal atua como articulador de políticas. Destarte, algumas das finalidades do SNC são: sugerir um padrão de organização institucional às várias instâncias de governo, coordenar e organizar suas políticas culturais, e evitar interrupções das mesmas com a troca de governantes.

É inevitável, porém, que logo salte a discussão sobre se os governos municipais e estaduais dispõem-se ou não a aderir ao SNC devido à incerteza sobre se haverá aumento dos recursos federais – e de quanto este será - para a realização de seus projetos e políticas. Desconfia-se de que a adesão uniformize as atividades e centralize as políticas culturais do país no governo federal em vez de gerar benefícios que transcendam as reformas institucionais previstas, tais como o compromisso de ter uma Secretaria de Cultura e um Conselho de Cultura.

Cultura está na base de qualquer política, porquanto não se refere somente à veleidade de assistir a um filme no cinema ou ir ao teatro no fim de semana. Na eventualidade de o bilhete de cinema ou de teatro tornar-se caro demais para os espectadores, muitos se equivocam ao dizer que sua atividade alternativa não será "cultura". Como resultado, não se deve referir à cultura somente como um conjunto de "bens" de uma fruição inconstante. Eis o desafio de esboçar como a cultura conseguiria deixar de ser um fator secundário e passaria a orientar programas e fundamentar projetos efetivamente alternativos para o desenvolvimento.

A cultura não deixaria de ser "bens" e "produtos" nalgumas de suas acepções, mas há que ampliar o olhar a fim de que a busca frenética de recursos financeiros para financiar indústrias não se confunda com a cultura como razão de impulsar políticas que desenvolvam o país. Esta tarefa, finalmente, exige a participação de cidadãos preocupados com seu futuro.

Luiz Gonzaga é o grande homenageado na festa de São João


No ano em que completaria 100 anos, o cantor e compositor Luiz Gonzaga é o grande homenageado das festas juninas do Nordeste do país. Por toda região, os eventos devem se estender até o mês de julho. As cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) costumam atrair ir mais de 2 milhões de pessoas. Na noite deste sábado (23), começaram os festejos relativos ao Dia de São João (24 de junho).


Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga
A edição 2012 do São João de Campina Grande vai até 1º de julho, para um público estimado em 2 milhões de pessoas. A festa terá shows com artistas locais, regionais e nacionais, apresentações de quadrilhas juninas, forró pé de serra e grupos folclóricos, além de literatura de cordel e culinária regional, entre outras atrações. A novidade do ano são as Reverências ao Rei do Baião, com a Casa de Gonzaga, uma réplica da residência onde ele morou em Exu, Pernambuco. Um dos destaques será a Cantoria de Viola no São João, com apresentações de consagrados repentistas, expressando com poesias, rimas e repentes uma das mais puras e criativas manifestações culturais do Nordeste.

De acordo com a prefeitura de Caruaru, a festa da cidade deve atrair cerca de 200 mil pessoas neste ano. A rede hoteleira já atingiu 100% de ocupação. Entre as atrações do evento estão Elba Ramalho, Cavaleiros do Forró, Chiclete com Banana, Aviões do Forró entre outros. Os turistas também vão encontrar fogueiras, comidas típicas e exposições. Além disso, podem aproveitar para conhecer o Alto do Moura, maior centro de artes figurativas da América Latina, segundo a Unesco, local onde fica localizada a Casa-Museu do Mestre Vitalino. Mais informações podem ser obtidas no site do evento.

João Pessoa e Olinda, em Pernambuco, também homenageiam Gonzagão. O São João de Olinda conta com festas de rua, como o Acorda Povo, promovido pelo Coco de Dona Ana Lúcia, que ocorre neste sábado. As festas na cidade são realizadas até 30 de junho, sempre a partir das 16h, com feirinha cultural, quadrilhas e grupos de forró. Em João Pessoa, a programação inclui mais de 50 apresentações até dia 29 de junho. Além de Luiz Gonzaga, a cidade homenageia Marinês, a Rainha do Xaxado.

