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domingo, 29 de setembro de 2013

Encontro de Culturas Populares debaterá políticas públicas

O Encontro de Culturas Populares e Tradicionais chega à sétima edição com a missão de avaliar as políticas públicas de cultura implantadas nos últimos dez anos e de propor diretrizes para o fortalecimento desta ações. Concebido pela Rede Nacional de Culturas Populares e realizado pelo Ministério da Cultura (MinC) e vários parceiros, o evento será realizado entre os dias 1º e 6 de outubro, no SESC Itaquera, em São Paulo.


 
 Cartaz do evento.
 A cerimônia de abertura oficial do encontro acontecerá às 10h30 da próxima quinta-feira (3), com a presença da ministra da Cultura, Marta Suplicy; do diretor regional do SESC/SP, Danilo Santos de Miranda; do presidente de honra do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais, Mestre Alcides; e do Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira.

O evento será uma grande festa da cultura brasileira, com todo o colorido da diversidade das expressões artísticas e culturais do país. Maracatus, Bois, Congada, Samba de Roda, Tambor de Crioula, Carimbó, Folias, Fandango, Jongo, Rituais Indígenas, entre outras manifestações culturais, poderão ser apreciados durante o encontro. A Mostra Cultural abordará a produção artística, a culinária, o artesanato e a religiosidade tradicionais, além de outros aspectos fundamentais desse universo simbólico.

Estarão reunidos mestres e mestras da cultura popular, lideranças indígenas, quilombolas, artistas, gestores culturais, representantes da sociedade civil nos conselhos e colegiados de cultura, dirigentes do MinC e o público interessado no tema e no debate em torno do futuro da Cultura popular e tradicional do país.

Na programação também está prevista a realização de uma Conferência Livre de Cultura para a coleta de propostas à III Conferência Nacional de Cultura (III CNC), além de realização de Rodas de Conversas, Reuniões de Colegiados Setoriais do Conselho Nacional de Cultura (CNPC) e da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CndPC) e a Assembleia do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais.

Dirigentes e gestores da Secretaria Executiva (SE), de Políticas Culturais (SPC), da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) e de Articulação Institucional (SAI) do MinC, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) e da Fundação Cultural Palmares (FCP) terão ampla participação nas rodas de conversa, reuniões e assembleias a serem realizadas.

O encontro também conta com o apoio da Universidade de Brasília (UnB), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Inclusão na Ensino Superior (INCT) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Veja a programação do encontro. Inscrições no Portal.

Fonte: Portal do MinC

Emir Sader: A globalização da indústria editorial

A globalização impõe a intensificação dos processos de monopolização em todas as esferas da economia mundial. A indústria editorial não poderia ficar imune a esse processo.


Por Emir Sader, em seu blog


Pelo lado da produção e pelo lado das vendas, o fenômeno se alastra. Os best sellers são fabricados e impostos pelos mecanismos da globalização editorial. Eu pude viajar por distintos países e continentes nos últimos meses e me dei conta de que um mesmo livro – Inferno, de Dan Brown – aparecia sempre em destaque como mais vendido. Como se, de repente, por milagre, as pessoas tomassem gosto por um único livro, “descobrissem” seus méritos e corressem para comprá-lo.

É o resultado da máquina de fabricar best sellers produzida pela monopolização da indústria editorial em torno de algumas grandes editoras, elas mesmas articuladas com gigantescos consórcios econômicos e financeiros.

Na Feira de Frankfurt – a mais importante do mundo – em cinco dos seus sete dias fica fechada para o publico, enquanto os agentes produzem e concertam os maiores best sellers do futuro. De repente, surge o sucesso global do “Da Vinci”, dos não sei quantos tons de cinza, dos Dan Browns.

Essa monopolização se articula com a monopolização das livrarias, cada vez mais articuladas em redes. Estas têm o privilégio das grandes editoras, que costumam dar em consignação para as redes e não para as livrarias independentes.

Assim, as livrarias se parecem cada vez mais umas às outras, se somando aos outros exemplos de “não lugares”: os aeroportos, os shopping centers, os hotéis.

A monopolização atenta contra a diversidade, a independência, o pensamento crítico, contribuindo para achatar ainda mais as formas de consumo e os gostos individuais.

O que está em risco é a pluralidade, é a independência, é a diversidade, é a liberdade, é a democracia, sacrificadas no altar do mercado. A globalização, mercantilizando radicalmente a produção e a venda de livros, estreita a produção e o acesso aos livros, no polo oposto do conhecimento como patrimônio da humanidade.

*Emir Sader é sociólogo, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Centro de Cultura recebe exposição ‘Essência em Movimento’



O Centro de Cultura Fazenda da Posse abre nesta quinta-feira (dia 26), às 20h, a exposição ‘Essência em Movimento’ do artista Martti Vartia. A mostra segue até o dia 20 de outubro e tem entrada franca. A obra do artista é espontânea e consiste na criação de esculturas em madeira a partir de pedaços de árvores já sem vida, recolhidas da natureza. Por morar a uma década em Penedo, em Itatiaia, Vartia tem contato íntimo com a Mata Atlântica preservada da região.
No dia 05 de outubro, às 14h, haverá um encontro da comunidade com o artista. Escolas interessadas podem agendar atividades e visitas orientadas ao Centro Cultural de segunda a sexta, de 13h às 17h.


 O agendamento pode ser feito pelo telefone (24) 3322-3855 ou pelo


O Centro de Cultura Fazenda da Posse fica na Rua Dario Aragão, n° 2, Centro. 

Brasília recebe em outubro exposições sobre sítio arqueológico

Em outubro, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, que abriga um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo, será tema de duas exposições e um ciclo de conferências em Brasília. O evento, chamado Serra da Capivara: Os Brasileiros com Mais de 50 Mil Anos, será inaugurado no dia 2 do próximo mês. O parque foi declarado patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).


 
Parque Nacional da Serra da Capivara (Situado no Estado do Piauí, guarda a maior concentração de sítios arqueológicos da América. A maior partes delestem pinturas e gravuras rupestres).
 O evento engloba uma exposição museográfica com parte da coleção do Museu do Homem Americano, que fica em São Raimundo Nonato, no Piauí, com cerca de 50 peças arqueológicas e paleontológicas. Também haverá uma exposição de peças de cerâmica feitas pelos moradores de regiões vizinhas ao Parque Nacional da Serra da Capivara.

O ciclo de conferências trará discussões sobre arqueologia, turismo no Piauí, gestão de áreas protegidas e do patrimônio cultural e integração produtiva dos moradores da Serra da Capivara. A União Europeia, a Unesco, a Fundação do Homem Americano e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão entre os organizadores do evento.

Para a coordenadora da Fundação do Homem Americano, Rosa Trakalo, as exposições e palestras são importantes por informar como o legado do homem pré-histórico tornou-se motor do desenvolvimento de uma região extremamente pobre. “O destino de São Raimundo Nonato era desaparecer sem o parque nacional. Hoje, a região cresce e melhora. O objetivo deste evento é despertar o interesse das pessoas para a Serra da Capivara e seu artesanato, com a divulgação da região”, disse Rosa.

O representante da Unesco no Brasil, Lucien Muñoz, destacou que a iniciativa vai promover a Serra da Capivara para o público brasileiro, contribuindo para incrementar a economia da região. “A Unesco considera que a melhor forma de proteger esse patrimônio arqueológico é promover o crescimento para que [a região] se transforme em polo de desenvolvimento para as comunidades em volta.”“Se tem um lugar neste país em que história, natureza, cultura, arte e meio ambiente se encontram é na Serra da Capivara”, ressaltou o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin. Para ele, o evento vai projetar o potencial que as unidades de conservação têm para proteger a biodiversidade e os recursos naturais e também para promover o desenvolvimento das comunidades locais.