Cuidados - O período de festas juninas exige atenção e cuidados. O governo do estado da Paraíba está realizando a campanha Marcas Que Ficam para Sempre, cujo objetivo é conscientizar vendedores e consumidores sobre os riscos das queimaduras relacionadas a fogos de artifícios e fogueiras. Somente no mês de junho do ano passado, a Unidade de Terapia de Queimados (UTQ) do Hospital de Trauma, em Campina Grande, atendeu 97 pessoas. 

Estradas - O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, estará em Caruaru hoje para intensificar as ações da campanha de trânsito durante as festas de São João. A campanha, que tem o cantor Leonardo como protagonista, alerta os motoristas sobre os riscos de acidentes nas estradas e vias, neste período.

O Departamento de Polícia Rodoviária Federal (PRF) aumentou a fiscalização na região. Na Paraíba, os esforços estão concentrados na cidade de Campina Grande e vão até a meia-noite do dia 1º de julho. Serão intensificadas as ações de fiscalização para coibir o consumo de álcool antes de dirigir e o excesso de velocidade. Para isso, serão utilizados bafômetros e radares móveis ao longo das rodovias federais que cortam o estado.

A PRF orienta que os motoristas, antes de pegar a estrada, façam uma revisão preventiva do veículo, verificando estepe, chaves de roda, farol, freios, limpador de para-brisas, entre outros. A documentação do veículo e do motorista também deve ser verificada. 

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 21 de junho de 2012

As 56 etnias da China e os índios do Brasil


No final da cerimônia de abertura do festival na terça-feira (12) no Estádio Nacional Coberto, presentes o presidente Hu Jintao, o primeiro ministro Wen Jiabao e outros líderes chineses, houve a exibição dos cantos e danças da minoria nacional Lisu, grupo étnico tibetano-burmanense que habita as regiões montanhosas de Myanmar, a Província de Yunnan no sudoeste da China, Tailândia e o estado indiano de Arundal Pradesh.


Divulgação
Dança chinesa
Momento da apresentação da dança circular em que os homens e mulheres lisus passam pelo centro da espiral
A dança circular dos lisus gerou ideias vivas relacionadas à experiência que tive com os índios com quem trabalhei por mais de dez anos durante as décadas de 1970 e 1990, os kuikatejês, parkatejês e mebengocrés no sul do Pará e norte do Mato Grosso, e com a nação Ashàninca que no estado do Acre compartilha a região fronteiriça Brasil-Perú do vale do Rio Juruá, 

Observei a semelhança do ritmo e da energia da apresentação dos lisus com as danças circulares dos índios mebengocrés (caiapós) na bacia do Rio Xingú durante as festas de nominação das aldeias Aucre, Metuctire e Pucanu que tive a oportunidade de acompanhar e participar.

Os gritos e cantos dos lisus são semelhantes às expressões vocais e gestos característicos da cultura dos índios da família linguística Jê no Brasil como os apinajés, craós, canelas, cricatis, panarás, xavantes e xerentes que soam ainda hoje na floresta Amazônica e no Cerrado, e que espero ecoem para sempre no interior do Brasil e dali para todo o planeta. 

O som do maracá que inicia a apresentação artística da minoria nacional Lisu é idêntico ao toque do maracá do conhecido cantor Krohokrenhum, líder dos kuikatejês e parkatejês na bacia do Rio Tocantins, sul do Pará, que escutava nas madrugadas de cantoria que antecedem as corridas de tora entre as metades cerimoniais gavião e arara.

E pelas fotos da apresentação vê-se que as roupas, adereços e adornos corporais dos dançarinos da etnia lisu é semelhante aos trajes habituais de diversas populações indígenas da Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, Nicaraguá, Panamá, Perú, Venezuela e de outros países do continente americano.

Tudo a ver com os índios da América

Poder-se-ía dizer que Ding Wei - diretor geral da abertura do 4° Festival Nacional de Artes Étnicas da China - quiz e conseguiu finalizar o espetáculo com uma homenagem state of art aos povos remanescentes das nações de ascendência pré-colombiana, ou seja, aos índios da América cujos antepassados há cerca de 10 mil anos iniciaram a ocupação do continente pelo estreito de Bering, o qual durante último período glacial do planeta dava pé para uma travessia a vau?

Estou interessado no ponto de vista do diretor Ding Wei sobre esta questão, e se eventualmente na concepção da cerimônia de abertura do 4° Festival Nacional de Artes Étnicas da China, Ding Wei quiz fazer referência à teoria antropológica mais aceita de que o primeiro e mais numeroso povoamento humano da América é de origem asiática.

É esta a próxima reportagem que farei em Pequim para o Portal Vermelho, uma entrevista com o diretor Ding Wei, renomado escritor Chinês de âmbito nacional e diretor adjunto do Conjunto Central de Canto e Dança das Minorias Nacionais e Grupos Étnicos da China, fundado em setembro de 1952 pelo então primeiro ministro Zhou Enlai, e que tem em seu elenco artistas oriundos de 36 minorias étnicas incluindo a Mongol, Hui, Zhuang, Manchu, Tibetana, Yi, Koreana e Uygur.

O que é que tem a ver os povos indígenas da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colombia, Equador, Paraguai, Perú, Venezuela, Panamá, Guatemala, Nicarágua, enfim de todo o continente americano do Alaska à Patagonia com as 56 etnias da China incluindo a majoritária Han e as outras nacionalidades étnicas da Ásia?

Creio que esta questão teórica será o primeiro item da pauta a se verificar na prática e na hora do encontro entre os povos de ascendência pré-colombiana da América com as coloridas e maravilhosas minorias étnicas nacionais da China e de toda a Ásia. Quais as semelhanças e diferenças culturais decorrentes deste passado milenar comum, que se confunde na linha do tempo até mesmo com primeiros sinais do nascimento da Civilização Chinesa entre 7 e 8 mil anos atrás?

Por Saulo Petean, 
de Pequim especial para do Vermelho

Altamiro Borges: Merval Pereira é uma “farsa histórica”


Merval Pereira se acha mesmo um “imortal”. Em seu artigo de ontem no jornal O Globo, ele insinuou que o ex-presidente Lula é uma “farsa histórica”. O motivo de mais este ataque histérico é a famosa foto de Lula junto com Maluf, superexplorada pela mídia demotucana. Para o “talentoso” integrante da ABL, a imagem “é simbólica de um momento muito especial da infalibilidade política de Lula”.


Por Altamiro Borges


O colunista da famiglia Marinho nunca entendeu os altos índices de popularidade do ex-presidente, num caso doentio de ódio de classe. Daí sua excitação com a tal foto. A imagem seria, caso o tucano Jose Serra vença as eleições em São Paulo, “a marca da decadência política de Lula, que estará então encerrando um largo ciclo político em que foi considerado insuperável na estratégia eleitoral”.

A torcida pelo tucano Serra

Merval até justifica os acordos políticos feitos pelos tucanos. “Até o momento, as alianças com Maluf eram feitas por baixo dos panos, de maneira envergonhada, como a negociação em que o PSDB paulista fechava um acordo com o PP em busca de seu 1m30s de tempo de propaganda eleitoral”. Mas ele não tolera a participação do ex-presidente no jogo bruto da política.

Para ele, Lula está obcecado pelo poder, não tem escrúpulos na política de alianças e ruma para o declínio. “A sucessão de erros políticos que Lula parece vir cometendo nos últimos meses – a escolha de Haddad, o encontro com Gilmar Mendes, a CPI do Cachoeira, o acordo com Maluf – só será superada se acontecer o que hoje parece improvável, uma vitória de Fernando Haddad”.