O Parque Nacional da Serra da Capivara foi criado em 1979 para preservar os vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul. Sua demarcação foi concluída em 1990. Por sua importância, foi inscrito pela Unesco na Lista do Patrimônio Mundial em 1991.

As exposições, com entrada gratuita, vão até de 2 de outubro a 15 de dezembro, no Espaço Israel Pinheiro, na Praça dos Três Poderes, de segunda a domingo, das 10h às 18h. As conferências serão às quarta-feiras, das 18h30 às 20h30, com entrada gratuita.

Fonte: Agência Brasil

Orquestra e corais da Unesp se apresentam de graça em SP

A Pró-reitoria de Extensão Universitária (Proex) da Unesp realiza diversas atividades culturais com a Orquestra Acadêmica e os Corais da universidade programadas para os meses de setembro, outubro e novembro em São Paulo, SP.


Orquestra Acadêmica da Unesp/ Foto: Gustavo Brognara

A Orquestra Acadêmica da Unesp atua como integração cultural da universidade no Estado de São Paulo participando de concertos, apresentações Artísticas, eventos e encontros educativos e culturais, conforme demanda das Unidades Universitárias da Instituição. O grupo instrumental é formado integralmente por alunos regularmente matriculados nos cursos de música do Instituto de Artes da Unesp, Campus São Paulo.

Os Corais de Franca e Jaboticabal já receberam diversos prêmios. Os dois coros têm regente contratado desde 1998, mas seus coralistas são amadores: estudantes, professores e funcionários da Universidade, além de moradores das cidades de Franca e Jaboticabal. Atualmente, cada coral tem 25 integrantes.

Confira a programação:

Local: Espaço Cultural Tattersal - Parque da Água Branca
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 455, São Paulo - SP

Dia 29/09 - às 16 h - domingo
Orquestra Acadêmica da Unesp
regente : Maestro Lutero Rodrigues

Dia 27/10 - às 16 h – domingo
Orquestra Acadêmica da Unesp
regente : Maestro Lutero Rodrigues

Dia 24/11 - às 16 h - domingo
Orquestra Acadêmica da Unesp
regente : Maestro Lutero Rodrigues

Local: Fábrica de Cultura da Vila Curuçá
Rua Pedra Dourada, 65. Próximo a Avenida Nordestina (altura do nº 5800), São Paulo - SP

Dia 28/09 - às 15 h - sábado
Corais da Unesp dos Câmpus de Rio Claro e Guaratinguetá
Supervisor : maestro José Ricardo Ocampos

Local: Fábrica de Cultura Sapopemba
Rua Augustin Luberti, 300 (esquina com a rua André Thevet) (atrás do Batalhão da Polícia Militar), São Paulo - SP

Dia 5/10 - às 12 h - sábado
Corais da Unesp dos Câmpus de Franca, Jaboticabal, Bauru e Botucatu
Supervisor : maestro José Ricardo Ocampos

Da Redação do Portal Vermelho

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Parlamentares do PCdoB comemoram aprovação da PEC da Música

 O Senado concluiu, nesta terça-feira (24), a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que isenta de impostos CDs e DVDs com obras musicais de autores brasileiros. A chamada PEC da Música será promulgada em sessão conjunta do Congresso Nacional no dia 1º de outubro. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que foi um dos relatores da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), festejou a decisão. 


Agência Senado
 Inácio: PEC da Música ampliará acesso à produção cultural
Parlamentares e artistas comemoram a aprovação da matéria, que será promulgada no próxima dia 1o.
“Um dos principais problemas enfrentados pelo setor musical pátrio é a ‘pirataria’, que prejudica imensamente os artistas nacionais. A redução da carga tributária e o consequente barateamento dos fonogramas e videofonogramas musicais reduzirão a prática desse crime e ampliarão o acesso do público, principalmente da população de baixa renda, à produção cultural de artistas brasileiros, e em mídia de qualidade superior”.

Para a presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), também comemorou: "A aprovação da proposta caminha no sentido de beneficiar todos os artistas brasileiros, principalmente os pequenos produtores de todas as regiões do país"

"A imunidade não só beneficia o músico, como o consumidor, pois o preço do produto recua a partir desta iniciativa", avalia ainda a parlamentar, que articulou a aprovação da PEC na Câmara dos Deputados em 2011.

Ainda segundo a parlamentar, "a cultura nacional ganha com a proposta. É um passo no sentido de isentar o músico que sofre para produzir seu CD ou DVD. É também uma forma de encarar com coragem a alta e desigual tributação de nosso país".

A PEC livra de impostos CDs e DVDs produzidos no Brasil “contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham”. 

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, e um grupo de artistas compareceram a Casa em apoio à matéria. Marisa Monte, Ivan Lins, Lenine, Dado Villa-Lobos, Francis Hime, Rosemary, Sandra de Sá e Paula Lavigne, entre outros, pediram a aprovação da PEC da Música. De acordo com a ministra, a proposta reduzirá em mais de 25% o preço dos CDs, beneficiando músicos, produtores e o público consumidor.

Da Redação em Brasília

Matéria alterada às 15h24 para acréscimo de informações.

Inácio Arruda destaca contribuição do vaqueiro à arte

 O Senado aprovou, na noite desta terça-feira (24), o projeto de lei que regulamenta a profissão de vaqueiro. O vaqueiro é o profissional responsável pelo trato, manejo e condução de animais como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas. Ao saudar a decisão, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) citou seus conterrâneos, os artistas Raimundo Fagner, Patativa do Assaré e Umberto Teixeira.


Agência Senado
Inácio destaca contribuição do vaqueiro à arte  
 Os vaquerios encheram as galerias do Senado para acompanharem a votação da matéria.
“Quero registrar a presença entre nós de Raimundo Fagner, que, entre outras coisas, colocou para o Brasil inteiro o aboio, uma canção do Patativa do Assaré, que canta em versos belíssimos a luta diária dos vaqueiros conduzindo a boiada, conduzindo bem, não só para que ela pudesse dar frutos de riqueza para o nosso País, mas a satisfação e a alegria do vaqueiro ao fazer o aboio”, disse o senador. 

Segundo Inácio Arruda, “muitos deles (vaqueiros) são compositores, repentistas populares, que conhecem a vida cotidiana da construção do Brasil, de todo o nosso território, mais especialmente do Nordeste brasileiro, destacando a figura de Humberto Teixeira, que cantou o vaqueiro com a voz possante de Luiz Gonzaga, e tantos outros.

Inácio lembrou ainda a música Samarica Parteira, de Orlando Rodrigues, uma verdadeira ópera do parto, cantada por Luiz Gonzaga: “Vai buscar sinhá parteira, em cima do cavalo/ Com o vaqueiro, que é um dos mais famosos da região”, recitou, lembrando que “é uma história bonita dos vaqueiros brasileiros que ajudaram a construir a riqueza do nosso País e que mantêm a sua luta e a sua tradição”, disse ao votar favorável ao projeto.

O projeto estabelece que a contratação dos serviços de vaqueiro é de responsabilidade do administrador – proprietário ou não – do estabelecimento agropecuário de exploração de animais de grande e médio porte, de pecuária de leite, de corte e de criação. A proposição segue agora para a sanção presidencial.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Sen. Inácio Arruda

Seminário discute modernização da lei de direito autoral

A Comissão de Cultura da Câmara promoveu, nesta terça-feira (24), seminário sobre direito autoral. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que sugeriu o debate, disse que o objetivo é ampliar a discussão sobre a legislação atual e a experiência de outros países. Os debates vão subsidiar os trabalhos da Comissão para uma proposta de modernização da Lei de Direitos Autorais. 


 A Comissão realizará três audiências públicas para debater a reforma da Lei dos Direitos Autorais. As outras duas serão realizadas no dia 8 de outubro, às 10h e às 14h30. As mesas trarão representantes de vários setores para discutir suas demandas e seus pontos de vista. 

No mês passado, foi sancionada a lei que estabelece novas regras para a gestão coletiva de direitos autorais. O texto é oriundo de projeto de lei aprovado pela Câmara em julho e relatado por Jandira Feghali. 

Entre os dispositivos previstos na nova lei estão o acesso dos artistas, por meio da internet, às informações sobre arrecadação de direitos autorais; e a possibilidade de criação de um órgão estatal público para a fiscalizar o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad).

Da Redação em Brasília
Com agências

Frente Parlamentar quer “engordar” orçamento da cultura em 2014

  A Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, presidida pela deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), em reunião com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, nesta terça-feira (24), sugeriu a criação de um grupo de trabalho para discutir prioridades nas fontes orçamentárias e definir ações para garantir a “engorda” do orçamento do ano que vem.

 


Richard Silva
Frente Parlamentar quer “engordar” orçamento da cultura em 2014
 De acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual 2014, a dotação para o setor no próximo ano será inferior ao deste ano.
“Acredito que tivemos uma boa reunião e que avançamos na perspectiva a que se propõe a Frente da Cultura, que é de contribuir para que a política nacional de cultura possa avançar e fluir em todo o país”, disse Luciana.

Para a ministra Marta Suplicy, é importante, antes de qualquer coisa, garantir os recursos para execução dos projetos. Ela lembrou que, em muitos momentos, mesmo sabendo que os projetos são importantes e interessantes, não há alternativa para atender o pleito e colocá-los em prática.

O secretário-executivo do MinC, Marcelo Pedroso, apresentou alguns dados comparativos sobre o orçamento da pasta. E informou que, de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual 2014, a dotação para o setor no próximo ano será inferior ao deste ano.

Ele apresentou, ainda, as linhas prioritárias de ação, entre elas os projetos de valorização da cultura negra e a instalação de bibliotecas e programas ligados à literatura.

Os parlamentares sugeriram regionalização das ações e a regularização do Sistema Nacional de Cultura visando a garantia do financiamento dos programas.

Afonso Luz, membro do conselho consultivo da Frente Parlamentar, disse que as prioridades estabelecidos pelo MinC são boas, mas acredita que, junto ao processo de consolidação das estruturas físicas, é preciso encarar o desafio de fomentar as políticas, garantindo que bons equipamentos não acabem sem uso por falta de ações que os sustentem continuamente.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. da Dep. Luciana Santos

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Museus de SP dedicam programação à cultura afro-brasileira

A partir desta terça-feira (24), nove museus paulistas oferecem uma programação diferenciada, como parte da Primavera dos Museus. O evento é organizado em todo o país pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), vinculado ao Ministério da Cultura. Nesta sétima edição da semana comemorativa, que vai até o dia 29, o tema é Museus, Memória e Cultura Afro-Brasileira.


Por isso, grande parte da programação especial está concentrada no Museu Afro Brasil, que fica no Parque Ibirapuera, zona sul paulistana. Integra a programação, por exemplo, a exposição Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão, que apresenta as contribuições para o conhecimento científico e tecnológico no Brasil.

Há ainda a mostra Imagens do Preconceito, “que apresenta coleção de objetos nacionais e internacionais para proporcionar uma reflexão sobre essa questão do preconceito”, destaca a coordenadora de Museus do governo do estado de São Paulo, Renata Motta. Também serão feitas, ao longo da semana, visitas temáticas e oficinas. Na quarta-feira (25), a oficina Brincadeiras do Congo permitirá que o público tenha contato com palavras, movimentos, músicas e brincadeiras congolesas.

No Museu da Língua Portuguesa, no centro da capital, é possível conhecer a influência da matriz africana no português falado atualmente no Brasil. “É uma reflexão de como essa raiz afrodescendente contribuiu para a formação da própria língua portuguesa falada no Brasil. Às vezes, a gente não imagina, mas há uma série de palavras que são de origem africana e que foram incorporadas ao nosso vocabulário cotidiano”, diz Renata.

O sincretismo religioso é observado em visitas guiadas ao acervo do Museu de Arte Sacra. Lá, será possível conhecer presépios africanos ou de influência afro-brasileira.

Fonte: Agência Brasil

Ministra e artistas acompanham votação da PEC da Música

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, estará nesta terça-feira (24), no gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), com um grupo de artistas, dentre eles, Marisa Monte e Paula Lavigne, para defender a aprovação da PEC da Música. O texto que será votado hoje em segundo turno no Senado isenta de impostos os CDs e DVDs com obras de artistas brasileiros.


A proposta já foi aprovada em primeiro turno no dia 11 de setembro em placar apertado, com 50 votos a favor, quatro contra e uma abstenção, já que para aprovação de PEC é necessário um mínimo de 49 votos favoráveis.

Com a isenção de impostos, a expectativa é de que os preços de CDs e DVDs ao consumidor caiam cerca de 30%, desestimulando a pirataria.

O Presidente do Senado assegurou que a PEC da Música será votada, em segundo turno, nesta terça-feira. Ele decidiu marcar a votação depois de conversar com artistas e líderes partidários. “Foi possível nós chegarmos até aqui na apreciação dessa importante proposta de emenda à Constituição em função dos esforços de todos. É uma matéria que considero muito importante para a arte nacional”, afirmou.

Nesta semana, artistas como Fagner, Sandra de Sá e Rosemary estiveram com o presidente do Senado para pedir a votação da PEC da Música. “Desde a Lei Rouanet, a PEC da Música é a maior conquista de músicos e compositores, e será importante para a difusão de nossa cultura”, ressaltou Renan.

Benefícios


A PEC da Música terá como benefícios a equiparação tributária entre a produção musical brasileira e a de outros produtos culturais, como livros e revistas. A música vendida na web e nos celulares também ficará mais barata, acompanhando as mudanças tecnológicas atuais.

A lei pode estimular o aparecimento de mais empresas distribuidoras de discos e plataformas digitais. Assim, os cantores e produtores musicais não precisarão fazer contratos com grandes indústrias, fortalecendo a produção independente.

Atualmente, as empresas não fazem investimento no setor porque o custo é muito alto e os lucros são baixos. Com a isenção do ICMS e IPI, proposta pela PEC da Música, esse cenário mudará.

Da Redação em Brasília
Com agências

Frente parlamentar lança campanha por mais recursos para Cultura

Nesta terça-feira (24), às 18 horas, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura recebe a ministra da Cultura, Marta Suplicy, para discutir o orçamento da Cultura e os programas do Ministério. Na ocasião, será apresentada a Campanha Parlamentar Amigo da Cultura.


A presidenta da Frente Parlamentar Mista, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), explica que a campanha é uma iniciativa da Frente e do Conselho Consultivo composto por entidades ligadas ao movimento artístico e cultural brasileiro, que pretendem estimular a destinação de emendas parlamentares para a Cultura e fazer mobilizações junto ao governo federal para o aumento do orçamento para o Ministério da Cultura em 2014. 

Para Luciana Santos, é importante que haja uma conjugação de esforços entre os poderes Executivo e Legislativo para garantir mais recursos para o setor da Cultura. “A parceria entre os poderes é fundamental para a valorização da cultura no Brasil”, disse ela ainda, defendendo um trabalho conjunto em defesa de um único objetivo: a valorização e a difusão da cultura no Brasil.

A ministra Marta Suplicy também destacou, em ocasiões anteriores, a importância do apoio dos parlamentares para que suas emendas contemplem projetos culturais. Em contrapartida, a ministra garantiu empenho na execução dos projetos.

A ministra defende emendas parlamentares para a obtenção de recursos para a ampliação dos Pontos de Cultura e dos CEUs das artes e dos esportes, que são espaços de formação de artistas, com bibliotecas de arte, telecentros e com a possibilidade de que diferentes expressões artísticas como o teatro, a música, as artes plásticas, e tantos outros, estejam em constante intercâmbio. Por serem projetados em regiões carentes, a ministra acredita que irão revelar muitos talentos em locais remotos do Brasil.