Os bastidores das alianças na ABL

Merval Pereira, tão preocupado com a política de alianças nos últimos anos, só não consegue explicar porque o Lula, com a sua “sucessão de erros”, conseguiu se eleger e reeleger presidente e ainda garantiu a vitória de sua sucessora, Dilma Rousseff. Isto apesar de toda a campanha de satanização da mídia hegemônica, a quem ele presta serviços.

Já que está tão indignado com a crise das alianças, “que explicita uma maneira de fazer política que não tem barreiras morais e contagiou toda a política partidária, deteriorando o que já era podre”, Merval poderia expor os bastidores da campanha que o levaram a ser um “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ou será que a poderosa Rede Globo não se meteu nesta eleição? O que ela ofereceu? Como se justifica esta autêntica “farsa histórica”?

Fonte: Blog do Miro

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Poeta venezulano elogia acesso do povo a literatura


O poeta venezuelano Enrique Hernández D''Jesús, cuja obra será homenageada na 9ª edição do Festival Mundial de Poesia, elogiou nesta segunda-feira (18) o evento, destacando a política editorial do país aul-americano que facilita o acesso do povo aos livros .


Durante entrevista a programa de televisão venezuelano, o escritor, fotógrafo e editor exaltou sobretudo o conjunto de trabalhos literários que embasou – e ainda embasam- a revolução bolivariana.

"O homenageado não sou eu, mas o meu ego” , declarou Hernández D' Jesús, que confessou ainda “nção ter se dado conta de que é poeta, falta-me muito o que aprender, garantiu.
Disse ainda que a poesia é um ofício amoroso, tem que haver muito carinho pela palavra e pelo verso, enfatizou.

Nascido no estado de Mérida, em 1947, durante mais de três décadas Hernández D' Jesús expôs imagens captadas por sua lente em galerias do seu país, Itália, Espanha e Porto Rico.
Multipremiado por sua literatura e fotografia, tem numerosos livros publicados, entre eles, Muerto de Risa (1968), Mi abuelo primaveral y sudoroso (1974), Así sea uno de aqui (1976), Magicismos(1989) e La tentación de la carne, de 1997.

O Festival de Poesia será inaugurado nesta segunda (18) no teatro Teresa Carreño e se prolongará até 23 de junho, promovendo atividades paralelas em vários estados do país.
O evento contará com a participação de representantes da Bolívia, Uruguai, Espanha, México, Palestina, São Tomé e Príncipe, além de Porto Rico, Estados Unidos, Líbano e Brasil.
Também foram convidados poetas da França, Argentina, Portugal, Peru, Chile, Colômbia, Itália, Haiti, Jamaica, Nicarágua, Cuba e Guatemala.

Os organizadores anunciaram a participação de dezenas de escritores estrangeiros, entre os auis, o francês Michel Butor, o argentino Gabriel Impaglione, o peruano Roger Santiváñez e o argentino residente em Cuba, Basilia Papastamatiu.

Fonte: Prensa Latina

Obra de Picasso é desfigurada em Houston


A tela "Mulher numa Poltrona Vermelha", de 1929, de Pablo Picasso, que estava em exibição em um museu em Houston, no Texas, foi danificada por um homem na semana passada, mas divulgada apenas nesta terça-feira (19). 


O desconhecido, que desapareceu após a ação, usou a técnica do estêncil para pintar sobre a obra a figura de um touro e a palavra "conquista" com uma tinta dourada. 

A ação foi flagrada por um visitante do museu, que estava realizando pequenos vídeos da exposição que conta, no total, com nove telas de Picasso. Na filmagem, aparece um homem que realiza gestos rápidos e diretos em frente à tela e, em seguida, desaparece. 

As câmeras internas também registraram a ação e estão sendo utilizadas pela polícia para identificar o autor do gesto. 

Os funcionários do museu já iniciaram os trabalhos de restauração e limpeza da obra. Um porta-voz do museu disse que "os trabalhos de reparação foram iniciados imediatamente" e que já foi feito "um prognóstico excelente" sobre sua recuperação. 


Fonte: Ansa