Marta Suplicy também já se manifestou sobre os editais para produtores afrodescendentes de Cultura. A ministra afirma que o percentual de recursos da Lei Rouanet que chega às mãos de produtores negros é praticamente inexistente e defendeu a política de cotas para corrigir algumas distorções.

Da Redação em Brasília
Com agências

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

BARRA MANSA VAI PROMOVER SEMANA DO SAMBA.


Programação conta com diversos eventos para resgatar samba na cidade

Em dezembro, a Fundação de Cultura de Barra Mansa promoverá dois eventos ligados ao ritmo mais popular do país: a Semana do Samba e a Feira do Samba. Os ajustes da programação dos eventos foram feitos nesta semana, em uma reunião no auditório da prefeitura. Participaram do encontro o coordenador do Carnaval de Barra Mansa, Eduardo Silva, o Tico Balanço; Antonio Aluizio Sá, o Tonhão, da Escola de Samba Mocidade de Vila Maria; Maria Aparecida da Silva Noronha, a Cida, do Bloco Pulo do Sapo; Sebastião Balbino de Sá, o mestre Batata, da Escola de Samba Império de Saudade; e Altamir Alves, o Tami, do Bloco Banda G.
Na reunião foi definido que a Semana do Samba será realizada entre os dias 02 e 08 de dezembro, no Corredor Cultural, na Rua Custódio Ferreira Leite (em frente ao Parque Centenário), no Centro. Já a Feira do Samba acontecerá nos dias 06 e 07 do mesmo mês, no Parque da Cidade. Segundo Tico Balanço, as datas dos eventos foram escolhidas para celebrar o Dia Nacional do Samba, comemorado em 02 de dezembro. “Queremos resgatar o samba na cidade”, disse Tico, acrescentando ainda que os eventos visam arrecadar recursos para as entidades carnavalescas que participam dos desfiles oficiais do Carnaval em Barra Mansa.
Durante a Semana do Samba, será promovida a Caminhada do Samba, que terá concentração na Praça da Matriz, no Centro, e seguirá até o Corredor Cultural, ao som de instrumentos típicos do gênero musical, sem o acompanhamento sonoro de veículos. No local, o público participará de palestras ministradas por sambistas, carnavalescos e historiadores convidados. Esses encontros prosseguirão até a quinta-feira, dia 05 de dezembro.
No dia 06 de dezembro (sexta-feira), terá inicio a Feira do Samba, no Pavilhão 02 do Parque da Cidade. Nesse evento, o público terá acesso a shows de grupos de samba regionais, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Além disso, estão previstas exposições de fantasias, concursos da Rainha e do Rei Momo para o Carnaval do próximo ano, lançamentos de sambas de enredo e enredos das agremiações, entre outros eventos paralelos.
“Celebrar a Semana do Samba com a presença de pessoas que marcaram e marcam a história desse gênero musical na cidade vai ser uma experiência muito bacana para a população. Além disso, já teremos uma prévia de como virão as escolas de samba e os blocos do município no carnaval de 2014. Espero que todos participem”, disse o superintende da Fundação de Cultura de Barra Mansa, Cláudio Chiesse.

Coordenadoria de Comunicação Social
Prefeitura de Barra Mansa
(24) 2106-3425 | 2106-3521


José Saramago: os cegos que, vendo, não veem.

Brueghel
A Parábola dos Cegos. Pieter Bruegel (1568)



Um dia normal na cidade. Os carros parados numa esquina esperam o sinal mudar. A luz verde acende-se, mas um dos carros não se move. Em meio às buzinas enfurecidas e à gente que bate nos vidros, percebe-se o movimento da boca do motorista, formando uma palavra, uma, não, duas: “Estou cego”.

Por Ângela Almeida


Assim começa o livro Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago (1922-2010). A “treva branca” que acomete esse primeiro cego vai se espalhar incontrolavelmente pela cidade e, em breve, uma multidão de cegos precisará aprender a viver de novo em quarentena.


Mais da metade da narrativa trata de descrever a vida que se desenrola no cotidiano do manicômio, em que os primeiros grupos de cegos vão sendo compulsoriamente internados. “Só num mundo de cegos as coisas serão o que verdadeiramente são”. E, de fato, o que se vê é uma redução da humanidade às necessidades e afetos mais básicos, um progressivo obscurecimento e correspondente iluminação das qualidades e dos terrores do homem. 

No meio da mais profunda miséria e generalizada degradação, com a falta de condições de higiene e saúde atingindo limites inimagináveis, há ainda lugar para que um grupo de cegos malfeitores queira tomar para si as rédeas do poder. Um pequeno grupo de poderosos que, munidos de paus, ferros e uma arma de fogo, controlando a distribuição dos bens essenciais – a comida é o verdadeiro instrumento de poder – disso se aproveitam para explorar a maioria que não dispõe de meios para se defender. 

Quando um incêndio provocado no manicômio vem permitir o acesso ao exterior pelos seus ocupantes, estes se dão conta do estado de calamidade absoluta que reinava na cidade. Todos haviam cegado, as pessoas iam vivendo pelas ruas, sem rumo, sem casa, no meio da mais absurda imundície. 

A prioridade de todos está em arranjar mantimentos, o que não se revela fácil para quem não vê. A cegueira branca implicou a desnecessidade, cívica e societária, de diariamente ter que disfarçar os mais torpes e rudes instintos. O verniz estalou. Não há porque mostrar respeito, cuidado ou atenção pelo semelhante. Aquilo que outrora, de modo mais natural ou mais forçado, constituía o cimento de uma vida gregária, e no geral harmoniosa, deixa de fazer sentido.

A personagem principal – talvez uma das mais interessantes do vasto universo da criação literária de Saramago – é a que conhecemos como a mulher do médico, com a particularidade de ser a única que não chega a cegar. Abnegada e corajosa, os seus olhos tornam-se os olhos dos cegos, ao mesmo tempo em que a sua determinação e capacidade de organização são postas a serviço dos outros. A organização é de tal forma sentida como uma necessidade primordial para a subsistência do grupo que a mulher do médico observa a dada altura que “organizar-se já é, de certa maneira, começar a ter olhos”. 

No final da obra, tentando compreender o horror que tinham vivido ela confidencia ao marido, como que rematando o fio condutor de toda a história: Queres que te diga o que penso? [...] Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que veem. Cegos que, vendo, não veem”. 
A cegueira física de que a obra nos dá conta não é mais do que a metáfora da cegueira do espírito que nos afeta. Uma cegueira que ninguém vê, mas que nos impede de reparar no outro. Quando aquela comunidade se vê subitamente acometida pela pandemia do mal branco, as portas se abrem ao caos e à dor. Mas um caos e uma dor com propriedades regeneradoras, que acabam por representar para cada uma de suas vítimas uma autêntica estrada de Damasco. A cada membro daquela comunidade é dirigido um desafio para que acorde para a realidade circundante. Para que ultrapasse os magros limites da visão física e consiga alcançar uma visão lúcida e consciente. Penso serem esses os elementos centrais à construção alegórica de Ensaio sobre a Cegueira

Impressionante, comovedor, esse romance é um marco na literatura em língua portuguesa. É uma visão das trevas, uma viagem ao inferno, e ao mesmo tempo a história de uma resistência possível à violência de tempos escuros. “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”. 

Nas palavras de Saramago, a obra não é mais do que uma imago mundi: “Não queria ir-me desta vida, como pessoa e escritor, sem deixar este sinal de alerta. [...] Tanta beleza criada, tantos voos da imaginação e do pensamento de que a Humanidade foi capaz ao longo de todos estes milênios e no fundo não mudou nada [...] Eu não vejo, sinceramente não vejo, e gostaria de ver para minha tranquilidade, nenhum motivo para ser otimista não só perante a história de nossa espécie, como diante do espetáculo de um mundo que é capaz, porque tem meios para isso, de resolver uma quantidade de problemas, desde a fome até a educação ou a falta dela, e que não o faz”.
Em um período onde imperam, de um lado, a velocidade, a ganância e a abstinência moral e, de outro, a profecia e um misticismo compensatórios, a leitura de Ensaio sobre a Cegueira vem nos lembrar da “responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. É um livro sobre a ética, e é um livro também sobre o amor, e sobre a solidariedade. “Parece uma parábola”, comenta alguém no romance. Mas sua força, como nas melhores parábolas, vem precisamente do realismo e da descrição, no limite do inominável.

Cada leitor viverá com esse livro uma experiência imaginativa única no esforço de recuperar a lucidez. “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”. A epígrafe resume a empreitada do escritor, como a de cada leitor. Não se trata só de reparar no significado das coisas, mas também de proceder à reparação do que foi perdido, ou mutilado – “uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”.

Boa leitura! 

(*) Mestre em Direito e Doutoranda em Letras

Bibliografia:
Reis, Carlos. Diálogos com José Saramago. Lisboa: Caminho, 1998.

Saramago, José. Ensaio sobre a cegueira: romance. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

Jandira Feghali cobra mais avanços para o setor cultural

“Quero fazer esse apelo, para que nós, brasileiros, parlamentares, governos, de fato, coloquem a cultura na sua estratégia de cidadania, na sua estratégia de nacionalidade, na sua estratégia de identidade, respeitando a pluralidade e a diversidade brasileiras. Cultura precisa ser política de Estado. Cidadania se constrói com política cultural, com apropriação do saber, com protagonismo e capacidade transformadora”.


Ass. Jandira Feghali
Jandira Feghali cobra mais avanços para o setor cultural
Jandira acompanha apresentação pública no Largo do Machado no Rio de Janeiro.
A fala é da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ-foto), presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, ao cobrar, em discurso no Plenário da Câmara, a votação de matéria e aplicação de leis que valorizem a cultura no país. E mais recursos para o setor cultural do país.

Ela cobrou que a pauta da cultura receba a atenção necessária dos governos federal, estaduais e municipais. “Sua dimensão transformadora e econômica precisa ser percebida pelos gestores deste País”. Ela cita como exemplo de descaso com a pauta cultural o baixo orçamento para o setor, que hoje é de 0,06% do orçamento global do governo federal 

“É um orçamento que não permite o desenvolvimento de uma política cultural, sendo que a maioria do orçamento é definida pelo mercado, através de uma lei de incentivo”, explicando que as ações e programas de estímulo à criatividade popular estão quase inviabilizados pelo impedimento orçamentário restritivo colocado pelo conjunto dos governos, e não é apenas do governo atual, na sequência dos governos. 

Para Jandira, “nós precisamos avançar no crescimento orçamentário do Ministério da Cultura”, lembrando que existe tramitando na Câmara a Proposta de Emenda Constitucional que faz vinculação constitucional de recursos, pronta para ser votada em Plenário.

Jandira Feghali destacou ainda o acesso aos direitos culturais. “Direitos culturais que são direitos humanos, que permitem a plena cidadania, que permitem a apropriação do conhecimento do saber, que permitem conhecer a nossa própria história e elevar a nossa autoestima, que permite uma imensa potencialização da capacidade criativa, da inclusão e da possibilidade de protagonismos e de transformação da realidade”.

E criticou a burocracia exagerada exigida as pequenas entidades do terceiro setor. “Os quilombolas, as comunidades indígenas, políticas comunitárias, os bairros e as pequenas organizações são obrigados a cumprir exigências, normas, instruções normativas, burocracias e leis de licitação que não combinam e não se coadunam com a realidade dos pequenos produtores e com a criatividade do povo das periferias, nessa longitude, nessa magnitude que é o Brasil. Essa lei está sendo aprovada para simplificar essas relações. E, agora, ela está indo para o Senado da República”, explicou Jandira.

Comunicação democrática

Em seu longo discurso na Câmara, a deputada lembrou que democracia não se faz sem comunicação democrática, cobrando, entre outras matérias, a aprovação do marco civil da Internet. Para ela, o marco civil estabelece segurança de dados, privacidade das pessoas e, ao mesmo tempo, liberdade de acesso e de navegação, defendendo a neutralidade.

Segundo ela, “a neutralidade não pode ser maculada, sob pena de nós impedirmos a liberdade de navegação e de acesso de todos os brasileiros e de todos aqueles que acessam esse instrumento de comunicação”.

“Falar em democracia não é só falar da democracia representativa, não é só falar da democracia direta, é também falar em direitos. O direito é uma comunicação democrática, é uma pauta para nós decisiva e estratégica para a democracia brasileira”, explica a deputada.

Ela avalia que “nós não temos democracia plena ainda, porque nós ainda temos concentração no campo da informação, ainda temos apenas seis famílias concentrando os maiores meios de comunicação na TV aberta”, destacando que tramita na Casa o projeto da regionalização da produção cultural e vários projetos sobre o marco regulatório, anunciando que em breve chegará mais um - o projeto de iniciativa popular do novo marco regulatório da comunicação.

Conquistas na área

Ela também aponta as conquistas na área, com a aprovação da PEC da Música, de imunidade tributária para os videofonogramas, fonogramas e suportes digitais, conteúdos digitais, no Brasil; e do Sistema Nacional de Cultura, que cria uma estruturação de estado para as políticas culturais brasileiras. 

“Posso aqui citar a aprovação rápida e importante do Vale Cultura como instrumento de acesso do povo trabalhador aos diversos equipamentos e bens culturais do Brasil”, afirmou, citando também o andamento e a aprovação, já pela Câmara, da Lei Cultura Viva, que estabelece como política de Estado um programa absolutamente inovador no Brasil, que é o Programa dos Pontos e Pontões de Cultura.

Ela citou ainda como outra vitória recente — a lei que “transforma, saneia, democratiza e estabelece a fiscalização sobre a gestão coletiva no Brasil, conhecida como lei do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que a Presidenta Dilma a sancionou integralmente, sem nenhum veto, possibilitando um novo momento para o direito autoral brasileiro”. 

De Brasília
Márcia Xavier

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Orquestra do Teatro Nacional abre Festival de Cinema de Brasília

Na cerimônia de abertura do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o destaque foi para a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional e ao violinista austríaco Benjamin Schimid. Ao fim do concerto, o público aplaudiu de pé a apresentação. Cada segundo, porém, foi mais do que merecido, Schimid desfilou um rico repertório de notas, com intimidade invejável, em seu Stradivarius de 313 anos de idade.


José Cruz/ABr
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional
Abertura do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, sob a regência do maestro Cláudio Cohen e o violinista Benjamin Schmid
As peças tocadas mergulharam o público no clima do cinema, com trilhas sonoras do compositor Erich Wolfgang Korngold, ganhador do Oscar pela trilha sonora de As Aventuras de Robin Hood, de 1938. Em seguida, a equipe responsável pelo documentário Revelando Sebastião Salgado subiu ao palco para a exibição do filme.

O documentário colocou o espectador dentro da casa e da vida de Sebastião Salgado, desde a infância e passando pela carreira do fotógrafo. Risadas e aplausos marcaram a exibição da película. A impressão, ao fim, foi que o festival começou com o pé direito. O Secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, presente no evento, comemorou mais uma edição e a presença de filmes de vários estados na mostra competitiva.

“Vamos receber aqui e exibir filmes do Rio de Janeiro, de Goiás, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, dentre outros. E o que importa para nós é que o público de Brasília tenha a possibilidade de ver o que o Brasil está produzindo e refletir sobre os grandes e pequenos dramas humanos que a nossa sociedade vive. Refletir sobre eles e fazer pensar, o que deve ser a tarefa do cineasta”, disse.

O coordenador-geral do evento, Sérgio Fidalgo, destacou o variado leque de temas abordados nesta edição. “A expectativa é muito grande para esta edição do festival. A seleção foi muito primorosa, a mostra está excelente, com uma diversidade muito grande de temas. Os filmes são bastante personalistas, filmes que as pessoas vão amar ou odiar, não tem meio-termo”, destacou.

O roteirista e dramaturgo Maurício Witzak ressaltou a importância do festival para o desenvolvimento do cinema brasiliense. “Acho que o principal é quando as coisas evoluem para que o cinema feito aqui em Brasília aconteça. E acho que está acontecendo e, a cada ano que passa, está melhorando”. Para a cineasta Mariana Viegas, o festival é responsável direto pela evolução do cinema na capital federal. “A produção local tem melhorado bastante e o festival é um dos maiores motivadores para isso”, disse.

O 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai até o dia 24 de setembro. Nesta quarta-feira (18), a partir das 19 horas, começa a mostra competitiva. A programação completa do festival pode ser obtida no site oficial do evento.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Mês Cultural ajuda a diversificar as relações sino-brasileiras

A realização do Mês Cultural da China no Brasil, e vice-versa, através de uma série de atividades como artes cênicas, artes plásticas, intercâmbios entre artistas e festival de cinema, pode desempenhar uma função positiva ao diversificar o conteúdo das relações de parceria estratégica global entre os dois países, indicou nesta sexta-feira (130 Cai Wu, ministro chinês da Cultura.


 
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, iniciou visita oficial a Pequim, acompanhada pelo embaixador Valdemar Carneiro Leão. A Ministra falou a cerca de 20 veículos de imprensa em coletiva (Foto: Portal do MinC)
Cai fez o comentário em um encontro com a ministra brasileira da Cultura, Marta Suplicy, que está em Beijing para uma visita oficial de sete dias à China. Segundo Cai, o Mês Cultural mostra a diversidade da cultura de cada país, o que também pode ajudar a aprofundar os conhecimentos e transmitir amizade entre os dois povos.

Mesmo que os dois países fiquem longe um de outro, os corações dos dois povos estão próximos, e eles querem conhecer as culturas e artes um de outro e esperam se conhecer melhor e aumentar sua amizade através de intercâmbios culturais em diversas formas, disse Cai.

Segundo o ministro, nos anos recentes, com o apoio das autoridades da cultura dos governos dos dois países e a participação ativa de vários círculos da sociedade, a cooperação e intercâmbios no setor cultural entre os dois países aumentaram e a amizade entre os dois povos tornou-se mais profunda.

Suplicy convidou mais entidades culturais chinesas para visitar ao Brasil, que podem apresentar ao público brasileiro os valores chineses de harmonia e paz. Em específico, ela sugeriu realizar atividades de celebração da tradicional Festa da Primavera da China no Rio de Janeiro.

Além disso, os dois trocaram opiniões sobre a função especial da cultura em fazer a identidade de um país. Segundo Cai, a história da cultura chinesa de cinco mil anos nunca se interrompeu e a cultura possui grande importância na formação de um país e no desenvolvimento de uma nação. A cultura chinesa é aberta e abrangente.

As duas partes ainda trocaram opiniões sobre a criação de um centro de cultura no Brasil e outro na China. O vice-diretor do departamento de comunicação com o exterior do Ministério da Cultura, Sun Jianhua, e o embaixador brasileiro na China, Valdemar Carneiro Leão, também estiveram presentes ao encontro.

O Mês Cultural do Brasil, programado de 3 a 29 de setembro, tem mais de 50 atividades nas cidades de Beijing, Shanghai, Chongqing e outras. São atrações musicais, de cinema, literatura, artes visuais.

De acordo com informações do Ministério da Cultura da China, o Mês Cultural da China será realizado entre outubro e novembro em cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, apresentando balé, concerto de música tradicional chinesa, exposição de cartoon chinês, festival do cinema chinês, entre outros. Além do Brasil, a divulgação da cultura chinesa desta vez também se estenderá para Uruguai, Venezuela, Colômbia e México.

Em maio de 2009, quando o então presidente brasileiro Lula visitou a China, ele e o então presidente chinês, Hu Jintao, concordaram em realizar o Mês Cultural do Brasil na China e vice-versa. Em fevereiro de 2002, durante uma reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Cooperação e Coordenação (Cosban), os dois países reiteraram a grande importância dos eventos, chegaram a um consenso sobre a realização em 2013 e registraram isso no memorando da reunião, segundo o ministério.

Fonte: Cri (http://portuguese.cri.cn/)

Clara Averbuck: Deixem as gordas em paz

Por um mundo onde "você emagreceu" não seja elogio e "você engordou" não seja afronta.


Por Clara Averbuck*, Carta Capital



Tess Munster modelo plus size / foto: Chelzea

"Você emagreceu!" é automaticamente interpretado como elogio. "Você engordou" é algo que ninguém aceita bem.

Você emagreceu! Você está leve, está linda, está fina. Elegante. Está fazendo exercícios? Está comendo melhor? Parabéns!

Você engordou! Nossa, o que aconteceu? Relaxou? Está com problemas? É ansiedade? Já fez exames? Come muito doce?

Bom, preciso dizer que magreza não é sinal de saúde? Preciso dizer que 95% dos pacientes com anorexia são mulheres? Preciso dizer que a anorexia é inclusive tratada como epidemia em alguns países, tendo a doença alto índice de mortalidade (1 a cada 5 pacientes)?

Muitas mulheres convivem com essa neurose diariamente. Muitas mesmo. Quantas amigas suas vivem de dieta? Quantas amigas suas morrem de culpa por comer um pedacinho de bolo? Quantas mulheres entram em depressão por causa de seus corpos depois da gravidez? Quantas delas correm para a academia querendo entrar "em forma" o mais rápido possível? Quantas tomam remédio pra emagrecer? Quantas morrem de vergonha de seus corpos na praia? Quantas conseguem ficar de boa ao vestir um biquini sem ter se esforçado pra estar "em forma"? E quantas das que eram gordas e emagreceram agora tiram onda das que continuam gordas? É claro que você pode ir pra academia. É claro que você pode malhar, pode inclusive ser musculosíssima, pois o corpo é seu. O que nós queremos é apenas que todos os corpos sejam aceitos. Todos os corpos. Os malhados. Os naturalmente magérrimos. E os gordos. Sim, as gordas querem ser aceitas e felizes. E amadas e bonitas e tratadas como pessoas normais, não como "aquela gorda", estando isso à frente de tudo mais que ela for.

A quem argumenta que as magras também sofrem: sim, todas as mulheres que estão fora do padrão de beleza sofrem. E as que não estão também. Nunca está bom. Você nunca vai ser boa o suficiente. Você vai pra sempre ter que pensar nisso. Mulher não pode engordar. Não pode ser muito magra. E não pode envelhecer. É ridículo ouvir que "homem gosta de ter onde pegar", como se agradar os homens fosse o objetivo final da vida de cada mulher. Todas sofrem. As muito magras, as negras, as gordas. Não estamos jogando supertrunfo da opressão.CartaCapital

Mas há obviamente uma pressão maior sobre as gordas. Se for negra e gorda, então, muito pior. Vamos falar GORDAS, não "gordinhas", "fofinhas" ou "gordelícia", porque GORDA não é xingamento. Uma pessoa gorda não é pior do que uma pessoa magra. Nem mais preguiçosa, nem mais relapsa, e nem tem menos "força de vontade". Força de vontade PRA QUE, minha gente? Pra se enquadrar em um padrão excludente? As gordas que emagrecem são parabenizadas. Glorificadas. "Parabéns pela sua incrível força de vontade!" Ninguém pensa na triste possibilidade de essa força de vontade talvez estar vindo de uma terrível angústia por causa da pressão social. É claro que a pressão nem sempre vem de fora pra dentro. Você pode perfeitamente não se sentir bem em seu corpo e querer mudar; como eu já disse, o corpo é seu. Mas saiba que isso é algo pessoal e que é lamentável que isso vire uma cruzada chamando todas as pessoas que são gordas para também entrarem "em forma". Isso não deveria estar no centro das nossas vidas. Nós não estamos aqui para enfeitar o mundo. Somos mulheres, não adornos.

Veja bem, eu não estou usando um tom acusatório. Eu inclusive sinto isso na minha pele, sempre senti. A vida inteira eu convivi com essa paranoia. Tomei um milhão de remédios para emagrecer. Vivia querendo ser magra. E eu nem era gorda! Porém me entendia gorda. Obesa. Horrível. Eu precisava emagrecer. Chorava quando engordava um pouquinho. Vivia pensando nisso, carregava a neurose como uma bigorna pendurada no pescoço. A pressão era terrível. Eu achava que tinha que ser perfeita. Achei que estava perfeita depois de uma crise em que fiquei dias sem comer. Eu estava horrível, estava um caco, mas estava esquálida e me achando linda, com muita gente ao meu redor aprovando o absurdo. Eu sei como é. Eu sei o que a gente passa. Não é fácil se livrar disso. Volta e meia ainda tenho umas crises que podem até atrapalhar a minha vida sexual. Ninguém está livre e a culpa não é de quem sucumbe; é muito difícil conviver diariamente com todas as pressões de um mundo que vê os gordos - mais especificamente as gordas - como pessoas piores.

Não tem roupa pra gorda no Brasil. Não tem mercado pra gorda no Brasil. Pessoas gordas sofrem preconceito em entrevista de emprego (li que precisam fazer cerca de quarenta entrevistas a mais do que uma pessoa magra). Não tem gorda na televisão, a não ser quando é no papel d'A Gorda. Pessoas gordas sofrem preconceito no sistema de saúde. Pessoas gordas sofrem preconceito no transporte público. Pessoas gordas não são doentes. Pessoas gordas são apenas gordas.

(Já sei que vai ter um monte de gente dizendo que GORDURA NÃO É SAUDÁVEL AS PESSOAS MORREM DE OBESIDADE AS PESSOAS GORDAS GORDAS GORDAS MORREM GORDAS MORREM. A vocês apenas digo: busquem conhecimento, pois não é bem assim. Tem muito gordo com a saúde nos trinques.)

Exaltar a beleza das gordas não é dizer que as magras não estão mais autorizadas a serem belas. Não é tentar estabelecer um novo padrão, uma ditadura da celulite, e sim aceitar uma democratização da beleza. É não olhar feio quando a gorda quiser comer um xis-tudo, porque o corpo é dela, consequentemente, a saúde também. Não use o argumento da saúde para cagar regra no corpo alheio. Dificilmente fazem isso com as magras. Dificilmente condenam meninas evidentemente doentes, pelo contrário, elas têm a magreza elogiada e exaltada e são encorajadas a continuarem com a loucura de não comer, de vomitar, de perder, perder, perder. Não é uma preocupação com a saúde. É pura e simples cagação de regra.

Anorexia é a primeira causa de morte entre pessoas do sexo feminino entre 14-25 anos. E é esse padrão que causa isso. Mulheres morrem porque querem ser magras. Mulheres morrem porque não querem ser chamadas de gordas.

Gorda não é xingamento. Deixem as gordas em paz. Deixem as gordas de biquíni. Deixem as gordas mostrarem a barriga, deixem as gordas usarem o tamanho de saia que quiserem. Deixem as gordas terem namorados sem pensar "nossa, esse aí podia conseguir coisa melhor". Gorda não é "coisa". Gorda é gente.

Apenas deixem as gordas em paz.

* é escritora, feminista e encontrável no claraaverbuck.com.br

Conselho Municipal de Cultura é eleito em Barra Mansa




Amanda Teixeira
Conselho eleito tem objetivo de contribuir para o desenvolvimento do Plano Municipal de Cultura
Cultura: Conselho eleito tem objetivo de contribuir para o desenvolvimento do Plano Municipal de Cultura
Barra Mansa
A Fundação de Cultura de Barra Mansa promoveu, na manhã de sábado (14), o III Fórum Municipal de Cultura, com o objetivo de eleger os membros da sociedade civil que para compor o Conselho de Cultura de Barra Mansa. Estavam presentes no evento mais de 100 representantes dos diversos segmentos da cultura da cidade, além de representantes do poder público, como o prefeito Jonas Marins (PCdoB) e o superintendente da Fundação de Cultura do Município, Claudio Chiesse.
O Conselho Municipal de cultura tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento do plano municipal de cultura, aprovado durante a conferência realizada em julho.
- Este conselho não é uma novidade no município; ele já existia, porém estava irregular, então realizamos a conferência e agora este fórum para eleger os membros da sociedade para compor o conselho - disse Claudio Chiesse.
Os novos membros do conselho foram escolhidos em plenária pelos representantes da cultura em Barra Mansa. Os segmentos que constituíram a plenária foram Artes Visuais, Dança, Literatura, Cultura Popular e Urbana, Teatro e Audiovisual, Animador Cultural e Professor de Arte, Entidade de Classe e Movimento Social, Música e Entidade Cultural.
- O conselho será constituído de 18 membros titulares, tendo cada um deles um suplente. Os membros que compõem o conselho são nove escolhidos através de nomeação, e os outros nove membros da comunidade eleitos no fórum - explicou.
Dentre as ações que serão desenvolvidas pelo conselho é contribuir para desenvolvimento cultural do município e a criação de um fundo municipal de cultura, que será gerido pelo conselho.
- A participação e a atuação do conselho municipal é muito importante para fomentar a cultura em Barra Mansa - afirmou.
Barra Mansa possui uma lei de incentivo à cultura, que já foi regularizada e aprimorada.
- Esta é uma lei antiga, do vereador Francis Bullos, durante o governo do então prefeito Luiz Amaral, e ficou esquecida por muito tempo. Ela estava muito defasada, agora essa atualização já foi sancionada pelo atual prefeito - explicou.
A lei de incentivo à cultura funcionará da seguinte forma: o projeto deverá passar pela comissão, que dará o aval e a aprovação, e a partir dai começa a busca por patrocínio.
- As empresas da cidade que contribuírem com a cultura através dos patrocínios receberão descontos em impostos, como IPTU e ISS, como uma forma de incentivo - salienta.
Os eleitos para compor o conselho foram: para Literatura, Nivea Moraes Marques (titular) e Alíria de Brito Duque (suplente); para Dança, Cristiane de Andrade Ribeiro (titular) e Juliana Carminda (suplente); para Artes Visuais, Paulo Valério Ferreira Alves (titular) e Débora Chaves de Barros (suplente); para Música, Vantuil de Souza Junior (titular) e Daniele Aparecida Amaral Cardoso (suplente); para Animador Cultural e Professor de Artes, Marcos Marques (titular) e Danilo Nardelli (suplente); para Entidade de Classe e Movimento Social, Romero Bruno (titular) e Odailtom Teixeira (suplente); para o Teatro, Rafael Crooz (titular) e Patrick Thouin (suplente); para Cultura Popular e Urbana Donizete Amorim (titular) e Rômulo Thomaz (suplente); e para Entidade Cultural, Marcelo Soares (titular) e Marcelo Branco Cruz (suplente).
A primeira reunião do conselho será após a Conferência Estadual de Cultura, que acontecerá nos dias 26 e 27 deste mês na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.


Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,78735,Conselho-Municipal-de-Cultura-e-eleito-em-Barra-Mansa.html#ixzz2fBqFnWbQ

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A dor de uma lágrima de amor, segundo Catulo da Paixão Cearense

 

A dor de uma lágrima de amor, segundo Catulo da Paixão Cearense

O cantor, compositor e poeta maranhense Catulo da Paixão Cearense (1863-1946), na letra de “Ontem ao Luar”, tenta explicar através de uma lágrima o que é a dor de uma paixão. A música foi gravada por Vicente Celestino, em 1917, pela Odeon.
 
ONTEM AO LUAR
 
 
Pedro de Alcântara e Catulo da Paixão Cearense
Ontem, ao luar,nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calmo assim fiquei
Mas, fitando o azul do azul do céu
A lua azul eu te mostrei
Mostrando-a ti, dos olhos meus correr senti
Uma nívea lágrima e, assim, te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer
De ver a lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão não tem explicação
Como definir o que eu só sei sentir
É mister sofrer para se saber
O que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta, ao luar,do mar à canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
E sentir o seu calor
O amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe um monte á beira mar, ao luar
Ouve a onda sobre a arei-a a lacrimar
Ouve o silêncio a falar na solidão
De um calado coração
A penar, a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente, universal
E a dor maior, que é a dor de Deus
(Colaboração enviada por Paulo Peres - site Poemas & Canções)





Intelectuais lançam manifesto de apoio à lei das biografias

Intelectuais lançam manifesto de apoio à lei das biografias


A aprovação da Lei das Biografias ganhou um reforço de peso durante a 16ª edição da Bienal do Livro do Rio. O escritor Ruy Castro lançou um manifesto assinado por 49 intelectuais brasileiros contra a censura prévia às biografias. “No Brasil tal forma de manifestação encontra-se em risco em virtude da proliferação da censura privada que é a proibição das biografias não autorizadas”, diz trecho do manifesto.


O documento diz ainda que é necessário proteger o direito à privacidade, mas pede que os protagonistas da História – chefes de estado, lideranças políticas, nomes das artes, ciências e esportes – tenham tratamento diferenciado para o bem das informações relevantes à coletividade.

O projeto de lei foi aprovado pelas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Educação e Cultura da Câmara e seguiria direto para o Senado. O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), no entanto, reuniu 72 assinaturas de outros parlamentares e solicitou a votação em plenário.

“Apesar de constitucional, essa movimentação dificulta muito a aprovação da Lei das Biografias”, avalia o deputado Newton Lima (PT-SP), autor do projeto. A matéria entrou em uma fila de votação e pode não ser votado até dezembro de 2014, quando perderá a validade.

Alento


Para Newton Lima, o manifesto dos intelectuais é um alento porque pode pressionar a Presidência da Câmara a colocar em votação o mais rápido possível ou ainda fazer com que 37 deputados retirem a assinatura do requerimento que pede votação em plenário. “O meu mandato já conseguiu que cinco deputados retirassem a assinatura, mas precisamos de apoio para sensibilizar os demais”, frisa o deputado.

Os escritores afirmam que o Brasil é a única democracia do mundo onde a publicação de biografias de pessoas públicas depende de autorização prévia. "Um país que só permite a circulação de biografias autorizadas reduz a sua historiografia à versão dos protagonistas da vida política, econômica, social e artística. Uma espécie de monopólio da História, típico de regimes totalitários", registra o documento.

Endossaram o documento jornalistas, historiadores e escritores como Boris Fausto, Ferreira Gullar, Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura, Milton Hatoum, Mario Magalhães, Nelson Pereira dos Santos, Fernando Morais, Cristóvão Tezza e Ziraldo, além dos imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL), como Ana Maria Machado, Cícero Sandroni, Cleonice Berardinelli, Evanildo Bechara, Nélida Piñon e Domício Proença.

Da Redação em Brasília

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Encontro reúne grupos de teatro comunitário da América Latina

Encontro reúne grupos de teatro comunitário da América Latina


Espetáculos de artistas das periferias de 11 países latino-americanos estão em cartaz até domingo (15) no 5º Encontro Comunitário de Teatro Jovem, na Cidade Tiradentes, extremo leste da capital de São Paulo. A mostra é resultado da articulação da Rede Latino-americana de Teatro em Comunidade, coordenada pelo grupo Pombas Urbanas. A companhia foi fundada em 1989 e, desde 2004, atua no bairro – um dos mais populosos da periferia paulistana.


“Os espetáculos do grupo Pombas Urbanas, e de todos os grupos que estão aqui, acabam refletindo o local onde a gente está instalado. A partir daqui que a gente coloca todos os sonhos, as ideias, o imaginário dessa comunidade dentro da dramaturgia, da forma de se criar os espetáculos”, explica Marcelo Palmares, um dos organizadores.

O lema do Pombas Urbanas é fazer teatro “com, para e na comunidade”, destaca Palmares. “É feita uma série de exercícios, de propostas, para escutar o que o jovem, o que a própria comunidade nos traz de relatos, para que isso fundamente a dramaturgia e o fazer teatral daqui”, completa ao descrever o trabalho que tem entre os focos o resgate da autoestima dos jovens. “Eles têm a autoestima muito baixa, até por ser um bairro muito reconhecido pela violência.”

Com o trabalho de formação, os jovens da Cidade Tiradentes passam a ter uma nova visão sobre o lugar onde vivem e sua realidade. “Meu sonho era crescer, ser advogado, ganhar dinheiro e sair do bairro. Eu pensava: quando eu tiver meus filhos eu não quero que eles fiquem aqui, porque eu acho que esse bairro não dá futuro para ninguém”, conta o arte-educador Paulo Wesley dos Santos, que foi apresentado ao circo aos 12 anos. “Hoje eu não troco aqui por nada”, garante o rapaz de 19 anos. “Meus planos são: família, circo e Cidade Tiradentes”, resume.

Grupos com experiências semelhantes passaram a se encontrar em 2005 para fazer o intercâmbio de experiências e ideias. Mas só em 2009 foi possível estruturar a rede. Desde então são feitos encontros periódicos. Além de apresentar espetáculos, as companhias promovem oficinas e palestras, como as que ocorrem na sede do Pombas Urbanas ao longo da semana.

Este ano, o encontro homenageia o grupo peruano Vichama, que há 30 anos atua na Vila El Salvador, na periferia de Lima. Segundo o diretor da companhia, Cezar Escuza, um dos focos das ações educativas e artísticas é tentar construir uma cultura de paz no bairro. “Há situações e momentos bastante violentos em nossa comunidade e nós queremos desenvolver toda uma cultura preventiva nessa direção. Não nos interessa somente uma prática reativa em relação à violência. Queremos que a cultura e a arte tenham um papel transformador nessa direção”, destacou.

Uma discussão de valores que os grupos tentam fazer a partir dos elementos presentes nas próprias comunidades, como na peça Tudo Está Organizado para que Nada Aconteça, que percorreu a Avenida dos Metalúrgicos na noite de terça-feira (10). Durante a apresentação, por várias vezes, as falas dos personagens conviveram com o funk que tocava nos carros que trafegavam pela via. Uma marca das periferias de São Paulo, da Cidade Tiradentes, zona leste, e do Grajaú, zona sul, bairro de origem da Companhia Humbalada de Teatro, que fazia a apresentação. Até que em um determinado momento, o funk também apareceu como parte da peça.

“Moramos em um bairro onde as pessoas escutam funk o dia e a semana inteira. E a gente se pergunta muito: Por que o funk? O que o funk significa? Tem toda uma questão da cultura de massa. Mas tem uma questão de pertencimento, de uma música periférica”, explica a atriz Tatiana Monte sobre essa parte do espetáculo que ocorre em frente a um supermercado e questiona o consumo desenfreado.

O modelo da peça surpreendeu Jéssica Azevedo, de 22 anos, moradora do Tatuapé, também na zona leste, que frequenta o espaço do Pombas Urbanas desde o ano passado. “Eu já tinha visto outras peças itinerantes, mas à luz do dia. Nunca tinha visto à noite. Isso me deixou bem curiosa”, disse. “A gente não percebe o tempo, não percebe as pessoas, acaba ficando tudo muito invisível. Acho que o questionamento da peça é esse”, comentou.


Fonte: Agência Brasil